O silêncio
de Joaquim Barbosa quanto a planos para um possível governo seu como provável presidente
da república tem incomodado os meios de comunicação que cobram dele
pronunciamento a esse respeito. Este procedimento da imprensa é tão sem
fundamento quanto aqueles que garantem ser positiva para a sociedade a
agiotagem do sistema bancário ou a transformação da produção de alimento em
fonte de riqueza para os multimilionários do agribiuzinesse através de conluios
com autoridades do BNDES, e o endeusamento do pão e circo que elevam toupeiras
intelectuais à qualidade de “famosos” e “celebridades”. A fim de dar uma
importância inexistente aos espetáculos do pão o circo é que os patrões dos
papagaios de microfone exigem deles expressão de alegria ao anunciar algum
destes espetáculos.
Tanto não
fazem sentido estas últimas informações quanto a cobrança que a imprensa faz
para que o doutor Barbosa se pronuncie a respeito do que pretende fazer como presidente
da república. Não precisa ser cientista de politicagem e nem mesmo ser
inteligente para saber que depois de eleito candidato algum faz o que disse que
faria enquanto candidato, circunstância que certamente inibe o doutor Joaquim
Barbosa de fazer promessas que depois venha a não poder cumprir por força do
empenho do congresso corrupto que nem de longe quer ouvir falar em moralização
política, certamente uma das bandeiras empunhadas pelo doutor Joaquim Barbosa cujo
empenho pelo cumprimento da lei ficou demonstrado durante o julgamento do
Mensalão. Ao contrário de moralização, os políticos fazem da sociedade uma
fonte inesgotável de recursos com os quais têm vida regalada. Três expoentes do nosso jornalismo, os jornalistas
Hélio Fernandes, Mauro Santayana e Ricardo Boechat mostram com clarividência
cristalina esta realidade. O primeiro, através do jornal Tribuna da Imprensa, escreveu
e reescreveu sobre o quanto a sociedade transferiu para políticos e apaniguados
com a privatização da Companha Vale do Rio Doce. O segundo, em reportagem
denominada A Crise da Razão Política e a maldição de Brasília mostrou de forma
espetacular o quanto a sociedade foi explorada pela ditadura militar. O
terceiro, apesar de ser um grande tagarelador, apenas com uma observação, de
modo irretratável, mostrou as más intenções dos congressistas a quem já superou
a fase bruta de povo e é capaz de pensar, o que fez ao observar que o partido
político que tem mas parlamentares denunciados pela justiça por prática de crimes
é justamente esse o partido que mais recebe proposta de filiação de
parlamentares vindos de outros partidos.
Assim, um
homem da envergadura moral demonstrada pelo doutor Joaquim Barbosa, cujos
detratores encontraram como único fato desabonador de sua boa conduta a compra de
um apartamento em Nova Iorque cujo custo cabia perfeitamente dentro de seus
rendimentos. É próprio dos pequenos homens procurar denegrir a imagem dos
grandes homens. Este é o motivo pelo qual os defensores do sistema corrupto encontram
defeitos nos jovens da Lava Jato e no doutor Joaquim Barbosa. Entre eles
encontram-se inclusive autoridades do judiciário, o que levou a ministra Eliana
Calmon a firmar haver bandidos de toga. Se há o que estranhar na aquisição do
apartamento em Nova Iorque é a constatação de que nem mesmo pessoa de elevada
intelectualidade e notório zelo por sua sociedade escapa da cultura da paixão
pelo American Way of Life. É tudo uma questão de pensar. Inté.
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