quinta-feira, 24 de novembro de 2016

ARENGA 321


Entre goles de uísque no ambiente agradável do Aerobar do amigão Newton, rolou esta historinha: Um sujeito e uma belíssima mulher, famosa pela sensualidade e rara beleza, por todos desejada, depois de vitimados por um naufrágio foram parar numa pequena ilha e a atração natural e irresistível do macho pela fêmea e da fêmea pelo macho acabou por levá-los ao relacionamento sexual. Decorridos dias de trepulinança, a inconformação com o mesmismo, inevitável na repetição ainda que das melhores coisas da vida, o sujeito pediu que ela se vestisse de homem (faltou a explicação de onde teria saído essa roupa de homem, mas como se trata de história, deixa prá lá). Combinaram que ela caminharia ao redor da ilha por um lado enquanto ele caminhava na direção oposta. Ao se encontrarem, fingindo falar a outro homem, ele disse: “Olha cara, tá sabendo? vou te contá: Sabe aquela gostosona, fulana de tal? Tô comendo ela, bicho!”.  Encarada apenas como piada, a historiazinha, na verdade, vai além disso porque revela a necessidade de comunicação inerente ao ser humano. Mas aqui a coisa pega para quem se ligou nos ensinamentos dos Grandes Mestres do Saber e tomou conhecimento da realidade da vida também chamada de VERDADE. Isto porque raríssimas são as pessoas que se dedicam a este aprendizado, de modo que aqueles que aprenderam a distinguir entre mentira e verdade ficam sem ter com quem partilhar as novidades. A absolutíssima maioria dos seres humanos aprendem só valer a pena se ligar em assuntos relacionados a ganhar dinheiro, futucar telefone, frequentar igrejas e terreiros de brincadeiras. Recebem uma educação tão enviesada que dela resultam comportamentos bizarros como, por exemplo, acreditar ir para um lugar de infinita boa-venturança depois de morrer, lá no alto do céu, privilégio exclusivo de pobres, quando, na realidade, pobres vão mesmo é para baixo, para um buraco chamado cova ou sepultura. Quem sobe para o céu são os ricos quando viram fumaça na cremação que custa uma nota preta. Céu de pobre é aqui mesmo. Como disse o escritor e poeta itabunense, doutor Paulo Romeu Fontes Berbet, na frase que dá nome a um dos seus poemeas, O CÉU É AQUI, O INFERNO É LÁ EM CIMA. É o título que ele dá a um dos poemas publicados no gostoso livro CONTOS E PEMAS, onde narra também suas interessantes experiências de vida com humor e bom gosto.

O aprendizado sobre a verdade é mais fácil do que o aprendizado das matérias do Enem porque grande parte do aprendizado da verdade se faz apenas pela observação do que acontece no trajeto da vida. Não é preciso fazer calo na bunda de tanto estudar para perceber serem falsas as afirmações dos requintados eruditos ganhadores de Prêmio Nobel que garantem e assinam embaixo que a melhor forma de se viver em sociedade é competindo. Qualquer Zemané pode perceber esta realidade. Basta subir num murundu e olhar à volta. O que se vê são cadáveres de crianças atirados às praias geladas, meninas forçadas pela fome satisfazendo a bestialidade do descontrolado instinto sexual de bichos com forma de gente, meninos portando revólveres em lugar de brinquedos, ar irrespirável, rios secos ou transformados em esgoto, água de beber misturada com bosta e comida com veneno, prostitutas convertidas em “famosas” e professoras em mendigas, trabalhadores recebendo oitocentos reais por mês para trabalhar e outros ganhando milhões para brincar de correr atrás de bola, requintadíssimos estádios para brincadeiras, palácios sem conta para abrigar administradores públicos ladravazes, doentes morrendo à mingua por falta de assistência hospitalar, enriquecimento de profissionais especializados em defender bandidos com os quais dividem o produto do roubo, partidos políticos transformados em quadrilhas de bandidos, a justiça acusada de ser exercida por bandidos de toga, fazendo vista grossa aos crimes dos ladrões do dinheiro de comprar o leite das crianças, jovens levados à morte trocando socos como o escocês Mike Towell que morreu aos 25 anos em consequência das lesões na cabeça sofridas durante lutas de boxe, choro e sofrimento nos corredores dos hospitais.  É o que pode ser visto do alto do murundu como resultado da vida competitiva recomendada pelas Harvards do mundo.

