sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

ARENGA 645

 

Considerando o que disse com propriedade o Grande Mestre do Saber George Orwell de ser um ato revolucionário dizer uma verdade num mundo de falsidades, e considerando que ato revolucionário significa rebeldia contra um sistema estabelecido, e como o sistema político estabelecido para governar o mundo é de pura injustiça, entre muitos outros, que por dizerem verdades, a punição de Julian Assange prova quanta lucidez há na afirmação do mestre porque no falso mudo atual falar verdade merece castigo.

Abertas as cortinas do palco da vida humana, o cenário que se descortina é de falsidades. Lá estão pregadores afirmando haver um deus para garantir justiça, quando, na verdade, predomina tão exuberante injustiça que um por cento da humanidade vive nababescamente às custas do trabalho dos outros noventa e nove por cento, entre os quais inúmeros são os que, como cães vira-latas, precisam roer osso para sobreviver. Há pregadores para assegurar que paz de espírito é mais importante do que dinheiro, quando, na verdade,   é impossível ter qualquer tipo de paz em estado famélico, sobretudo se vitimado pelas terríveis dores do câncer de estômago ou as várias enfermidades com as quais a natureza se encarrega de nos brindar como prova de inexistência de ação inteligente.

Contudo, a maior de todas as falsidades sobre o palco da vida é o analfabetismo político. Sem ele todas as demais falsidades viriam abaixo porquanto é na necessidade de correr atrás de dinheiro onde se encontra a ausência da paz. Se para não morrerem de fome, os despossuídos buscam dinheiro recorrendo à violência que é fonte de insegurança, num paradoxo, quem tem dinheiro em demasia, busca tê-lo cada vez mais, também pela violência, a da exploração de quem trabalha.

Gastam-se no mundo tamanha riqueza para sustentar o analfabetismo político que obstaculiza o avanço para a civilização e a paz que pessoas menos estúpidas do mundo da enganação, sentindo a consciência pesada, estão doando dinheiro para obras de assistência social, enquanto os mais ignorantes, com o dinheiro de salvar crianças da fome e doenças, promovem bacanais onde abundam bundas de prostitutas. A segurança do analfabetismo político tem como contraponto a segurança da torpeza política porque deixa à vontade a bandidagem travestida de autoridades administrando a imensa riqueza do mundo, cenário que clama por mudança uma vez que na base da pirâmide político/social do mundo, analfabetos políticos nomeiam falsos líderes como responsáveis pela administração da riqueza pública produzida por quem trabalha, no vértice, como resultado desta distorção, a falta de discernimento dos escolhedores leva-os a escolher os maiores e mais prejudiciais de todos os ladrões, aqueles que roubam da humanidade até sua dignidade entorpecendo-a com o efeito faustão para tornar possível eternizar locupletação e tão esplendorosa impunidade que os próprios criminosos fazem leis que legalizam a ilegalidade, resultando num mundo de tamanha torpeza que bandidos são as excelências da sociedade.

Ao contrário do que pregam arautos profissionais das falsidades, o dinheiro é o único e verdadeiro poder na face da Terra. A falta de observação desta realidade é a fonte de onde jorra com fulgurante esplendor a estupidez de quem gasta dezenas ou centenas de milhares no hospital e diz que ficou bom graças a deus. Mas, sendo um mundo de falsidades, como disse mestre Orwell, dizer esta verdade é conquistar ojeriza. Entretanto, como o tempo é o senhor da razão e a verdade demora mas sempre aparece, como um nascer de um sol de verão, novo horizonte dissipará as trevas da crendice, pai e mãe do atraso, que faz doutores comungarem com analfabetos a mesma ideia de um deus criador, farsa que já era contestada lá na Grécia há mais de mil e quinhentos anos, mas que ainda hoje está presente no “graças a deus”, “com fé em deus”, “se deus quiser”.

  

quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

ARENGA 644

 

Com o Dilema do Trem, desocupados de atividades laborais levantaram uma questão que leva quem pensa a remoer dúvida desnecessária. Todo caso, em se tratando de seres humanos, é impossível não se deparar com bobagens tipo “penso, logo existo”, porque pedras não pensam e muitos dedões roxos pelaí afora dão provas de que elas existem.

No Dilema do Trem, um trem desgovernado esmagaria algumas pessoas atadas sobre os trilhos, mas que poderiam ser salvas se alguém num viaduto sobre a linha férrea empurrasse um homem muito gordo para que seu corpão parasse o trem antes de atingir o grupo. Apesar de merecer atenção de pensadores, isto não passa de grande bobagem porque se a natureza se encarrega de nos brindar com situações aflitivas, devem-se dispensar invencionices nesse sentido.

Entre goles de uísque no Aerobar, dizia alguém ter acontecido que entre três astronautas americanos, a pouca quantidade de combustível exigia o sacrifício de um deles, e da Terra veio um justo critério de escolha segundo o qual deveria sacrificar-se aquele que não soubesse responder a uma pergunta. Ao primeiro, perguntou o nome do presidente dos Estados Unidos. Ao segundo, o significado da sigla NASA. Ao terceiro, um negro, como soletrar o nome do ator Arnold Schwarzenegger. 

Se é justo o sacrifício de poucos para salvação de muitos, tal convenção está atualmente invertida se noventa e nove por cento da humanidade são sacrificados para assegurar vida regalada de um por cento de ricos perdulários que se assenhorearam do mundo. Segundo este texto na página 163 do magnífico livro Os Donos Do Mundo, há cerca de dois mil anos Santo Agostinho já denunciava esta injustiça na forma como se manifestam os poderosos na sociedade:

“Afastada a injustiça, que são, na verdade, os reinos senão grandes quadrilhas de ladrões? Que é que são, na verdade, as quadrilhas de ladrões senão pequenos reinos? Estas são bandos de gente que se submete ao comando de um chefe, que se vincula por um pacto social e reparte a presa segundo a lei por ela aceita. Se este mal for engrossando pela afluência de numerosos homens perdidos, a ponto de ocuparem territórios, constituírem sedes, ocuparem cidades e subjugarem povos arroga-se então abertamente o título de reino, título que lhe confere aos olhos de todos, não a renúncia à cupidez, mas a garantia da impunidade. Foi o que com finura e verdade respondeu a Alexandre Magno certo pirata que tinha sido aprisionado. De fato, quando o rei perguntou ao homem que lhe parecia infestar os mares, respondeu ele com franca audácia: “O mesmo que a ti parece isso de infestar todo o mundo; mas a mim, porque o faço com pequeno navio, chamam-me ladrão; e a ti porque o fazes com uma grande armada, chamam-te imperador”.

