terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

ARENGA 717

 

            Não podia estar mais errada a filosofia de Hegel ao concluir que a única coisa que se aprende com o estudo da História é que nada se aprende com o estudo da História.  Aprende-se desde que se raciocine sobre o fato histórico. Da maioria deles tiram-se conclusões capazes de nos ensinar verdades até então despercebidas. Um exemplo: no capítulo 21 do livro História da Civilização Ocidental, sobre os fatos que levaram à Revolução Francesa que deu origem a outro tipo de sociedade, o historiador McNall Burns, autor do livro citado, esclarece algo tão importante que se o elemento asqueroso povo soubesse ler e parasse um pouco de dançar para ler e sua estupenda estupidez lhe permitisse alcançar o sentido das palavras do historiador, encontraria o caminho para uma vida digna de seres capazes que substituísse a espetacular brutalidade humana que supera a dos irracionais. Jamais será visto grande ajuntamento de bichos eufóricos assistindo duas feras trocando sopapos até que uma caísse desmaiada e tivesse uma velhice infeliz por consequência deste espancamento.               Mas, vejamos o que diz o historiador sobre a sociedade francesa na época da grande revolução:

            “Luiz XIV foi a encarnação suprema do poder absoluto. Seus sucessores, Luiz XV e Luiz XVI, arrastaram o governo aos derradeiros extremos da extravagância e da irresponsabilidade. Além disso, os súditos desses reis eram bastante esclarecidos para sentirem vivamente os seus agravos”. Deduz-se das últimas palavras que por serem os súditos de Luiz XV e Luiz XVI mais esclarecidos do que os súditos de Luiz XIV (encarnação do poder absoluto) foram eles capazes de procurar outra forma de vida diferente daquela em que viviam oprimidos e sem direitos nenhuns.

            Este fato histórico leva à conclusão de que povo esclarecido não se deixa oprimir, pelo menos com a mesma facilidade com que se oprime povo não esclarecido ou politicamente analfabeto. Um povo assim se deixa levar pelas alegrias do pão e circo endeusado por incontável plêiade de papagaios de microfone de forma tão absoluta que é indiferente ao fato gerador de seus sofrimentos e que é o fato de terem parasitas se apossado do Poder Estatal e submetido os governos em todo o planeta à sua vontade mesquinha de ajuntar riqueza sem limite como se apenas eles existissem no mundo.

          Povo não esclarecido atravessa gerações envolvido com brincadeiras e servindo a estes parasitas sem perceber sua servidão. Ao contrário, sendo esclarecido, pode mudar o rumo de sua sociedade quando governantes obedientes a interesses escusos e contrários aos seus interesses de ter direito ao bem-estar que a riqueza social pode proporcionar se empregada nesse sentido.

            Na cultura atual do venha a mim e os outros que se danem não existe povo esclarecido exatamente para que prosperem os desmandos. Os que se acreditam esclarecidos ou civilizados são, na verdade, tão sem esclarecimento ou incivilizados quanto os menos esclarecidos. Se desfrutam de melhor padrão de vida foi a custo do atraso daqueles a quem se julgam superiores.

            De mais a mais, estas sociedades “civilizadas”, além de sustentarem ridícula realiza como enfeite em nome de uma tradição onerosa, abrigam os maiores parasitas da humanidade que por meio de grossa agiotagem na excrescência do sistema financeiro extraem da sociedade sem nada produzirem fortunas incalculáveis que reinvestidas nesse perverso sistema antissocial multiplicam-se extraordinariamente num parasitismo extremamente prejudicial e que apesar do estrago que causa à humanidade, progride no seio das sociedades supostamente civilizadas gerando tamanha quantidade de excluídos que já põem em risco a tranquilidade inclusive dos próprios Midas ainda que sobre proteção de forte segurança cada vez mais inútil.

