sexta-feira, 18 de novembro de 2016

ARENGA 338


Povo é povo em qualquer lugar. Mas o povo brasileiro é mais povo do que qualquer outro povo. Os dicionários erram ao citar gente como sinônimo de povo, mas acertam ao citar também a palavra quantidade como sinônimo de povo, por ser quantidade sinônimo de falta de qualidade. Povo, na realidade, é uma grande quantidade de seres barulhentos e de difícil definição, brincalhões numa infantilidade eterna, desprovido de percepção. Se dentro de casa, as pessoas do povo aspiram por saúde, paz, conforto e tranquilidade, fora de casa se engalfinham uns contra os outros e impossibilitam que suas aspirações possam ser alcançadas. À guisa de definição, talvez pudesse dizer que povo é um aglomerado de seres não pensantes que gosta de ser escravizado por uma grande malandragem chamada emprego, através do qual exaure sua vitalidade para produzir uma riqueza da qual não desfruta. Ou não é escravo quem faz a riqueza escondida nos infernos fiscais e sustenta uma categoria de parasitas denominados “celebridades”, “famosos” e “excelências” entre os quais se incluem reis, rainhas, príncipes e princesas? Aglomerações de povo são erradamente chamadas de civilizações embora não passe nenhuma delas de ajuntamento de biltres, umas em maior, outras um pouco menos bárbaras, mas nem por isso algum desses ajuntamentos é formado por pessoas cuja evolução espiritual escapa da condição de biltres. O agrupamento daqui, desse belo país de triste sorte, fomos qualificados pelo Grande Mestre do Saber Charles Darwin como povo desprovido das qualidades que dignificam o homem. Mas em que lugar do mundo estarão tais qualidades, se os grupos menos biltres são os que mais matam e destroem?
Se o mundo está do jeito que está, deve-se exclusivamente à condição de povo em que ainda se encontra a humanidade recusando-se a passar para a condição de gente, o que se percebe pela tendência mundial de valorizar as brincadeiras em detrimentos da sabedoria. As pessoas mais valorizadas por todas as sociedades são aquelas cuja profissão gira em torna de brincadeiras. Aqui entre nós existe um ministério com a função específica de cuidar de brincadeiras. A humanidade fincou o pé no estágio de povo e se recusa a tirá-lo de lá. Na página 21 do livro A História, editora Sextante, consta que à medida que as pessoas deixavam a região do Éden para povoar o mundo, se faziam acompanhar de ódio, rancor, assassinatos e traição, o que se devia ao fato de terem negligenciado a relação com Deus. Se assim se pensava há milhares anos, ainda é como se pensa. E completamente errado porque o que foi negligenciado é o relacionamento das pessoas umas com as outras. Inté.



 

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