Não são, de fato, ladrões aqueles que sob diversos subterfúgios arrancam fortunas do povo? A Servidão Humana, título do livro de Somerset Maugham sobre o sofrimento de Philip está materializada na humanidade uma vez que ela é obrigada a servir a parasitas como mostra a contracapa do livro Escravidão Contemporânea, de Leonardo Sakamoto:

“A escravidão foi abolida no Brasil no século XIX. No entanto, todo ano, pessoas são traficadas, submetidas a condições desumanas de serviço e impedidas de romper a relação com o empregador. Não raro, sofrem ameaças que vão de torturas psicológicas a espancamento e assassinatos. Entre 1995 e 2019, mais de 54 mil pessoas foram encontradas em regime de escravidão em fazendas de gado, soja, algodão, café, laranja, batata e cana-de-açúcar, mas também em carvoarias, canteiros de obras, oficinas de costura, bordéis, entre outras unidades produtivas no Brasil”.

Fora este tipo de escravidão, o que é o emprego senão uma escravidão tão sofisticada que é implorada por quem ainda não foi escravizado, o desempregado? É seu trabalho que produz a riqueza dos parasitas ricos donos do mundo tão estúpidos que na revista Forbes fazem figa a famintos brandindo montanhas de ouro nos narizes de desvalidos.

Se os escravistas são apenas um por cento da humanidade, e se está convencionado sacrificar a minoria em benefício da maioria, por que, não ser coerente com a convenção para reverter a situação e sacrificar os ricos donos do mundo a fim de que sua riqueza beneficie os noventa e nove por cento de não ricos e famintos? Afinal, este sacrifício não implica na vida, apenas nas contas dos infernos fiscais.

Se no mundo inteiro existem televisores em cada quarto das casas, salas de espera e logradouros públicos com Faustões, Sílvios Santos, Rodrigos Faro, BBBs Fazendas, Lucianos Huck, “famosos”, “celebridades” e reis de pau oco, recebendo imensas fortunas do povo, é exclusivamente para manter esse povo incapaz de refletir sobre sua condição de eternos hospedeiros de parasitas. 

  

 

 

 

 

 

segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

ARENGA 643

 

 

A papagaiada de microfone da Rede Bandeirantes está alvoroçada por lançar a estreia de Faustão. É mais uma evidência da maldade inerente à cultura vigente do venha a mim e os outros que se danem para a qual é imprescindível um povo tão néscio a ponto de ver em Faustão alguma importância. Na verdade, cada um dos admiradores de Faustão é também um Faustão em potencial. Para que se torne um Faustão de fato é que existe o alvoroço da papagaiada de microfone da Rede Bandeirantes que tem seus motivos canhestros para criar programa intitulado Brasil com Z. 

Tanta imbecilidade tem razão de ser se àqueles que ditam como deve pensar a massa bruta de povo interessa um povo incapaz de pensar alto uma vez ser essa escória intelectual a quem cabe a responsabilidade de eleger as autoridades entre aspas que irão portar a chave do cofre do erário. Já o escritor espanhol do século XIX, Pio Borja, declarava ser mais fácil enganar a multidão do que enganar ao indivíduo (Pág. 161 de Os Donos Do Mundo). Vai daí que a realidade da vida mostra que o objetivo das “autoridades” escolhidas pelas multidões é fazer delas burro-de-carroça e explorá-las a fim de assegurar a si mesmas uma vida de tripas forras em mansões onde para se alimentar é preciso haver identidade entre o vinho e a carne, não obstante a existência de multidões para as quais felicidade é poder roer osso e dispor de absorvente íntimo que impeça o fluxo menstrual de escorrer pelas pernas.

Uma vez ciente da realidade de ser a multidão que escolhe a “autoridade", e de ser mais fácil enganar as pessoas quando em multidão, e de ser a enganação o objetivo das “autoridades, percebe-se que a euforia da papagaiada de microfone, sabujo das “autoridades” de plantão, é que havendo um Faustão por trás de cada microfone e de cada esquina para injetar estupidez nos passantes, assegura-se maior facilidade para a enganação que transforma em escravo o verdadeiro senhor, o povo, visto ser quem paga a conta de tudo.

O efeito faustão é tão avassalador para a sociedade que desmoraliza o conceito de democracia. Segundo observação na mesma página 16l de Os Donos Do Mundo, a democracia seria um sistema de governo no qual os governantes são escolhidos pelo voto dos cidadãos. Entretanto, estando fora de qualquer lógica considerar cidadã a malta festiva de drogados pelo efeito faustão, uma vez que absolutamente ninguém ali tem noção do que seja cidadania, cujo conceito envolve desfrute de liberdade e não há que falar em liberdade para quem vive sob o jugo do medo a que se refere George Orwell em 1984 e a subserviência no atendimento ao chamado do apito do emprego a que se refere Máximo Gorki em A Mãe.

Conclui-se, pois, que a falação de democracia é nada mais que uma das muitas enganações de que é vítima a massa bruta de povo leva pela arte satânica de marqueteiros a eleger quem promove maiores espetáculos mambembes com cantores também mambembes. 