A humanidade não saiu ainda da fase monstruosa de se divertir vendo leões estraçalhando seres humanos. Apesar da proteção divina, das orações e do “empenho” dos administradores públicos na promoção de bem-estar social, a infelicidade tomou conta da humanidade e ela não sabe disso porque se soubesse não haveria mais festas do que reflexão sobre o que vem por aí. Tudo isto decorre das ordens que os ricos donos do mundo dão aos responsáveis pela aplicação do dinheiro público a fim de que ele tenha destino diferente daquele que que deveria ter. Entre os poucos que sabem ser possível criar uma sociedade melhor e os muitíssimos que sabem que só Deus poder fazer isto há uma distância tão grande que impossibilita a comunicação entre uns e outros. Vivi esta realidade porque entre as muitas experiências desagradáveis que tive na vida, uma delas foi ser patrão. Como disse nosso poeta cantador Elomar Figueira Melo em sua bela música/poesia O PEÃO NA AMARRAÇÃO, o ideal é não ser empregado nem patrão. Por incrível coincidência, nesse exato momento em que releio estas mal traçadas para poder publicar, liguei para meu amigo Newton do Aerobar para lhe perguntar se estava de acordo que eu começasse essa arenga falando dele do jeito que comecei. Depois da autorização, eis que ele me colocou em contato com ninguém menos do que o poeta cantador Shangai, de quem tenho a honra de ser parente e que se encontrando por aqui passou pelo Aerobar para matar velhas saudades. Ao ouvir meu reclamo de desaparecer por ser importante, sua veia poética respondeu que todos somos importantes na mesma proporção. Realmente, grande Shangai. O que falta ao ser humano é tomar consciência de sua importância de humano e deixar a bestialidade  de viver uma vida tão desgraçada que enlouquece os jovens e eles disparam metralhadoras sobre outros jovens.

Feito este grato parênteses e voltando ao arengamento, dizia que fui patrão como produtor de café. Por ter aprendido com os Grandes Mestres do Saber, constituirmos uma irmandade na qual ninguém é superior a ninguém, talvez por isso alguns dos empregados mesmo depois de afastados viessem vez em quando nos visitar, o que era gratificante, mas, ao mesmo tempo, embaraçoso. Diferentemente do tempo em que a gente tratava só de coisas relativas ao trabalho, durante as visitas, depois dos cumprimentos habituais era preciso ficar a inventar assuntos sobre o que falar para evitar a situação sem jeito de permanecer em silêncio, o que é desagradável. Do mesmo modo como as pessoas da alegoria da Caverna de Platão se encontravam acorrentadas para não tomar conhecimento da verdade, também agrilhoados às falsas crenças se encontra a humanidade e ai de quem tentar mostrar-lhe a verdade. Acreditando numa falsa realidade que lhes é imposta desde os primeiros lampejos de discernimento, os seres humanos vivem a mesma irrealidade em que vivia a Santa Inquisição, cuja triste história é magistralmente contada nos livros O PAPA ALEXANDRE E SUAS DUAS AMANTES e DAS BRASAS DA INQUISIÇÃO AO LEITO DA PEDOFILIA, ambos do escritor Evandro Gomes Brito, para nosso orgulho, um conquistense brilhante. O erro monumental de perseguir e chegar à monstruosidade de queimar na fogueira uma pessoa por constatar verdades como a de que a Terra circula em torno do Sol é o mesmo erro que leva os seres humanos à autodestruição, às orações e ao analfabetismo político.

