sábado, 29 de julho de 2017

ARENGA 441


No prefácio do segundo volume do livro Histórias da Gente Brasileira, da editora Leia Editora Ltda., sua autora Mary Del Priore chama a atenção para a realidade de que ao se maravilhar ao contemplar o mar, o que se vê dele é uma insignificância em relação à imensa grandiosidade que existe escondida sob a superfície, num fervilhar de vida e movimentos marinhos que o contemplador nem faz ideia da imensidão e da beleza escondidas. O mesmo acontece com a história dos seres humanos, complementa a autora. Em nossa modesta condição de observador da vida, percebemos acontecer fenômeno idêntico não só com a história, mas também com a vida dos seres humanos, embora talvez se possa considerar sinônimo de vida a história. Os ainda bichos humanos não sabem e não querem aprender nada sobre a vida por eles vivida. Percebe-se esta realidade no fato de ainda permitirem que representantes de Deus, na verdade nada mais que falsários, lhes digam o que é a vida e como vivê-la. É nesta recusa de se desenvolver mentalmente onde se encontra a razão de se viver tão mal. Cada ser humano é responsável por sua vida individual, e o conjunto deles é responsável pela péssima qualidade de vida coletiva onde ainda há espaço para a existência de inimigos e guerras. Nada de espiritualmente evoluído pode ser encontrado entre seres mentalmente tão medíocres que encontram injustificada para ter esperança em alguma coisa de bom pelo fato do Papa beijar o pé de um infeliz sofredor. Tão fúteis são os seres humanos que  as brincadeiras e o ambiente alegre do mundo das crianças continua vida afora no mundo dos adultos enquanto houver vitalidade neles, sem se atinar para o fato de ter fim a vida, realidade sobre a qual Schopenhauer discorre com eficiência da seguinte maneira no livro Da Morte, Metafísica do Amor, Do Sofrimento do Mundo, editora Martin Claret, página 30: Pouco a pouco, com a velhice, extinguem-se as paixões e os desejos, ao mesmo tempo que a capacidade de sofrer a ação dos objetos embota; os efeitos não encontram mais nenhum estímulo, porque a força de representação vai se debilitando cada vez mais, suas imagens vão ficando cada vez mais descoradas, as impressões não aderem mais em nós, passando sem deixar traços, os dias precipitam o seu curso, os eventos perdem sua importância e tudo se reveste de um matiz pálido. O ancião carrega o peso dos anos, andando de cá prá lá, com seus passos vacilantes, ou repousa num canto, uma sombra, um fantasma do que era antes. Que resta ainda nele para ser destruído pela morte?”.

Assuntos assim não fazem parte da vida medíocre de povo porque os assuntos em que se envolvem estes seres medíocre com seus filhos escanchados no pescoço rumo às igrejas e ao futebola são sobre bolsa de valores, cotação de moedas, mercado e futilidades, coisas inteiramente insignificantes depois de se chegar à fase a que se refere o filósofo de fantasma do que era antes. Absolutamente ninguém se imagina na condição de fantasma do que era antes, embora seja o destino de quem não morre cedo, realidade também desacreditada pelos biltres humanos que de tão pouca capacidade de raciocinar se deixam levar pelo engodo de que a Coca-Cola novíssima é beleza pura para suas crianças. O mais interessante de tudo é o comportamento de fazer de conta que as consequências da perda de vitalidade pelo decorrer do tempo ou acidentalmente só mereçam atenção quando se apresentarem. Entretanto, quem é capaz de raciocinar, observa como observou Mauricio de Souza, o criador da Turma da Mônica, fazer falta uma educação sobre a velhice.

Sofre-se silenciosamente por falta de dinheiro para proporcionar os serviços públicos de que o povo necessita, sem, entretanto, despertar nele, no povo, a necessidade de averiguar se os recursos fornecidos ao governo são realmente menores do que os necessários, uma vez que as mordomias da vida faustosa em que vivem seus agentes contrasta frontalmente com falta de dinheiro. A imprensa noticiou que no palácio da justiça há funcionários cuja função é puxar a cadeira em que o ministro vai se sentar. Tá certo um negócio desse tipo? Autoridade que concorda com tamanhao absurdo não está interessado no sucesso da administração pública da instituição que integra. Mas povo é um desencanto absoluto. Para as empresas públicas, aquelas mantidas com o dinheiro do povo, não se exige a mesma seriedade, competência e habilidade de seus administradores que exigem as empresas privadas sem que o povo se manifeste contra tal absurdo. Deste critério resulta que toda empresa pública é deficitária, e não podia ser de outro modo porque seus dirigentes são colocados para terem como primeira obrigação servir aos interesses políticos do chefe que lhes empregou. Mas ao povo nada disso interessa. Por que será? Não é próprio de ninguém não se interessar pelo seu patrimônio. A explicação é o analfabetismo político que faz da coisa pública coisa de ninguém. O bicho povo demonstra esta realidade quando afirma que serviço público é de graça, que não tem custo.

O unico responsável pelo sofrimento do povo é o próprio povo em sua recusa de se desenvolver mentalmente. Imbecis em busca de contribuição para a campanha do agasalho é simplesmente revoltante. Como se pode ser tão estúpico a ponto de não perceber que esmola só beneficia a canalhice dos canalhas da política? É com esta finalidade que a irmã siamesa da política, a religião, prega a caridade. A distância que separa o povo da realidade pode ser constatada de todas as formas. No caderno Painel do Leitor, do jornal Folha de São Paulo, em matéria intitulada À CUSTA DO POVO, MANTEMOS A MORDOMIA DOS PODEROSOS, DIZ LEITOR, e cujo assunto versa sobre o aumento de verba para o ministério público, os comentários dos leitores, portanto, representantes da alma do povo, não passam de repetição enfadonha de queixas e lamentações, sem, entretanto ponderar sobre a realidade de que povo tem o destino do burro de carroça e que uma vez podendo pensar, seu comportamento deve em vez de se lamentar, deve ser o de buscar as causas de seus lamentos.

Se é a falta de dinheiro a causa das lamentações do povo, o que deve ele fazer em vez de se lamentar é procurar constatar se realmente o dinheiro dos impostos não é suficiente para não lhe faltar as coisas de que precisa, e não ficar a choramingar suas desgraças, comportamento incompatível com o festejamento que acompanha os lamentos. As pessoas sensatas não merecem um ambiente tão desgraçado como este em que vivemos, cujas notícias giram todas em torno de esporte, festas e crimes. Nesse ambiente barulhento e ignorante, porque a ignorância ainda faz parte da personalidade dos humanos, também vivem pessoas procurando superar sua ignorância atávica através de boas leituras, não sendo justo que os bárbaros impeçam que estas pessoas alcancem seu objetivo de deixar de ser povo para ser gente. A vida para o povo não difere da vida para o burro de carroça cuja felicidade começa à tardinha quando lhe são tirados do lombo os arreios para que possa pastar e descansar e termina pela manhã quando lhe são novamente colocado os arreios no lombo para trabalhar. Nova maneira de viver precisa ser engendrada porque se tem vivido vida de irracional, desperdiçando, desta forma, o fabuloso presente da natureza: A CAPACIDADE DE PENSAR. Inté.       

 

 

 

  

 

 

 

 

 

 

 

  

quinta-feira, 27 de julho de 2017

ARENGA 440


O mundo dos intelectuais é um mundo à parte. Enquanto as notícias giram unicamente sobre crimes, bandidos travestidos de autoridades, nudez e futilidades, intelectuais escrevem livros como A POLÍTICA EM TEMPOS DE INDIGNAÇÃO, de Daniel Innerarity com trezentas e três páginas das quais menos de uma contém assunto relevante no que diz respeito aos males da política dos quais decorrem os males que afligem a sociedade. As outras mais de trezentas e duas páginas são pura baboseira de intelectual. Coisas assim: “Um dos sintomas da nossa confusão política torna-se evidente no fato de não conseguirmos entrar em acordo acerca do âmbito em que devem ser tomadas as decisões: partidários da subsidiariedade, estatistas, constitucionalistas, federalistas, secessionistas, internacionalistas, todos fazem apelo a um princípio democrático, e é precisamente esse apelo democrático que torna especialmente inviáveis tais discussões.” De toda esta baboseira, entretanto, fica o ensinamento de que na Grécia antiga, idiota era quem não se interessava pelos assuntos relacionados à vida pública e que o grande pensador Péricles deplorava que em Atenas houvesse idiotas que não se preocupavam com aquilo que devia dizer respeito a todos. Aproveitando esta “deixa” o autor analisa com sabedoria que a palavra idiota hoje qualifica pessoas de pouco talento, quando, na verdade, idiotas são aqueles que só pensam em si próprios. Desta análise podemos também tirar nossa conclusão de que as pessoas tidas como idiotas ou de pouco talento seriam aquelas de vida modesta, ao contrário das pessoas tidas como espertas, arrojadas, que seriam aquelas que alcançam fortunas, o que só pode ser feito mediante os crimes contra a sociedade, dos quais se arrependem Sergio Cabral, Eduardo Cunha, e os demais que estão na cadeia e os que ainda irão para lá caso a juventude se emparelhe com a Operação Lava Jato denegrida por interesses escusos, mas, na realidade, um fenômeno social que desnudou a podridão do sistema político e a necessidade de sua substituição por algo que cabe a uma juventude mentalmente sadia dizer o que é porque no vazio não se pode ficar. Em minha modesta biblioteca há alguns livros que nada dizem. Não os jogo no lixo prá fazer bonito com mais livros nas prateleiras.

