sábado, 31 de janeiro de 2015

ARENGA OITENTA E OITO


Escrever não é difícil. Basta pensar, meditar direitinho sobre o que vai escrever que as palavras vão aparecendo. O diabo é escrever elas do jeitinho que uns e outros por aí querem. Quando digo “confesso que me simpatizei com ela”, todo mundo entende. Sabem perfeitamente o que eu quis dizer. Mas se tem algum dos “uns e outros” fazedores de regras por perto, para ele não posso dizer assim. Devo dizer “confesso que simpatizei com ela”. É o que está lá na revistinha da Editora Case. Agora, diga aí meu. Se todos entenderam do jeito que eu disse da primeira vez, inclusive “uns e outros”, não é realmente uma grande perda de tempo e ainda por cima uma grande falta de bom senso em se apegar a picuinhas? O processo de comunicação do qual resulta o entendimento entre as pessoas acontece por meio da fala que o povo fala, mas essa fala nasce espontaneamente e é a única coisa usada soberanamente pelo povo, diferentemente da riqueza, que embora também seja feita pelo povo, mas não é por ele usada como é a linguagem. A linguagem se desenvolve independentemente da fabricação de regras. Além de tudo, simplificar é mais inteligente do que complicar, e isto inclui também a comunicação, onde o importante é se fazer entender com clareza, não se justificando, portanto, que “uns e outros” não se preocupem menos com regrinhas, e mais com a situação de penúria mental em que se encontram os jovens. Eles dizem “vou estar telefonando” em vez de simplesmente “vou telefonar”. Isto, sim, é motivo para haver regras proibindo tal agressão à cultura pátria. A intromissão estrangeira em nossos assuntos sempre contou com a indiferença do povo e o conluio das autoridades como aconteceu com o PROJETO MEC USAID através do qual o governo americano dizia o que o devia constar do programa educacional brasileiro. Depois ficaram com vergonha de tanta baixeza, e atualmente, embora tudo continue do mesmo jeito, com os gringos das bundas brancas explorando os macacos vendendo para eles todo tipo de porcaria, inclusive a tecnologia que faz ficar feliz e sorridente por segurar uma vara de tirar retrato. A subserviência atualmente atua por debaixo do pano porque se a macacada souber o que se passa por lá, garante o governador de São Paulo que a guilhotina vai comer solta.