 

 

sábado, 22 de janeiro de 2022

ARENGA 642

 

Segundo a religião dos gregos antes de virar mitologia, destino inevitável de todas as religiões, posto tratar-se de ingenuidade que o passar do tempo transformará em entretenimento literário, Zeus, o deus maioral entre todos os deuses e pai do deus Prometeu, foi acometido de um nervosinho e resolveu castigar os homens e seu criador, seu próprio filho e também deus, Prometeu, por tê-los beneficiado presenteando-lhes com o fogo que permitiu aos homens se tornarem superiores aos outros animais. Zeus, então, para se vingar dos homens, criou Pandora e mandou de presente para eles e Pandora não se fez de rogada. Esparramou sofrimentos quando por curiosidade abriu a caixa que os continha. Voltando-se Contra seu filho Prometeu, mandou outro filho seu, o deus hábil no manuseio de ferro, Hefesto, para acorrentar seu irmão Prometeu a um rochedo. Como a maldade é inata no ser humano dada sua condição de ainda entes primitivos, não podia faltar maldade na personalidade das divindades por eles inventadas. Assim, não satisfeito com tamanha maldade, Zeus ainda mandou que uma águia comesse o fígado de Prometeu sempre que ele se recompusesse depois de ter sido comido.

Mas, a propósito do quê esta lenga-lenga sobre mitologia? Ah, Sim! A propósito de ter sido Prometeu condenado ao sofrimento por conta do altruísmo ao agir para beneficiar, diferentemente da humanidade, também condenada a penar eternamente de males provenientes de sua própria estupidez. 

Entretanto, diferentemente de Prometeu, para quem não restava outra opção senão o sofrimento eterno, como admite ele mesmo na peça Prometeu Acorrentado, do dramaturgo Esquilo, para a humanidade há um caminho pelo qual pode livrar-se do sofrimento desde que se disponha a raciocinar, o que, antes de tudo, implica em sacudir fora o efeito imbecilizante do pão e circo que faz adulto se comportar como criança. Ao raciocinar como adultos os seres humanos descobrirão se encontrarem numa arapuca. Não é exagero, não. Um minuto de reflexão basta para se concluir não ter sentido a vida nem quem quem trabalha como desvalido para dar vida mansa à plêiade de parasitas do trabalho alheio conhecidos como ricos, nem a vida de quem passa o tempo de que dispõe de energia gastando-a em acumular riqueza uma vez que no frigir dos ovos irá virar comida de germes ou fumaça e cinzas num forno crematório. 

 Tão enredados estão pobres e ricos em suas vidas inúteis que nem lhes ocorre uma necessidade de buscar mudança uma vez que acreditam estar tudo bem embora vivendo num mundo cão onde a cada esquina a pessoa é espreitada por uma nova doença ou por violência. A abundância de festejamentos e requebramentos de quadris ficam por conta do faz-de-conta estar tudo bem quando está tudo é muito mal. 

A indisposição de lutar pela autodefesa impedirá a humanidade de poder vislumbrar o raiar de uma era isenta de tantos sofrimentos evitáveis. Ao contrário, a exemplo de Cisto, não faltam manifestações de desapoio a quem lhe indica caminhos menos sofríveis por onde caminhar e de apoio a quem lhe impinge sofrimentos uma vez que a falsos líderes nunca faltaram seguidores.

Como a superação da estupidez representa um Nó Górdio cujo desfazimento depende poder a humanidade elevar-se além da mediocridade em que chafurda feliz da vida, ou a humanidade seja ela própria seu Alexandre e desmancha esse nó, ou, do contrário, como Prometeu, penará para sempre se não há outra forma de vida senão a comunitária que jamais terá sucesso com cada um buscando seu quinhão individual, indiferente às necessidades dos demais, porque estes serão acossados a buscar pela violência aquilo de que precisam e a violência é fonte geradora de infelicidade, e, portanto de sofrimento.    

 

 

sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

ARENGA 641

 

A pergunta “que país é esse?” com a qual Millôr Fernandes titulou seu livro, no que diz respeito às mazelas deste pedaço da américa latrina, mas que também pode ser feita a respeito da situação do mundo (QUE MUNDO É ESSE?), tal questão esse cantinho de pensar pode responder, e o faz da seguinte forma:

Se nossa terra, pátria de deus, tanto quanto o resto do mundo estão em situação deplorável o bastante para motivar semelhante questionamento é por ter seu destino na dependência de líderes cuja liderança é exercida ao contrário. Isto é, sacrificando os liderados em benefício dos próprios líderes. É uma conclusão tão evidente que independe de inteligência superior à comum a  todas as pessoas. A desarrumação humana está à vista desde que se tenha visão para além da ponta do nariz. Aí estão os palácios, as mansões, a vida regalada a lagostas e vinhos caríssimos, as verbas secretas, as emendas parlamentares, cartões corporativos e as riquezas pessoais tiradas do erário. As decisões dos líderes são compradas como as mercadorias no supermercado. Como quem pode comprar estas decisões é quem tem muito dinheiro, fica o destino do mundo e da humanidade a mercê de quem tem muito dinheiro, ou seja, os ricos. É o que mostra o estudo da História. Desde que se tem notícia de vida social é de pessoas sendo sacrificadas em benefícios de outras pessoas. Fala-se inutilmente em justiça. Mas que justiça se a realidade é muitos produzindo para que poucos desfrutem? Já é tempo de haver um despertar para novos novos ares soprarem para longe o ranço da cultura de acumulação de riqueza em poucas mãos para poucas pessoas e de mãos vazias para muitas pessoas. Mas, a depender de falsos líderes, isto jamais ocorrerá. Só haverá justiça social quando esta maioria sacrificada em benefício de poucos for despertada para a necessidade de mudar esta realidade, mas mudar de forma inteligente e duradoura, diferentemente das tentativas de mudança feitas na base da violência, todas redundantes fracassos se baixada a poeira das chamadas revoluções tudo volta à situação de poucos desfrutando do trabalho de muitos.

A única razão pela qual o povo vive de mala pior é ser ele alheio ao seu destino, deixando que falsos líderes decidam por ele. Desta forma, sendo as decisões dos falsos líderes dependentes do dinheiro dos ricos usurpadores do produto social, é chover no molhado esperar que de políticos venha para povo mais do que apenas migalhas. Nada mais do que o necessário para se ter vitalidade a fim de poder continuar fazendo a riqueza da qual não desfruta.