Em apenas três linhas da página 21, na introdução, do livro citado acima, o autor define todo o problema do desvirtuamento da política: ““Poderosos agentes econômicos ou impostores dos meios de comunicação estão muito interessados, por razões óbvias, em que a política não funcione bem ou não funcione em absoluto”. Pronto. Aí está o problema inteiro que impede a política de cumprir seu dever de cuidar do bem-estar social uma vez que “poderosos agentes econômicos” dos quais emanam as tais forças ocultas que a Lava Jato vem desocultando, por meio do fabuloso poder do dinheiro que tira da sociedade e divide com os meios de comunicação, estas forças satânicas estão empenhados em que a política não funcione em absoluto, no que sempre teve sucesso, até quando não se sabe.

Há, entretanto, livros dos quais nenhum resultado prático se observa. São divagações cujo objetivo é mostrar intelectualidade e fazer volume de páginas. Em minha modesta biblioteca existem alguns deles como Fissurar o Capitalismo, de John Holloway e Transcendentalismo e Dialética, de João Carlos Brum Torres. Do primeiro temos que “O casaco é valor-de-uso que satisfaz uma necessidade particular. Para produzi-lo, precisa-se de certo tipo de atividade produtiva, determinada por seu fim, modo de operar, objeto sobre o qual opera, seus meios e seu resultado. Chamamos simplesmente de trabalho útil aquele cuja utilidade se patenteia no valor-de-uso do seu produto ou cujo produto é um valor-de-uso”. Do segundo temos que “O trabalho é constituído pela separação ou abstração da atividade vital às exigências do trabalho. A atividade vital (ter filhos, cuidar deles, conseguir comida e prepara-la, e assim por diante) continua a existir fora da denominação imediata da produção de valor, mas a sua subordinação ao trabalho é assegurada através da sua dependência ao salário do trabalhador (ou da venda de outras mercadorias produzidas)”. Por acaso, isto tem algo a ver com crianças mortas ainda na barriga da mãe por balas perdidas? O mundo dos intelectuais é tão irreal que há intelectual ganhador de Prêmio Nobel que afirme ter o socialismo fracassado em proporcionar bem-estar social e que o capitalismo teve êxito. Como entender tal afirmação se do capitalismo resultou um minúsculo ponto de riqueza num mundo de pobreza, e se o socialismo no sentido de extinguir a miséria nunca foi implantado porque o capitalismo não deixa?

Não é de intelectualidade que o mundo padece, mas de racionalidade, de se pôr na posição do pensador de Rodin para se chegar à conclusão de estar na religião e na deturpação da finalidade da política a causa de absolutamente todo o mal da humanidade. Embora nascidas do mesmo parto, o da maldade, política e religião têm signos diferentes. De peculato, a política, e de estelionato, a religião. Em torno das duas giram tantas palavras inúteis que se encamboadas formariam uma corda que se rudiada em torno do planeta daria para cobri-lo de ponta a ponta. A ignorância é a força motriz que mantém a política e a religião em atividade, razão pela qual nada de bom se pode esperar nem de uma nem da outra. Estranho é que os intelectuais não se dediquem a expor esta realidade. É um círculo vicioso: a política e a religião alimentam a ignorância que alimenta de volta a política e a religião. O único problema dos quais emanam todos os outros é o desinteresse pela vida pública fomentado tanto pela política como pela religião uma vez que ambas têm muito a lucrar com isso. Desviada a atenção do povo do interesse relacionado à coletividade, o que fica é o interesse no particular. Daí o impasse de cada indivíduo se preocupar apenas consigo e os seus, embora dependendo de todos. Por todos os meios se impede que o povo saia da massa bruto de povo para se tornar esclarecido o bastante a fim de perceber o que há por trás de coisas como a notícia de que o governo vai liberar treze milhões para o carnaval do Rio de Janeiro, onde funcionários públicos estão sem receber salários por falta de dinheiro.

Através da história, as instituições que esfolam o rabo do povo não caem por ação inteligente de autodefesa do povo. Caem por terem apodrecido a ponto de não mais se sustentarem de pé. Na religião, apodreceram as crenças de ser o rei um deus, de condenar mulher à morte por crime de bruxaria, da inquisição, da submissão do Estado ao Papa, as procissões nas grandes cidades onde o tráfego não dá espaço, entre outras. Na política, apodreceram os direitos de se divertir com o espetáculo engraçadíssimo de fazer rolar de rir olhar leões devorando pessoas do povo que se conformavam em rezar no momento de serem devoradas. Também apodreceu a decisão unilateral do governante sobre a vida das pessoas, a de se beijar a mão do governante, embora se diga pelaí que um ministro brasileiro beijou a mão de um candidato à presidência dos Estados Unidos, o que deve ser verdade porque atualmente é de causar nojo as expressões ridículas de submissão e babaovismo com que Michel Temer e José Serra olham embevecidos para a cara de cavalo daquele secretário americano em fotos nos jornais. Tem sido muito triste o destino desta pátria desamada, onde o peculato da política e o estelionato da religião encontram campo fértil e abundante em consequência de ser maior a ignorância daqui do que a ignorância dos outros lugares onde o povo pensa que é civilizado.

Tudo que se diz e escreve em torno de política e religião pode ser jogado na latrina e puxar o cordão da descarga. No tocante à religiosidade, para se constatar tratar-se do maior engodo do mundo é suficiente subir num murundu e olhar à volta para se ver exatamente o contrário da irmandade pregada pela religião. Do lado da política, basta olhar os jornais para se constatar ser exatamente o contrário o resultado daquele que dizem os responsáveis pela ação política. Não afirmam eles que as leis existem para beneficiar o povo? Pois a declaração do agente político testa de ferro dos banqueiros, Henrique Meireles, no Jornal do Brasil, declarando que o aumento dos tributos sobre combustíveis está dentro da lei prova que a lei existe para prejudicar e não para beneficiar o povo.

Outra realidade que escapa ao interesse dos intelectuais é a independência política do Estado em relação à submissão ao poder da religião. Desde a laicização que o Estado tem poder de conduzir a educação, mas não faz uso desse poder para impor a antirreligiosidade perniciosa ao surgimento de ideias novas, do mesmo modo como impôs o cristianismo no império romano. Não poderá haver sociedade civilizada sem o povo saber que é da política que depende sua qualidade de vida. Mas a porca torce dois rabos é para acontecer uma política voltada para os interesses do bicho povo uma vez que a política foi apropriada pelos avarentos e inescrupulosos ricos donos do mundo, e a favor de seus interesses mesquinhos e criminosos é exercida. É por isso que todo o converseiro em torno de progredir uma melhor qualidade de vida social é desperdiçado e inútil porque a política tem intensões bem outras que passam a anos luz da fingida preocupação com o povo. Se a confusão serve para proteger o meliante contra a ação da polícia na rua, o que não falta na política é confusão da qual muito se beneficiam as “excelências” dos cargos públicos. O livro Representantes de Quem? do cientista Político Jairo Nicolau expõe com precisão a teia de aranha que a malandragem fez da política. Uma amostra: Cláusula de Barreira – Cláusula de Desempenho – Distritão – Distrito Misto – Fundo Partidário – Janela Partidária – Lista Aberta – Lista Fechada – Lista Flexível – Quociente Eleitoral – Regra da Verticalização – Representação Proporcional – Voto Distrital – Sobras – Presidencialismo – Bicameralismo – Federalismo – Representação Proporcional, entre outras como, por exemplo, o fato do voto do eleitor de Roraima valer nove vezes o voto do eleitor paulista. As ponderações sobre a política brasileira do professor Jairo lança a pá de cal sobre a esperança numa política autêntica quando diz ser virtude da democracia ter o povo o direito de avaliar os políticos, podendo, assim, punir os maus políticos na eleição seguinte. Ora, o grande mal da democracia é justamente o povo. As únicas coisas capazes de despertar interesso no povo são igreja, axé e futebola. Paulo Maluf é o exemplo perfeito da indiferença política do bicho povo. Condenado à prisão em outros países, o senhor Paulo Maluf, é reconduzido pelo povo paulista ao posto de mau político quantas vezes se candidate. Como, então, esperar que o povo tenha discernimento bastante para uma escolha inteligente? Foi o povo que deixou de escolher Eloisa Helena para o senado e escolheu Collor em seu lugar. Todo o problema vem da despolitização do povo. Depender a política de decisões tomadas por falsos líderes, sem que ninguém se interesse em saber a quem beneficiam tais decisões e o que estão fazendo do erário é alguma coisa de estupidez ilimitada só admissível por se tratar do bicho povo.

