sábado, 31 de janeiro de 2015

ARENGA OITENTA E OITO


Escrever não é difícil. Basta pensar, meditar direitinho sobre o que vai escrever que as palavras vão aparecendo. O diabo é escrever elas do jeitinho que uns e outros por aí querem. Quando digo “confesso que me simpatizei com ela”, todo mundo entende. Sabem perfeitamente o que eu quis dizer. Mas se tem algum dos “uns e outros” fazedores de regras por perto, para ele não posso dizer assim. Devo dizer “confesso que simpatizei com ela”. É o que está lá na revistinha da Editora Case. Agora, diga aí meu. Se todos entenderam do jeito que eu disse da primeira vez, inclusive “uns e outros”, não é realmente uma grande perda de tempo e ainda por cima uma grande falta de bom senso em se apegar a picuinhas? O processo de comunicação do qual resulta o entendimento entre as pessoas acontece por meio da fala que o povo fala, mas essa fala nasce espontaneamente e é a única coisa usada soberanamente pelo povo, diferentemente da riqueza, que embora também seja feita pelo povo, mas não é por ele usada como é a linguagem. A linguagem se desenvolve independentemente da fabricação de regras. Além de tudo, simplificar é mais inteligente do que complicar, e isto inclui também a comunicação, onde o importante é se fazer entender com clareza, não se justificando, portanto, que “uns e outros” não se preocupem menos com regrinhas, e mais com a situação de penúria mental em que se encontram os jovens. Eles dizem “vou estar telefonando” em vez de simplesmente “vou telefonar”. Isto, sim, é motivo para haver regras proibindo tal agressão à cultura pátria. A intromissão estrangeira em nossos assuntos sempre contou com a indiferença do povo e o conluio das autoridades como aconteceu com o PROJETO MEC USAID através do qual o governo americano dizia o que o devia constar do programa educacional brasileiro. Depois ficaram com vergonha de tanta baixeza, e atualmente, embora tudo continue do mesmo jeito, com os gringos das bundas brancas explorando os macacos vendendo para eles todo tipo de porcaria, inclusive a tecnologia que faz ficar feliz e sorridente por segurar uma vara de tirar retrato. A subserviência atualmente atua por debaixo do pano porque se a macacada souber o que se passa por lá, garante o governador de São Paulo que a guilhotina vai comer solta.

 O embevecimento pelas coisas das estranjas nos torna eternamente fornecedores de tudo o que os gringos querem, ainda que disto resulte a situação de penúria em que se encontra esse país imenso, belo, mas infeliz e idiota. Os idiotas que por aqui vivem se portam como inimigos do seu próprio país. Sempre foi assim. Quando o petróleo surgiu, falsos líderes desavergonhados e vendilhões da pátria perseguiram e até prenderam Monteiro Lobato por afirmar que havia petróleo por aqui. Os motivos deste absurdo foram os mesmos de sempre: subalternos e subservientes aos Estados Unidos, contando com a indiferença produzida pelo atraso mental da corja que habita esse belo país de triste sorte, as autoridades obedeciam a interesses escusos do governo americano que sempre se julgou dono do mundo, para fazer crer que o assunto “petróleo” era exclusivo da alçada dos bundas brancas. Este belo pedaço de chão sempre foi espoliado de todo tipo de riqueza, inclusive sua cultura. A massa ignara que faz barulho, enche as igrejas, as latrinas e requebra os quadris mesmo ante a possibilidade de não ter água para tirar o azedume de entre as pernas depois da foliar até à exaustão, esta massa deixou de ser macaco apenas na aparência. O instinto de imitação, entretanto, permanece tal e qual nos macacos. Quem duvidar que vá aos aeroportos e verá macacos superlotando aviões para imitar os americanos lá em Me Ame. Trata-se de um povo tão pateta que sua riqueza alimenta escândalos e ele chora conformadamente no corredor do hospital, certo de que seu sofrimento é por castigo em consequência de ter praticado um ato condenável para as divindades, quando a verdade é que todo o sofrimento decorre da prática de infinitos atos praticados por desmerecimento de quem cuida da administração pública. Trata-se de um povo sem igual em lugar algum do mundo. Aqui o sujeito rouba o dinheiro público, esconde, e o governo lhe dá uma parte do roubo se ele entregar o restante. Aqui, a maior pena a que uma autoridade pode ser condenada é à explicação. Se já explicou que fez o que tinha de ser feito ou que não fez o que não tinha de ser feito, encerrou o assunto. Até pessoa direita que vira autoridade parece se adaptar a esse esquema estranho. Perguntei à ministra Eliana Calmon o motivo pelo qual nada ocorre em face das denúncias contidas nos livros Privataria Tucana, Honoráveis Bandidos e O Chefe, e ela se limitou a falar muito pouco sobre o assunto, resumindo sua resposta em afirmar que Fernando Henrique Cardoso, personagem bandida conforme o livre Privataria Tucana, havia se explicado num programa de televisão sobre a denúncia a ele feita na privatização da Vale, o que significa confirmação de que por ter explicado encerra-se o assunto e fim de papo. A ministra, talvez pela insignificância do perguntador, não fez referência aos outros dois livros, e a explicação do acusado FHC não condiz com a realidade contida nessa matéria da Revista Caros Amigos intitulada JUSTIÇA FEDERAL RECONHECE FRAUDE NA PRIVATIZAÇÃO DA VALE. A matéria começa desse jeito: Em 16 de dezembro do ano passado, a juíza Selene Maria de Almeida, do Tribunal Regional Federal (TRF) de Brasília, anulou a decisão judicial anterior e reabriu o caso, possibilitando a revisão do processo. “A verdade histórica é que as privatizações ocorreram, em regra, a preços baixos e os compradores foram financiados com dinheiro público”, afirma Selene. Sua posição foi referendada pelos juízes Vallisney de Souza Oliveira e Marcelo Albernaz, que compõem com ela a 5ª turma do TRF.” Aí está a contradição da qual resulta uma sociedade cujo desvalor atingiu a máxima degradação moral a que podia chegar. Não é possível haver degradação maior do que a situação a que foi levada esta sociedade de parvos. Eu hoje não sabia se chorava ou se ria da cara de uns completos idiotas numa felicidade sem fim apenas por segurar numa ponta de uma vara e se auto fotografar por meio de um telefone pregado na outra ponta da vara. Não é caso para rir, antes para chorar porque é esse tipo de mentalidade minúscula que escolhe as autoridades que vão administrar os recursos públicos e o resultado é uma escolha tão desgraçada que da administração dos administradores escolhidos pela massa amorfa de ignorantes resulta uma situação tão esquisita que em função dos absurdos vividos as pessoas nem estranham mais se encontram pedaços de cadáver pelas ruas, ou ter o crime se tornado altamente compensador.

É uma situação a ser pensada essa de ser o modelo mais usado e famoso de administração pública ter seus executores escolhidos por pessoas felizes por fazer pose com uma vara na mão e um telefone na ponta dela. É absolutamente inaceitável que pessoas inteiramente inocentes de sociabilidade e que nunca ouviram a palavra s o c i o l o g i a, inclusive analfabetos, sejam quem decidam se vamos ter educação, saúde e segurança ou se vamos ter futebola “famosos” e “celebridades”, resultando desta escolha uma sociedade onde mortes e escândalos são as únicas coisas de que se falam. Nesse momento, enquanto não surgir um escândalo maior, o assunto é o da Petrobrás, onde há quase um ano se tem certeza de que cerca de bilhões foram desbaratados e não se tem notícia dessa riqueza, embora se feche hospital por falta de dinheiro e um chofer de elevador do Congresso Nacional mais caro do mundo tem salário superior ao salário de um chofer de avião-caça.

Enquanto tudo isso acontece, “uns e outros” querem fixar na moldura o idioma em vez de mostrar muito bem explicadinho o porquê de não haver regra proibindo que imbecis apresentem programa de rádio denominado THE YOUNG PROFESSIONAL como faz a rádio CBN, ou para facilitar a vida de quem quer escrever algo, eliminando as várias maneiras de representar graficamente o mesmo som. Por que não grafar apenas com “x” ou com “ch” as palavras “deixa” e “encacha”? Por que não se ligar nas coisas realmente necessárias? É de causar horror a situação em que os médicos recém-formados não tenham conhecimento que lhes permita diagnosticar uma doença, mas mesmo assim recebam autorização para trabalhar como médicos porque o exame que comprova sua incapacidade não impede o exercício da profissão. O resultado desse absurdo é um alto preço a ser pago pelos requebradores de quadris em consequência de erros médicos. Esse país virou um pardieiro por conta de uma juventude cuja mentalidade é tão repugnante quanto um monte de excremento. Causa revolta constatar a que estado mental medíocre foi reduzida a mente de uma juventude que está certa de que uma criança nasce colada na outra em virtude do pecado de Adão.