Numa situação hipotética, se não se realizasse uma única atividade circense durante um ano, implicaria em algum sofrimento ou morte de alguém? Evidente que não. Suponhamos agora que durante o mesmo período nenhuma atividade de assistência à saúde fosse realizada, implicaria em sofrimentos e mortes? Evidente que sim. Então, por que moleques, maltrapilhos mentais, vagabundos espirituais, verdadeira nata do excremento social em termos de intelectualidade merecem aplausos e reconhecimento da sociedade em retribuição a espetáculos circenses em vez de ser esta atenção voltada para os profissionais da saúde, segurança e educação? Está aí no blog Outras Palavras, escola de politização, matéria intitulada RELATO DE UMA ENFERMEIRA À BEIRA DO ESGOTAMENTO, enquanto no Yahoo Notícias, uma inútil “celebridade” mostra a bunda em curtição milionária na praia no mar das Maldivas.

Se não falta na imprensa um blábláblá asqueroso sobre é preciso fazer isso, é preciso fazer aquilo e mais aquilo, não passa de cinismo porque a única coisa que é preciso ser feito é castrar o poder da elite econômica. Cortar a voracidade desta casta que representa um obstáculo à circulação da riqueza retida em suas mãos sujas pelo sangue, suor e lágrimas de quem trabalha. É uma classe de tamanha estupidez que pavoneia suas montanhas de ouro ante multidões se famintos.

 Ao deixar-se levar o povo pelas artimanhas da trupe covarde de ladrões engravatados resulta um Estado tão incapacitado de cumprir sua nobre função de impor justiça social que embora a Constituição estabeleça teto salarial de quarenta mil reais para cargos públicos, funcionários do tal de alto escalão recebem quatrocentos mil. Que raios de Estado é este? Também a esta questão este caninho de pensar pode responder: é um Estado cuja população lota igrejas, terreiros de axé e de futebola em vez de lotar os órgãos da administração pública em busca de informação sobre o que está sendo feito com o dinheiro dos impostos. Nesse sentido, a indiferença do povo se assemelha à do bêbado que embarca indiferentemente ao destino do transporte.

Que se ressuscite a ideia de Marx sobre a necessidade de salvar o mundo da cultura que põe o bem-estar social na dependência de ricos investidores se o objetivo de rico é transformar o povo em bobos a fim de lhes esfolar impiedosamente. Um exemplo? No dia 19/01/2021, no Programa Bandeirantes Acontece, da Rádio Bandeirantes AM de São Paulo, o jornalista Cláudio Humberto explicava o porquê da astronômica elevação do preço da energia elétrica da seguinte maneira:

O presidente Bolsonaro, em nome do povo, autorizou à turba de ricos do setor elétrico a tomar emprestado de agiotas internacionais valor de cerca de trinta e alguns bilhões de reais para serem pagos pelo povo com aumentos nas contas de luz. Daí que a massa bruta de povo, tapeada com desculpas de escassez hídrica, mais isso e mais aquilo, como sempre, paga os empréstimos enquanto faz orações, bailam axé e esperneiam no futebola. Esta é a sina de quem foi induzido a crer ser possível deixar o destino a cargo de malandros.

       

 

 

 

  

 

domingo, 16 de janeiro de 2022

ARENGA 640

 

No que diz respeito a uma sociedade sem tanta injustiça, todo caminho, leva a Marx em vez de Roma. Marx avisou haver necessidade de mudar o mundo. Se o destino do mundo é traçado pela política, e se a política em todo o mundo está a mercê de avaros juntadores de riqueza, não há como se ter uma sociedade civilizada sem antes mudar o mundo sob pena de ter a humanidade o mesmo destino dos dinossauros. Ameaças nesse sentido decorrentes da agressão à natureza pela sanha incontida dos Midas do mundo já se fazem sentir.

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O FMI já teve um diretor chamado Rodrigo Rato que deve ter dado origem à ratazana que esfola o rabo da humanidade.

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Quando a religião virar mitologia, o que é inevitável visto ser também inevitável que a lenta, mas implacável, elevação espiritual faça virar motivo de galhofa literária conversar com estátua e comprar feijão milagroso, quando chegar esta época, o STF estará para a mitologia brasileira assim como Cérbero, o cão protetor das almas más do mundo inferior está para a mitologia grega.

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É brilhante a estupidez do carioca em filas quilométricas para encher o tanque do carro e economizar o equivalente a dois ou três litros de gasolina, se, sob seus aplausos, Sergio Cabral lhes roubou o bastante para comprar trilhões de litros.

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A exorbitância da estupidez do brasileiro torna sem sentido o título que Carlos Marighela deu a seu livro CHAMAMENTO AO POVO BRASILEIRO, porquanto esse chamamento seria para se engajar na luta política em busca de melhores condições de vida, mas o único chamamento a que os brasileiros correspondem é de igreja, axé e futebola.

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A afirmação de ser necessária a restrição ao combate à corrupção para não prejudicar empesas vai encontrar explicação no comportamento de quem, como burro-de-carroça, tem tapa-olho que impede visão mais ampla. Devido a esse tapa-olho é que a humanidade é conduzida feito gado para o matadouro. O ser humano não pensa por si mesmo. Seu pensamento é manipulado pelos meios de comunicação. Não é por outra razão que George Orwell, pseudônimo de Eric Blair, afirmou que se imagina existir uma natureza humana, quando, na realidade, em função de ser facilmente influenciável o ser humano, sua natureza independe de sua vontade. É criada. (Pág. 89 de Os Donos do Mundo, de Cristina Martín Jiménez).

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Na página 90 também de Os Donos Do Mundo, vê-se que do ponto de vista do interesse social as relações governo/empresários são tão imorais quanto as que ocorrem nos prostíbulos. A esta afirmação, este cantinho de pensar acrescenta que no livro Se Não Fosse O Cabral, Tom Cardoso expõe de modo irretocável esta realidade. Como massa bruta de povo só lê sobre futebola, "celebridades", "famoso" e reis de pau oco, fica sem saber estas coisas.

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Era tão grande a vã esperança no operariado como agente de mudança que no livro Delivery Fight, seu autor, Callum Kant, afirmou que o operariado constituía a classe à qual pertencia o futuro quando a realidade é que à classe operária festeira e feliz de uma felicidade de débil mental, cabe orar, rebolar no axé e no futebola enquanto leva ferro.