Nenhuma dificuldade há em saber o porquê de estar tudo errado. Pode parecer difícil colocar as coisas em seus devidos lugares. Da política emanando bons fluidos sobre a sociedade, hospitais atendendo indistintamente a todos que dele necessitem, escolas ensinando indistintamente a brancos, pretos, verdes e amarelos a importância da política e a desimportância da religiosidade. Em poucas palavras pode ser dita a realidade de estar tudo podre em termos de administração pública e que só uma juventude mentalmente sadia é capaz de engendrar algo capaz de promover o desenvolvimento espiritual necessário a um sentimento de irmandade. Inté.    

 

terça-feira, 25 de julho de 2017

ARENGA 439


Os jovens haverão de se ver em palpos de aranha no dia em que o saco da natureza não aquentar mais tanta encheção e pipocar um desastre que os impeça de futucar telefone, como, por exemplo, um desastre climático do qual decorra falta de energia elétrica. Por outro lado, os jovens haverão de se ver em palpos de duas aranhas se nada os impedir de futucar telefone porque a futucação os está transformando em zumbis ao eliminar neles a necessidade de comunicação pessoal indispensável à sanidade mental da qual depende a saúde física, da qual depende a saúde social. Quanto mais a sociedade afunda no caos, mais os jovens se desligam do mundo real e se integram nos mundos virtuais da tecnologia e da religiosidade. Ao ser abordado por um jovem que me propôs contribuir com certa quantia para participar de determinado projeto divino para socorrer pobres, recusei porque embora aquele jovem espiritualmente maltrapilho não sabe que problemas sociais não se resolvem com esmola, mas com política, esta é a verdade desconhecida pelos babacas que contribuem para a campanha do quilo. Depois de despachar o insatisfeito e pobre jovem, fiquei a pensar porque Deus não faz seu próprio dinheiro, o que seria moleza para quem fez o universo. Concluí que deve ser por causa da inflação, esta impropriedade própria para maltratar os pobres, Seus infelizes favoritos por serem pobres num mundo tão apaixonado por dinheiro que colocou seu bem-estar na dependência de um monstro chamado mercado cuja função e carrear dinheiro do onde tem menos para onde tem mais. O dinheiro que alimenta esse mastodonte impiedoso é arrancado da massa bruta de povo que em obediência ao seu chamado, sob pretexto de ser necessário homenagear pais, crianças, namorados, cães e gatos, avança furiosamente para as lojas numa fúria de Vikings. Não satisfeitos com as lojas locais, esvoaçam aos cardumes para as lojas de Me Ame. O monstro mercado produz desarmonia social por causar antagonismo entre quem vende e quem compra uma vez que quem vende quer vender pelo maior preço e quem compra quer comprar pelo menor. Ainda por cima, é um monstro tão esperto que assegura defensores em troca de bons empregos. O mercado financeiro, então, este tem para o corpo do monstro mercado a mesma serventia que tem o braço direito para o corpo humano de quem é destro. Sua principal função é permitir que a parcela de um por cento da humanidade escravize as outras noventa e nove parcelas com o consentimento e satisfação dos escravizados. Que mundo esquisito é esse no qual escravos festejam alegremente sua escravidão, se os escravos do regime escravagista a lamentavam em cantos tristes?

Incorre em erro quem acredita ser eterna a escravização que faz imenso contingente de bichos com forma de gente, e que poderiam ser gente, apinhar os coletivos esbaforidos para marcar o ponto em obediência ao apito da fábrica de fabricar dinheiro para os infernos fiscais. Esta escravidão tem se mantido graças à lentidão com que evolui a mente humana, responsável pelas mudanças. Se através da Alegoria da Caverna, Platão mostrou a dificuldade de substituir pela verdade uma mentira tão enraizada na mente que tomou foros de verdade, outro grande pensador, Joseph Pulitzer, através do exemplo da rosa e do jardineiro, mostrou ser efêmero algo considerado eterno. Para tanto, inventou o pensador uma situação na qual uma flor, a rosa, por ter sua vida limitada a poucos dias depois de desabrochar, acreditava ser eterno o jardineiro porque o via cuidando do jardim desde que ela nascera até que morrera. A alegoria retrata com perfeição a comodidade dos Reis Midas do mundo em suas imensas fortunas, sem, entretanto, em função do costume, perceber que a seu redor olhos famintos os espreitam com animosidade. Entretanto, nem o poder extraordinário do pão e circo, tão extraordinário que é capaz de convencer serem as brincadeiras mais importantes do que as coisas sérias poderá manter eternamente noventa e nove por cento de povo na condição ridiculamente subalterna de capachos do grupinho insignificante numericamente de um por cento de pessoas com o rabo aboletado sobre o fabuloso tesouro de noventa e nove por cento da riqueza do mundo. Mais dia menos dia, germinará a semente da verdade nas mentes ainda inférteis da massa bruta de frequentadores de igrejas e futebola, e ao perceber a situação humilhante a que é submetida desde sempre, banirá os ricos da face da Terra através de processo inteligente porque na base da violência não funcionará visto que os ricos, por serem parceiros de Satanás, também contam com um poder satânico que os faz ressurgir das cinzas e da destruição por balas, foices e machados.

Alguns tópicos do livro Política, Ideologia e Conspirações, de Garry Allen e Larry Abraham dão uma amostra da aberração e desumanidade a que é submetida a massa bruta de povo que nem sequer desconfia do papelão de trouxa que lhe cabe dentro da organização política do mundo: Na página 43, tem-se seguinte: “Como ocorre com as empresas, nenhum governo consegue pegar grandes empréstimos se não tiver disposto a ceder ao credor alguma medida da própria soberania como garantia. Sem dúvida, banqueiros internacionais que emprestam centenas de bilhões de dólares para vários governos ao redor do mundo têm influência considerável nas medidas desses governos. Mas a suprema vantagem do credor sobre o governo é que se o governante sair da linha, o banqueiro pode financiar o seu inimigo ou rival. Portanto se você deseja permanecer no lucrativo ramo de financiamento de governos é prudente ter um inimigo ou rival esperando nos bastidores para depor todos os governos que você financia. Se o governo não tiver inimigos, você precisará criá-los. Preeminente nesse jogo foi a famosa Casa dos Rothschild. Seu fundador, Meyer Amschel Rothschild (1742-1812), de Frankfurt, na Alemanha, deixou um dos seus cinco filhos em casa para gerir o banco de Frankfurt e mandou os outros para Londres, Paris, Viena e Nápoles. Os Rothschild ficaram imensamente ricos no século XIX financiando governos para que lutassem uns contra os outros”.

E aí, como fica você bicho povo? Você existe apenas para tocar a máquina de fazer dinheiro desses monstros de cuja boca escorre baba de dragão. Então, você, bicho povo, vai morrer e matar nas guerras para que seus governos paguem os bilhões tomados dos malditos agiotas internacionais, e que nenhum benefício lhe trará esse dinheiro porque o destino dele é o que está mostrando a Lava Jato? Você, bicho povo, está destinado ao ridículo de morrer defendendo os lucros destes insaciáveis parasitas da humanidade, e depois ser homenageado com uma rudia de flores colocada no pé de um poste de cimento por um engalanado oficial de exército a serviço destes mesmos agiotas. O destino destinado ao povo é tão cruel que sendo judeus, os agiotas internacionais dos Rothschild, ainda segundo o mesmo livro, na página 45, financiaram Hitler e a matança dos judeus, o povo da preferência de Deus. Povo, na verdade, é exatamente aquilo que os filmes mostram sobre os judeus. Um amontoado de humildes farrapos humanos conduzido feito boiada para o matadouro sem esboçar qualquer tipo de reação. Triste, muito triste tem sido o destino do bicho povo, e continuará cada vez mais triste enquanto a juventude, a força capaz de mover o mundo, estiver sob o domínio satânico do pão e circo que convence os jovens de que campos de futebola são mais importantes do que escolas e hospitais. Inté.

 

     

domingo, 23 de julho de 2017

ARENGA 438


Nenhuma sociedade funciona a contento se seus associados se limitam a pagar as mensalidades. Ao contrário, tão importante quanto as mensalidades para atender as despesas, é também a participação dos associados no tocante aos destinos de sua sociedade. É por isto que o melhor sócio de um clube não é aquele que paga suas mensalidades pontualmente, mas aquele que além de pagá-las frequenta seu clube com assiduidade, além de opinar sobre possíveis mudanças para melhor funcionamento da instituição. Deixar o dinheiro e desaparecer é fazer papel de bobo poque ainda não existe absolutamente ninguém no mundo capaz de resistir à tentação de usar em seu benefício um dinheiro que mesmo não sendo seu, está em seu poder e o dono não se interessa pelo destino dele. Não se pode saber quem é mais estúpido no que diz respeito à sociabilidade, se o que rouba ou o que se deixa roubar. É fartíssima a literatura sobre contos do vigário. Imbecis compram carros por telefone, pagam a entrada, e quando vão buscá-los já portando tinta e pincel para escrever nele o anúncio de ter sido um presente de Deus, descobrem terem sido vítimas de roubo, o que é muito bem feito. Se for perguntado a um destes imbecis o motivo pelo qual Deus não presenteia ninguém com um Lamborghini como os de Collor e Eike Batista, responderá que quem pode comprar é rico e que Deus só ajuda a quem precisa. E à pergunta sobre o porquê de Deus não ajudar as criancinhas que morrem de fome ou que são lançadas nas praias geladas ao fugirem da brutalidade humana e que precisam tanto de ajuda, responderá que os mistérios de Deus não são para serem discutidos. E é assim que caminha a humanidade, embora de olhos desimpedidos não enxerga a realidade, enquanto a justiça, mesmo com os olhos vendados, enxerga que é uma beleza onde há ouro.