    A situação de horror que justifica expressões “mundo cão”, “homem lobo do homem”, “tempo é dinheiro”, demonstram a impossibilidade de se viver vida civilizada onde as pessoas possam desfrutar de bem-estar, o que é impossível de acontecer numa sociedade com uma juventude completamente desligada da realidade de que a vida exige reflexão sobre como ela estará algum tempo depois de hoje. No momento atual, vive-se de modo completamente desumano e irracional. Esta notícia mostra a que ponto de baixeza moral chegou a humanidade: Orangotangos são usados em prostituição na Ásia. Está na imprensa esta barbaridade de se amarrar as macaquinhas na cama para que bestas humanas satisfaçam seus instintos bestiais, sendo necessário matar as macacas mães. Então, depois de chegar a uma situação de tal baixeza, não deveria a juventude saber que ela é que é a verdadeira dona do poder de impor as regras, e assumir com dignidade tal função, fazendo desse país desonrado um país honrado de homens e mulheres com vergonha na cara? Como permitir que o governo se transformasse nisso que aí está, com todas, absolutamente todas as instituições tomadas pelo banditismo? Se houver tempo para que esta juventude de parvos seja substituída por uma juventude inteligente, esta nova juventude se reportará à juventude de parvos como a única responsável por tudo de ruim que aconteceu no mundo.

Qualquer Zemané é mais sabido que a absoluta maioria dos jovens. É nessa falta de conhecimento que está a explicação para a existência de uma farmácia e uma igreja em cada esquina. Quantos jovens são capazes de perceber a realidade de haver maior religiosidade onde há menor conhecimento? Esta verdade pode ser notada a cada esquina. Será mais relevante para a sociedade que os jovens saibam estas coisas do que as regras para escrever do jeito que “uns e outros” querem. O conhecimento é importante guia nos caminhos da vida. O hábito de ler me deu conhecimento de que os antibióticos só devem ser usados para combater um mal que seja maior do que os males que ele causa ao organismo. Foi esse conhecimento que me levou a recusar o tratamento que um médico pediatra desta cidade de Vitória da Conquista receitou para minha filha de cinco meses mandando que ela recebesse a carga cavalar de dezoito doses de um antibiótico forte, garamicina, creio, em função de uma infecção urinária que ficou curada apenas com a ingestão de muito líquido,eueu por orientação de outro médico. Desse modo, Não sei qual seria a consequência daquela receita para aquela criança, mas quem é médico sabe bem.

Quem puder levar algum conhecimento aos jovens não deve se omitir por não saber as regrinhas mostradas nas revistas “Pegadinhas da Língua Portuguesa”, da Editora Case. Lá explica que o verbo “simpatizar” não é empregado com pronomes. É mole? Embora eu não sirva de exemplo prá ninguém, mesmo assim escrevo contra os desmandos, conhecendo apenas pela metade uma das milhares de regrinhas. É uma que diz que o pê e o bê gasaiam com “mê”. Assim, mais gente deve também mandar bala na orientação sadia para os jovens. Aliás, bala, não. Ela lembra a tristeza de muitas famílias enlutadas e enrabichadas com igreja que merecem solidariedade em sua inocência. Mas o fato é que é necessário bradar por uma vida melhor por ser completamente inaceitável viver com medo. A vida deve ser usada de forma agradável porque os momentos desagradáveis já são muitos e à medida que o tempo passa, embora os jovens abestalhados não acreditem, eles, os momentos desagradáveis, se tornam cada vez mais desagradáveis e chegam em progressão geométrica, sendo a maioria deles causados por desconhecer como evita-los. Quem observa o comportamento humano percebe a desumanidade que há nele. Este é o motivo pelo qual a inexperiência da juventude permite que ela sirva de joguete nas mãos do perverso sistema de vida sem futuro do “cada um por si”, quando o ideal foi o que disse Alexandre Dumas: “UM POR TODOS E TODOS POR UM”. Inté.

 

 

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

ARENGA OITENTA E SETE

              A ausência de princípios morais contamina tanto as instituições públicas quanto as privadas. Não é sem razão que a sociedade se torna cada vez pior. Já chegamos à situação em que tanto o medo quanto o sofrimento estão presentes em nosso meio do mesmo modo como nas guerras. Não precisa ser inteligente para perceber que a vida se torna inviável em consequência dos processos de produzir riqueza para ser armazenada nos infernos fiscais. É uma situação deveras insustentável esta em que pessoas do tipo daquele jovem retratado na revista com os olhos esbugalhados e boca escancarada de bicho a berrar que sua empresa dobrava a cada dez anos, mas que ele queria MUITO MAIS! Então, por meios na maioria das vezes desonestos, esse tipo de ignorante de sociabilidade açambarca montanhas de dinheiro em torno de si, tanto dinheiro que precisa ser escondido dos pobres e por isso é levado para os infernos fiscais nos países supostamente civilizados que vão movimentar um dinheiro sabidamente roubado de pobres que choram no corredor do hospital por falta dele. É preocupante a indiferença da massa ignorante de requebradores de quadris e frequentadores de igrejas ante a realidade anunciada por todas as ciências. A que lida com água garante que vai faltar água. A que lida com terra garante que vai faltar terra fértil. A que lida com comida garante que vai faltar comida. A que lida com ar diz que o ar está ficando venenoso. A que lida com transporte garante que não pode o transporte de mercadoria ser feito por caminhões e o de gente por um automóvel transportando apenas um passageiro em cada carro. Para boa qualidade de vida não se pode deixar de lado o conhecimento de sociabilidade, conhecimento este que só pode ser adquirido através dos estudos de sociologia e história, além dos ensinamentos dos Grandes Mestres do Saber. Ajuntando a tudo isso a observação dos comportamentos entre pessoas e entre as sociedades, aí, sim, estará o indivíduo capacitado para formar uma sociedade civilizada na qual as notícias sobre seus dirigentes serão divulgadas entre assuntos de cultura e realizações sadias em vez de se encontrarem nos assuntos policiais.

Pois, apesar disso tudo, o que se vê é festejamento de todos os tipos, inclusive pelos nascimentos de crianças e mais crianças. As maternidades dos hospitais de todo o mundo, principalmente os de pobres, mandam para a rua diariamente verdadeira multidão de mães cada uma levando uma criança para crescer e ajudar a poluir e consumir os já escassos recursos ainda existentes. São estas coisas que tiram o caráter de seriedade de pregadores de soluções que ao mesmo tempo incentivam os chamados eventos esportivos, na realidade um dos sorvedouros do dinheiro do povo convenientemente convencido de ser desnecessária sua participação na solução dos problemas que o afligem uma vez que para isso existem as autoridades, razão pela qual a manada deve se limitar a comer, cagar, trepar, parir, rezar e requebrar os quadris no axé e no futebola, deixando sua vida a cargo das autoridades, razão pela qual dedicar o tempo a curtir “celebridades” e “famosos” que usam ou deixar de usar calcinha ou cueca, ardis que mantêm o povo na condição de povo, incapaz de se ligar em coisas como esta advertência da ONU: “Embora precise elevar a produção de alimentos, planeta perde solos férteis aceleradamente, estando o fenômeno relacionado ao agronegócio, o que desmascara sua suposta “eficiência”. Será que os papagaios de microfone têm competência maior do que os cientistas da ONU? A rádio CBN tem um programa que garante ser o agribiuzinesse beleza pura, quando serve mesmo á para permitir que rechonchudos senhores abarrotem contas bancárias vendendo veneno. A reivindicação do MST deve ser todo pai que deseja um futuro normal para seus filhos.

Nunca antes se precisou tanto de mudança. A vida não é vivida com satisfação porque a ânsia de possuir coisas não deixa, e isto não está certo porque estar satisfeito é melhor e mais conveniente do que possuir coisas. A mudança que produzirá bons frutos terá de ocorrer dentro da cuca das pessoas para que elas sejam capazes de descobrir não haver coerência nesse negócio de Deus ordenar que o amem porque o amor não pode ser imposto. Se não se pode ser obrigado a confiar, ter amizade ou simpatia, não se pode também ser obrigado a sentir amor. Tá tudo errado e tá na hora de começar a pensar nisso. É a única forma de concertar. Inté.

