sábado, 26 de maio de 2018

ARENGA 491


Matéria do jornal Le Monde Diplomatique Brasil denominada SOBRE UMA CLASSE MÉDIA MARRENTA E BURRA dá conta de ser o brasileiro tão desclassificado que os portugueses criticam a enxurrada de brasileiros que chegam por lá achando-se melhores do que as outras pessoas, apesar de terem baixíssima cultura e civilidade. A única coisa para este país de merda presta mesmo é para dar vexame mundo afora. Levanta ainda a matéria jornalística a questão de se saber o motivo pelo qual o brasileiro continua inculto apesar de ter aumentado o número de brasileiros que frequentam faculdades. Entretanto, na mesma reportagem consta a realidade de que os brasileiros não leem, o que deixa esclarecido o motivo não só de serem eles incultos e incivilizados, mas também de ser o brasileira o povo mais povo de um mundo habitado em sua totalidade por seres tão estúpidos que são incapazes de decidir sobre seu destino, razão pela qual é preciso que alguém lhes como proceder. O assunto tratado na reportagem do jornal mostra também a realidade de que os intelectuais se envolvem tanto com a intelectualidade que não veem as coisas simples. Está aí no jornal Folha de São Paulo reportagem de um intelectualíssimo sobre Adão e Eva, assunto que apesar de simplesmente ridículo para os tempos atuais, merece comentários de pessoas do povo. Como pode alguém, diante da situação explosiva em que se encontra o mundo, perder tempo em assuntos tipo Adão e Eva ou os rogos por paz e os beijos do Papa no pé do criminoso? A existência destas coisas é suficiente para demonstrar a necessidade de uma cultura na qual as pessoas mais mentalmente capazes priorizem as necessidades básicas de todos os seres humanos em vez de se perderem em intelectualidades restritas ao seu mundinho de eruditos como faz o intelectualíssimo Léon Duguit, na página 19 do livro Fundamentos do Direito, Ed. Martin Claret, quando diz NÃO SER POSSÍVEL ADMITIR-SE O FUNDAMENTO DO DIREITO ANTERIOR À CRIAÇÃO DO ESTADO, MAS SER POSSÍVEL PROVAR A MANIFESTAÇÃO DO DIREITO NUM ESTÁGIO ANTERIOR À CRIAÇÃO PELO ESTADO. Como entender uma porra desta? Outro intelectualíssimo, Norberto Bobbio, no livro Estado, Governo, Sociedade, na página 129, refere-se ao Estado da seguinte forma: “Et licet peccatum humanae originis per baptisme gratiam cunctis fidelibus dimissum sit, tamen aequus deus ideo discrevit hominibus vitam, alios servos constituens alios dominos, ut licentia male agendi servorum potestate dominantium restringatur”. O que se faz necessário é mandar esses caras para determinado lugar e voltar as preocupações para coisas simples que só aparentemente são inexplicáveis tais como as referidas pelo jornalista que escreveu a reportagem do Le Monde de ser comum um médico apressado para chegar em casa a fim de ver o BBB, um engenheiro interessado nos programas de auditório dos dias de domingo, advogados e professores ansiosos para o lançamento do próximo Vingadores.

 A esta lista de contradições podem ser acrescentadas outras tais como a existência de autoridades judiciárias defendendo bandidos, advogados dividindo com ladrões do colarinho branco o produto do roubo, pessoas que não sabem fazer um O com um copo elevadas à categoria de famosos e celebridades, papagaios de microfone defendendo a necessidade de açular a polícia contra caminhoneiros por reivindicarem algum alívio em sua condição de escravo, enfim, aquilo de que se necessita realmente, em vez de demonstrações de erudição, é procurar esclarecer por qual motivo tais coisas são consideradas normais, principalmente a que leva doutores a terem a mesma mentalidade do vulgo que lota igrejas, terreiros de axé e futebola. É tudo uma questão de acreditar na máxima religiosa de não haver necessidade de pensar. Inté.

 

 

 

 

 

 

 

    

 

 

 

 

 

 

 

 

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