Fora das exceções que existem para encher o saco contrariando as regras, em absolutamente nenhum palmo da Terra existe alguém dotado de elevação espiritual suficiente para a compreensão do sentimento de irmandade que deveria unir os seres humanos em torno de um modo de vida agradável para todos. O tremendo espalhafato que se faz em torno de alguém pelo fato de devolver ao dono um valor que ele perdeu, prova a falta de solidariedade da qual resulta a infelicidade das guerras. A necessidade de guerras é a prova irrefutável do estado de animalidade em que ainda se encontram os seres humanos perdidos em tamanha confusão em torno de seus problemas que giram como baratas chumbadas por detefon ou como o cachorro querendo pegar o próprio rabo, sem o discernimento que lhes permitisse atinar com as causas destes problemas. Na verdade, os seres humanos se portam como se não houvesse problema algum em torno de si. Os jovens, a parcela mais importante da sociedade, embora sendo a força motriz que dá vida e faz funcionar a sociedade, em vez de recompensa por esta atividade que lhe consome as energias, irão amargar uma velhice sem os cuidados que ela exige por falta do dinheiro que os asseguraria e que é usado com seu consentimento para pagar salários de cerca de dez milhões por mês a jogador de futebola. Mas em vez de se ligarem em seu futuro de prometidos horrores, por não botarem fé na velhice, estão os jovens certos de ser eterna a juventude. Assim, graças e esse erro monumental, só não se arrependerão de sua estupidez no futuro por lhes faltar o necessário discernimento para entender a possibilidade de conquistar uma vida com dignidade, inteiramente possível de ser conquistada. Afinal, nenhum jumento acha ruim sua vida de jumento.

Se a juventude está conformada com sua vida do jeito como ela se apresenta, as outras duas parcelas que completam a sociedade dos bichos humanos, velhos e crianças, estão também impossibilitados de contribuíram para a formação de uma sociedade civilizada porque os velhos são os jovens de ontem, com o mesmo grau de animalidade da qual provém a indiferença quanto à qualidade de vida, o que demonstram com a influência deletéria que exercem contra a sociedade. Quando no exercício de cargos públicos, invertem a posição de protetores para agressores da sociedade, tornando-se assim, o pior tido de ladrão que segundo observou Lima Barreto em Os Bruzundangas é aquele ladrão a quem a sociedade encarrega de protegê-la dos ladrões. Quanto às crianças, crianças que mães satisfeitas com vida paquidérmica despejam em cascata num mundo de doenças e candidato a passar fome e sede, estas futuras infelizes criaturinhas às quais se ensinam o caminho da igreja, do futebola e ojeriza à política, estão destinadas a serem os jovens de amanhã, conformados como os de hoje com canga no cangote e ferro no rabo.

Assim como grande número de igrejas e farmácias denunciam uma sociedade doente de corpo e alma, também de corpo e alma se pode conhecer a sociedade pelas notícias da imprensa. Vejamos algumas: 1 - “O acordo de delação firmado entre o publicitário Marcos Valério e a Polícia Federal, que detalha um esquema conhecido como Mensalão Tucano também atinge os senadores Aécio Neves (PSDB-MG) e José Serra (PSDB-SP), além dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB)”. 2 -  “Em uma das noites mais frias do ano, moradores de rua de SP são acordados com jatos d'água”. 3 - Juiz decide que pagamento de propina na Petrobras não é dano ao Erário. 4 -  A pobreza, o desempregado, o morador de rua, até mesmo os delinquentes da delinquência comum, são a consequência do que fizeram contra o país os grandes delinquentes que, no passado, eram chamados de "colarinho branco. Uma campanha eleitoral custa muito mais do que um político ganha em salários e benefícios em 20 anos de mandato.

Por que será que o candidato se propõe, a querer um cargo que lhe renderá apenas um quinto do que terá de gastar para ocupá-lo? Por que será que riquíssimos empresários querem ser funcionários públicos? Porque será que uma empresa dá prejuízo quando é pública e passa a dar lucro quando privatizada? Quem souber levanta a mão. Não vale nenhum dos jovens presentes soprar porque todos os jovens sabem a resposta na ponta da língua em virtude do seu altíssimo esclarecimento político. Inté.

 

 

 

sábado, 22 de julho de 2017

ARENGA 437


Diferentemente de um edifício que não pode ter sua estrutura trocada por outra sem ser demolido, a sociedade pode. Além de poder, faz-se extremamente necessário mudar o modo de ser da sociedade humana. Considerando dois importantes aspectos da vida social, o primeiro, de ser a juventude a força motriz da sociedade, e o segundo, o de ser ela, a juventude, herdeira do futuro, somando estas duas realidades a esta outra de ser a vida uma constante fazeção de opções, conclui-se que estes três ingredientes levam à lógica da necessidade de mudança porque a única opção disponível para a juventude é um servilismo não só degradante, mas também tanto injusto quanto injustificável. O primeiro capítulo do livro JUSTIÇA, de Michael J. Sandel, (Civilização Brasileira), entre bilhões de evidências de clamar a sociedade humana por mudança, traz mais uma prova da estupidez e brutalidade que orientam o comportamento dos seres humanos num desprezo absurdo à reciprocidade que deve orientar o relacionamento de seres que se julgam superiores, mas cujo comportamento revela serem ainda tão inferiores quanto os irracionais em sua irracionalidade.  Conta o autor que na Flórida (onde vivem as pessoas que se julgam civilizadas), depois do furacão Charley que matou, destruiu e causou infelicidades, para tirar proveito sobre a situação aflitiva dos infelicitados pelo desastre, prestadores de serviços cobravam preços tão extorsivos pelos trabalhos de socorro às vítimas que foram exigidos vinte e três mil dólares para retirar duas árvores que caíram sobre um telhado, e geradores domésticos de energia que eram vendidos por duzentos dólares passaram a custar dois mil. Tal incivilidade ensejou matéria no jornal “USA TODAY” com o título DEPOIS DA TEMPESTADE VÊM OS ABUTRES. Na verdade, os seres humanos se comportam exatamente com a mesma sanha de abutres na carniça. Consta também que, indignado, o Procurador de Estado da Flórida, Charlie Crist teria feito pronunciamento dizendo-se impressionado com o nível de ganância de tais pessoas ao se aproveitarem do sofrimento alheio para se locupletarem. Embora não seja de se levar a sério a preocupação do senhor Procurador-Geral do Estado, por não ser próprio dos políticos sentirem-se incomodados com a infelicidade alheia, posto serem eles os primeiros a infelicitar os seres humanos, seu discurso político faz alusão à desumanidade dos brutos seres humanos. Sendo a brutalidade a matéria prima usada na construção da base sobre a qual está fundeada a sociedade humana, tem-se a inconsistência desta sociedade uma vez que tal material é incompatível com o monumental peso da espiritualidade que deve orientar o comportamento humano de buscar a tranquilidade acima de tudo em vez de viver às turras nas guerras. Mas como encontrar tranquilidade na cultura da economia política que orienta os seres humanos a se destruírem mutuamente através de uma competição insana?

Da cultura da competição resulta a notícia no jornal Folha de São Paulo, de 14/06/2017, em matéria do jornalista Nelson de Sá, o que não deixa de ser também uma contradição porque a função da chamada grande imprensa da qual faz parte a Folha é justamente perseguir riqueza, atividade da qual resulta a miséria que existe no mundo. É tudo uma contradição infinita a clamar pela sensatez de algum tipo de mudança, mas mudança inteligente. Inovar no sentido de buscar a perfeição espiritual deve ser a função da inteligência. Caso contrário, vive-se como irracionais, ou até pior. Os defensores do ajuntamento de riqueza contam com um séquito de prostitutos da consciência denominados economistas, defendendo a loucura de depender o bem-estar social do desenvolvimento econômico. Porém, a quem serve esse tal de desenvolvimento econômico? À sociedade é que não é. A miséria reinante no mundo de ponta a ponta prova esta realidade insofismável. Multidões de miseráveis vagando mundo afora em consequência desse maldito desenvolvimento econômico do qual resultam monstruosidades como a Bloomberg L. P., empresa cuja atividade é insuflar nos monstros de cujas bocas escorre baba de dragão a fome por mais e mais riqueza. É, na verdade, uma instituição imoral essa tal de Bloomberg L. P. por ter como atribuição fornecer dados do monstruoso Mercado Financeiro para facilitar aos ajuntadores de riqueza seu trabalho nefasto do qual tanto se orgulham que a instituição de que falamos lista os maiores ajuntadores de riqueza do mundo, que muito se orgulham disto. A juventude, única força capaz de se alevantar com inteligência contra a destruição do mundo por estes monstros ajuntadores de riqueza, foi castrada da vivacidade própria dos jovens e se tornou joguete nas mãos inescrupulosas de falsos líderes, na verdade, bandidos travestidos de líderes. Os postos de mando são ocupados por cupinchas dos chefes criminosos que deturparam a nobreza da Ciência Política e transformaram a administração pública numa canalhice que penaliza os jovens indiferentes ao seu próprio futuro. Ministros de Estado têm o mesmo papel de salafrário protetores de quem lhes agraciou com o cargo, defendendo seus chefes criminosos do mesmo modo como fazem os riquíssimos advogados que partilham o roubo com os ladrões do colarinho branco. Deste modo insano de vida resultam notícias como a da Folha de São Paulo, de que tratávamos lá em cima e que é no seguinte teor: “A Bloomberg perfila o ex-banqueiro Daniel Dantas, que acaba de estrear em seu “Billionaires Index” com a fortuna pessoal de US$ 1,8 bilhão, agora como "fazendeiro de gado, especulador de terras e minerador. Seu fundo de investimento teria mais terra, cerca de 500 mil hectares, do que qualquer outra empresa no Brasil. E administra US$ 8 bilhões (R$ 26 bilhões) em ativos, mais que o dobro do montante quando ele foi preso, uma década atrás".