 
 
 
 

ARENGA OITENTA E SEIS


           Esse negócio de aniversário é uma coisa muito boba. Alguém deve ser felicitado por alguma ação que tenha praticado. A ação da qual resultou a vida do aniversariante não contou com sua participação. Do mesmo modo, a festa para a mãe, o pai, a criança, enfim, todos os festejamentos se devem exclusivamente à compra de presentes instigada pelo Mercado e sua fome insaciável de riqueza, não passando de mais um engodo esse negócio de aniversário. Além do mais, depois de passada a disposição para os requebros e a velhice chegar com as doenças, a vida não estará para comemorações, coisa que a estupidez humana desconhece totalmente. Aliás, a vida á apenas um empréstimo que logo deverá ser devolvido e os juros são pagos com sofrimentos que levam ao choro, coisa que dificilmente acontece com os outros empréstimos. É preciso dar mais força à mola que impulsiona o desenvolvimento mental. Não tem cabimento a sociedade humana no século vinte e um ainda com a mesma mentalidade dos tempos de antanho. São desanimadoras em termos de evolução espiritual as cenas de pessoas em São Paulo e Rio Grande do Sul fazendo orações e aspergindo água sobre plantas, esperando com isso influenciar as divindades para que elas façam chover. Isto era praticado pelos povos primitivos há milhares e milhares de anos. Igrejas e praças abarrotadas de pessoas louvando santos padroeiros, lavando escadas de igreja, criando mais santos a cada dia para serem louvados e mais escadas para serem lavadas, quando a única coisa que precisa de multidão e limpeza é a imundície em que foi transformada a atividade de administrar a riqueza do país. É aqui e somente aqui que está o “X” de todos os problemas porque é com dinheiro que eles são resolvidos. Entretanto, quadrilhas de politiqueiros, de advogados, de médicos, de empreiteiros, de juízes, de planos de saúde a desbaratar a riqueza nacional, não pode sobrar dinheiro para mais nada. A que situação chegou esta terra de idiotas. É de causar espanto uma sociedade onde há bandidos em todas as instituições. Esta terra de manada é de fazer vergonha. Chegou ao cúmulo de premiar o ladrão do dinheiro público com uma parte do que ele roubou se ele disser onde escondeu o produto do roubo. Só nesse país de parvos se admite tal absurdo. Um golpe de Estado patrocinado pelos Estados Unidos na América do Sul no século passado massacrou em torturas jovens brasileiros bem intencionados quanto ao destino do seu país para denunciar seus companheiros na luta por um Brasil melhor, enquanto um bandido da pior espécie é recompensado por desbaratar uma montanha de dinheiro do povo idiota que nem sabe disso porque prefere saber onde será o próximo requebramento de quadris.

É muito desagradável para quem lê e adquire algum conhecimento ter de viver em meio a tanta gente inteiramente incapaz do mais breve lampejo de inteligência. É burrice prá todo lado. Acabo de ligar para o escritório de assistência à internete e a moça disse que vai “estar verificando o problema”. Ora, essa construção é da língua inglesa, mas como o brasileiro ainda tem muito de macaco, não serve simplesmente “vou verificar”.

É triste ver um país tão belo como o nosso ser transformado no lugar mais indigno do mundo graças a um povo tão indigno que é taxado de indigno por homens dignos sem nenhuma objeção por parte destes integrantes de manada. O historiador Laurentino Gomes foi quem com maior desenvoltura mostrou de onde vem a desqualificação desse agrupamento de ignorantes: os portugueses. Não é senão daqueles que nos ensinaram os primeiros passos, também conhecidos por suas trabalhadas, e é também deles que vem nossa propensão gastronômica do peru. A consagração de Lula como doutor demonstra bem que aquele povo da terra de Camões tem acentuada preferência por porcaria. O dicionário dá à palavra “doutor” os significados de douto em ciências e letras ou portador de título universitário, casos em que o Lula não se enquadra absolutamente como apenas alfabetizado que é. Mas também pode a palavra significar ignorante e pretencioso, além de bacio. Bacio é um vasilhame usado para receber dejetos humanos quando não há latrinas. Então, em vista de expressar situações opostas a palavra com a qual os portugueses homenageiam Lula, qual a situação mais apropriada para ele? São ou não são doutores em trapalhadas os portugueses?

É de lá, dos portugueses, que vem nossa desqualificação. Está aí um enorme festejamento pelo aniversário da Cidade de São Paulo. As rádios fazem enorme barabadá em torno da folia. São pessoas declarando amor a São Paulo num grande estardalhaço de alegria. A notícia de que haverá um festival gastronômico no Minhocão pelo aniversário daquela cidade deixa curiosidade sobre o que vai ser servido, tendo em vista a propensão gastronômica do peru que os portugueses nos legaram. Na verdade, não há motivo para tal festejamento face à situação de caos e perigos para a população daquela cidade. Não se trata de ofender os paulistas ou paulistanos, ao contrário, a tentativa desses escritos mal-amanhados daqui visam tão somente mostrar aos jovens muitas atitudes desinteligentes assumidas por inexperiência, mas que se substituídas por atitudes inteligentes e bem pensadas serão capazes de arrancar pela raiz todo o mal que infelicita a humanidade. O advogado, poeta, e meu amigo, Raimundo Cunha, afirma que amigo não é o que enxuga as lágrimas, mas sim o que as evita. Tomando-se por base essa verdade poética, é preciso sacudir os jovens, todos eles, principalmente os de São Paulo, por serem as maiores vítimas da perversidade desse sistema que ensina os jovens a trocar saúde por dinheiro. “Segundo especialista, há risco de entrar bactérias, ar e até esgoto nas tubulações em virtude da redução da pressão”. Esta notícia da imprensa se refere à situação da falta de água em São Paulo, e deveria ser motivo suficiente para substituir as festas por responsabilidade e trabalho. Está faltando um parafuso na cuca de quem ama uma cidade que serve a seus habitantes água misturada com esgoto.

 É lá em São Paulo onde os jovens são transformados com mais vigor em robôs de produzir dinheiro e infelicidade, é lá onde se respira, come e bebe maior quantidade de veneno, e é por isso que os jovens de SP precisam ainda mais de proteção. Em virtude da vida atribulada que levam, chegarão mais depressa ao corredor do hospital para chorar. Os habitantes de SP correm risco de vida até por andar nas ruas quando podem ser tragados por alguma cratera que se abre repentinamente ou pela violência incontrolável. Além disso, a absolutíssima maioria terá grandes sofrimentos no momento inevitável de reparar os danos provenientes da velhice. A maldade é muito grande naquela cidade onde só o dinheiro conta. Paguei no hospital Sírio Libanês a quantia de mais de quatrocentos reais por um exame de estômago. De volta para casa, recebo uma cobrança de mais de dois mil e cem reais por conta do mesmo exame. Paga esta extorsão, chega outra cobrança de mais quatrocentos reais por conta do mesmo exame. Fico imaginando quantos mais chegarão. Quantos jovens alegres agora terão condições de cuidar da saúde quando chegar a velhice? Embora a burrice os leve aos festejos, quem enxerga um pouco mais longe do que eles deve avisá-los da verdade sobre sua cidade e seu futuro. Quem avisa no sentido de evitar futuras lágrimas é por ser amigo, e não inimigo. Pergunte ao advogado e poeta Raimundo Cunha. Inté.

 

 

 

 

     

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

ARENGA OITENTA E CINCO


                Como todo chefe religioso, também o papa é uma grande inutilidade que só a estupidez humana justifica. A única diferença do papa para os outros chefes religiosos conhecidos é que a riqueza da religião dele não é dele, ao contrário dos que podem ser vistos entre os bilionários que aparecem na revista Forbes. O papa acaba de dar outra declaração tão inútil quanto os pedidos de paz aos ambientes em conflito, principalmente conflitos para disputar a melhor maneira de servir a Deus. Servir como? Do jeito que dizem os frequentadores de igreja pode-se ter certeza que não é porque se Deus é tão poderoso pela força da santidade e grandeza espiritual, não haveria de igualar-se aos poderosos pela força da grandeza material e pequenez espiritual. Estes, sim, vivem arrodeados de paxá-sacos que nem mosca azul na carne estragada. Mas, Deus? Se eu acreditasse na Sua existência não viveria dizendo que Ele é o maioral, o bam-bam-bam, o dono do pedaço, o gostosão e coisa e tal. A grandeza espiritual se faz acompanhar sempre da humildade. Assim, não se deve admitir um Ser Superior com complexo de pavão.

O coitado do papa ainda não percebeu o quanto há de ridículo e inútil essa transformação de pessoas mortas em santos. A que serve isso? A que serve os pronunciamentos do papa? Ele acaba de se pronunciar sobre os assassinatos ocorridos em Paris, que também tiveram como causa a disputa pela forma de adular Deus, afirmando que toda religião merece respeito. Acontece já não ser mais o tempo em que ou se respeitava a religião ou morria porque havia um tribunal religioso condenava e executava a sentença de tacar fogo em quem não adulasse Deus, tribunal esse que hoje é tão ridicularizado quanto se comunicar por meio de fumaça colorida e fazer santos. Em meio àquela estupidez inicial, ainda maior que a atual, surgiram algumas pessoas que se destacavam pela inteligência, e que por isso mesmo foram consideradas “diferentes” pelas pessoas comuns, aquelas que só se preocupam em juntar riqueza. A maioria absolutíssima da humanidade vive em função de riqueza e desinteligência. Para tipos desse tipo, é incompreensível que alguém se interesse menos por dinheiro do que em querer saber o motivo pelo qual o vento sopra e prá quê que ele sopra, em vez de se contentar como todo mundo faz em saber que o vento sopra prá refrescar. Serve até de propaganda para vendedor de apartamento em lugar de clima quente. Mas, estas figuras esquisitas e que buscam entender as coisas nos seus mínimos detalhes, em função de sua inteligência privilegiada e muita observação, adquiriram sabedoria que para os ajuntadores de riqueza parece burrice. Observei esta realidade quando um dia, entre doses de uísque no Aerobar do estimado amigo Newton, um fazendeiro milionário cujo conhecimento equivalia ao que a juventude moderna demonstrou no Enem me deixou intrigado ao dizer que se tivesse estudado estaria morto. Explicou que se tivesse usado o tempo para estudar não teria ganhado o dinheiro que ganhou negociando.