É impossível haver comunicação entre quem sabe que a única causa de todas as dificuldades é o uso incorreto dos recursos públicos e quem está convicto de que tudo é uma questão de falta de Deus. Escritores assalariados, egressos das Harvards do mundo, em troca do dinheiro do grupelho de ricos donos do mundo provam por A mais B ser mais vantajosa a competição do que a cooperação na vida em sociedade, o que é uma verdadeira aberração ideológica aceita com tranquilidade apenas por falta do hábito de analisar as informações recebidas. Na página 64 do livro GUIA POLITICAMENTE INCORRETO DA ECONOMIA está dito com todas as letras que os pobres das favelas das grandes cidades não são assim tão infelizes porque é maior a infelicidade dos pobres do nordeste brasileiro. Isto é uma sacanagem que passa ao largo da percepção dos frequentadores de igreja, axé e futebola porque se eles tivessem conhecimento da verdade ensinada pelos Grandes Mestres do Saber compreenderiam tratar-se de opinião comprada pelos ricos donos do mundo cuja monumental ignorância os faz crer ser possível eternizar uma situação na qual gatos pingados afrontam imensas multidões de necessitados esfregando-lhes na cara suas imensas riquezas. Por mais imbecil que seja a massa levada à condição de ser não pensante, um dia perceberá que nenhum Deus proverá a conta do hospital quando a velhice chegar juntamente com suas companheiras inseparáveis, as doenças. Na verdade, o mundo está em rota de colisão com uma bola de ignorância ainda maior do que o próprio mundo. O veneno do conformismo é inoculado na mente das pessoas pela prostituição da consciência. Isto é, pessoas que trocam opinião por dinheiro. Um exemplo desta maldade é a história contada e recontada como de grande sabedoria e que é a seguinte: Um pobre desgraçado que sofria a não poder mais sofrer, cansado de tantas amarguras, choramingou seu infortúnio aos pés de um dos sábios endeusados pelo tipo de literatura agraciada com Prêmio Nobel e lhe disse que seu sofrimento só não era de todo insuportável por conta de uma vaquinha que possuía e que dava um pouco de leite com o que amenizava a choradeira das suas crianças famintas. Depois de meditar um pouco, o sábio, tipo daqueles sábios que abundam nas páginas da revista americana Seleções Rider’s Digest disse ao pobre infeliz: BOTA A VACA PRÁ DENTRO DO BARRACO! Como quem só sabe obedecer dispensa a necessidade de refletir sobre a orientação recebida, como fazem os frequentadores de igreja, axé e futebola, o pobre miserável e sua miserável família passaram a conviver com a vaquinha dentro do barraco, e, como não podia ser diferente, o sofrimento multiplicou. Alguns dias depois, voltou a choramingar nos pés do “sábio” lamentando porque o sofrimento aumentou com a bosta e o mijo da vaquinha botando mais doenças nas crianças. Depois de meditar um pouco o sábio do tipo dos sábios saídos das Harvards lhe disse: TIRA A VACA DE DENTRO DO BARRACO! Com a vaquinha fora do barraco é evidente que a miséria do miserável tinha de diminuir. Com esse tipo de sacanagem os prostitutos da consciência manipulam a mente dos pobres de espírito transformando-os em mendigos de espírito a ponto de beber refrigerante porque a troco de quatro milhões Faustão manda beber, ainda que disto resulte deterioração da saúde dos jovens pobres de conhecimento e milionários em imbecilidades. É com base no conformismo de cumprir ordens que os papagaios de microfone a soldo dos agiotas dos vários tipos de crediários existentes vivem a repetir para que não se deixe de pagar as prestações. É um conformismo tão absurdo que as pseudo autoridades jogam no lombo do povo escravizado as atividades que são da competência delas, das autoridades. Andar a oitenta quilômetros nas estradas e com faróis acesos para prevenir acidentes é uma coisa absurda porque cabe ao governo manter estradas com várias pistas e bem policiadas. É assim que se previne acidentes em vez obrigar os conformados com tudo a terem de arcar com o custo da energia e o “saco” de viajar centenas de quilômetros na mesmice de oitenta. Mas, para os imbecis, trata-se de MEDIDA DE SEGURANÇA, portanto, muito bem-vinda. Do mesmo modo procedem os bancos. A pessoa tem o dinheiro, mas só pode dispor da quantia que o banco permitir. VÁ TOMÁ, PÔ! È isso que as pessoas deviam dizer ao banco em vez de se conformarem com tal absurdo. Se o sujeito é o dono do dinheiro, ele tem de poder dispor do quanto quiser porque problema de segurança é do governo e não do depositário que faz a riqueza dos banqueiros agiotas com suas monumentais contas nos infernos fiscais. O cinismo destes cretinos chega ao ponto de afirmar que o BRA de Bradesco é mesmo BRA de Brasil, o que para a massa de ignorantes é até motivo de orgulho uma vez que todos os tipos de imoralidades são “o quente” por aqui, incluindo a imoralidades da exorbitância dos ganhos bancários.