Aberrações como esta, das quais resultará o caos no mundo, são encaradas como coisas normais pelos prostitutos da consciência, arautos do desenvolvimento econômico, sob total indiferença dos prejudicados por tal insanidade: OS JOVENS. Estes pobres e infelizes jovens, graças à ação funesta e devastadora do pão e circo, nem mesmo sabem quem é o senhor Daniel Dantas e o mal que tipos asquerosos como ele lhes fazem. Daniel Dantas, ó pobre e imbecil juventude futucadora de telefone, é um dos malditos ladrões que tiram dos seus filhos o direito a um futuro sem os sofrimentos que poderiam ser evitados pelo dinheiro que roubam, e se vocês não fossem o supra sumo da ignorância política já estariam promovendo reuniões nas quais seria discutido a que vilania chegaram seus líderes políticos ao mancomunarem contra a sua sociedade. O procedimentos dos jovens é de pais desnaturados, indiferentes ao rumo tomado por suas crianças em sua doce inocência. Como nunca é tarde para se regenerar, inclusive de burrice, os jovens devem se interessar pelos destinos de sua sociedade onde o crime compensa à larga como prova o senhor Daniel Dantas. Na década passada houve um roubo imenso do dinheiro público em conluio entre o senhor Daniel Dantas e as autoridades, do mesmo jeito que acontece agora e acontecerá enquanto a juventude não for mais que um troço de bosta na correnteza. O amigão Google e a amigona Wikipédia terão prazer em explicar tudo sobre o roubo do senhor Dantas e o acobertamento que lhe deu a justiça se lhe for solicitado o título OPERAÇÃO SATIAGRAHA. Os funcionários públicos que tentaram perseguir o ladrão foram perseguidos, e o ladrão, como se vê, está muito bem, graças a Deus, expressão repetida à exaustão pelo bicho povo.

Fala-se, e muito, sobre o que está errado. Entretanto, ninguém fala sobre o porquê de estar errado e o que fazer para endireitar. Este porquê não é outro senão o analfabetismo político que leva multidões às igrejas e aos terreiros de brincadeiras. Tivessem estas pessoas sua atenção voltada para o que está sendo feito com os recursos públicos, a vida seria infinitamente melhor. Não se pode ser indiferente à anormalidade de terem as autoridades pagas pelo povo para manter a ordem invertido suas atribuições e passarem a ser promotoras da desordem. Nossas autoridades atualmente não têm outra função que não se defenderem de acusações, o que fazem com sucesso simplesmente negando-as, não obstante o trabalho heroico dos jovens da Lava Jato denegrida por malfeitores e escritores assalariados. Mas, e como fica a administração pública? Fica cada vez pior, e ninguém se incomoda porque a festança continua comendo solda. Estive recentemente hospedado num dos melhores hotéis de Salvador, e embora fosse possível dormir com as três largas portas abertas que se comunicavam com uma varanda que dava para o mar, de onde soprava agradável brisa, era preciso fechar as portas e ligar o ar condicionado por causa do barulho da festa que toda noite, ininterruptamente, ocorria no largo ao lado. Era até de fazer nojo o comportamento dos jovens na hora do café da manhã. São tosses e espirros perto das mesas sobre as quais estão expostos os alimentos. Vi, enojado, uma senhora espirar, passar a mão no nariz, e pegar na pinça com a qual as outras pessoas pegavam depois dela para se servirem de pães e bolos. Este é o estado de brutalidade em que se encontra a juventude. Triste Juventude! Bichos, é o que são os jovens. A experiência de oitenta e um anos me fez entender quanta razão tinha o deputado Justo Veríssimo, criação imortal de Chico Anísio, que, entretanto, pecou por eleger pobres como alvo de sua ojeriza, o que a limita apenas aos desprovidos de dinheiro, quando, na realidade os desprovidos de evolução mental é que são merecedores de toda a ojeriza do mundo, uma vez que existem pobres de alta espiritualidade. O menosprezo, pois, de Justo Veríssimo estaria melhor direcionado se se dirigisse ao elemento asqueroso povo. Povo merece mesmo é o que tem: ferro no rabo.

Ou a juventude sai da letargia e assume atitude de seres pensantes ou seus filhos se arrependerão de terem sido postos nesse mundo onde a morte já não anda a pé nem cavalgando vassoura, mas de jatinho, cuja força motriz provém do sistema econômico gerador dos monstros figurantes na listagem do Bloomberg e seus cupinchas treinados pelas Harvards do mundo para fazer crer à sociedade ser a competição superior à cooperação, o que torna desumana a economia da qual, segundo a escória do pensamento social mumificado depende a tranquilidade coletiva que para estes monstros espirituais se resume a um grupo de imbecis para os quais a vida existe para ajuntar riqueza. O que está posto como modo de vida, também conhecido por “estabilishment”, é uma farsa montada por energúmenos mentais que fogem das inovações como Satanás foge da cruz. A História está repleta de exemplos nesse sentido e o livro Política, Ideologia e Conspirações, dos historiadores Gary Allen e Larry Abraham, na capa do qual se lê A SUJEIRA POR TRÁS DAS IDEIAS QUE DOMINAM O MUNDO discorre com perfeição sobre a realidade de estar o mundo impedido de avançar rumo à civilização graças ao tradicionalismo arraigado que se recusa a caminhar no rumo das inovações. Os autores denominam de Conspiração da História ao conjunto de ideias que embora descartáveis face ao estado de infelicidade em que se encontra o mundo, em guerras por conta de tais ideias, continuam elas defendidas a unhas e dentes pelos mendigos espirituais dependentes das tradição como vampiros da escuridão. Na página 11 deste grandioso livro observa-se que o tradicionalismo é incutido pelas Harvards e as Sorbones do mundo. Nesse trecho da página citada os autores explicam o motivo que levam assalariados defensores à defesa do indefensável: “Em primeiro lugar, porque a maioria dos acadêmicos segue o rebanho do mundo acadêmico como as pessoas seguem a moda; nadar contra a corrente implica ostracismo social e profissional. O mesmo acontece na grande mídia”.

Tá vendo só? De falsidades foi construída a estrutura social do mundo. Embora a verdade venha aos poucos desbancando a mentira, como prova o enfraquecimento da mentira da religião e sua influência sobre as decisões políticas, do poder unilateral sobre vida e morte de que dispunha o antigo governante. Mas são avanços demasiadamente tímidos estes avanços. É preciso apertar o passo porque desta forma, vai a juventude permanecer sempre de quatro à espera do ferro quando, como seres pensantes que são, apenas não sabem disso, deve levantar a cabeça, encher o peito de ar, empinar o nariz e resolver mudar a estrutura da sociedade humana para o bem de seus filhos. Não se deve mais aceitar a perseguição de pessoas sinceras porque sua opinião contraria a opinião vigente como aconteceu com quem afirmou ser o sol o centro do sistema solar, ser a Terra redonda, que Deus é uma grande mentira, e que é inócua e ridícula a ação do Papa beijar o pé do infeliz porque não é de humildade, mas de arrojo inteligente que a juventude carece. É preciso deixar o ranço de múmia e avançar rumo à civilização. Embora seja difícil a tarefa, não é impossível de ser feita. O primeiro passo é esgueirar-se da influência do pão e circo e se ligar na alfabetização política. Vi, com tristeza, entre os manobristas do hotel, ao ser mencionada determinada data, um jovem fazer ligação entre aquela data e o ano que determinado time de futebola tinha sido campeão. A este estado mórbido de insignificância intelectual foi levada a juventude pela ação demolidora de mentalidade que a custo de ouro é sustentada pelos covardes do “estabilishment” através do pão e circo. Inté.  