Por vários motivos, sendo o aprendizado da infância o maior deles, todos acabam interessados em dinheiro e religião, mas não em ter opinião, interesse ou curiosidade pelo mundo e o modo de viver nele. Deixa-se que a vida simplesmente aconteça. Como lagartas, os seres humanos devoram o que encontram pela frente, sem noção da necessidade de poupar não só dinheiro, mas também os recursos naturais, e sem lembrar que embora sua evolução termina também dentro de um casulo de madeira a ser enterrado e apodrecerá como todo despojo em vez de ganhar asas e voar. Embora as conclusões a que chegaram os pensadores sejam consideradas assunto de conversa entre eruditos, a verdade é que os pensadores nos levam ao entendimento de ser preciso haver comunhão não só ente pessoas, mas também entre pessoas e natureza, orientação plena de sabedoria, que muitos sofrimentos podia evitar se fosse observada ao pé da letra. Como não é, e prevalece a orientação dos que menosprezam os pensadores e sua preferência pela sabedoria, o resultado é a completa desunião tanto entre as pessoas como entre as pessoas e a natureza, mistura que resultou nisso que aí está e que não precisa ser definido porque o zunido de balas e a quantidade de choro e cadáveres dizem tudo.

 Todos os Grandes Mestres do Saber recomendam cultivar a inteligência e o conhecimento, no que estão mais do que certos porque, como afirmam com muita propriedade, os males decorrem da falta de conhecimento, o que se confirma ante a brutal ignorância que tomou conta da juventude e a vida de bicho que vive a sociedade por causa disso. Ainda hoje tive oportunidade de ouvir uma jovem de mentalidade comum afirmar que o fato de nascer uma criança sem cérebro é devido ao pecado de Adão. Se o pecado atribuído a adão foi por ter dado uma trepada na Eva, a pobre criancinha sem cérebro que não é gente por falta do órgão que diferencia gente de bicho não sabe e nem poderá nunca saber da existência de Adão, e Eva, ou pecado, e por isso não pode reclamar: “Peraí, pô, que tenho eu a ver com Adão e Eva? Eles trepam e eu pago o pato? Lembra uma historinha da Editora Case na qual uma senhora deixar escapar um pum no ônibus e um bebão tratou de quebrar o gelo falando que ela não se incomodasse porque todo mundo peida. O motorista peida, o cobrador peida, a mulher do motorista peida, a mãe do motorista peida ... E encheu tanto o saco o bêbado que o motorista e o cobrador pegaram-no pelos braços e o colocaram fora do ônibus e foram embora, mas quando partiu o ônibus ainda se ouviram os gritos do bebão: “Peraí, pô! Todo mundo peida e eu sou culpado? Do jeito em que se encontrava o raciocínio desse bebão encontra-se também o raciocínio dos pobres jovens levados pela canalhice de canalhas da pior espécie travestidos de administradores da riqueza pública a se tornarem zumbis incapazes da mínima clarividência mental. É o que demonstra quem atribui a uma inocente criança um castigo por algo que fez o bobão do Adão, tão bobão que precisou ser convencido insistentemente por Eva para que desfrutasse do bem-bom. Aliás, como iria acontecer a multiplicação sem a trepada inicial? É verdade que não precisava virar esta trepulinança desenfreada e incentivada pelos programas medíocres de televisão destinados a mediocrizar a capacidade intelectual da juventude.

A sociedade teria mais a lucrar se dedicasse algum tempo a observar o que nos dizem os filósofos, figuras consideradas esquisitas para quem tem a ação do pensamento limitada pelo insignificante espaço preenchido apenas pelas atividades de produzir, comprar e vender. Nem mesmo Cristo, o pensador tido como o maior de todos os pensadores, dado o apreço que o povo lhe devota, é levado em consideração depois da ora das orações até mesmo pelos que se perfumam para ir à igreja. Cristo advertiu que o bom é a paz, mas temos guerras. Alguém sabe o motivo pelo qual existem guerras ou a quem elas servem? Não servem senão para atender a brutalidade contida na necessidade de se tomar de quem tem, o que ele tem. Embora haja quem pense e afirme haver necessidade de guerra, esse pensamento será motivado pelo mesmo entusiasmo que leva cientista a declarar-se favorável à religiosidade para receber polpuda recompensa que a fundação americana Templeton paga anualmente a fim de evitar que a religião fique restrita aos apenas alfabetizados com a bíblia no sobaco.

A origem das guerras está nas garras da animalidade que ainda habita o espírito dos seres humanos no seu lento arrastar do ponto de onde partiu para rumo desconhecido. Se as religiões sempre promoveram guerras é por não ser lá onde está a irmandade recomendada por Cristo e sem a qual é impossível a felicidade de que também muito se fala, mas em vão. O resultado das guerras são malefícios que podem ser evitados saindo da barbárie para a civilização, atribuição a ser desempenhada por uma juventude esperta, razão porque não acontece uma vez que a juventude nem sabe a diferença entre “come” e “comer”. Se o tema da redação do Enem fosse sobre os assuntos nos quais eles são versados, aqueles em torno do que acontece com “famosos” e “celebridades”, nem assim os jovens seriam aprovados porque ao responder a pergunta sobre quem o jogador de futebola vai comer, eles responderiam quem é que o jogador vai come, e seriam reprovados do mesmo jeito, e a responsabilidade por tanta burrice é a própria religião ao pregar a desnecessidade de pensar que reduz a capacidade de raciocinar dos jovens ao nível medíocre daquela pobre jovem que está certa de que é o pecado de Adão que dá origem aos sofrimentos. Sem uma juventude inteligente e versada em sociabilidade nunca haverá paz em lugar algum do mundo, o que é fomentado pela própria religião uma vez que ela necessita dos bobos que dão vida boa a seus espertos representantes.

Embora a religiosidade tenha sido capaz de influenciar alguns dos primeiros grandes pensadores, o passar do tempo foi tornando cada vez mais evidentes as inverossimilhanças entre as afirmações religiosas e a realidade, dando origem a uma crescente descrença que lentamente vai aumentando até desnudar por completo a verdade, o que acontecerá no dia de São Nunca quando surgir uma juventude capaz de trombetear o muro que protege as mentiras com mais vigor do que Josué trombeteou o muro que protegia Jericó. Não é de todo impossível algum dia aparecer uma juventude que pense em conhecer o mundo oposto ao mundo dos “famosos” e das “celebridades”, e que ao fazê-lo dê de cara com o que diz o grande cientista Cristopher Hitchens, sobre a religião: “deus não criou o homem à sua imagem. Evidentemente foi o contrário, e essa é a explicação indolor para a profusão de deuses e religiões e o fratricídio entre religiões e no interior delas que vemos ao nosso redor e que tanto tem adiado o desenvolvimento da civilização”. E pelo que diz quem sabe onde tem o nariz, a religião é um grande engodo que a humanidade carrega na consciência e no bolso. Ela vê beleza na pobreza, mas vive na riqueza. Sua maior contribuição para atraso da humanidade é transformar os pobres de bens materiais em pobres de espírito ao fazê-los crer ser normal e até necessária a pobreza.

Para encerrar essa prosa e mostrar a verdadeira face da religiosidade para quem quiser ver como é que era a safadeza nos conventos, há um livrinho de Ana Miranda, intitulado Que Seja Em Segredo, ilustrado pela figura de uma freira de expressão sem expressão, mas com um belo par de peitos à mostra, inclusive com direito de ver o bico de um deles, aquela ponta mais escura que a religião diz destinar às crianças. Menina bobinha essa religião, nenão? Inté.

domingo, 18 de janeiro de 2015

ARENGA OITENTA E QUATRO


Os brasileiros com algum discernimento tem motivos de sobra para se envergonhar do seu país. O derradeiro vexame foi causado pelo “biquinho” com que o governo desse belo país de triste sorte demonstrou estar “zangadinho” com o governo da Indonésia por ter executado um brasileiro que chegou por lá para vender drogas, mas foi apanhado na ação criminosa punida pela lei daquele país com pena de morte. Chega mesmo nosso governo ao ridículo de ameaçar retaliação a um país soberano por cumprir o que estabelecem suas leis, coisa que por aqui é motivo de piada.  A preocupação do governo é apenas aparente como aparentes são todas as preocupações manifestadas em todos os discursos de políticos. Todos os governos de todo o mundo só se preocupam com seus patrões, os ricos, e consigo mesmos. Povo? Ah! Sim... Aqueles que o cheiro do cavalo é mais agradável? Ele é necessário para sustentar o governo, mas para que ele não se lembre disso, assim que sair do trabalho enche-lhe a cabeça com esportes, “famosos”, “celebridades” e muita putaria para com isso anular sua inteligência. Daí surgiu a situação só admissível por quem teve a inteligência reduzida ao nível mental dos desportistas, dos “famosos”, das “celebridades” e da prostituição enrustida em várias atividades, situação esta da qual resulta que chutar uma bola ou requebrar os quadris grudado numa guitarra garante vida abastada, enquanto quem rala no Enem e na faculdade, quando no fim da tarde vai contabilizar a féria do dia em notas de dez e vinte, é abalado por um rugido de leão e o medo o faz tratar de separar a metade para ele.

