No Jornal do Brasil há uma coluna denominada
Juventude de Fé. Quando se diz que alguma coisa é “de fé” geralmente se refere
a uma conotação positiva, o que à primeira vista pode parecer que a juventude referida
na reportagem como sendo uma juventude de fé seria uma parcela diferenciada da
juventude alienada que tivesse se tornado consciente da necessidade de
aprimorar o rumo desse caminho tortuoso por onde é conduzida a vida. Mas não é
nada disso. A juventude de que trata a reportagem, como toda a juventude, deposita
sua fé não em si mesma, único lugar onde pode ser encontrada, razão pela qual
seria bobagem esperar que jovens se dispusessem a construir para seus filhos um
futuro onde da sabedoria resultasse um mundo onde a honradez e a inteligência tomassem
o lugar da falta de caráter e da desinteligência que leva a juventude a
encontrar lideranças em falsos líderes, razão da desorganização social. Só líderes
autênticos são capazes de apontar caminhos que levem a sociedade a bom porto. Os falsos líderes fizeram da juventude esta
coisa desinteligente, sem graça e amorfa que esburaca o corpo para enfiar
enfeites enquanto corre prá lá e prá cá a fim de entrar na faculdade que lhe
vai ensinar como ganhar dinheiro para gastar comprando telefones na juventude e
remédios na velhice.
Há jovens menos animalizados que percebem a
necessidade e fazer algo para mudar alguma coisa no tipo de vida medíocre a que
estão fadados, mas em vez de atuar nesse sentido, entregam às forças ocultas a
responsabilidade pela realização de seus sonhos, do mesmo modo como faziam seus
semelhantes em mentalidade desenhando animais sendo abatidos para que o fato
realmente acontecesse. São apelos vãos porque a única força que existe é a
nossa força. A força da nossa mente que até hoje ainda nada se sabe sobre ela.
Se as forças ocultas a que recorrem os jovens existissem não teriam deixado a
vida ter se degradado tanto a ponto de se precisar pedir socorro contra o
estado mórbido a que os falsos líderes reduziram a sociedade como resultado da
incapacidade mental implantada na personalidade dos jovens tornando-os mais
mecânicos que inteligentes. O futuro dos
jovens pode ser equiparado a uma figura que se devora a si mesma porque a fúria
consumista que leva multidões de jovens alienados à euforia das compras tem
como resultado esquentar tanto o céu que São Pedro vai à forra e quem vai pagar
o pato são os filhos dos jovens de rabo preso no tempo em que se desenhava uma
mulher pelada tomando banho como meio de fazer chover. Impressiona a
incapacidade de raciocínio. Nessa época de mudança de um ano para outro, coisa
inventada pelo homem, são ouvidas bobagens sem fim. Completos idiotas
questionam outros não menos idiotas em entrevistas também idiotas o que esperam
do ano novo, como se fosse o ano o responsável pelos acontecimentos em vez da
estupidez humana generalizada.
Uma sociedade só é organizada quando seus
membros cuidam para que ela seja organizada, mas isto só acontece quando as
pessoas são socialmente esclarecidas, o que nem de longe é o que deixa perceber
pelo seu comportamento alienado a juventude de que trata a coluna Juventude de
Fé. Enquanto a juventude espera que as divindades ajam em benefício de seus
filhos, algas tóxicas tingem de verde as águas das praias onde os jovens se
amontoam num frenesi alucinante para fugir ao tremendo calor resultante do
esquentamento provocado pelo comportamento irracional de quem busca seu próprio
sofrimento e extinção. A imundície comum em todo lugar onde se aglomera muita
gente já colocou um tipo de bactéria em algumas praias que segundo o
biólogo Mário Moscatelli é altamente nociva ao fígado e pode causar câncer. O que
diz a própria reportagem sobre a Juventude de Fé é suficiente para tirar qualquer
esperança de inovação uma vez que quarenta e cinco mil destes jovens festejam
um negócio chamado Halleluya que nada mais é do que um ambiente de mendigos
espirituais a pedir às forças ocultas que lhes deem muito dinheiro e fama nos
palcos onde grassam as nulidades elevadas à categoria de “famosos”
“celebridades”, “reis” e “fenômenos”, frutos da ignorância e despreparo social a
que foi levada a juventude do mundo. No país dos americanos da bunda branca,
precisamente em Hollywood, um surfista teve um sonho com divindades e fundou
uma religião chamada Cientologia que tem por altar uma prancha de surfar e cujo
Deus promete facilitar o estrelato sonhado pelos jovens moldados na falsa
cultura da desnecessidade de se ter cultura, o que os tem feito aderir à nova religião
ou nova modalidade de serem extorquidos, influenciados por “famosos”como John
Travolta, Brad Pitt e outros ricos de dinheiro e pobres de espírito. Como o
objetivo de toda religião é a riqueza, a Cientologia já possui cerca de
quatrocentos milhões de dólares em patrimônio. Para conhecer melhor até onde
vai a estupidez humana basta pedir ao amigão Google para deixar dar uma
olhadinha em CIENTOLOGIA.