 

 

 

 

 

 

 

        

 

 

 

 

 

 

 

 

terça-feira, 11 de julho de 2017

ARENGA 436


Na época em que Sergio Cabral era senador, foi quando pela primeira vez o PT mostrou seu mal caráter de não ter outra pretensão senão buscar dinheiro onde quer que houvesse a fim de comprar poder com o qual buscar mais dinheiro para comprar mais poder até que fosse possível fazer o que a Lava Jata está mostrando. A respeito do estelionato que o PT engendrava, Frei Beto foi feliz na expressão “trocar o projeto político por um projeto de poder”, no seu livro A Mosca Azul. Esse projeto de poder estava escondido atrás do falso projeto político no bojo do qual havia duas promessas que se efetivadas representaria um salto de mil anos de civilização para esta sociedade infeliz: COBRAR IMPOSTO SOBRE AS GRANDES FORTUNAS E FAZER A REFORMA AGRÁRIA. Houvesse a justiça prometida no recolhimento de impostos, não ficariam de fora as igrejas uma vez que se prometia cobrá-los SOBRE GRANDES FORTUNAS. Muita coisa se esconde atrás desse negócio de serem isentas as grandes fortunas do estelionatários representantes de Deus. Por que será, heim? Mas o certo é que o PT prometia cobrar impostos sobre as grandes fortunas e moralizar os gastos públicos com o que estaria afastada por completo a causa do mal-estar social. A segunda promessa, a de dar às terras sua finalidade de produzir alimento em vez de servir para produzir as fortunas dos magnatas do agribiuzinesse, reduto dos parasitas da sociedade de cuja ação resultam alimentos envenenados que produzem cânceres e solos desertificados, maldição estranhamente considerada útil pela jornalista e escritora Rachel Sheherazade no livro O Brasil Tem Cura, ao mencionar o agro negócio que na verdade é uma agro ladroagem prá cima do BNDES. Mas a bela jornalista vê esta sacanagem como algo positivo.

A ligação entre Sergio Cabral e PT está na defesa que o então senador Cabral fazia contra talvez o primeiro golpe do PT ao remendar a constituição para tornar os aposentados também sujeitos ao recolhimento previdenciário de que eram isentos até então.  Como povo não vê, porque povo não tem olhos de ver, nem discernimento para concluir, por estar hipnotizado pelo pão e circo, desta forma não percebia que o senador estava também arquitetando seu estelionatozinho particular quando esbravejava que era uma grande maldade contra os velhinhos. Assim, engabelou velhinhos e novinhos cariocas, e depois de roubá-los à larga, certamente por orientação de advogados, que em troca de parte do roubo mandou-o afirma ao doutor Marcelo Bretas que nunca houve propina. “Que história é essa? Que maluquice é essa?” espantou-se o ladrão do dinheiro dos velhinhos que defendia no Senado. É a materialização perfeitíssima do ladrão criado pelo genial Zé Vasconcelos que ao ser flagrado carregando um porco roubado gritou apavorado para que lhe tirassem aquele bicho das costas.

Quando um politiqueiro se arvora em defesa de uma classe social é por estar de olho no voto de seus integrantes. É por isso que precisa ver com restrição a indignação de politiqueiros contra a armadilha que o governo de banqueiros prepara para os aposentados e não aposentados com a Reforma da Previdência e da Legislação Trabalhista. Os que bradam contra estão tão interessados nos velhinhos e nos novinhos quanto estavam os argumentos de Sergio Cabral na defesa deles contra a maldade do PT que se revelou por completo, embora o povo ainda não saiba, motivo pelo qual seu chefe, personagem do livro O Chefe ainda merece crédito por boa parcela do povo, o que se explica pela realidade de que povo existe mesmo é para ser objeto de maldades. Não fosse assim os advogados tão malandros quanto os politiqueiros não ficariam ricos repartindo com os ladrões do erário o produto do roubo. São senhores grisalhos afirmando categoricamente ser injustiça acusar o ladrão de ser ladrão. Pior ainda é que estes ladrões que os “ilustres”        advogados defendem são o pior tipo de ladrões porque estão arrodeados de proteção. Além da proteção de advogados tidos como excelentes profissionais, mas que são comparsas por levarem parte do roubo, sem se envergonharem do péssimo exemplo que dão aos filhos. Além desta proteção, os ladrões do erário ainda contam com a proteção da solidariedade de seus colegas também ladrões.

Não fosse a sina triste de ser povo, o que equivale a estar sempre de quatro para ser desfrutado, os filhos dessa gente asquerosa seriam hostilizados na escola e seria necessário haver escolas exclusiva para os ratinhos, futuros ratões, se é verdade que tal pai, tal filho. Pelo menos no que diz respeito a quem substituirá o presidente deste povo infeliz, a ser defenestrado por banditismo segundo a imprensa, também segundo a imprensa fica confirmado o “tal pai, tal filho”. Não se pode mais desconhecer que da atividade política não faz parte o bem-estar social. Estas pobres criaturas que aos prantos dizem esperar justiça por parte das autoridades só não causam espanto por se tratar de povo, o que dispensa qualquer estranhamento quanto a comportamentos estúpidos uma vez estar certo que o bom mesmo virá depois de esticar as canelas. Inté.

 

segunda-feira, 10 de julho de 2017

ARENGA 435


No jornal Folha de São Paulo, referindo-se aos criminosos que se apossaram do governo, o competente analista Elio Gaspari diz o seguinte: “A primeira ideia foi a de se eleger Aécio Neves. Faltaram 3 milhões de votos (3%). Então veio a segunda chance, a de se derrubar Dilma Rousseff. Deu certo e Michel Temer foi para o Planalto com uma plataforma oposta à da campanha de Dilma, mas com uma base de apoio parlamentar quase idêntica. O chamado "mercado" encantou-se com a restauração de Temer e seu projeto de reformas. Agora que o governo esfacela-se, a mesma turma que contribuiu para a queda de Dilma sonha com o que seriam as reformas de Rodrigo Maia. Sabem que a da Previdência sobrevive só no essencial: a criação de um limite mínimo de idade para a maioria das aposentadorias. A trabalhista está vendida às centrais sindicais que não vivem sem a unicidade e o imposto de um dia de trabalho da choldra.” Aí está às claras o puta papelão de burro e de palhaço (sem demérito para os palhaços, pessoas inteligentes que geram bom humor com seu trabalho honesto) que o povo desempenha ao votar em fulano ou beltrano pelo que se ouve a respeito dele. Afinal, povo não vê nada.

No jornal O Globo se lê que advogados de Lula batem boca com o juiz Sergio Moro. De que lado deveriam estar os pais que têm filhos a cuidar? Uma olhadela na biografia do doutor Moro e na dos advogados de Lula e do próprio Lula eliminaria qualquer sombra de dúvida a respeito. Afinal, povo não vê nada.

No jornal Folha de São Paulo se lê que aliados pretendem esvaziar sessão na Câmara para salvar Temer. A salvação de Temer representa a condenação do povo. Afinal, povo não vê nada.

No jornal Folha de São Paulo se lê o seguinte: “O ex-presidente da CBF José Maria Marin está vendendo por R$ 15 milhões sua mansão na Avenida Europa, nos Jardins, um dos endereços mais chiques de São Paulo. Ele havia comprado o imóvel por R$ 26 milhões há quase um ano, dois meses antes de ser preso. Com dificuldades para pagar parte da fiança que garante sua prisão domiciliar em Nova York e reclamando da crise financeira no Brasil, o ex-dirigente vai se desfazer do casarão que fica num terreno com área de 2.600 metros quadrados.   -   Apesar disso, Marin e sua mulher Neuza continuam "morando" no apartamento e têm gastos mensais de cerca de US$ 80 mil para pagar seguranças durante 24h por dia, câmeras de vigilância e tornozeleira eletrônica, exigências da Justiça norte-americana”. O jornal O Globo dá a notícia de que Neymar comprou avião por R$37,5 milhões. Outros órgãos de imprensa dão conta de que Ronaldinho Gaúcho comprou mansão em Miami e que Ronaldinho mantém casa de 36 milhões de reais na Espanha. Como dinheiro não dá em árvores, o povo não tem a menor ideia de onde vem toda essa dinheirama. Afinal, povo não vê nada.

Chega-se, pois, à conclusão de que o povo não vê, como Balaão não via, o que via a jumenta de Balaão (Números 22:23-27). Inté.  