Para os de má fé, enganar os de boa fé é a coisa mais fácil do mundo. Sujeito chega a ser convencido de haver vantagem em trocar um pacote inteiro de dinheiro por um pacote todo feito de pedaços de jornal com um só dinheiro por cima. Estudos de psicologia indicaram aos interessados em manter longe o cheiro do povo e eles treinaram  papagaios com microfone para os auxiliar na tarefa nefasta de manter o povo na condição de manada, o que fazem, por exemplo, ao pregar uma educação através do esporte, que as peladas são necessárias porque dali saem bons jogadores, quando procuram dar aspecto de importância ao esporte, enfim, todo esse endeusamento do esporte, o que resulta numa distorção social perigosa que já chega ao cúmulo de uma foto de jogador ser suficiente para angariar votos ao postulante de cargo eletivo que aparece a seu lado, numa demonstração de total sucesso dos métodos de idiotização uma vez que o jogador da foto manifestou interesse maior em que se construísse estádio em vez de hospital, o que é o oposto para o bem-estar social que deveria merecer toda a dedicação do postulante ao cargo. Se ninguém duvida ser melhor viver numa sociedade onde não haja motivo para se ter medo de assalto ou de não ter um ponto em que se apoiar na hora inevitável do sofrimento, tal sociedade só é possível com povo esclarecido. Portanto, é uma situação insustentável esta em que as ações dos governos visam impedir que o povo fique esclarecido. O jovem não é burro por ser burro. A burrice lhe é imposta. A criança é recebida por um monte de burrices ao nascer, e o resultado é o interesse apenas por burrices que lhes é implantado na personalidade pelos papagaios de microfone. Pelo que eles papagaiam, teremos uma sociedade de bichos. É isso que estes senhores terão em troca do trabalho que fazem de insuflar o apego às coisas irrelevantes para o bem-estar social.

Governo que fomenta esse tipo de coisa não se preocupa com seu povo, mas é assim que são governados os grupos sociais e é por isso que há milhões de seres humanos no mundo, armados, treinados e pagos exclusivamente para brigar. O interesse dos governos pelo povo só vai até onde vai a necessidade de quem faça o trabalho de azeitar e por em funcionamento a máquina que mantém a vida, principalmente a econômica, e esta indiferença ainda é maior por aqui onde políticos declaram-se desinteressados na opinião pública e agem de acordo com esse entendimento por saber que o interesse do povo só vai até uma das muitas bolsas. A esse respeito o Jornal do Brasil dá a seguinte notícia: Temos Bolsa Família, Bolsa Verde, Nossa Bolsa, Bolsa Estiagem, Bolsa Escola, Auxilio Reclusão (Bolsa Preso), Bolsa Remédio, Auxílio Gás, Brasil Carinhoso, Bolsa Maternidade, Minha Casa Minha Vida, Bolsa Pipa (caminhões de água), Fome Zero, Projeto Casa Brasil, Fundo de Amparo ao Trabalhador, Programa Internet para Todos, Luz para Todos.” Esta notícia parece fazer referência à filantropia em vez de ação de governo, exatamente como acontece com o “biquinho” do protesto contra a pena de morte do brasileiro porque é do próprio governo a responsabilidade pela execução do brasileiro. Se cumprisse seu dever de dar ao povo que governa condições de viver com dignidade ninguém teria necessidade de recorrer à marginalidade e acabar desse jeito. Ainda por cima, se um país não pode interferir nas leis de outro país, muito menos ainda o Brasil onde o comércio de droga é o meio de subsistência de inúmeras famílias, inclusive famílias abastadas que traficam em helicóptero particular e ocupam cargos relevantes no governo. O Brasil é um país que não se assunta. Faz papel de idiota desde que nasceu e é esculhambado por estrangeiros debaixo do nariz. Até pneus velhos os gringos das bundas brancas descartam aqui entre a manada festiva e ávida pelos dólares deles. Todo esse barabadá em torno do protesto é mais uma perda do tempo que devia ser ocupado com assuntos relacionados à educação, única coisa capaz de nos tirar do ridículo. É claro que o sofrimento alheio precisa de solidariedade. É por falta dela que o mundo vive às turras. Mas o protesto cai no ridículo quando um governo onde as leis não são cumpridas fica emburradinho e faz biquinho porque outro país não quer ser depravado como ele é. Inté.   

 

 

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

ARENGA OITENTA E TRÊS


Uma geração de analfabetos. Este é o título da reportagem de Alex Ferraz na Tribuna da Bahia do dia 15/01/015, que começa assim: Quinhentos mil estudantes tiram zero na redação do Enem. O ministro da Educação, Cid Gomes (até hoje não entendi, de verdade, essa escolha de Dilma), culpa o tema (Publicidade infantil no Brasil). Discordo do ministro.”

E nem podia ser outra a opinião de discordância do jornalista bisbilhotador que sabe onde tem o nariz porque as quinhentas mil notas zero se devem exclusivamente à absoluta falta de conhecimento dos jovens que chega ao extremo de não saber a diferença entre “come” e “comer”. Como afirma o jornalista, qualquer que fosse o tema, o resultado seria desastroso. Ele não disse, porque não precisa ser dito, que a nota seria boa se o assunto fosse, por exemplo, o seguinte: “Qual o jogador de futebola que não usa cueca e qual a famosa que não corta os pelos da perseguida?” Muitos pensadores afirmaram ser a ignorância a causa de todos os males que atormentam a humanidade, e não é outra senão a ignorância monumental da juventude a causa de haver o Brasil se transformado num pardieiro de ladrões e canalhas de todo tipo. A deformação moral que orientou os primeiros passos do Brasil foi inflada ao longo de sua história em vez de ser combatida, até chegar ao ponto máximo de degeneração a que podia chegar. Por aqui está tão difícil encontrar alguém idôneo que para ocupar cargo público o pretendente precisa apresentar Folha Corrida provando ainda não ter virado ladrão como é a regra ditada pela cultura de ratazana que integra nossa personalidade. A bandalheira toda provém exatamente da ignorância, companheira do analfabetismo que leva os jovens à condição de alienados tão fora da realidade da vida que suas companhias preferidas são telefone, “famosos” e “celebridades”.  Se pela personalidade de alguém é possível conhecer a personalidade de quem anda com esse alguém, fica explicada a mediocridade intelectual da juventude pelas suas companhias entre as quais se incluem BBB, Fazenda e baixarias de todo tipo encontradas nas redes sociais em decorrência da  inimizade colocada entre a juventude e os livros. Eles são a única companhia capaz de superar a ignorância que prejudica tanto a sociedade e, em especial, às poucas pessoas esclarecidas. Será que a juventude faz opção por ser burra, ou será que a burrice lhe é implantada por alguma força maligna? Acerta quem opta pela segunda hipótese, e esta força maligna vem de interesses escusos da politicagem e da religião, irmãs gêmeas que são. Na televisão, através dos papagaios de microfone, aprende-se que a prostituição é arte refinada e digna de ser assistida e almejada pela família cujas mulheres postam fotos nuas como meio da projeção social que passou a ser medida pelo tamanho da bunda sempre em destaque nas fotos, sendo suficiente aparecer nua na revista para ser famosa e virar “celebridade”, enquanto os homens exibem músculos e também muita burrice.  A esse mundo fútil credita-se a burrice dos jovens porque a burrice é condição indispensável para que as ações dos bandidos travestidos de políticos, chefes religiosos e empresários possam ter campo livre por debaixo dos panos sem despertar qualquer interesse dos prejudicados, o que levou o governador de São Paulo a levantar o espectro da guilhotina se o povo deixar de ser tão burro e der uma olhadinha no que se passa por lá.  
É a força da burrice que leva a juventude a ser incapaz de entender coisas como a afirmação do filósofo Bertold Brecht de ser o político corrupto um vigarista, pilantra, e lacaio das empresas. Ao fazer esta afirmação própria de quem observa a vida, o que só acontece com quem lê livros, hábito que o sistema malandramente tornou repugnante aos jovens, o filósofo levanta a seguinte questão que passa ao largo da curta percepção deles: Sabendo-se que a palavra “lacaio” indica aquele que serve com subserviência a um senhor, e que as palavras “pilantra” e “vigarista” significam qualidades altamente negativas na personalidade de alguém, que motivos teriam as empresas para necessitar dos trabalhos de um lacaio pilantra e vigarista, se a norma é contratar pessoas portadoras de qualidades opostas? A resposta justifica a expressão “é aqui que a porca torce o rabo”, e esse rabo torcido é o rabo da sociedade que não poderá viver com dignidade enquanto não desfizer esse Nó Górdio com que as empresas ataram burrice em todos os rabos de todos os seres humanos no mundo, como explica a resposta dada por alguém a quem foi perguntado se trabalhava numa empresa de bilionários e a resposta foi outra pergunta: “E QUEM NÃO TRABALHA?” Embora para a turba, esta passagem do filme nada significa, ela expõe a realidade de que todos, absolutamente todos, dão sua parcela de contribuição para a fabricação da riqueza das empresas. Os que não contribuem com a Mais Valia, o fazem comprando tudo que a empresa manda a televisão mandar comprar.