Farrapos mentais é a condição em que se
encontram os jovens desprovidos da capacidade de pensar que a eletrônica
substituiu no seu cérebro. Como os aparelhos eletrônicos obedecem ao comando
dos controles, desse mesmo modo a juventude eletronizada, obedece ao comando
dos falsos líderes ao almoçar estragando o almoço ao misturando-o com “refri” e
futucação de telefone, comportamento adequado de máquina porque máquina não
pode raciocinar sobre o que é melhor ou pior para o funcionamento do seu mecanismo. Em se
tratando de seres humanos, entretanto, é de se esperar um comportamento baseado
na racionalidade desprezada pelos jovens por ser a orientação que eles recebem
de um sistema educacional que em vez de formar cidadãos forma produtores de uma
riqueza da qual resultam malefícios em vez de benefícios sociais. Debaixo do
nariz da juventude a política foi transformada em atividade
criminosa tão astuciosa que as vítimas de seus crimes, aqueles que choram no
corredor do hospital, os que esperam melhorar suas vidas acertando nos números
do Cassino Caixa Econômica Federal, os que esperam que o ano novo implante uma
sociedade melhor, os que estão convictos de ser bom sofrer porque o sofrimento
é uma barganha pelo bem-bom do céu, absolutamente todos, embora vítimas de um
sistema perverso de sociedade, vivem a aplaudir as medidas destinadas a
mantê-los eternamente fornecedores de recursos para serem queimados de toda forma,
inclusive no fogaréu de todo fim de ano, calorosamente aplaudido.
A imprensa
paga escritores e jornalistas para escrever e publicar falas contra a desordem
social, não passando tudo também de grande farsa porque a própria imprensa tira
proveito da situação que finge ser contra. Qualquer dúvida nesse sentido pode
ser dissipada tomando conhecimento da verdadeira história contada por Hélio
Fernandes, da Tribuna da Imprensa, sobre o passado da Rede Globo. Como a
igreja, também toda a imprensa participa da atividade criminosa que substituiu
a Ciência Política pela politicagem e suas estripulias por debaixo dos panos ou
acima das nuvens no Aerolula. Mas, como a juventude que é a força viva do mundo
está inutilizada como elemento dinâmico e transformador, acomodando-se no
convencimento de que se as coisas não estão boas para o seu lado, poderiam estar
muito piores. Se foram assassinadas cinquenta mil pessoas durante ano, pior
seria de fossem sessenta mil. E todos ficam convencidos de que realmente estar
menos pior é melhor do que estar mais pior. Este é o típico comportamento
submisso aos desmandos e classificado pelo Mestre do Saber como comportamento
de enchedor de latrinas. A covardia de se submeter aos desmandos em vez de
lutar contra eles é a causa do infortúnio que amarga a humanidade em sua
estupidez imensurável de devorar-se a si mesma. É indescritível o tipo de
cegueira que leva alguém a ser convencido a estar de acordo com o fato de haver
assassinatos entre os membros de uma comunidade. Assassinato deve existir
apenas em consequência da falta de discernimento que permita ser responsável
pelas próprias atitudes, devendo o portador desta deficiência capaz de levá-lo
a causar transtorno ao equilíbrio social ser retirado do convívio social amplo
e recolhido a um convívio social restrito aos doentes até que esteja curado e
volte ao convívio geral, ou permaneça para sempre no convívio restrito no caso
de ser incurável a sua deficiência. Não há razão para que seres capazes de
entender a necessidade do ajuntamento vivam a matar-se mutuamente. Quando as
coisas não vão bem, como não podem ir bem as coisas numa sociedade onde balas
zunem prá lá e prá cá e cadáveres e até mesmo pedaços deles são vistos pelas
ruas, é covardia acomodar-se no “podia ser pior”. Ao contrário, deve-se
procurar saber o motivo da distorção que levou ao erro e corrigir o defeito porque
a sociedade humana deve ter por objetivo fazer com que as pessoas se sintam a
gosto na sua sociedade, o que é impossível nas atuais condições de vida moderna.
Quando os
seres humanos descobriram a sociedade como melhor forma de viver, desconheciam
a necessidade de medidas preventivas contra a desestruturação da sociedade, nem
lhes ocorria que a sociedade requer cuidados e tratos especializados. O fato de
se amontoar não é bastante para formar sociedade porquanto gado também se
amontoa, mas forma manada onde a liderança é decidida pelo poder da força, tipo
de comportamento quase sem diferença do que orienta as chamadas sociedades
humanas civilizadas nas quais a liderança é conquistada pelo poder do dinheiro,
resultando de tal liderança uma situação em que os perniciosos à sociedade se
dão bem enquanto seus defensores se dão mal. O próprio Hélio Fernandes que
dedicou sua vida à defesa dos interesses do povo que nem sabe quem ele é foi
tão perseguido por fazer jornalismo com patriotismo em defesa dos interesses do
seu imerecido povo que seu jornal chegou a ser destruído. Do mesmo modo, Joaquim
Barbosa foi perseguido por querer uma justiça que defendesse seu imerecido
povo. Hélio Fernandes é para o jornalismo o mesmo que Joaquim Barbosa é para a
justiça. O que ele conta no seu jornal deveria ser observado e servir de
orientação para todos. Inté.
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