 O erro monumental de onde provêm todas as mazelas do mundo é a recusa em exercer a sagrada atividade de pensar, comportando-se como os irracionais. Nesse exato momento a papagaiada de microfone faz escarcéu em torno da necessidade de cortar gastos. Isto é uma sacanagem desse governo de banqueiros porque o corte de gastos a que se referem são aqueles que poderiam levar algum alento à classe desfavorecida de sempre. Desperdiça-se o dinheiro público de forma escandalosamente inimaginável, mas a falta de recurso se deve é à Previdência Social. Não falta dinheiro. Só que ele é usado para enriquecer inúteis “celebridades” e “famosos”, esbanjado por administradores públicos em parceria com a máfia do colarinho branco, na lambança das dívidas interna e externa, na construção de estádios autódromos, piscinas destinados às brincadeiras que fomentam o analfabetismo político de onde provem a preferência pela igreja e as brincadeiras em detrimento de fiscalizar o que está sendo feito com o dinheiro suado dos impostos. A coisa é tão esquisita que o ministro Marco Aurélio, depois de votar contra a prisão dos ladrões do erário após julgamento em segunda instância, preferindo que estes marginais muito mais prejudiciais à sociedade do que os assaltantes de bancos só fossem presos depois de toda aquela interminável arenga de mil e um “trâmites legais”. Enquanto isso, ladrões comuns que abarrotam os imundos cárceres do país, depois de cumprirem suas penas continuam amargando a prisão. Voto derrotado, felizmente, o ministro Marco Aurélio afirmou estarmos vivendo tempos estranhos. Realmente, senhor ministro, são tempos estranhíssimos estes em que a justiça passa a mão na cabeça dos responsáveis pela transformação de crianças em cadáveres ou bandidos. Realmente, são tempos não só esquisitos, mas também tenebrosos. Inté.    

domingo, 20 de novembro de 2016

ARENGA 339


A que se deve a infelicidade de Antony Garotinho, Sérgio Cabral e todas aquelas pessoas que a televisão mostrou sendo arrancadas pela polícia do conforto da companhia de suas famílias, da mesa farta de sua casa, e passaram a viver num cubículo denominado cela de presídio? Seriam estas pessoas realmente más, ou teria a maldade da qual resultou sua infelicidade sido implantada em suas personalidades independentemente da vontade delas? Tivessem elas a oportunidade de regressar no tempo e tomar caminho diferente desse que as levaram à execração pública e ao cárcere teriam preferido permanecer no erro? Certamente que não. Estão nesta situação porque sua personalidade fora deformada pela educação que lhes deram seus pais, não por se tratar do criminoso nato da teoria do psiquiatra Cesare Lombroso. Tivessem sido educadas para a convivência social da qual depende solidariedade em lugar de usurpação não estariam agora na situação de levar tristeza àqueles que lhes têm apreço. Se a juventude dos meados do século passado era considerada transviada, sendo "transviar" definido pelo dicionário como "afastar-se do caminho ou da retidão", o caminho do qual teria se afastado a juventude anterior, se é que dele decorra algum prejuízo, ele se resumia aos próprios jovens de comportamento exuberante cujo expoente máximo foi James Dean que morreu cedo em consequência de sua paixão pela velocidade. Porém, o afastamento da juventude atual daquele caminho que devia trilhar prejudica toda a humanidade, de modo que a juventude moderna é infinitamente mais transviada que sua antecedente, devendo seu comportamento enviesado à educação que os leva a estupidez de amar riqueza e divindades em lugar do semelhante. Não lhes ensinaram a realidade de não haver quem possa viver sem comer. Não lhes ensinaram, por fim, o que lhes deviam ter ensinado. Então, seriam os pais dos jovens que os desviam do caminho certo? Não! Não, simplesmente porque eles não poderiam ensinar o que não sabiam. E não sabiam porque seus pais também não podiam lhes ter ensinado porque também não sabiam. Ah! Então os pais dos pais dos jovens são os responsáveis por desviar a juventude do caminho, né não? Né não. E não é porque também aprenderam a estupidez de frequentar igreja e ajuntar riqueza como caminho para a tranquilidade. A quem, então, atribuir a culpa de ter transviado a juventude do caminho pelo qual deveria caminhar? Ao sacana que inventou o princípio do É MEU com o qual inviabilizou a harmonia social. O "é meu" é a fonte da infelicidade humana, muito embora imensa papagaiada de microfone e escritores assalariados, aos quais se incluem filósofos, a serviço dos Reis Midas adeptos do "é meu" garantam e assinam embaixo que ajuntar riqueza é a melhor forma para se viver bem.  