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Na orelha do livro A Dupla Face Da Corrupção, de J. Carlos de Assis, consta que em defesa da lei de imprensa o magistrado Darcy Arruda Miranda declarou que não constituía atentado à Supremacia Nacional acusar autoridades constituídas atingindo-lhes a credibilidade e a confiança públicas. Disto se deduz que os tempos degradaram extraordinariamente porque se houve tempo em que autoridades mereciam credibilidade e confiança do povo, hoje, ao contrário, em razão da escancarada depravação, são odiadas e vítimas de xingamentos. 

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Na orelha da contracapa do mesmo livro, consta que Giuseppe Semmola defende a necessidade de denunciar ações torpes de autoridades a fim de serem defenestradas da estima do país. No entanto, atualmente, a torpeza é carta de recomendação para pretendentes a posto de autoridade, e o banditismo político é garantia de sucesso na vida.

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Contrariando a afirmação de Erasmo de Roterdam na página 83 de Elogio da Loucura, de ser a virtude a única fonte de nobreza, se isto era verdade há meio milênio, atualmente é o contrário porque é a depravação em vez da virtude que mais facilmente abre portas para o sucesso, haja vista as “celebridades” e “famosos” no Yahoo Notícias.

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Há grande contradição em ter sido um imperador (Constantino) o responsável pela força do cristianismo ao instituí-lo como religião do seu império, e ter a força do cristianismo impedido o casamento de outro imperador (Henrique VIII) com a bela Ana Bolena, apesar de sua paixão e empenho.

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Quando o marginal Sergio Cabral declarou não ter sido capaz de se conter ante tanto poder, declarou também estar falido o atual modelo de administração pública se depende de haver honestidade em político.

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Se a necessidade de esconder ações políticas a exemplo do Orçamento Secreto indica malandragem, como admitir uma sociedade comandada por malandros de cujas malandragens se queixa o magnata Antônio Ermírio de Morais na seguinte declaração na página 47 do livro A Dupla Face da Corrupção, de J. Carlos de Assis: “Do caso halles até o Coroa-Brastel, quantos casos se passam? Em dois meses este grupo conseguiu faturar em duplicatas frias o faturamento de um ano do Grupo Votorantim, no qual existem 55 mil pessoas trabalhando. E o que aconteceu? Estamos num regime de impunidade”.

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O Príncipe, de Maquiavel, se, como afirmam uns, quando ele diz que para chegar e se manter no poder o governante não deve se ater a princípio de moral e ética o faz porque tal costume estava na cultura de sua época, nesse caso, então, teria sido pura perda de tempo recomendar um costume já praticado. Por outro lado, para a contemporaneidade, O Príncipe é nocivo porque a não observação de moral e ética resulta em Sergio Cabral, Maluf, Lula, STF, que degradam a política.

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Quando papagaios de microfone propalam as virtudes da democracia, ou o fazem por ignorância ou por terem prostituído suas consciências, visto o ridículo na afirmação de ser o governo do povo, pelo povo e para o povo, se, na verdade, é o trabalho do povo para as elites econômicas. Quem jogou a pá de cal na crença da democracia foi a escritora Cristina Martín Jiménez quando levanta com brilhantismo a seguinte questão: “É democrático que a elite mundial aprove leis e medidas sem consultar os cidadãos?” Além disso, a escritora espanhola frisa com genialidade que só se justificaria o propalado mérito de ser o governante escolhido pelo povo se o povo fosse integrado por cidadãos, isto é, pessoas esclarecidas vez que liberdade só se conquista pelo conhecimento. Como povo é formado por analfabetos políticos, sua preferência resulta nisso que está aí.

 

 

 

 

 

 

terça-feira, 11 de janeiro de 2022

ARENGA 639

 

Esta arenga começa lembrando aos desocupados que pintam por aqui o início da introdução do livro O LIVRO DA FILOSOFIA e termina fazendo-lhes três perguntas. A introdução começa assim: “A filosofia não é apenas atividade de pensadores excêntricos, como popularmente se pensa. Filosofia é o que todos fazemos quando estamos livres de nossas atividades cotidianas e temos uma chance de nos perguntar o que é a vida e o universo”.

Dito isso, passemos à arenga:

“Não soube me conter diante de tanto poder e tanta força política”. Declarou Sergio Cabral à justiça quando não foi mais possível esconder os crimes que cometeu com espantosa facilidade entes de ser alcançado pela Lava Jato perseguida pelos cavaleiros negros mambembes do STF debaixo da barba da imprestável juventude futucadora de telefone.

A declaração do Cabral traz à mente Marx e Zé Simão. Se Marx observou que os filósofos se limitam a analisar o mundo, quando o que o mundo precisa é de mudança em vez análises, o Zé Simão observou que o Brasil é o país da piada pronta. Estas duas observações se encaixam como luva na estapafúrdia declaração do governador ladrão cuja malandragem desbancou a famosa malandragem do carioca é mostrada num minucioso e perfeito trabalho do escritor Tom Cardoso no livro SE NÃO FOSSE O CABRAL, de leitura extremamente necessária para quem superou a fase bruta de povo. E as conclusões de Marx e Zé Simão se encaixam na declaração do ladrão também protegido pelo vergonhoso STF por ser necessário mudar, como disse Marx o atual sistema de administração pública de entregar a ladrão para administrar a riqueza de prover a sociedade de organização e bem-estar uma vez que isto, como disse o Zé Simão, é piada. Honestidade em político é tão difícil quanto chifre em cabeça de cavalo.

Sendo políticos os gestores da administração pública, significa que a sociedade está num beco sem saída. Daí ter Millôr Fernandes dito que o Brasil pode dar origem a um mundo inteiramente novo porque caos é o que não falta por aqui.

Vejamos alguns resultados da minuciosa pesquisa do Tom Cardoso que mostram o verdadeiro objetivo dos políticos mais estimados pelo povo:

1 – Um senhor chamado Fernando Cavendish, tinha uma empreiteirazinha mixuruca em Pernambuco chamada Delta. Ao conhecer o governador do Rio, Sergio Cabral, uniu os dois a mesma propensão à avareza, inescrupulosidade e irresistível paixão por fortuna e poder, nascendo destas más qualidades forte empatia e grande amizade da qual resultou que a construtorinha de nada se transferiu para o Rio, onde, às custas dos cariocas “espertos”, se transformou numa baita construtora que concorria com a Odebrecht em riqueza e canalhice.