 

 

 

 

ARENGA 434


 

Ante a falência deste governo de banqueiros, Renan Calheiros afirma que a solução pode ser assumir a presidência da república o presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia, mais um que integra o universo dos politiqueiros a irem para a cadeia no caso de virem todos aqueles que têm filhos a superar o fetiche do pão e circo e se ligar na obrigação cívica de emparedar com os bravos jovens da Lava Jato que lutam uma luta que deveria ser lutada por aqueles pais indiferentes ao futuro dos filhos. É em defesa destes filhos cujos pais estão menos preocupados com seu futuro do que com o resultado do exame de urina do jogador de futebola que os jovens da Lava Jato estão de olho no senhor Renan Calheiros que propõe entregar os destinos do país ao filho de outro politiqueiro a ser alcançado pela Lava Jato, Cesar Maia, sobre quem a imprensa dá a seguinte notícia: A Justiça do Rio decidiu manter a condenação do ex-prefeito do Rio Cesar Maia e da Fundação Solomon R. Guggenheim que determina o ressarcimento aos cofres públicos do município de US$ 2 milhões (mais de R$ 7,4 milhões). Será realmente esta a sorte deste país de grandes belezas e que também tinha grandes riquezas naturais antes de serem surrupiadas pelos governos de povos que se dizem civilizados, mas que são tão incivilizados e ignorantes que ao nos chamar de macacos estão, na verdade, nos chamando de seus pais, atitude com a qual desqualificam a nobreza da honra de suas senhoras mães? O “jeito” para o Brasil proposto pelo senhor Calheiros é um jeito de preservar as malandragens da falta de ética e decoro da Comissão de Ética e Decoro Parlamentar uma vez que o próprio senhor Calheiros usou o dinheiro do leite das crianças pobres para alimentar uma filha sua, segundo a imprensa.

A propósito da aproximação do sentido de “jeito” e “cura”, ao depararem estes meus olhos de oitenta e um anos em torno dos quais digladiam as mulheres que o acham verdes contra as que os preferem azuis com um livro chamado O BRASIL TEM CURA, escrito pela bela jornalista Rachel Sheherazade, saltaram deles chispas não sei se verdes ou azuis, provocadas não apenas por um livro sugerindo cura para os males do Brasil, mas, e principalmente por ser escrito por uma funcionária de Silvio Santos, um dos promotores desses males não só como peça do pão e circo, mas também por estar envolvido nas falcatruas do Banco Panamericano, também conforme a imprensa. Por que, então, haveria de se arriscar a perder seu ótimo emprego a bela jornalista e apresentadora na televisão do senhor Silvio Santos, se emprego está tão raro, propondo curar o Brasil dos males que nutrem a fortuna do seu patrão? Fiquei naquela de por que comprar, por que não comprar? Comprei. Comprei e constatei tratar-se de mais um converseiro daqueles que saem do nada e levam a lugar nenhum. Na página 36 lê-se: “Incansável, o brasileiro vem tentando combater os erros mediante a multiplicação das virtudes. Como bom semeador, tem esperança de encontrar um solo fértil, onde as ideias, os valores e as boas ações inspirem, cresçam, prosperem e se multipliquem”. Alguém é capaz de encontrar um só brasileiro portador de tão nobres características? Nem mesmo em povo algum do mundo elas existem porque nem os “civilizados” as têm como prova o estado de beligerância que inferniza a humanidade. Então, não é de supor venha a tê-las um povo que merece a descrição feita pela própria escritora na página 37, reconhecendo nossa inferioridade da forma que se segue: “Somado aos problemas reais, cuja solução adiamos “ad aeternum”, está nosso complexo de vira-lata, termo cunhado pelo perspicaz dramaturgo Nelson Rodrigues e que designa nossa baixíssima autoestima. Ele afirmava que “o brasileiro é um Narciso às avessas, que cospe na própria imagem”. E por que isso ocorre? Porque nossa autoimagem é extremamente negativa”.

Se o brasileiro cultivasse a virtude, como afirma a bela jornalista, não cuspiria na própria imagem, como afirma o dramaturgo cujas observações correspondem fielmente à personalidade do brasileiro, povo no qual o instinto de rato é mais forte do que no próprio rato e a pusilanimidade é bastante para fazê-lo orgulhoso em servir de capacho para as botas sujas dos gringos cavadores de riqueza como mostram os aviões abarrotados de idiotas deslumbrados com o American Way of Life levando economias para as compras em Me Ame. Inté.

 

domingo, 9 de julho de 2017

ARENGA 433





              Sendo pessoa de poucos conhecimentos, o que sei a respeito é por ouvir falar que havia escravos conhecidos por escravos bosteiros, cuja atividade era levar nos ombros sacos e mais sacos de bosta dos seus senhores cagões. Verdade que não posso garantir e assinar embaixo disso com a firmeza que posso garantir que a bosta e o cadáver são duas coisas além de repugnantes, causadoras de doenças caso não sejam descartados ou camuflados. Considerando que os politiqueiros cagaram tanto na política do Brasil que a transformaram o país num saco de bosta, não há outra opção senão descartar esta imundície porque já causa ânsia de vômito o fedor oriundo da podridão política. Uma nojeira tão esquisita que a justiça inocenta bandidos apontados por seus colegas de banditismo como autores de crimes, não obstante as evidências destes crimes saltarem aos olhos. Como a limpeza é um trabalho a exigir cuidados a fim de não fazer como nas tentativas russa e francesa de limpar a injustiça social das quais resultou apenas trocar por outros os injustiçadores, permanecendo a mesma injustiça de sempre, e como até o momento as ações se resumem a comentários sobre o mau cheiro, sem que ninguém se proponha a dar o primeiro passo na efetivação de uma verdadeira limpeza, nós, cá do alto do semianalfabetismo, nos propomos a fazê-lo. Repetindo o que por aqui já foi dito, de que as pessoas têm seu comportamento determinado pelo que aprendem em criança, e que  da política do egoísmo ensinada às crianças resulta um aprendizado que em termos de sociabilidade é um desastre, uma deseducação por ensinar a desarmonia, está aí, à vista de quem tem olhos de ver, que desse tipo de educação resultam multidões de necessitados vagando pelo mundo com suas inocentes crianças que não pediram a seus pais idiotas para as colocar nesse mundo infeliz onde só imbecis se sentem bem. A expressão de tristeza nos rostinhos de pureza angelical daquelas pobres crianças escorraçadas por estrondos de canhões não comovem aos religiosos porque para estes monstros espirituais o sofredor é o responsável pelo seu sofrimento, uma vez que lá na bifurcação do caminho do livre arbítrio, onde havia duas setas, uma indicando o CAMINHO DO BEM e outra onde se lia CAMINHO DO MAL, optaram pelo caminho do mal. Assim, uma vez que preferiram o mal, agora que se danem. Com este auto conforto, sentam-se à mesa farta ao lado de suas crianças bem nutridas e agradecem a Deus pela fartura. Uma esmola é o bastante para convencer o religioso de ter prestado sua solidariedade ao sofredor. Não lhe passa pela cabeça santificada que uma criancinha não é capaz de fazer opção pelo certo ou errado do livre arbítrio e que se foi feita pelos pais não é justo a criança sofrer as consequências. O religioso é um ser asqueroso, e mesmo nojento por sua aversão pela antirreligiosidade, exatamente onde está a verdade de ser a religião nada mais que um estelionato. É o que mostra a jornalista Elvira Lobato no Jornal Folha de São Paulo, na reportagem UNIVERSAL MOVEU 111 AÇÕES CONTRA REPORTAGEM SEM CONTESTAR DADOS, onde está dito que a igreja universal (com minúscula) já perdeu 110 das 111 ações movidas contra aquele jornal. Entre outras realidades ali tratadas tem-se que igreja universal já montou um império empresarial em nome de integrantes da cúpula da igreja de 23 emissoras de TV e 40 rádios, além de 19 empresas de segmentos diversos, como agência de turismo, jornais, editora, imobiliária e até uma empresa de táxi-aéreo, a Alliance Jet”. Isto significa que além dos palácios e os bilhões dados aos politiqueiros, os pais ensinam aos filhos que deem também aos salafrários da religião a mesma coisa, ou mais ainda, uma vez que é a palavra de Deus que manda assim. Manda, inclusive, que seu representante máximo, o Papa, se apresentasse ao lado do ditador Pinochet, monstro que por servilismo ao monstruoso governo americano mandava drogar jovens e atirá-los ao mar por divergência política em imagem que ilustra matéria jornalística de autoria do jornalista Mauro Lopes, publicada no blog Outras palavras intitulada  RESGATE DE UMA HISTÓRIA OCULTADA, onde se lê o seguinte: “Como o papa João Paulo II mudou a face do catolicismo ao perseguir, censurar ou humilhar religiosos e teólogos não alinhados com o conservadorismo. As alianças com a CIA e ditadores. O acobertamento da corrupção no Vaticano”.

Os religiosos se dividem em vários grupos de idiotas cada um afirmando que a religião correta, aquela que está de acordo com o que Deus determina, é a sua. É tão grande a cegueira mental destes energúmenos mentais que não percebem serem todas elas falsas. E para seu próprio bem, porque se existisse realmente um Deus que fosse bom, Ele daria um pau na moleira de quem Lhe atribui as maldades contidas na bíblia que os religiosos compram como proteção, mesmo porque eles não podem entender uma vez mal conseguem ler.