Estaria a humanidade, assim, condenada à infelicidade? Não necessariamente porque alguns jovens deixam de seguir pelo caminho indicado pela papagaiada de microfone e teimam em seguir pelo caminho certo. Aí estão os jovens da Operação Lava Jato enfrentando mil e um obstáculos para levar avante o trabalho de procurar fazer com que todos os jovens sejam levados ao caminho que leva a uma sociedade civilizada. A este fato alvissareiro junta-se outro fato não menos alvissareiro: Um jovem que fora elevado por sua capacidade ao cargo de ministro devolveu este emprego altamente qualificado ao presidente da república que o convidou quando outro ministro, por ser adepto do é meu, lhe sugeriu entrar para a bandidagem e praticar macutaia. Mas não é só isso. Vários jovens fazem um movimento revolucionário em torno do descaso do governo composto por adeptos do é meu, exigindo mais educação. Ao lado disto tudo, um poeta, Milton Nascimento, fez música de uma poesia que escreveu, chamada Canção do Estudante, cuja última frase é JUVENTUDE E FÉ. Bateu na tecla certa o poeta. Aliás, quando ele botou fé na juventude ele também era um jovem. Bateu na tecla certa porque só os jovens são possuidores da maleabilidade mental necessária para trocar o “é meu” pelo “é nosso” sem o qual a infelicidade campeará com intensidade cada vez maior. Estes acontecimentos levam à esperança em que mais jovens saiam da baixeza espiritual a que foi levada pelos adeptos da cultura milenar do é meu a fim de mantê-los no analfabetismo político. Como outros jovens conseguiram se livrar dele, do analfabetismo político, causa dos infortúnios do mundo segundo o Grande Mestre do Saber Bertold Brecht, outros jovens seguirão o exemplo e se juntarão a eles na sublime tarefa de substituir a vida de mundo cão por um tipo de vida no qual não se inclua a necessidade do suicídio individual e muito menos coletivo, destino inevitável a continuar a cultura infelicitante do é meu. Inté.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