             Como uma história puxa outra, do que vimos até agora pode-se concluir que a humanidade está condenada a permanecer na obscuridade da falta de esclarecimento, impasse que a impede de ser capaz de impor sua vontade legítima de viver bem aos falsos líderes que a governam submetendo-a à exaustão de produzir a riqueza do mundo e receber em troca mil e uma formas de festejamentos e a insustentabilidade de um planeta tão esbarrocado que desmoronará sob chuvas.  

 

 

 

    

domingo, 4 de fevereiro de 2024

ARENGA 716

 

Pessoas da melhor qualidade escrevem livros de melhor qualidade como os livros de Ladislau Dowbor, Eduardo Moreira, Joseph Stiglitz e tantos outros mais mostrando onde estão as causas do desequilíbrio que dá origem à pobreza da qual decorrem as necessidades que por sua vez infelicitam a humanidade. Aprende-se nestes livros que a falta de dinheiro investido para civilizar os seres humanos é a verdadeira causa de tudo de ruim que há no mundo e não a falta de divindades, mesmo porque os Papas se encarregam de transformar nomes de comedores de feijão nas divindades que não tardam a se tornarem vítimas de atropelamento pelo tráfego aéreo.

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Na imprensa, notícia de algo que só pode acontecer a um povo no qual o instinto de rato é mais predominante do que no próprio rato. Esta notícia se divide em duas partes cada uma mais cabeluda do que a outra: um sujeito reprovado em concurso para juiz de primeira instância foi alçado a juiz da mais alta corte de justiça, o Supremo Tribunal Federal. Pois bem, este dito sujeito incompetente para juiz de primeira instância e que foi elevado pela política a juiz de última instância descondenou um ladrão do dinheiro desse povo do instinto de rato da condenação de devolver a ele quase nove bilhões que tinha roubado. Aliás, em vez de duas, a notícia se divide é em três partes e a derradeira é sobre uma fila de outros ladrões do povo espírito de rato em busca dos dinheiros que roubaram com base na descondenação do primeiro condenado, uma vez que TODOS SÃO IGUAIS PERANTE A LEI.

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Também na imprensa, notícia de que nesse país de ladrões há mais templos religiosos do que escolas, fato que descamba justamente na tal da ladroagem desenfreada por meio de estelionato praticado por profissionais da fé que nas igrejas extorque o povo inocente fazendo crer na existência de uma deus que dá desde carrinhos ordinários a uma outra vida plena de felicidade lá em cima no alto do céu.

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É intrigante como pessoas de tão elevado conhecimento e notória honestidade social por vezes afirmam coisas totalmente impossíveis de acontecer como o que está dito pelo grande escritor Ladislau Dowbor no segundo parágrafo da página 9 do livro O Pão Nosso De Cada Dia, sugerindo que se a televisão atinge 97% dos domicílios, poderia muito bem gerar uma sociedade mais informada (portanto, menos fácil de ser enganada – grifo nosso). Entretanto, como reconhece o próprio autor, isto não pode acontecer simplesmente porque pertencendo a televisão aos ricos e avarentos donos do mundo, monstros de cuja boca escorre baba de dragão, a estes interessa uma sociedade desinformada por ser mais fácil de ser extorquida. Pensar que aos ignorantes de sociabilidade interessa um povo esclarecido corresponde a esperar que pelo fato de ocupar elevado posto na política ou no judiciário seu ocupante seja pessoa íntegra e de alto padrão moral.

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Na página 27 do livro Falando Francamente, de Vinicius Bittencourt, este trecho citado pelo autor, da autoria de Thomas Paine, revela uma das facetas da exuberante estupidez humana: “Quando lemos as histórias obscenas, as libertinagens volutuosas, as cruéis e traiçoeiras execuções, as vinganças impiedosas, que enchem mais da metade da Bíblia, pensamos que seria mais consistente chamá-la a palavra do demônio do que a palavra de Deus. É um relato de perversidades que contribuem para corromper e embrutecer a humanidade...Todas as igrejas, sejam elas maometanas, judias ou cristãs, me parecem meras invenções humanas, estabelecidas para amedrontar e escravizar a humanidade e açambarcar as riquezas e o poder”. A tais palavras do grande pensador Thomas Paine, o também grande pensador Vinicius Bittencourt acrescenta: “Nada porém, absolutamente nada, conseguirá jamais erradicar do espírito humano os estigmas da crendice. Na Rússia, onde os cultos religiosos foram, por mais de setenta anos, cercados ou proibidos, as igrejas renascem agora em seu máximo esplendor.”