Diferentemente do outro nó da lenda que podia ser cortado com espada, o nó que prende a sociedade à mediocridade só pode ser desfeito com inteligência e sagacidade. Afinal, depois de vividos tantos anos em guerras, é realmente preciso muita dedicação para mudar sem quebrar a mobília para uma vida de paz, tarefa a ser executada por uma juventude mais esperta do que esta que faz feio no ENEM em função do desapego aos livros ensinado pelo sistema educacional preparado pelos donos das empresas como meio de perpetuar a indiferença pelas coisas das quais dependem as ocorrências negativas que ameaçam a qualidade de vida de todos, mas que os ricos donos das empresas não acreditam atingi-los por estarem acostumados com o “jeitinho” que o dinheiro dá em tudo, ignorando que água e comida não podem ser fabricados nas fábricas. Os poucos jovens que escapam à burrice generalizada, entretanto, percebem nas palavras do filósofo a seguinte situação: A administração pública da riqueza social sempre fez vista grossa às necessidades do povo e dedicou total assistência aos ricos. Como os ricos tem fome insaciável de riqueza e são os donos das empresas,  aguçam o instinto de rato que caracteriza o brasileiro mostram vultosa soma de dinheiro aos políticos em troca de decisões que beneficiam suas empresas. Com a cueca, meias e pastas 007 cheias, o político divide por mil o valor dos bens que a empresa compra do povo, e multiplica por mil o valor dos bens que a empresa vende ao povo. É esse tipo de coisa que o governador liga à guilhotina, se o povo tomar conhecimento. Mas como futucar telefone e requebrar quadris é mais importante, tal comportamento corre livre e solto encontrando apenas pequenos obstáculos colocados por verdadeiros heróis como Joaquim Barbosa, Sergio Moro, Heloisa Helena, Eliana Calmon, em defesa de uma sociedade tão estúpida que não só lhes vira as constas, mas também os persegue.

Inteiramente insustentável, portanto, o sistema de administração pública adotado no mundo com base no sistema capitalista fundamentado nas empresas, uma vez que elas são os cupins que corroem a sustentabilidade social devorando os recursos de custear o bem-estar comunitário do qual se ressentirão todos, ricos, pobres, futucadores de telefone, e, infelizmente, os mais vulneráveis, a crianças, quando a natureza jogar sobre a humanidade o resultado de sua estupidez. Inté.

 

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

ARENGA OITENTA E DOIS


O papel que o povo desempenha na sociedade é tão importante que a sociedade só existe em função do povo. Sendo assim, merecerá o povo o mesmo destino de manada, também importante pelo seu trabalho de produzir carne e leite para alimentar a sociedade? A resposta é um categórico NÃO porque povo é formado de seres com capacidade de pensar, raciocinar e ter sentimento, inclusive de dignidade, merecendo, portanto, por direito e por justa razão, mais respeito e consideração. É crime cometido contra a humanidade relegar o povo às condições a que se relega. Nos presídios, então, o que acontece ali merece a velha expressão “é de fazer dó” o sofrimento daqueles infelizes. Nunca dará certo isso de considerar o povo apenas mero fornecedor de força-trabalho, razão pela qual está fadado ao fracasso o modelo de administração pública de todas as sociedades humanas por não levar em consideração as necessidades e aspirações do povo ao empregar os recursos públicos apenas em benefício de uma insignificante casta de ignorantes de sociabilidade e impedidos pela usura de perceber estar a sociedade se afundando em vertiginosa autodestruição por conta unicamente da exclusão social gritante, chegando ao absurdo de serem destinados apenas 2,9% da riqueza mundial para atender as necessidades de 69,8% da população, enquanto senhores barrigudos fazem pose na revista Forbes ao lado de riquezas indevidamente consideradas como de suas propriedades porque o suor derramado para produzi-las não escorreu da cara destes imbecis, motivo pelo qual o velho Marx denunciava de roubo, de gatunagem, a posse da sobra do produto que o trabalhador produz e que fica com o dono do emprego, e que é, na realidade, a origem de toda riqueza, concomitante com outros processos, todos desonestos. O certo mesmo é que toda grande fortuna tem atrás de si uma história de indignidades.

A lembrança dos tempos de coletores de comida faz com que ainda se acredite na necessidade de se ajuntar riqueza como forma de segurança contra possível escassez, o que resulta na situação insustentável registrada por um chargista retratando algumas pessoas abastadas em luxuoso banquete enquanto se aproxima deles sorrateiramente uma turba de outros também ignorantes, mas com a diferença abismal de ser um grupo infinitamente maior, e, além disso, constituído de famintos. A percepção do artista está a anos luz da falta de percepção tanto dos necessitados quanto dos abastados. A violência crescente é prenúncio da realidade de que os desconsiderados como seres humanos não permanecerão eternamente deslumbrados com o falso mundo de festas, “celebridades” e “famosos” com que se tem conseguido prender a atenção do povo com muito assunto sobre sexo, por despertar interesse sempre, além das vulgaridades que se tornaram distração para as famílias. Aliás, tal situação confirma ser a família o núcleo da sociedade. Estando as famílias tão desestruturadas a ponto de os pais almejarem os filhos em algum dos muitos tipos de prostituição à disposição, do mesmo modo, também se encontra desestruturada a sociedade. Entretanto, embora pareça improvável, por mais lento que possa acontecer, o esclarecimento acontece. Vagarosamente, mas acontece. Vai aos poucos superando a obscuridade da ignorância e a cada dia mais pessoas questionam e reivindicam direitos usurpados pela casta que se julga tão privilegiada a ponto de se considerar única no planeta.

Tirar proveito da força-trabalho dos irracionais é diferente de fazer a mesma coisa com seres humanos em virtude da capacidade de raciocinar inerente a estes últimos. Como raciocinam muito mal em função da influência das “celebridades” e “famosos”, chegam sempre a conclusões erradas que os leva à promover a violência crescente como meio de manifestar seu justo descontentamento, quando poderiam ter saciada sua sede de justiça de modo inteligente como, por exemplo, dedicando interesse em assuntos como a fala do governador de São Paulo sobre faltar guilhotina. Ali estão todas as causas de toda a desarrumação em que se encontram todas as sociedades de todo o mundo. Embora tenha sido assim desde sempre, não pode mais continuar sendo como sempre foi porque a quantidade dos seres humanos brutos no mundo cresceu demais e nenhum ambiente sobrevive quando superlotado de seres brutos. Certamente Deus se esqueceu de avisar quando parar a multiplicação.  A realidade é que logo não haverá mais água para os pobres. Será que eles vão se contentar em ficar apenas olhando os ricos nas piscinas, lugar onde a enchente não chega, enquanto a ralé é multada pela empresa dos ricos por ter de gastar água para limpar a lama trazida pela enchente que só chega onde há pobreza e religiosidade em vez de piscinas?

Palmas para quem disse ser a ignorância a causa de todos os males do mundo. É por causa dela que em qualquer lugar onde se ajuntam várias pessoas inevitavelmente surge desavença e confusão, razão pela qual se faz necessário um aparato legislador para estabelecer proibições, outro aparato julgador, outro fiscalizador e ainda outro repressor, a absorver os recursos que poderiam estar a serviço da saúde e, principalmente da educação, porque havendo uma educação capaz de incutir nos jovens a sabedoria necessária para lhes despertar interesse pela realidade da vida, saberão formar uma sociedade sem conflitos. É necessário repetir à exaustão que cada moeda gasta em educação economiza mil moedas em gastos desnecessários.