2 – Tendo a primeira-dama carioca manifestado ao governador desejo de ter determinado anel de requintada joalheria de Paris que custava R$800.000, o governador levou lá seu inseparável amigo Cavendish, mandou que ele comprasse o anel e devolveu várias vezes o valor por meio de lambanças nas obras para as Olimpíadas e Copa do Mundo que tanto embevecem a malta de de frequentadores de igreja axé e futebola. De olhos arregalados, respiração presa e tensa, a turba acompanha com sofreguidão o papagaio de microfone quando brada euforicamente como lha mandam os arautos do pão e circo: que corte perfeito! Chapéu ni um! Ni dois! Que beleza! Passe perfeito! Driblou um, driblou outro, atenção, chutou, é gooooooool! É quando parte da turba explode numa euforia ridícula enquanto a outra parte morde os beiços de inveja e raiva.

3 – Nas farras pagas pelos “espertos” cariocas, o governador se jactava de dormir com um pijama oferecido pela Emirates Airlines, confeccionado com micro cápsulas de algas marinhas que, além de estimularem a circulação sanguínea, evitavam a desidratação da pele.

4 – A mulher do governador comprava durante o folguedo das viagens plenas de mordomias, em quantidades industriais, os caríssimos sapatos Christian Loubortin cujo destaque está no solado vermelho que para ser visto nas reuniões ela dava um jeito de arribar o pé vez em quando.

5 – Criticado pela malandragem de renunciar em favor de ricos empresários fabulosa quantia de  R$50 bilhões, Cabral justificou o ficou justificado que seguia modelo implantado por Lula e Dilma que renunciou a R$60 bilhões de 2011 a 2014. O que acontece com um povo tão estúpido que é indiferente a perdão de dívida de impostos para ricos empresários enquanto trabalhadores são fiscalizados pela Receita Federal?

Jô Soares NÃO costumava dizer É UM ESPANTO? Pois o verdadeiro espanto é que para o povo quanto maior a canalhice do político, de maior apreço ele desfruta. Os livros OS DONOS DO MUNDO, SE NÃO FOSSE O CABRAL, O CHEFE, PRIVATARIA TUCANA, HONORÁVEIS BANDIDOS, O ESPETÁCULO DA CORRUPÇÃO, A FACE OCULTA DA CORRUÇÃO, PARTIDO DA TERRA, OS BEN$ QUE OS POLÍTICOS FAZEM, entre muitos outros, mostram com clareza ofuscante a espantosa realidade de ser a atividade política exercida por marginais. Aceitar isto vai de encontro a qualquer bom senso visto depender da política a qualidade de vida. Na página 25 do livro Se Não Fosse O Cabral, Tom Cardoso cita interessantíssimo caso de um governante da pequena nação asiática de Brunei que mora numa mansão com 1.788 quartos e garagem para cinco mil carros. E tamanho absurdo não é contestado por quem paga a conta. De onde será que sai tanta conformação?

Finalmente, é hora das perguntas. Seria bom dar uma olhadinha lá em cima no texto da introdução mencionada. Eis as perguntas:

Primeira: Nas horas em que não estão no labor de produzir riqueza para outros desfrutar, pensará o povo sobre a vida?

Segunda: Até quando os malandros terão motivos para rir?

Terceira: Se em consequência de suas ações ou omissões os políticos são responsáveis por tantas lágrimas, o riso deles não indica deformação de caráter que os desqualifica para líderes?

 


 

quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

ARENGA 638

 

Peguei na estante, ao acaso, o livro A Era Dos Extremos, de Eric Hobsbawn, que há muito não consultava. Na contracapa lê-se que os acontecimentos, ações e decisões que conduziram o mundo ao momento histórico de 1990 fazem parecer que o passado e futuro estariam seccionados do presente. Coisa de intelectual isto de vagar por inutilmente longe da realidade vivida.  Se o presente resulta das falsidades e estupidez do passado, o futuro resultará do comportamento do presente. E se assim é, a depender da insanidade do presente, nada de bom se pode esperar para o futuro.

Marx, com sabedoria, disse que os intelectuais se limitam a analisar o mundo, quando o mundo precisa é ser modificado em vez de analisado. Mas a verdade é que aos intelectuais não parece ocorrer nenhuma necessidade de mudar o mundo. É como se tudo estivesse bem para eles. Não obstante as desgraças que vitimam a humanidade, o intelectualíssimo Hobsbawn, limita-se nas 599 páginas de A Era Dos Extremos, indiferente à triste realidade ora vivida, o autor se limita a discorrer sobre acontecimentos no mundo exatamente como fazia minha mãe quando conta histórias para nós quando crianças.

Faz-se necessário que os intelectuais se voltem para as causas da infelicidade humana cuja causa é deixar-se levar como lixo na enxurrada. Faz-se necessário um despertar para a realidade de não ser possível aos seres humanos esperar que falsos líderes zelem pelo seu bem-estar. A necessidade de mudança a que se referia o velho Marx pode muito bem se resumir em um trabalho voltado para despertar a necessidade de raciocinar sobre como não ser infeliz de todo uma vez que sendo bem administrada a riqueza pública pode-se evitar a maior dos males que infelicitam a humanidade. 

Entretanto, nem tudo é indiferença intelectuais. Eis que surge entre eles a bela escritora e pesquisadora espanhola Cristina Martín Jiménez, que, entre seus vários livros, dois são dedicados a esclarecer o porquê dos acontecimentos que infelicitam os seres humanos e que nada mais é do que por terem eles sido convertidos em seres não pensantes foram igualados aos irracionais cuja lei é a da competição segundo a qual o mais forte esmaga o menos forte. Não é assim que vivemos? As guerras provam que é, embora não deve ser.

O primeiro dos dois livros de Cristina Martín Jiménez se chama Os Donos Do Mundo, e, o segundo, O Clube Secreto Dos Poderosos. No primeiro, em linguagem simples, com riqueza de detalhes e bravura que nem todos os homens têm pelo justificado medo de cair no destino de Julian Assange e amargar um cárcere impiedoso por defender o futuro da juventude imbecilizada que nem sabe que existe um Julian Assange.