Por fim, nossa insignificante opinião a respeito disso tudo: a realidade à toda prova de que os falsos líderes do mundo perseguem quem quer que aconselhe meios para uma vida melhor, cujo maior exemplo foi Cristo, significa o domínio do mal, praia de malfeitores que precisam de pessoas exatamente como são os seres humanos: estúpidos, até onde não caber mais estupidez.

   

 

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

ARENGA 715

 

Não há como salvar a humanidade do desastre que a natureza começou a executar contra ela, sob total indiferença de seus membros mais empenhados na busca por riqueza, diversão, escrever “Best-Sellers” inúteis do ponto de vista de buscar um meio de ser menos infeliz. É tamanha a indiferença dos cafajestes mundiais travestidos de líderes no que diz respeito ao futuro das gerações próximas que segundo a imprensa a reunião denominada Fórum de Davos em Genebra, pretensamente para tratar de assunto tão sério como evitar a morte do meio ambiente, é nada mais do que reunião de farristas como aquela de Sérgio Cabral e sua quadrilha em Paris, com prostitutas de luxo, bebidas e comidas finíssimas enquanto o povo que paga tudo discute se a bola passou pelo lado esquerdo ou direito do goleiro.

Para esse esquisitíssimo elemento não pensante povo não é preciso se preocupar porque se sempre houve secas e tempestades e depois tudo voltou ao normal, então não há motivo para fazer alarme com as secas e as tempestades atuais e nem deixar de curtir jogos e o carnaval porque o negócio é mandar ver nos requebros. Mas, para quem é pai e mãe, será essa a verdade? Embora não seja desespero o cominho certo, também não é acompanhar a opinião pública porque povo não tem opinião própria. Sua opinião lhe é enfiada goela abaixo pela máquina de fazer imbecis cuja antiga telinha virou telona e aparecesse em todo lugar onde se juntam estes entes mentalmente inferiores cujo destino, como o do lixo na enxurrada, é feito pala correnteza.

Um mínimo de bom senso basta para concluir vivermos uma vida que não corresponde à condição de ser capaz de pensar. Tudo mostra esta realidade estranha e inaceitável para quem se elevou mentalmente alguns milímetros acima da turba barulhenta. Veja-se, por exemplo, a falta de constrangimento de nossos políticos diante da realidade de ser o país mais deles do que nosso ser classificado como um dos mais corruptos do mundo. E pior do que não se incomodar, é ter a desfaçatez de negar esta triste pecha de país de ladrões se gatunos do dinheiro público cruzam a todo momento com transeuntes.

De que adiantam livros se quem tem o poder de mudar é um povo feito de analfabetos políticos conduzidos por um berrante soprado por imensa papagaiada de microfone cujos cordéis são manuseados pelos ajuntadores de riqueza, criminosos piores do que a turba que enche as cadeias porque sua ação delituosa infelicidade povos inteiros e cujo comportamento insensível é admirado pela massa ignara em vez de repudiado como devia ser. Se o crime dos magnatas não desperta qualquer indignação, a ação do crime famélico provoca gritos de pega ladrão, esfola e mata esse canalha. Esta não pode ser a pátria amada do Hino Nacional nem sua juventude merece os louvores nele decantados porque nosso país ainda espera por uma juventude que o desperte do berço esplêndido da triste realidade de ser a terra de ladrões e da falta de vergonha.