ARENGA 338


Povo é povo em qualquer lugar. Mas o povo brasileiro é mais povo do que qualquer outro povo. Os dicionários erram ao citar gente como sinônimo de povo, mas acertam ao citar também a palavra quantidade como sinônimo de povo, por ser quantidade sinônimo de falta de qualidade. Povo, na realidade, é uma grande quantidade de seres barulhentos e de difícil definição, brincalhões numa infantilidade eterna, desprovido de percepção. Se dentro de casa, as pessoas do povo aspiram por saúde, paz, conforto e tranquilidade, fora de casa se engalfinham uns contra os outros e impossibilitam que suas aspirações possam ser alcançadas. À guisa de definição, talvez pudesse dizer que povo é um aglomerado de seres não pensantes que gosta de ser escravizado por uma grande malandragem chamada emprego, através do qual exaure sua vitalidade para produzir uma riqueza da qual não desfruta. Ou não é escravo quem faz a riqueza escondida nos infernos fiscais e sustenta uma categoria de parasitas denominados “celebridades”, “famosos” e “excelências” entre os quais se incluem reis, rainhas, príncipes e princesas? Aglomerações de povo são erradamente chamadas de civilizações embora não passe nenhuma delas de ajuntamento de biltres, umas em maior, outras um pouco menos bárbaras, mas nem por isso algum desses ajuntamentos é formado por pessoas cuja evolução espiritual escapa da condição de biltres. O agrupamento daqui, desse belo país de triste sorte, fomos qualificados pelo Grande Mestre do Saber Charles Darwin como povo desprovido das qualidades que dignificam o homem. Mas em que lugar do mundo estarão tais qualidades, se os grupos menos biltres são os que mais matam e destroem?
Se o mundo está do jeito que está, deve-se exclusivamente à condição de povo em que ainda se encontra a humanidade recusando-se a passar para a condição de gente, o que se percebe pela tendência mundial de valorizar as brincadeiras em detrimentos da sabedoria. As pessoas mais valorizadas por todas as sociedades são aquelas cuja profissão gira em torna de brincadeiras. Aqui entre nós existe um ministério com a função específica de cuidar de brincadeiras. A humanidade fincou o pé no estágio de povo e se recusa a tirá-lo de lá. Na página 21 do livro A História, editora Sextante, consta que à medida que as pessoas deixavam a região do Éden para povoar o mundo, se faziam acompanhar de ódio, rancor, assassinatos e traição, o que se devia ao fato de terem negligenciado a relação com Deus. Se assim se pensava há milhares anos, ainda é como se pensa. E completamente errado porque o que foi negligenciado é o relacionamento das pessoas umas com as outras. Inté.



 

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

ARENGA 337


O mundo dos intelectuais é um mundo diferente do mundo da gente. Na página 368 do livro História da Raça Humana, Henry Thomas diz o seguinte: “No século XVIII a civilização da Europa quase atingia seu fim, como resultado da ambição e dos desatinos de seus governantes. A geração que veio depois de Shakespeare presenciou a mais sangrenta guerra religiosa de toda a história. Durante trinta anos os reis católicos e os príncipes protestantes massacraram seus súditos e devastaram suas nações para a maior glória de Deus. Quando terminou a guerra, em 1648, a Europa Central era um deserto. Homens e lobos famintos lutavam pela carcaça de um cavalo; a população da Alemanha diminuiu de dezesseis para seis milhões de criaturas humanas; o Palatinado (um dos Estados da Alemanha Ocidental) foi saqueado vinte e oito vezes; e a Boêmia teve nada menos de trinta mil aldeias incendiadas”. Como falar em civilização num ambiente de tamanho barbarismo? Civilizado é quem sabe viver em sociedade, não quem a destrói. Será que para os intelectuais o barbarismo é privilégio das repúblicas de banana? O ambiente o que autor chama de civilização em nada difere da brutalidade do ambiente em que Deus ajuda Jacó a tomar Jericó e passar a fio de espada homens, mulheres, crianças, velhos, bois ovelhas e jumentos (Josué 6: 20).

A intelectualíssima Rebecca Newberger Goldstein escreveu um livro chamado 36 Argumentos Para a Existência de Deus, que só mesmo intelectual para se ligar naquela baboseira inútil. Apenas duas coisas em todas as 532 páginas de baboseira enaltecida por outros intelectuais fazem sentido.  Uma delas está na página 17, quando diz que a sociedade americana encara os ateus como pessoas desprovidas de valores internos, portanto, passíveis de serem criminosos, estupradores, viciados em drogas, desvairados. Faz sentido a tal opinião por ser a mesma do apresentador de televisão José Luís Datena quando comentava um crime pavoroso e afirmou que o homem sem Deus é capaz de tudo. Tal opinião, comum a Datena e aos americanos, ocorre por duas circunstâncias: por dinheiro ou por absoluto desconhecimento. O filósofo americano Sam Harris, no livro Carta À Uma Nação Cristã, declarou sua preocupação com o fato de serem os dirigentes de sua sociedade escolhidos por pessoas sem o necessário discernimento mental para tal responsabilidade, uma vez que a maioria dos americanos (que os escolhe) são religiosos. Quer o autor dizer que os religiosos não têm esclarecimento bastante para desempenhar o papel importante de escolher os governantes que também governarão as pessoas esclarecidas, o que fica sobejamente comprovado com a eleição do senhor Trump, que promete cortar as verbas destinadas à contenção do aquecimento global. Há, pois, coerência entre as duas opiniões (a de Datena e a do povo americano) por se tratar de pessoas sem noção do que seja sociabilidade. Não se chega à conclusão a que chegaram os ateus de sermos nós mesmos os responsáveis pelo que somos sem antes ter aprendido as lições dos Grandes Mestres do Saber. O frei Leonardo Boff, procurador de Deus, acaba de nos mostrar a realidade de devermos nós mesmos cuidar de nós ao escrever no Jornal do Brasil matéria na qual declara que os estudantes com seu movimento de ocupar escolas estão buscando outro Brasil e outro tipo de fazer política. É o próprio representante de Deus que admite a realidade de que se depender de Deus, como tem sido, a juventude tá mesmo é ... Ó. E não cola o papo furado do “faça tua parte” porque os únicos que têm tido sucesso na continuação da parte que iniciaram são os causadores da infelicidade humana como prova esta notícia do jornal Folha de São Paulo: Prescrição atinge um terço de ações penais contra políticos no Supremo.