 O embevecimento pelas coisas das estranjas nos torna eternamente fornecedores de tudo o que os gringos querem, ainda que disto resulte a situação de penúria em que se encontra esse país imenso, belo, mas infeliz e idiota. Os idiotas que por aqui vivem se portam como inimigos do seu próprio país. Sempre foi assim. Quando o petróleo surgiu, falsos líderes desavergonhados e vendilhões da pátria perseguiram e até prenderam Monteiro Lobato por afirmar que havia petróleo por aqui. Os motivos deste absurdo foram os mesmos de sempre: subalternos e subservientes aos Estados Unidos, contando com a indiferença produzida pelo atraso mental da corja que habita esse belo país de triste sorte, as autoridades obedeciam a interesses escusos do governo americano que sempre se julgou dono do mundo, para fazer crer que o assunto “petróleo” era exclusivo da alçada dos bundas brancas. Este belo pedaço de chão sempre foi espoliado de todo tipo de riqueza, inclusive sua cultura. A massa ignara que faz barulho, enche as igrejas, as latrinas e requebra os quadris mesmo ante a possibilidade de não ter água para tirar o azedume de entre as pernas depois da foliar até à exaustão, esta massa deixou de ser macaco apenas na aparência. O instinto de imitação, entretanto, permanece tal e qual nos macacos. Quem duvidar que vá aos aeroportos e verá macacos superlotando aviões para imitar os americanos lá em Me Ame. Trata-se de um povo tão pateta que sua riqueza alimenta escândalos e ele chora conformadamente no corredor do hospital, certo de que seu sofrimento é por castigo em consequência de ter praticado um ato condenável para as divindades, quando a verdade é que todo o sofrimento decorre da prática de infinitos atos praticados por desmerecimento de quem cuida da administração pública. Trata-se de um povo sem igual em lugar algum do mundo. Aqui o sujeito rouba o dinheiro público, esconde, e o governo lhe dá uma parte do roubo se ele entregar o restante. Aqui, a maior pena a que uma autoridade pode ser condenada é à explicação. Se já explicou que fez o que tinha de ser feito ou que não fez o que não tinha de ser feito, encerrou o assunto. Até pessoa direita que vira autoridade parece se adaptar a esse esquema estranho. Perguntei à ministra Eliana Calmon o motivo pelo qual nada ocorre em face das denúncias contidas nos livros Privataria Tucana, Honoráveis Bandidos e O Chefe, e ela se limitou a falar muito pouco sobre o assunto, resumindo sua resposta em afirmar que Fernando Henrique Cardoso, personagem bandida conforme o livre Privataria Tucana, havia se explicado num programa de televisão sobre a denúncia a ele feita na privatização da Vale, o que significa confirmação de que por ter explicado encerra-se o assunto e fim de papo. A ministra, talvez pela insignificância do perguntador, não fez referência aos outros dois livros, e a explicação do acusado FHC não condiz com a realidade contida nessa matéria da Revista Caros Amigos intitulada JUSTIÇA FEDERAL RECONHECE FRAUDE NA PRIVATIZAÇÃO DA VALE. A matéria começa desse jeito: Em 16 de dezembro do ano passado, a juíza Selene Maria de Almeida, do Tribunal Regional Federal (TRF) de Brasília, anulou a decisão judicial anterior e reabriu o caso, possibilitando a revisão do processo. “A verdade histórica é que as privatizações ocorreram, em regra, a preços baixos e os compradores foram financiados com dinheiro público”, afirma Selene. Sua posição foi referendada pelos juízes Vallisney de Souza Oliveira e Marcelo Albernaz, que compõem com ela a 5ª turma do TRF.” Aí está a contradição da qual resulta uma sociedade cujo desvalor atingiu a máxima degradação moral a que podia chegar. Não é possível haver degradação maior do que a situação a que foi levada esta sociedade de parvos. Eu hoje não sabia se chorava ou se ria da cara de uns completos idiotas numa felicidade sem fim apenas por segurar numa ponta de uma vara e se auto fotografar por meio de um telefone pregado na outra ponta da vara. Não é caso para rir, antes para chorar porque é esse tipo de mentalidade minúscula que escolhe as autoridades que vão administrar os recursos públicos e o resultado é uma escolha tão desgraçada que da administração dos administradores escolhidos pela massa amorfa de ignorantes resulta uma situação tão esquisita que em função dos absurdos vividos as pessoas nem estranham mais se encontram pedaços de cadáver pelas ruas, ou ter o crime se tornado altamente compensador.

É uma situação a ser pensada essa de ser o modelo mais usado e famoso de administração pública ter seus executores escolhidos por pessoas felizes por fazer pose com uma vara na mão e um telefone na ponta dela. É absolutamente inaceitável que pessoas inteiramente inocentes de sociabilidade e que nunca ouviram a palavra s o c i o l o g i a, inclusive analfabetos, sejam quem decidam se vamos ter educação, saúde e segurança ou se vamos ter futebola “famosos” e “celebridades”, resultando desta escolha uma sociedade onde mortes e escândalos são as únicas coisas de que se falam. Nesse momento, enquanto não surgir um escândalo maior, o assunto é o da Petrobrás, onde há quase um ano se tem certeza de que cerca de bilhões foram desbaratados e não se tem notícia dessa riqueza, embora se feche hospital por falta de dinheiro e um chofer de elevador do Congresso Nacional mais caro do mundo tem salário superior ao salário de um chofer de avião-caça.

Enquanto tudo isso acontece, “uns e outros” querem fixar na moldura o idioma em vez de mostrar muito bem explicadinho o porquê de não haver regra proibindo que imbecis apresentem programa de rádio denominado THE YOUNG PROFESSIONAL como faz a rádio CBN, ou para facilitar a vida de quem quer escrever algo, eliminando as várias maneiras de representar graficamente o mesmo som. Por que não grafar apenas com “x” ou com “ch” as palavras “deixa” e “encacha”? Por que não se ligar nas coisas realmente necessárias? É de causar horror a situação em que os médicos recém-formados não tenham conhecimento que lhes permita diagnosticar uma doença, mas mesmo assim recebam autorização para trabalhar como médicos porque o exame que comprova sua incapacidade não impede o exercício da profissão. O resultado desse absurdo é um alto preço a ser pago pelos requebradores de quadris em consequência de erros médicos. Esse país virou um pardieiro por conta de uma juventude cuja mentalidade é tão repugnante quanto um monte de excremento. Causa revolta constatar a que estado mental medíocre foi reduzida a mente de uma juventude que está certa de que uma criança nasce colada na outra em virtude do pecado de Adão.