O desconhecimento da realidade não permite ao povo religioso perceber que o poder negativo da ignorância venceu o poder divino que atribuiu superioridade ao ser humano quando juntamente com o sopro da vida também recebeu orientação para ser superior aos bichos, mas o que se vê é que a ação levada a efeito com muita astúcia e maldade por quem acredita ter a lucrar com a desavença impede a marcha rumo à superioridade por ser a inferioridade a característica do ambiente onde o valor pessoal é medido pela capacidade de juntar riqueza. Assim é que a recomendação divina foi tornada sem efeito pela maldade dos ajuntadores de dinheiro que através de suas artimanhas mantém os seres humanos no mesmo nível dos bichos porquanto todos se estraçalham do mesmo modo. Inté.

domingo, 11 de janeiro de 2015

ARENGA OITENTA E UM


Uma garota disse a seu pai que a professora dela era muito religiosa porque enquanto corrigia sua prova não parava de exclamar: “Santo Deus”, “Virgem Maria” “Cruz Credo”. O nível deplorável de conhecimento em que se encontra a juventude justifica plenamente esta historinha da Editora Case.  Não saber a diferença entre “come”, e “comer”, como não sabem os jovens, é uma situação inteiramente injustificável que denuncia o fato de total desconhecimento de qualquer outra coisa acima da baixaria encontrada na parte da imprensa da qual participam os jovens, chegando ao ponto de uma jovem declarar que raspa a xoxota porque seu namorado gosta de lamber. Mas, se a juventude está na condição de tão boba a ponto de encontrar a liderança que tanto a encanta nas figuras inexpressivas dos “famosos” e das “celebridades”, a responsabilidade por tamanha falta de senso comum cabe exclusivamente às figuras de outros líderes de araque, os líderes políticos. O modelo de administração pública precisa ser mudado e não é preciso mais do que uma vista superficial sobre a situação em que se encontra o mundo para se chegar a esta conclusão. Qualquer Zemané percebe estar a humanidade vivendo loucura tão grande que uma criança, uma menina de dez anos, é convencida pelos malditos fanáticos a se explodir em meio à multidão, matando seus semelhantes, inclusive outras crianças, situação a que foi levada aquela pobre jovem que destruiu seu futuro e o de outros jovens pelo mesmo convencimento que leva os jovens a agirem como se fossem totalmente desprovidos de inteligência, e, como insetos, atraídos pela claridade da luz da televisão de onde vem a orientação para serem tão bobos como estão. É que a inteligência precisa ser estimulada para se desenvolver. Mas como os jovens foram transformados por seus líderes políticos e religiosos a se tornarem zumbis futucadores de telefones, convencidos de que o negócio é axé, futebola e igreja, não dão à sua inteligência recolhida, a oportunidade de botar a cara de fora para ver quanta burrice por falta dela acontece entre os jovens. Este convencimento é embutido na personalidade da juventude por armadilhas preparadas pelo modo perverso como é exercido o poder de mando, do qual resulta uma situação inexplicável em que assumir um cargo na administração pública equivale a um passaporte para uma vida só concebível nos contos de fada ou presenteada por algum gênio saído da bufa de uma lâmpada mágica. É preciso não ter discernimento para não perceber que esse modelo de vida coletiva vai terminar em fuzuê. A capacidade de percepção é inerente a todos. Porém, os responsáveis pela administração dos recursos públicos usam parte desses recursos para através de armadilhas psicológicas embaralhar a capacidade de percepção e fazer com que o povo volte sua atenção para as coisas sem importância a fim de ficar longe das coisas realmente importantes. Enquanto a juventude que tem o poder de mudar as coisas permanece com a mentalidade daquela jovem que raspa a xoxota para seu namorado lamber, e precisa tornar isso público, com tal mentalidade fica mais fácil para os falsos líderes políticos manejar com tranquilidade a manada que lhes garante o abastecimento de leite, carne, vinhos, palácios, jatinhos, vaga nos melhores hospitais no momento da necessidade, palácios, cartões corporativos, fortuna nos infernos fiscais, além da condição sem correspondência em qualquer outra atividade de passar a ser juiz dos próprios atos perante a lei.  Se alguém diz que o mandatário fez o que não devia fazer, basta que o próprio mandatário negue ter feito o que estão dizendo que ele fez para que o assunto se encerre.

Assim tem sido através dos tempos. Os inocentes primitivos atribuíam àqueles que se destacavam no meio da comunidade por serem dotados de algum poder de liderança e isto acabou em poder de mando aos poucos desvirtuado para poder pessoal que se desenvolveu de tal modo a ponto de chegar à situação de se acreditar que a figura de um rei transcendia a normalidade do mundo das pessoas e se ligava à convivência do mundo das divindades. Entretanto, como a verdade demora, mas sempre aparece, o privilégio do aspecto místico do líder político desapareceu, mas continuaram os privilégios materiais que conferem ao líder político uma vida paradisíaca inimaginável para qualquer pessoa comum como resultado da exorbitância a que os responsáveis pela administração elevaram sua importância perante os demais membros da sociedade ao transformar em direito adquirido mordomias que nada mais são do que desonestidade e a malandragem necessárias para lhes assegurar a aparência de figuras mais importantes do que realmente são, situação que permanecerá imutável enquanto depender da vontade dos próprios líderes políticos acostumados a viver um paraíso. Inteiramente compreensível, levando-se em conta a lei do menor esforço, o apego dos administradores públicos aos cargos que lhes proporcionem viver sem precisar saber quanto custa uma mesa posta. Até o cavalo quando é experto cai fora na hora de sair para o trabalho de ajuntar o gado. Então, para não desgarrar de uma instituição onde se leva vida regalada e ainda por cima com o direito de ter instituto com verbas para preservar a memória dos grandes feitos heroicos por amor à pátria, para preservar esse estado de coisas é que funcionam as armadilhas destinadas a manter o povo longe das atividades políticas. É para isso que servem os gastos monumentais com estádios e templos religiosos para festas destinadas a prender a atenção do povo que segue como manada o caminho indicado por quem se beneficia com a alienação.

O filósofo Bertold Brecht escreveu um poema que esclarece magistralmente o quanto é prejudicial à sociedade a indiferença de seus membros quanto ao destino de sua sociedade. Eis o que diz um trecho do trabalho O Analfabeto Político do filósofo citado: “O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil, que da sua ignorância nasce a prostituição, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais”

A este estado de degradação está reduzida a juventude indiferente ao destino do seu próprio futuro. Chamada pelo filósofo de burra e imbecil. Mas não podia ser de outra forma uma vez que os jovens não se dão bem com os livros. Mas isso também não podia ser de outra forma porque quando os jovens estavam ainda nos cueiros ninguém se preocupou em ler histórias apropriadas para com isto incutir na criança o hábito da leitura, única forma de se instruir, e a instrução é a única forma pela qual se chega à civilização, que por sua vez é a única forma de se viver com menos atribulações, visto ser impossível eliminá-las por completo porque a própria natureza se encarrega de nos fornecer atribulações.

Há poucos dias eu tomava o café com massa num hotel em uma região de pecuária, e um grupo de jovens conversava tão alto que incomodava. O garçom me informou tratar-se de estudantes. Devem estudar vaquejada, imaginei.

A abstinência da atividade de pensar conduziu a humanidade para o misticismo que leva a buscar no lugar errado a tranquilidade desejada. Acredita-se que estátua ouve o que se fala com ela e se acredita que Deus dá pulos de alegria por contemplar jornalistas com a cabeça cepada fora do corpo. Só não se acredita na única coisa que merece crédito: o poder de uma educação capaz de convencer sobre a vantagem da cooperação sobre a competição geradora da animosidade que leva às guerras. O misticismo é fonte de infelicidade porque se nutre da ignorância uma vez que o sofrimento é sua base de sustentação. É a ignorância que leva ao convencimento de haver vantagem no sofrimento. Se o sofrimento é capaz de levar à reflexão, a observação inteligente da vida faz a mesma coisa sem a necessidade de gemer. É absurdo acreditar ser necessário o sofrimento como faz a religiosidade. Esta declaração do religioso Ara Norenzayan, psicólogo social da Universidade da Columbia Britânica em Vancouver, no Canadá, e autor do livro Big Gods (Grandes Deuses), à disposição na internete para quem lê assuntos diferentes dos relacionados com “celebridades” e “famosos” mostra exatamente a dependência que tem a religião do sofrimento para existir. São suas as seguintes afirmações sobre a afirmação de que a religião está declinando de importância e que desaparecerá: “Declínio não quer dizer desaparecimento. A segurança existencial é mais vulnerável do que parece. E conforme as mudanças climáticas trouxerem destruição e os recursos naturais forem escasseando, o sofrimento e as dificuldades podem inflamar a religiosidade”.

É um absurdo sem medida afirmar-se ser necessário conviver com dificuldades e sofrimentos unicamente para que a religiosidade exista. A verdadeira razão pela qual existe a religiosidade é manter a humanidade fora da realidade. Alguém já viu Deus? Já viu Cristo? As coisas das quais apenas se ouve não merecem crédito. Inté.

 

 

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

ARENGA OITENTA


No Jornal do Brasil há uma coluna denominada Juventude de Fé. Quando se diz que alguma coisa é “de fé” geralmente se refere a uma conotação positiva, o que à primeira vista pode parecer que a juventude referida na reportagem como sendo uma juventude de fé seria uma parcela diferenciada da juventude alienada que tivesse se tornado consciente da necessidade de aprimorar o rumo desse caminho tortuoso por onde é conduzida a vida. Mas não é nada disso. A juventude de que trata a reportagem, como toda a juventude, deposita sua fé não em si mesma, único lugar onde pode ser encontrada, razão pela qual seria bobagem esperar que jovens se dispusessem a construir para seus filhos um futuro onde da sabedoria resultasse um mundo onde a honradez e a inteligência tomassem o lugar da falta de caráter e da desinteligência que leva a juventude a encontrar lideranças em falsos líderes, razão da desorganização social. Só líderes autênticos são capazes de apontar caminhos que levem a sociedade a bom porto.  Os falsos líderes fizeram da juventude esta coisa desinteligente, sem graça e amorfa que esburaca o corpo para enfiar enfeites enquanto corre prá lá e prá cá a fim de entrar na faculdade que lhe vai ensinar como ganhar dinheiro para gastar comprando telefones na juventude e remédios na velhice.