Excluídas as canalhices dos milagres, alguém é capaz de entrar numa igreja doente e sair são como se faz no hospital? Sem o fanatismo próprio da religiosidade esta realidade seria suficiente para mostrar que a infelicidade da carência decorre apenas da falta do dinheiro público roubado. Os ladrões da política não dispensam a companhia dos ladrões das igrejas por se tratar da parceria que levou Lula a colocar sua mão de quatro dedos (maior seria o estrago se fossem cinco) sobre a mão leve de Edir Macedo para inaugurar a Rede Record, e, depois, dona Dilma e seu séquito de politiqueiros na inauguração do malfadado Templo de Salomão. Já que o povo gosta tanto de maus tratos que elege uma mumificada bancada evangélica, pois que chorem aos borbotões nos corredores dos hospitais. Pais religiosos são monstros capazes de preparar para seus filhos um futuro de sofrimentos. Atitude coerente seria tirar os olhos da saia do padre, do chapéu de um pastor, da barba de outro pastor, e colocá-los no porquê de haver tanta carência ao lado de tanto dinheiro. É a única maneira de garantir a satisfação das necessidades, de todas elas sem exceção de uma sequer. As grandes empresas, entre elas a igreja universal, compraram as autoridades com propinas. A mais nova descoberta nesse sentido é a declaração de Palocci de que o asqueroso ministro Mantega compactuava canalhices com os banqueiros, canalhas de nascimento que ora manipulam o governo de banqueiros para fazer da Previdência Social nova fonte de onde tirar lucros fabulosos às custas do povo já acostumado a levar ferro. Os Grandes Mestres do Saber ensinam não só que os homens são dependentes de sociabilidade, mas também ser a sociedade uma bênção pelo seu caráter agregador. A observação desta realidade equivaleria à promoção da paz e da tranquilidade por todos desejada. Mas, em vez de seguir tais princípios, seguem-se falsos líderes cujo único objetivo é se locupletarem, indiferentes ao sofrimento daqueles de quem tiram a possibilidade de terem amenizados os sofrimentos.

 

Desde que se inventou o pão e circo que ele vem evitando conclusões capazes de orientar no caminho da paz por serem as guerras necessárias à prosperidade da indústria de armas que abastece nos infernos fiscais as contas bilionários dos monstros cuja felicidade resulta da infelicidade das famílias enlutadas pela perda de seus filhos. A passagem de uma sociedade ruim para uma sociedade melhor é difícil, haja vista as tentativas fracassadas que nem mesmo apararam as arestas da diferença entre os que tudo podem e os que nada podem. Cumpre, portanto, ultrapassar quaisquer dificuldades nesse sentido. Afinal, não há quem não queira viver numa sociedade melhor. Mas sociedade melhor não é sociedade rica como pensam os habitantes das sociedades pobres ao se mudarem sociedades ricas, o que não é solução porquanto o excesso de dinheiro tanto quanto a escassez também dá origem a problemas. Onde quer que haja dinheiro em excesso não faltará quem dele precise e vá atrás. As tentativas de mudança fracassaram porque, afinal, a estrutura social, dada sua complexidade, não pode ser demolida por uma explosão como se faz com um prédio. Ao contrário, precisa ser corroída aos poucos, o que se faz com inteligência. Não há estrutura que não pode ser demolida. É só uma questão de estratégia. Os contos da Carochinha são uma riqueza de exemplos de sabedoria vencendo a força. O pequeno Davi venceu o grande Golias. No folclore consta que uma raposa se lambuzou de mel, resfolegou sobre folhas, e se apresentou como o bicho folhagem, com o que enganou a fera que a perseguia. Foi também com astúcia que Dalila fez ruir o poderio de Sanção. É questão de usar da inteligência, ficando o resto a cargo da juventude que não leva para casa um zero do Enem. Inté.

 

 

 
 
 


 

sábado, 8 de julho de 2017

ARENGA 432


Quando um poderoso leão abate uma presa de grandes proporções, embora a comida seja várias vezes superior à sua capacidade de consumir, mesmo assim se enfurece, ataca e mata qualquer outro animal também faminto que se aproxima. Entretanto, como a união faz a força, quando o intruso em vez de apenas um, é uma matilha de cachorros selvagens, de modo que o poder da força resultante de sua união supera o poder do leão sozinho, eles expulsam o leão simplesmente, mas não o matam, e passam a comer. Este comportamento de irracionais é superior do ponto de vista da atividade de viver do que o comportamento dos seres humanos, a obra prima de Deus, segundo a estupidez que os caracteriza, visto que estes sempre promoveram morticínios mesmo depois de já terem tomado o que imaginavam precisar. Embora se possa alegar imprecisão no exemplo, porquanto a matilha também atacaria outro animal faminto que se aproximasse, mesmo havendo alimento suficiente para todos, ainda assim esse contra argumento não invalidaria o exemplo pelo fato de se tratar de irracionais. Serve perfeitamente o exemplo para levar à reflexão sobre a solidariedade entre eles, embora irracionais, e que não existe entre os humanos, embora racionais. A solidariedade existente no corporativismo entre os politiqueiros só se mantém até surgir oportunidade de passar a perna no que está em posição mais elevada.

Existem no mundo recursos materiais suficientes para que tenham absolutamente todos os seres humanos a possibilidade de viver dignamente, condição tão justa quanto necessária, uma vez que as necessidades não atendidas põem os necessitados contra aqueles que os impedem de atendê-las, gerando, desta forma, conflitos que inviabilizam a tranquilidade que deve ser o primeiro objetivo visado por seres que apesar de pensantes, não pensam no que deveriam pensar, haja vista se auto conduzir para a extinção. Dois são os erros crassos cometidos pela raça humana: religiosidade e indiferença política. Aliás, a primeira, apesar da seriedade com que se apresenta, tanto quanto as brincadeiras dos “famosos” e das “celebridades”, faz parte do pão e circo, fonte do analfabetismo ou indiferença política ao qual, se referiu Bertold Brecht como o pior tipo de analfabeto por estar nele a fonte dos males que colocam obstáculos no caminho rumo à civilização. Enquanto o analfabeto político diz ter nojo da política, o Grande Mestre do Saber Giorgio Agamben, diz: “A tarefa que nos espera consiste em pensar de cabo a cabo a “vida política”.

Os seres humanos carecem da compreensão da necessidade de um espírito de irmandade que una todos em torno de um sentimento de irmandade porque, na verdade, somos todos irmãos. Independentemente das diferenças físicas, temos o mesmo começo, o mesmo fim e as mesmas necessidades. A compreensão desta realidade é o que basta para tudo o mais se normalizar porque enquanto não houver uma participação direta de todos os interessados numa sociedade menos desigual, deixando esta responsabilidade a cargo de falsos líderes, enquanto perdurar esta inexplicável insensatez, não haverá a mínima possibilidade de terem os recursos públicos o destino que devem ter, ou seja, promover meios para que todos vivam com dignidade, o que exclui e existência de quem não possa ter alimentação, assistência à saúde, educação, segurança contra o vandalismo humano, e à moradia satisfatória. A conveniência do analfabetismo político é permitir que as leis abriguem subterfúgios ardilosamente engendrados a fim de serem burladas impunemente pelos privilegiados, daí e necessidade da extinção dos privilégios, o que jamais acontecerá sem que haja interesse coletivo nesse sentido.

Por acaso, na internete, dei com a sugestão para conhecer os dez aviões mais caros do mundo, pertencentes a governantes. É simplesmente estarrecedor! O primeiro deles, o da Arábia Saudita, o mais caro de todos, foi motivo de notícias da imprensa do mundo pela exuberância da comitiva que transportava, mas todas as notícias, evidentemente, sem tecer comentário quanto ao espalhafato perdulário. A ninguém ocorre atinar com a realidade de resultar desta cultura de desperdício a impossibilidade que tem o povo de atender as necessidades mínimas, principalmente aquelas que a velhice impõe. E aqueles que acreditam estar agindo normalmente, ainda que pessoas idosas, são incapazes de perceber que tal disparidade não condiz com sociedade. Em termos de comunidade, nada, absolutamente nada, pode justificar coisas assim: O rei saudita Salman al-Saud chegou à Indonésia esta quarta-feira para uma visita de Estado de um mês à Ásia, que terá o objetivo de estreitar laços económicos com o continente. Negócios à parte, foram os luxos da visita real que saltaram à vista da comunidade internacional. Segundo o "The New York Times", a comitiva do rei chegou à capital do país, Jacarta, em sete jatos privados e num avião miliar com 506 toneladas de carga. Dessas, 63 foram descarregadas em Jacarta e 396 vão ser descarregadas só em Bali - para onde Salman vai a seguir. "Na mala", vieram limusines e dois veículos elétricos para uso pessoal e exclusivo do monarca de 81 anos. À chegada ao aeroporto de Jacarta, Salman al-Saud desceu por uma escada rolante dourada de um jato pintado com as palavras "Deus vos abençoe".

É uma bobagem do tamanho do mundo manter uma série de palácios e uma casta de semideuses a consumir fábulas de dinheiro. Os privilégios que o povo dá às autoridades não devem ir além dos que as empresas privadas dão a seus funcionários. Por mais importante que seja o administrador de uma empresa privada, ninguém o chama de excelência, e olhe lá que esse pessoal trabalha realmente em prol da empresa que lhe paga, ao contrário das “excelências” que são pagas para fazer de conta que trabalham, quando não para roubar, simplesmente. Há realmente algo de muito, mas realmente de muito esquisito no comportamento do povo. Aliás, tem nada de errado, não. Afinal, povo existe para levar cacete e chorar na televisão. Até quando? Inté.