 Neste livro, a autora esclarece de onde é que emana o poder maligno que impede a humanidade de superar a lei das selvas e evoluir para uma sociedade civilizada. Tal lugar se chama Clube Bilderberg. A realidade mostrada neste livro é a existência de uma instituição satânica em termos de sociabilidade denominada Clube Bilderberg onde ajuntam-se os Midas do mundo que, graças ao poder da única coisa realmente capaz de fazer milagres tais como salvar vidas, o dinheiro, tomam posse da mente humana e extirpam dela a capacidade de raciocinar corretamente, razão pela qual é possível afirmar que esse grupo é que é o verdadeiro satanás, e não aquele que torcedores, religiosos e bailarinos de axé têm na cabeça oca.

Contando com o poder do deus dinheiro e do conhecimento da facilidade com que a mente humana pode ser conduzida, os Midas do Clube Bilderberg se apoderaram dos meios de comunicação de todo o mundo e por meio deles submete a humanidade à dependência do emprego por meio do qual são feitas suas riquezas incalculáveis ou da dependência de programas governamentais para distribuição de esmolas para comprar osso e absorventes de menstruação.

O capítulo intitulado A narco-contracultura e a música como instrumentos de controle juvenil, na página 92, para espanto de quem desconhece o que seja pão e circo, fica-se sabendo que os festivais de rock e de LSD que para os estudantes era uma revolução contra a decrepitude, é, na verdade, um instrumento de promover decrepitude anulando a vivacidade dos jovens, o que é feito quando  a CIA, por ordem do Clube Bilderberg a custo de vinte e cinco bilhões de dólares incentiva a realização dos tais festivais como instrumento de controle da juventude para não deixar fluir nela o pensamento e assim tirá-los do sério de meditar sobre a realidade que os cerca. Com a internete, os meios de comunicação completaram a alienação da juventude afastando-a completamente dos livros e do raciocínio uma vez que livros são a única fonte de conhecimento.

Nas páginas 148/149 de Os Donos Do Mundo, em capítulo intitulado Manipulação das Informações, há interessante episódio de como uma falsa informação convenceu um senhor chamado Robert Farmer de modo tão absoluto que mesmo depois de ter o religioso e assassino presidente Bush confessado ser falsa a informação usada para justificar a invasão do Iraque quando foram assassinadas crianças, ainda assim, o senhor Farmer estava absolutamente certo de ter sido necessária a invasão para destruir armas químicas do mesmo modo como a massa bruta de povo acredita no que seus donos querem que ela acredite.

Na página 90 do livro de que tratamos consta que um dos muitos braços do Clube Bilderberg, o Instituto Tavistock,  estuda os processos comportamentais individuais e coletivos a fim de controlar e comandar as ações e pensamentos mediante o uso de técnicas persuasivas, sugestivas, manipulativas e de lavagem cerebral, o que explica o porquê de nenhum governante do mundo renunciar a Olimpíadas e Copas do Mundo que tanto embevecem a malta de frequentadores de igreja, axé e futebola, tornando-a tão ridícula que, como macacos, assumem comportamento de criança e esperneiam furiosamente quando a bola passa pelo goleiro. Quem está em tamanha ilusão não pensa no resultado para seus filhos da ação devastadora do meio ambiente promovida pela socialmente imoral classe privilegiada como querem os Midas do Clube Bilderberg.

Estre várias outras provas do domínio que a máfia dos Cube Bilderberg exerce para o mal da humanidade, na página 49 de Os Donos do Mundo consta o seguinte: “...não só os presidentes dos Estados Unidos costumam ser escolhidos entre os membros do clube Bilderberg, mas os europeus também”.

Embora a certa altura esta fabulosa escritora declare que tais conclusões têm sido consideradas como fantasias de certos intelectuais, a realidade mostra o contrário porque se não houvesse um trabalho voltado para impedir que a humanidade evoluísse espiritualmente ela não seria constituída de seres que apesar de poder pensar, não pensam. Desperdiçam este poder tão grandioso que fez do humano o mais poderoso dos seres viventes.

Poetas têm se dedicado ao assunto pobreza de forma até mesmo capaz de trazer lágrima aos olhos, mas sem sair do aspecto puramente poético a exemplo deste trecho da belíssima música do genial Chico Buarque, que a juventude futucadora de telefone é incapaz de perceber o alcance e muito menos ainda de dar o devido valor: “... Aí me dá uma tristeza no meu peito/Feito um despeito de eu não ter como lutar/E eu que não creio, peço a Deus por minha gente/É gente humilde, que vontade de chorar”.

Como se vê, a poesia também passa longe da causa do problema da pobreza que outro não é senão a privatização da riqueza por mentes tornadas esquizofrênicas pela necessidade desnecessária de acumular a riqueza que a todos devia servir. Contraditoriamente, quando o poeta se diz incapacitado de lutar, está lutando. Não há quem não possa lutar contra a injustiça que tomou conta do mundo. A inconformação do poeta constitui uma forma de luta. Mas o poeta erra quando age como o Papa ao esperar que um deus inexistente livre a humanidade dos seus tormentos porque a causa da pobreza não está no céu. Está é no Clube Bilderberg.

 

 

 

        

 

 

domingo, 2 de janeiro de 2022

ARENGA 637

 

Embora não existem milagres fora da bola que frequentadores de igreja, axé e futebola têm no lugar onde deviam ter cabeça pensante, assemelha-se a um milagre o engendramento de forças malignas (ocultas, como preferia Jânio Quadros), que mantém os seres humanos impedidos de perceber viverem um estado crônico de tamanha ignorância que em termos de mal-estar social supera qualquer pandemia jamais vista na face da terra se do mal da ignorância não escapa absolutamente ninguém. Mas, na verdade, tanto quanto os milagres e as mágicas dos mágicos, também tem explicação o fenômeno da ignorância universal e é uma explicação bastante simples: os meios de comunicação anularam nos seres humanos a capacidade de raciocinar. Apenas isso, e nada mais que isso. Sem poder pensar por si próprios, os seres humanos de qualquer sociedade, inclusive as bisonhamente chamadas de civilizadas, têm seu pensamento orientado para o rumo indicado pelos  meios de comunicação. Daí que nenhuma diferença separa o ser humano dos quadrúpedes. Como estes, também são amestrados para servir. E é como quadrúpedes que vive a humanidade dividida entre mais fortes predadores e mais fracos predados.

