A ausência
de princípios morais contamina tanto as instituições públicas quanto as
privadas. Não é sem razão que a sociedade se torna cada vez pior. Já chegamos à
situação em que tanto o medo quanto o sofrimento estão presentes em nosso meio
do mesmo modo como nas guerras. Não precisa ser inteligente para perceber que a
vida se torna inviável em consequência dos processos de produzir riqueza para
ser armazenada nos infernos fiscais. É uma situação deveras insustentável esta
em que pessoas do tipo daquele jovem retratado na revista com os olhos
esbugalhados e boca escancarada de bicho a berrar que sua empresa dobrava a
cada dez anos, mas que ele queria MUITO MAIS! Então, por meios na maioria das
vezes desonestos, esse tipo de ignorante de sociabilidade açambarca montanhas
de dinheiro em torno de si, tanto dinheiro que precisa ser escondido dos pobres
e por isso é levado para os infernos fiscais nos países supostamente
civilizados que vão movimentar um dinheiro sabidamente roubado de pobres que
choram no corredor do hospital por falta dele. É preocupante a indiferença da
massa ignorante de requebradores de quadris e frequentadores de igrejas ante a
realidade anunciada por todas as ciências. A que lida com água garante que vai
faltar água. A que lida com terra garante que vai faltar terra fértil. A que
lida com comida garante que vai faltar comida. A que lida com ar diz que o ar
está ficando venenoso. A que lida com transporte garante que não pode o
transporte de mercadoria ser feito por caminhões e o de gente por um automóvel
transportando apenas um passageiro em cada carro. Para boa qualidade de vida não
se pode deixar de lado o conhecimento de sociabilidade, conhecimento este que
só pode ser adquirido através dos estudos de sociologia e história, além dos
ensinamentos dos Grandes Mestres do Saber. Ajuntando a tudo isso a observação
dos comportamentos entre pessoas e entre as sociedades, aí, sim, estará o
indivíduo capacitado para formar uma sociedade civilizada na qual as notícias
sobre seus dirigentes serão divulgadas entre assuntos de cultura e realizações
sadias em vez de se encontrarem nos assuntos policiais.
Pois,
apesar disso tudo, o que se vê é festejamento de todos os tipos, inclusive
pelos nascimentos de crianças e mais crianças. As maternidades dos hospitais de
todo o mundo, principalmente os de pobres, mandam para a rua diariamente
verdadeira multidão de mães cada uma levando uma criança para crescer e ajudar
a poluir e consumir os já escassos recursos ainda existentes. São estas coisas
que tiram o caráter de seriedade de pregadores de soluções que ao mesmo tempo
incentivam os chamados eventos esportivos, na realidade um dos sorvedouros do
dinheiro do povo convenientemente convencido de ser desnecessária sua
participação na solução dos problemas que o afligem uma vez que para isso
existem as autoridades, razão pela qual a manada deve se limitar a comer,
cagar, trepar, parir, rezar e requebrar os quadris no axé e no futebola,
deixando sua vida a cargo das autoridades, razão pela qual dedicar o tempo a
curtir “celebridades” e “famosos” que usam ou deixar de usar calcinha ou cueca,
ardis que mantêm o povo na condição de povo, incapaz de se ligar em coisas como
esta advertência da ONU: “Embora precise elevar a produção de alimentos,
planeta perde solos férteis aceleradamente, estando o fenômeno relacionado
ao agronegócio, o que desmascara sua suposta “eficiência”. Será que os
papagaios de microfone têm competência maior do que os cientistas da ONU? A
rádio CBN tem um programa que garante ser o agribiuzinesse beleza pura, quando
serve mesmo á para permitir que rechonchudos senhores abarrotem contas bancárias
vendendo veneno. A reivindicação do MST deve ser todo pai que deseja um futuro
normal para seus filhos.
Nunca antes
se precisou tanto de mudança. A vida não é vivida com satisfação porque a ânsia
de possuir coisas não deixa, e isto não está certo porque estar satisfeito é
melhor e mais conveniente do que possuir coisas. A mudança que produzirá bons
frutos terá de ocorrer dentro da cuca das pessoas para que elas sejam capazes
de descobrir não haver coerência nesse negócio de Deus ordenar que o amem porque
o amor não pode ser imposto. Se não se pode ser obrigado a confiar, ter amizade
ou simpatia, não se pode também ser obrigado a sentir amor. Tá tudo errado e tá
na hora de começar a pensar nisso. É a única forma de concertar. Inté.
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