Mas os ensinamentos dos sábios estão vetado tanto ao ocupado senhor Datena quanto aos jovens americanos uma vez que suas universidades substituíram os professores por computadores que lhes ensinam o “Time is Money”, enquanto os Grandes Mestres do Saber ensinam o contrário. Ensinam que tempo deve ser usado para fortalecer cada vez mais a união entre as pessoas, dada a necessidade de boa convivência para que possa haver harmonia social. Portanto, conhecedores de tais ensinamentos, os ateus são exatamente as pessoas menos propensas a cometer crimes, ficando, pois, descartada a presunção tanto do senhor Datena quanto do povo americano da nossa índole criminosa, o que se deve às suas mentalidades envolvidas com dinheiro que não lhes permitem ter acesso aos ensinamentos dos sábios, inocência que entre muitos males está não só o de impedir a percepção de que as autoridades existem para evitar que se morra, e não para homenagear os mostos, mas também a incapacidade de perceber haver algo de muito esquisito  no fato de pensarem doutores do mesmo modo como pensam os analfabetos que não têm a menor dúvida sobre a existência do universo. A segunda e última coisa que faz sentido em todo o livro dos 36 argumentos para a existência de Deus está na página 508 quando sugere que só a existência de Deus justifica a sobrevivência dos judeus. A coerência é mostrar que o mundo dos intelectuais é um mundo às avessas porque a declaração de que apenas Deus pode justificar a sobrevivência dos judeus, diante de todas as atribulações por que sempre passou aquele povo, prova de modo insofismável a inexistência de Deus porquanto os judeus, povo por Ele preferido, tem sofrido o que o diabo não quer através dos tempos. A companhia de Deus significa o sofrimento em que se baseiam as religiões, razão pela qual deve-se manter distância Dele como fazemos nós os ateus para quem o sofrimento deve se resumir aos inevitáveis como, por exemplo, os cânceres decorrentes do veneno existente na comida por obra dos ricos donos do Agribiuzinesse que garantem e assinam embaixo ser indispensável a proteção de Deus. Todos os argumentos em torno da existência de Deus podem se resumir a apenas um: CADÊ ELE?