Embora as pessoas não saibam, seu comportamento, em vez de ser próprio, lhes é ordenado pelos donos dos meios de comunicação. Não obstante o “ninguém manda em mim” ou o “tá pensando que sou trouxa?”, a realidade é que não passam todos de grandes trouxas a comprar não o que precisam, mas o que a propaganda recomenda. Como não ser pau-mandado e trouxa quem obedece a um comando que embora invisível escraviza absolutamente a todos inclusive aos próprios escravizadores ao se tornarem dominados pela ânsia incontida de poder e medo de perder o que já conseguiu ajuntar? Rousseau afirmou que aquele que julga ser senhor dos demais é de todos o maior escravo. E, também nesse sentido, muito antes, Erasmo de Roterdã afirmara em Elogio da Loucura que a tristeza mora no coração do sábio, e a alegria, no coração do tolo. Ou não é um tolo arrematado quem ajunta um monte de riqueza sob olhares famintos e quem vive a requebrar os quadris no axé, conversar com estátuas, comprar feijão milagroso e espernear no futebola?

Por ocasião da passagem de um ano para outro ano é quando explode na humanidade a exuberância da realidade de comportar-se impensadamente. Foguetórios que custam o dinheiro que falta para comer iluminam o céu e chovem votos de felicidade no novo ano, não obstante ser maior a infelicidade a cada ano novo que substitui cada ano velho. É também nesta época que incontável manada humana, como formigas, arrastando trouxas sobre rodinhas, em atendimento ao chamado do berrante da indústria do turismo, friviam pelo mundo esparramando dinheiro e doenças.   

Nem mesmo espécimes menos obtusos do que o comum da obtusidade humana escapam à enganação e, como o resto da manada, vai de eito junto com a massa bruta que vê como salutares as maldades ardilosamente arquitetadas pelo grupelho de parasitas que predam impiedosamente a humanidade por meio do instituto da economia política que até gente da melhor qualidade se torna incapaz de perceber tratar-se de malandragem visto que, na realidade, a louvada economia política tem por finalidade fazer escoar para os Bezos e Hangs do mundo, do mesmo modo como os rios escorrem para o mar, a riqueza que devia servir toda a comunidade humana.

Entretanto, não obstante a certeza de estar tudo errado, ninguém, absolutamente ninguém, move uma palha sequer para buscar as causas do problema que dá origem aos erros apesar de tão elementar porque se resume em viverem os seres humanos alheios à realidade que os cerca, envolvidos que estão em questões de menor importância. É apenas a alienação decorrente da castração do exercício da atividade de pensar da qual resulta uma obediência cega a regras inconcebíveis ainda mesmo para pouca inteligência. É por deixar o destino a cargo de falsos líderes onde está o motivo pelo qual prodigaliza o mal-estar predominante na existência humana. Um exemplo desta realidade pode ser encontrado no livro Os Donos do Mundo, da fabulosa e bela escritora espanhola Cristina Martins Jiménez, quando lembra que a época de grande tristeza para as famílias que tiveram seus jovens mortos por militares em 1964, foi também a época das alegrias da Copa do Mundo e do Milagre Brasileiro. (milagre que deu nisso que aí está).

 Este livro, aliás, é preciso dizer, deve ser conhecido pelos gatos pingados que passam por aqui. Deve ser o único no mundo a desnudar a origem das tais Forças Ocultas que a cada dia vai perdendo seu ocultismo assim como também a cada dia a religiosidade vai se transformando em mitologia.

A propósito de nos encontrarmos nós cá desse belo recanto da américa latrina de triste sorte e povo no ápice da indignidade que nos afeta desde os tempos de colônia, consta o seguinte na página 79 do livro A Coroa, A Cruz E A Espada, de Eduardo Bueno: “...sem livros, imprensa, universidades, mas exclusivamente a orientação cultural da Companhia de Jesus, o interesse em perpetuar a ignorância condicionaria as perspectivas mentais do Brasil”.

As teorias que juram de pés juntos que o desenvolvimento econômico assegura bem-estar social seriam verdadeiras se esse desenvolvimento tivesse a função social. Como, entretanto, Todo a riqueza vai parar em contas nos infernos fiscais dos proxenetas do sistema financeiro, não vai além da teoria a teoria de que o desenvolvimento econômico resulta em bem-estar social.

Do mesmo modo, também não tem razão de ser o sentido de democracia visto que face à mediocridade intelectual dos votantes a opção deles não é deles vista a influência perniciosa da propaganda definida como arte de se aproveitar da estupidez humana.

Se o Estado existe para conter a fúria das bestas humanas que se deixadas à vontade matar-se-iam ente si em permanente guerra, fica evidente ter fracasso totalmente o Estado. Não só fracassado, mas também invertido a função de manter a ordem para se tornar promotor de desordem quando permite que avaros reis midas juntem imensas riquezas, comportamento do qual resulta a pobreza na mesma proporção.

A forma como está estruturada a sociedade humana é incompatível com racionalidade e a evidência maior desta realidade é a alienação da juventude que exatamente por ser a força motriz do mundo e capaz de promover mudanças, é mantida indiferente ao seu destino. Atualmente, mesmo diante de um futuro ameaçador, o que se vê por todo canto são jovens imbecilizadamente absortos na ação de futucar telefone e totalmente alheios à realidade que os cerca e que é na verdade uma realidade propensa a inviabilizar o futuro da humanidade. Por esta razão é que o escritor Walfrido Warde diz na página 27 do livro O Espetáculo Da Corrupção, que nos Estados Unidos, a maior economia do mundo, foi institucionalizado o instituto da corrupção política e o lobby pós-eleitoral é exercido com dignidade. Aí está, pois, o retrato da contracultura que orienta a estúpida sociedade humana. Sendo corrupção, segundo o dicionário, apodrecimento, admitir sua adoção na política corresponde à desmoralização dos bons princípios, ou seja, à desordem total.