Há jovens menos animalizados que percebem a necessidade e fazer algo para mudar alguma coisa no tipo de vida medíocre a que estão fadados, mas em vez de atuar nesse sentido, entregam às forças ocultas a responsabilidade pela realização de seus sonhos, do mesmo modo como faziam seus semelhantes em mentalidade desenhando animais sendo abatidos para que o fato realmente acontecesse. São apelos vãos porque a única força que existe é a nossa força. A força da nossa mente que até hoje ainda nada se sabe sobre ela. Se as forças ocultas a que recorrem os jovens existissem não teriam deixado a vida ter se degradado tanto a ponto de se precisar pedir socorro contra o estado mórbido a que os falsos líderes reduziram a sociedade como resultado da incapacidade mental implantada na personalidade dos jovens tornando-os mais mecânicos que inteligentes.  O futuro dos jovens pode ser equiparado a uma figura que se devora a si mesma porque a fúria consumista que leva multidões de jovens alienados à euforia das compras tem como resultado esquentar tanto o céu que São Pedro vai à forra e quem vai pagar o pato são os filhos dos jovens de rabo preso no tempo em que se desenhava uma mulher pelada tomando banho como meio de fazer chover. Impressiona a incapacidade de raciocínio. Nessa época de mudança de um ano para outro, coisa inventada pelo homem, são ouvidas bobagens sem fim. Completos idiotas questionam outros não menos idiotas em entrevistas também idiotas o que esperam do ano novo, como se fosse o ano o responsável pelos acontecimentos em vez da estupidez humana generalizada.  

Uma sociedade só é organizada quando seus membros cuidam para que ela seja organizada, mas isto só acontece quando as pessoas são socialmente esclarecidas, o que nem de longe é o que deixa perceber pelo seu comportamento alienado a juventude de que trata a coluna Juventude de Fé. Enquanto a juventude espera que as divindades ajam em benefício de seus filhos, algas tóxicas tingem de verde as águas das praias onde os jovens se amontoam num frenesi alucinante para fugir ao tremendo calor resultante do esquentamento provocado pelo comportamento irracional de quem busca seu próprio sofrimento e extinção. A imundície comum em todo lugar onde se aglomera muita gente já colocou um tipo de bactéria em algumas praias que segundo o biólogo Mário Moscatelli é altamente nociva ao fígado e pode causar câncer. O que diz a própria reportagem sobre a Juventude de Fé é suficiente para tirar qualquer esperança de inovação uma vez que quarenta e cinco mil destes jovens festejam um negócio chamado Halleluya que nada mais é do que um ambiente de mendigos espirituais a pedir às forças ocultas que lhes deem muito dinheiro e fama nos palcos onde grassam as nulidades elevadas à categoria de “famosos” “celebridades”, “reis” e “fenômenos”, frutos da ignorância e despreparo social a que foi levada a juventude do mundo. No país dos americanos da bunda branca, precisamente em Hollywood, um surfista teve um sonho com divindades e fundou uma religião chamada Cientologia que tem por altar uma prancha de surfar e cujo Deus promete facilitar o estrelato sonhado pelos jovens moldados na falsa cultura da desnecessidade de se ter cultura, o que os tem feito aderir à nova religião ou nova modalidade de serem extorquidos, influenciados por “famosos”como John Travolta, Brad Pitt e outros ricos de dinheiro e pobres de espírito. Como o objetivo de toda religião é a riqueza, a Cientologia já possui cerca de quatrocentos milhões de dólares em patrimônio. Para conhecer melhor até onde vai a estupidez humana basta pedir ao amigão Google para deixar dar uma olhadinha em CIENTOLOGIA.  

Farrapos mentais é a condição em que se encontram os jovens desprovidos da capacidade de pensar que a eletrônica substituiu no seu cérebro. Como os aparelhos eletrônicos obedecem ao comando dos controles, desse mesmo modo a juventude eletronizada, obedece ao comando dos falsos líderes ao almoçar estragando o almoço ao misturando-o com “refri” e futucação de telefone, comportamento adequado de máquina porque máquina não pode raciocinar sobre o que é melhor ou pior para o    funcionamento do seu mecanismo. Em se tratando de seres humanos, entretanto, é de se esperar um comportamento baseado na racionalidade desprezada pelos jovens por ser a orientação que eles recebem de um sistema educacional que em vez de formar cidadãos forma produtores de uma riqueza da qual resultam malefícios em vez de benefícios sociais. Debaixo do nariz da juventude a política foi transformada em atividade criminosa tão astuciosa que as vítimas de seus crimes, aqueles que choram no corredor do hospital, os que esperam melhorar suas vidas acertando nos números do Cassino Caixa Econômica Federal, os que esperam que o ano novo implante uma sociedade melhor, os que estão convictos de ser bom sofrer porque o sofrimento é uma barganha pelo bem-bom do céu, absolutamente todos, embora vítimas de um sistema perverso de sociedade, vivem a aplaudir as medidas destinadas a mantê-los eternamente fornecedores de recursos para serem queimados de toda forma, inclusive no fogaréu de todo fim de ano, calorosamente aplaudido.

A imprensa paga escritores e jornalistas para escrever e publicar falas contra a desordem social, não passando tudo também de grande farsa porque a própria imprensa tira proveito da situação que finge ser contra. Qualquer dúvida nesse sentido pode ser dissipada tomando conhecimento da verdadeira história contada por Hélio Fernandes, da Tribuna da Imprensa, sobre o passado da Rede Globo. Como a igreja, também toda a imprensa participa da atividade criminosa que substituiu a Ciência Política pela politicagem e suas estripulias por debaixo dos panos ou acima das nuvens no Aerolula. Mas, como a juventude que é a força viva do mundo está inutilizada como elemento dinâmico e transformador, acomodando-se no convencimento de que se as coisas não estão boas para o seu lado, poderiam estar muito piores. Se foram assassinadas cinquenta mil pessoas durante ano, pior seria de fossem sessenta mil. E todos ficam convencidos de que realmente estar menos pior é melhor do que estar mais pior. Este é o típico comportamento submisso aos desmandos e classificado pelo Mestre do Saber como comportamento de enchedor de latrinas. A covardia de se submeter aos desmandos em vez de lutar contra eles é a causa do infortúnio que amarga a humanidade em sua estupidez imensurável de devorar-se a si mesma. É indescritível o tipo de cegueira que leva alguém a ser convencido a estar de acordo com o fato de haver assassinatos entre os membros de uma comunidade. Assassinato deve existir apenas em consequência da falta de discernimento que permita ser responsável pelas próprias atitudes, devendo o portador desta deficiência capaz de levá-lo a causar transtorno ao equilíbrio social ser retirado do convívio social amplo e recolhido a um convívio social restrito aos doentes até que esteja curado e volte ao convívio geral, ou permaneça para sempre no convívio restrito no caso de ser incurável a sua deficiência. Não há razão para que seres capazes de entender a necessidade do ajuntamento vivam a matar-se mutuamente. Quando as coisas não vão bem, como não podem ir bem as coisas numa sociedade onde balas zunem prá lá e prá cá e cadáveres e até mesmo pedaços deles são vistos pelas ruas, é covardia acomodar-se no “podia ser pior”. Ao contrário, deve-se procurar saber o motivo da distorção que levou ao erro e corrigir o defeito porque a sociedade humana deve ter por objetivo fazer com que as pessoas se sintam a gosto na sua sociedade, o que é impossível nas atuais condições de vida moderna.

Quando os seres humanos descobriram a sociedade como melhor forma de viver, desconheciam a necessidade de medidas preventivas contra a desestruturação da sociedade, nem lhes ocorria que a sociedade requer cuidados e tratos especializados. O fato de se amontoar não é bastante para formar sociedade porquanto gado também se amontoa, mas forma manada onde a liderança é decidida pelo poder da força, tipo de comportamento quase sem diferença do que orienta as chamadas sociedades humanas civilizadas nas quais a liderança é conquistada pelo poder do dinheiro, resultando de tal liderança uma situação em que os perniciosos à sociedade se dão bem enquanto seus defensores se dão mal. O próprio Hélio Fernandes que dedicou sua vida à defesa dos interesses do povo que nem sabe quem ele é foi tão perseguido por fazer jornalismo com patriotismo em defesa dos interesses do seu imerecido povo que seu jornal chegou a ser destruído. Do mesmo modo, Joaquim Barbosa foi perseguido por querer uma justiça que defendesse seu imerecido povo. Hélio Fernandes é para o jornalismo o mesmo que Joaquim Barbosa é para a justiça. O que ele conta no seu jornal deveria ser observado e servir de orientação para todos. Inté.