    A situação de horror que justifica expressões “mundo cão”, “homem lobo do homem”, “tempo é dinheiro”, demonstram a impossibilidade de se viver vida civilizada onde as pessoas possam desfrutar de bem-estar, o que é impossível de acontecer numa sociedade com uma juventude completamente desligada da realidade de que a vida exige reflexão sobre como ela estará algum tempo depois de hoje. No momento atual, vive-se de modo completamente desumano e irracional. Esta notícia mostra a que ponto de baixeza moral chegou a humanidade: Orangotangos são usados em prostituição na Ásia. Está na imprensa esta barbaridade de se amarrar as macaquinhas na cama para que bestas humanas satisfaçam seus instintos bestiais, sendo necessário matar as macacas mães. Então, depois de chegar a uma situação de tal baixeza, não deveria a juventude saber que ela é que é a verdadeira dona do poder de impor as regras, e assumir com dignidade tal função, fazendo desse país desonrado um país honrado de homens e mulheres com vergonha na cara? Como permitir que o governo se transformasse nisso que aí está, com todas, absolutamente todas as instituições tomadas pelo banditismo? Se houver tempo para que esta juventude de parvos seja substituída por uma juventude inteligente, esta nova juventude se reportará à juventude de parvos como a única responsável por tudo de ruim que aconteceu no mundo.

Qualquer Zemané é mais sabido que a absoluta maioria dos jovens. É nessa falta de conhecimento que está a explicação para a existência de uma farmácia e uma igreja em cada esquina. Quantos jovens são capazes de perceber a realidade de haver maior religiosidade onde há menor conhecimento? Esta verdade pode ser notada a cada esquina. Será mais relevante para a sociedade que os jovens saibam estas coisas do que as regras para escrever do jeito que “uns e outros” querem. O conhecimento é importante guia nos caminhos da vida. O hábito de ler me deu conhecimento de que os antibióticos só devem ser usados para combater um mal que seja maior do que os males que ele causa ao organismo. Foi esse conhecimento que me levou a recusar o tratamento que um médico pediatra desta cidade de Vitória da Conquista receitou para minha filha de cinco meses mandando que ela recebesse a carga cavalar de dezoito doses de um antibiótico forte, garamicina, creio, em função de uma infecção urinária que ficou curada apenas com a ingestão de muito líquido,eueu por orientação de outro médico. Desse modo, Não sei qual seria a consequência daquela receita para aquela criança, mas quem é médico sabe bem.

Quem puder levar algum conhecimento aos jovens não deve se omitir por não saber as regrinhas mostradas nas revistas “Pegadinhas da Língua Portuguesa”, da Editora Case. Lá explica que o verbo “simpatizar” não é empregado com pronomes. É mole? Embora eu não sirva de exemplo prá ninguém, mesmo assim escrevo contra os desmandos, conhecendo apenas pela metade uma das milhares de regrinhas. É uma que diz que o pê e o bê gasaiam com “mê”. Assim, mais gente deve também mandar bala na orientação sadia para os jovens. Aliás, bala, não. Ela lembra a tristeza de muitas famílias enlutadas e enrabichadas com igreja que merecem solidariedade em sua inocência. Mas o fato é que é necessário bradar por uma vida melhor por ser completamente inaceitável viver com medo. A vida deve ser usada de forma agradável porque os momentos desagradáveis já são muitos e à medida que o tempo passa, embora os jovens abestalhados não acreditem, eles, os momentos desagradáveis, se tornam cada vez mais desagradáveis e chegam em progressão geométrica, sendo a maioria deles causados por desconhecer como evita-los. Quem observa o comportamento humano percebe a desumanidade que há nele. Este é o motivo pelo qual a inexperiência da juventude permite que ela sirva de joguete nas mãos do perverso sistema de vida sem futuro do “cada um por si”, quando o ideal foi o que disse Alexandre Dumas: “UM POR TODOS E TODOS POR UM”. Inté.

 

 

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