O mundo dos intelectuais faz mal em superestimar a burrice de quem não é intelectual. Ouvi um desses perfumados e inúteis arrumadinhos jogadores de conversa fora fazer pose na televisão para responder à pergunta sobre as perspectivas do governo Trump dizendo que uma das possibilidades é diminuir a preocupação com os pobres. Ora, tal afirmação só pode ser burrice ou mal caratismo das opiniões compradas por ser inteiramente impossível aos ricos donos do mundo não se preocuparem com os pobres por total dependência de quem lhes movimentem as máquinas de fazer dinheiro, destino ingrato imposto ao povo inclusive pela religiosidade com seu papo furado de haver vantagem na pobreza. As incoerências do mundo da intelectualidade são tão vastas quanto o universo. Almofadinhas das letras e sua erudição inútil, do alto de seu pavoneamento literário afirmam que a discordância mundial com a eleição do senhor Trump a presidente dos americanos das bundas alvejadas decorre do fato de ser ele, o senhor Trump, contra a situação atual vivida no mundo, ou “Status Quo”, como preferem prá fazer bonito, do mesmo modo como também acreditam fazer bonito os advogados quando precisam provar um fato futuro e pedem ao juiz para autorizar uma vistoria “Ad perpetuam rei memoriam”. Não se pode condenar o senhor Trump por ser contra esse negócio de “status quo”, se resultou dele tanto sofrimento mundo afora, o que demonstra haver sensatez na perpetuação desse, com licença da palavra, “status quo”. Portanto, o senhor Trump pode ser destrambelhado por tudo que tem feito, principalmente pelo espírito antissocial de Rei Midas, mas não por discordar do bicho “status quo” do qual resulta o mundo cão. Como o mundo passou a girar ao contrário, fica difícil compreender o porquê de pensar assim o senhor Trump, uma vez que ele é um dos donos do mundo, condição que lhe dá direito a tudo que quiser, como prova sua eleição. A infeliz indispensabilidade de eleição deve ser um processo de escolha que leve em conta a capacidade de liderança do escolhido, o que afasta a interferência de dinheiro. Como dizem os autores de Evolução Espontânea, na página 21, “Os velhos padrões de visão do mundo não podem mais nos ajudar a caminhar”. Mas tudo continua do mesmo jeitim. ATÉ QUANDO???!!! Inté.

sábado, 12 de novembro de 2016

ARENGA 336


O “PASSAR O BRASIL A LIMPO” de Boris Casoy encontra obstáculos realmente intransponíveis sem a participação popular. Mas como a população é formada pelos ANALFABETOS POLÍTICOS de Bertold Brecht, fica realmente difícil tirar a sujeira que enlameia as instituições públicas sem exceção porque espécimes de povo não conseguem dispor de poder e usá-lo adequadamente sem lhe desviar a finalidade a que se propõe. Ainda outro dia a ministra Rosa Weber, que sabe o que fala, falou da necessidade de investigar evidências de conluios de agentes públicos e empresas privadas. Foi gentil a ministra com os agentes públicos e os empresário quando se limitou a se referir apenas a “evidências”. Uma foto no Jornal do Brasil mostra uma reunião entre Sarney, Eduardo Cunha, Renan Calheiros, Michel Temer e Moreira Franco. Alguém seria capaz de imaginar que uma só destas pessoas, a fina flor do alto escalão da administração pública do país estivesse preocupada com outra coisa senão “armar” prá cima do povo? A situação em que se encontra o povo mostra esta realidade. É nisso que dá entregar a chave do cofre de onde emana todo o poder a espécimes de povo cujo único objetivo é ajuntar riqueza a qualquer custo. Desta forma, ainda que a justiça meta na cadeia todos os criminosos atuais restará injustiça para ser corrigida uma vez que todos os criminosos antecedentes dos atuais ficariam de fora da cadeia. “Primeiro eu e depois os meus” foi a maneira de exercer autoridade desde sempre, e nem podia ser de outra forma por ser inútil esperar atitudes nobres de brutos como ainda são os seres humanos.
Em função desta brutalidade é que existe o fascínio pelo poder, os palácios e as riquezas. Mojica e Gandhi talvez exagerassem na simplicidade. Entretanto, é inadmissível a passividade com que a população encara o uso do seu dinheiro para manter autoridades num estilo de vida tão faustoso que inclui riqueza pessoal, reis, rainhas, príncipes e princesas que parasitam as sociedades impiedosamente. Como dizem os autores Cláudio Vicentino e Gianpaolo Dorigo no livro História Geral e do Brasil, da política resulta muito poder e riqueza para uma minoria, clientelismo e vantagens limitadas para alguns, suor e sofrimento para a maioria. Sempre foi assim e assim continuará sendo enquanto permanecer esta forma maluca de transformar meliantes em “excelências” e entregar-lhes a chave do cofre que guarda o erário, do já resultou em exacerbarem tais pessoas o seu poder a ponto de se divertirem assistindo seres humanos morrendo à medida que um leão lhe arrancava a carne do corpo, barbaridade que mudou apenas em transferir a mordida do leão para o bolso das pessoas. Inté.