domingo, 16 de janeiro de 2022

ARENGA 640

 

No que diz respeito a uma sociedade sem tanta injustiça, todo caminho, leva a Marx em vez de Roma. Marx avisou haver necessidade de mudar o mundo. Se o destino do mundo é traçado pela política, e se a política em todo o mundo está a mercê de avaros juntadores de riqueza, não há como se ter uma sociedade civilizada sem antes mudar o mundo sob pena de ter a humanidade o mesmo destino dos dinossauros. Ameaças nesse sentido decorrentes da agressão à natureza pela sanha incontida dos Midas do mundo já se fazem sentir.

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O FMI já teve um diretor chamado Rodrigo Rato que deve ter dado origem à ratazana que esfola o rabo da humanidade.

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Quando a religião virar mitologia, o que é inevitável visto ser também inevitável que a lenta, mas implacável, elevação espiritual faça virar motivo de galhofa literária conversar com estátua e comprar feijão milagroso, quando chegar esta época, o STF estará para a mitologia brasileira assim como Cérbero, o cão protetor das almas más do mundo inferior está para a mitologia grega.

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É brilhante a estupidez do carioca em filas quilométricas para encher o tanque do carro e economizar o equivalente a dois ou três litros de gasolina, se, sob seus aplausos, Sergio Cabral lhes roubou o bastante para comprar trilhões de litros.

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A exorbitância da estupidez do brasileiro torna sem sentido o título que Carlos Marighela deu a seu livro CHAMAMENTO AO POVO BRASILEIRO, porquanto esse chamamento seria para se engajar na luta política em busca de melhores condições de vida, mas o único chamamento a que os brasileiros correspondem é de igreja, axé e futebola.

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A afirmação de ser necessária a restrição ao combate à corrupção para não prejudicar empesas vai encontrar explicação no comportamento de quem, como burro-de-carroça, tem tapa-olho que impede visão mais ampla. Devido a esse tapa-olho é que a humanidade é conduzida feito gado para o matadouro. O ser humano não pensa por si mesmo. Seu pensamento é manipulado pelos meios de comunicação. Não é por outra razão que George Orwell, pseudônimo de Eric Blair, afirmou que se imagina existir uma natureza humana, quando, na realidade, em função de ser facilmente influenciável o ser humano, sua natureza independe de sua vontade. É criada. (Pág. 89 de Os Donos do Mundo, de Cristina Martín Jiménez).

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Na página 90 também de Os Donos Do Mundo, vê-se que do ponto de vista do interesse social as relações governo/empresários são tão imorais quanto as que ocorrem nos prostíbulos. A esta afirmação, este cantinho de pensar acrescenta que no livro Se Não Fosse O Cabral, Tom Cardoso expõe de modo irretocável esta realidade. Como massa bruta de povo só lê sobre futebola, "celebridades", "famoso" e reis de pau oco, fica sem saber estas coisas.

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Era tão grande a vã esperança no operariado como agente de mudança que no livro Delivery Fight, seu autor, Callum Kant, afirmou que o operariado constituía a classe à qual pertencia o futuro quando a realidade é que à classe operária festeira e feliz de uma felicidade de débil mental, cabe orar, rebolar no axé e no futebola enquanto leva ferro.

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Na orelha do livro A Dupla Face Da Corrupção, de J. Carlos de Assis, consta que em defesa da lei de imprensa o magistrado Darcy Arruda Miranda declarou que não constituía atentado à Supremacia Nacional acusar autoridades constituídas atingindo-lhes a credibilidade e a confiança públicas. Disto se deduz que os tempos degradaram extraordinariamente porque se houve tempo em que autoridades mereciam credibilidade e confiança do povo, hoje, ao contrário, em razão da escancarada depravação, são odiadas e vítimas de xingamentos. 

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Na orelha da contracapa do mesmo livro, consta que Giuseppe Semmola defende a necessidade de denunciar ações torpes de autoridades a fim de serem defenestradas da estima do país. No entanto, atualmente, a torpeza é carta de recomendação para pretendentes a posto de autoridade, e o banditismo político é garantia de sucesso na vida.

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Contrariando a afirmação de Erasmo de Roterdam na página 83 de Elogio da Loucura, de ser a virtude a única fonte de nobreza, se isto era verdade há meio milênio, atualmente é o contrário porque é a depravação em vez da virtude que mais facilmente abre portas para o sucesso, haja vista as “celebridades” e “famosos” no Yahoo Notícias.

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Há grande contradição em ter sido um imperador (Constantino) o responsável pela força do cristianismo ao instituí-lo como religião do seu império, e ter a força do cristianismo impedido o casamento de outro imperador (Henrique VIII) com a bela Ana Bolena, apesar de sua paixão e empenho.

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Quando o marginal Sergio Cabral declarou não ter sido capaz de se conter ante tanto poder, declarou também estar falido o atual modelo de administração pública se depende de haver honestidade em político.

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Se a necessidade de esconder ações políticas a exemplo do Orçamento Secreto indica malandragem, como admitir uma sociedade comandada por malandros de cujas malandragens se queixa o magnata Antônio Ermírio de Morais na seguinte declaração na página 47 do livro A Dupla Face da Corrupção, de J. Carlos de Assis: “Do caso halles até o Coroa-Brastel, quantos casos se passam? Em dois meses este grupo conseguiu faturar em duplicatas frias o faturamento de um ano do Grupo Votorantim, no qual existem 55 mil pessoas trabalhando. E o que aconteceu? Estamos num regime de impunidade”.

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O Príncipe, de Maquiavel, se, como afirmam uns, quando ele diz que para chegar e se manter no poder o governante não deve se ater a princípio de moral e ética o faz porque tal costume estava na cultura de sua época, nesse caso, então, teria sido pura perda de tempo recomendar um costume já praticado. Por outro lado, para a contemporaneidade, O Príncipe é nocivo porque a não observação de moral e ética resulta em Sergio Cabral, Maluf, Lula, STF, que degradam a política.

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Quando papagaios de microfone propalam as virtudes da democracia, ou o fazem por ignorância ou por terem prostituído suas consciências, visto o ridículo na afirmação de ser o governo do povo, pelo povo e para o povo, se, na verdade, é o trabalho do povo para as elites econômicas. Quem jogou a pá de cal na crença da democracia foi a escritora Cristina Martín Jiménez quando levanta com brilhantismo a seguinte questão: “É democrático que a elite mundial aprove leis e medidas sem consultar os cidadãos?” Além disso, a escritora espanhola frisa com genialidade que só se justificaria o propalado mérito de ser o governante escolhido pelo povo se o povo fosse integrado por cidadãos, isto é, pessoas esclarecidas vez que liberdade só se conquista pelo conhecimento. Como povo é formado por analfabetos políticos, sua preferência resulta nisso que está aí.

 

 

 

 

 

 

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