A ex-presidente Dilma que já devia ter deixado de encher o saco, erra
em tudo. Inclusive em afirmar haver ilegitimidade nas circunstâncias que
levaram o atual presidente à presidência. Absolutamente todos os presidentes
chegam lá através de circunstâncias ilegítimas. Os elevados custos das eleições
demonstram esta realidade. Sendo dinheiro a alma dos seres humanos, e sendo os
governantes seres humanos, resulta daí que governante algum pode governar como
deveria. Isto é, aplicando os recursos públicos para promoção do bem-estar
social, por ser absolutamente impossível haver no mundo inteiro ser humano que
tendo dinheiro a seu dispor, leve em consideração a realidade de pertencer ele
àqueles que trabalharam para que existisse e supere a tentação de se
apossar dele. Estranho, muito estranho é que ainda não se tenha dado conta da
realidade de estar defasado o sistema de deixar a cargo de governantes a
responsabilidade da guarda dos recursos públicos em virtude da predominância do
egoísmo inerente à natureza dos seres vivos. Detentores do poder da força bruta
que o poder das armas lhes confere, os governantes usam desse poder contra a classe trabalhadora que produz a riqueza. Todos
os Alexandres do mundo devem sua grandeza ao trabalho dos soldados anônimos.
Instituiu-se um privilégio tão grande quanto descabido dos governantes que veio
a resultar numa situação que se torna insustentável à medida que mais espécimes
de povo adquire a qualidade de gente e passa a se interessar por tais assuntos.
Efetivamente, nada mais estúpido do que a situação em que o resultado do
trabalho coletivo vá parar numa parceria demoníaca entre as pessoas que exercem
a atividade de governar e os ricos donos do mundo. Estão aí os resultados do
trabalho dos denodados jovens da Operação Lava Jato demonstrando esta realidade
absurda. Não é por outro motivo que o blog Outras Palavras publicou matéria
onde se indagava o seguinte:
“Como garantir que vereadores e prefeitos coloquem o interesse público à frente
de interesses privados?” Na cultura atual a resposta que ocorre no meio
social será resumida à palavra IMPOSSÍVEL em virtude da indiferença pública em
relação aos interesses públicos. Como mais e mais seres humanos deixam a
qualidade reles de frequentadores de igreja, axé e futebola, estes gatos pingados
questionam como viver numa sociedade na qual prevaleçam os interesses
privados sobre o interesse coletivo, se a palavra “sociedade” traz em si a noção
de comunidade? É aqui que a porca torce o rabo. Quando o presidente deste
Brasil de triste sorte declara à massa bruta de povo ser necessário vender o
país a fim de lhe melhorar as deploráveis condições em que se encontra, está,
na verdade, objetivando o interesse privado dos ricos donos do mundo cujo
interesse não vai além do abastecimento de suas contas nos infernos fiscais.
Quantos pedaços do Brasil já foram vendidos sem que em nada melhorem suas
condições? O lado bom da internete mostra esta realidade. Basta pedir ao amigão
Google o título A ATUAÇÃO DO PRESIDENTE FHC NA PRIVATIZAÇÃO DA CVRD. Quanto
mais pedaços do país forem vendidos, maior será o desconforto dos frequentadores
de igreja, axé e futebola porque ficarão será um lugarzinho a menos onde apoiar
o cotovelo para ficar a gosto.
Inexiste a noção de sociabilidade mesmo nas impropriamente chamadas civilizações,
na verdade amontoados de adoradores de dinheiro tomados por uma fome insaciável
de riqueza que os leva a buscá-la freneticamente cada vez em maior quantidade e
com maior ferocidade. A necessidade de ser conduzido é a razão de serem
infelizes os seres humanos face à impossibilidade de haver condutor cuja
mentalidade tenha superado a barbárie. É por isso que o amigão Sócrates
afirmava haver mais bravura na vitória sobre os próprios desejos do que sobre
os inimigos. Ser obrigado a beber veneno, recompensa que recebeu Sócrates, o amigo de todo mundo, e o fato de terem sido perseguidos todos aqueles que
desejaram uma sociedade humana orientada pelo nobre sentimento de irmandade,
evidencia a realidade de haver predominância do mal sobre o bem, donde surge a
questão do motivo pelo qual pessoas de aparente sinceridade, bondade,
honestidade e desejo de que as pessoas não sofram tanto, desempenhem o papel
bobo de se apresentarem como representantes do bem insinuado na figura de um
Deus orientador de caminhos melhores por onde caminhar. Estudiosos da história
humana afirmam uma realidade contestada por analfabetos, mas ninguém vê nada de
anormal na situação em que o analfabeto tenha mais sabedoria que os estudiosos. O estudioso Stephen Hawking acaba de declarar ser
preciso admitir que nossa história tem sido uma história de estupidez. Na
página 235 do livro A História da Raça Humana, seu autor Henry Thomas,
historiador consagrado, afirma que o procedimento bruto dos antigos
imperadores romanos era também o procedimentos dos papas, que eles se sucediam com rapidez espantosa,
morrendo muitos deles por violência, inclusive envenenamento. A posição de mando
usada para demonstração de poder é própria de espécimes da raça humana de espiritualidade inferior. Esta realidade desperta
curiosidade para o seguinte fato: O Papa Francisco, de modo algum é uma pessoa
inferior. Por que, então, se presta à inutilidade de viver a fazer pedidos a
favor do bem contra o mal, se todo o mal do mundo só pode ser superado quando os seres humanos adquirirem consciência da realidade de necessitarmos uns dos outros, o só pode ser conseguido com educação em vez pedidos? Tal procedimento não combina com a cultura de Francisco.
Não há entretanto, motivo para se afirmar ser impossível outro modo de
vida. A natureza não para de promover transformações, não havendo, portanto,
porque acreditar inexistir solução para esta situação só aparentemente
insolúvel da qual resultam multidões de desesperados por falta de recursos materiais
dos quais depende sua paz espiritual de um lado, e, de outro lado, multidões de
outros desesperados a vasculhar o mundo levados pela necessidade de fazer
turismo, uma das muitas formas que a fome de dinheiro inventou para convencer
os incautos ser beleza pura poder contar que conhece vários lugares do mundo, o
que não é outra coisa senão mais uma entre as muitas formas de explorar a
estupidez humana. Motivo e orgulho deve ser o de contribuir para aprimorar a
vida no ambiente em que se vive. Nunca em conhecer outros lugares, salvo se
para trazer benefícios de lá em vez de levar os de cá.
A limitação perceptiva nos seres humanos supera a dos irracionais.
Fatos do cotidiano demonstra esta realidade que pode ser percebida no
comportamento dos jovens comentando jocosamente, com risos inclusive, a notícia
de que Luciano Huck faz compras do dia a dia gastando quinhentos mil reais.
Pobres jovens! O que fizeram com sua capacidade de raciocinar? Este fato que
vocês encaram como motivo de gozação, é, na realidade, a pontinha que aparece
fora d’água da montanha de infelicidades que os atormentará quando a velhice
lhes trouxer a necessidade de remédios e cuidados médicos. A dinheirama
fartamente distribuída entre “famosos” e “celebridades”, elevando esfarrapados
mentais à condição de reis e rainhas, não tem outro objetivo senão fazer com
que estes carrapatos que parasitam a vitalidade social tornem vocês tão pobres
de espírito quanto eles que não tiveram oportunidade de se elevar mentalmente,
razão pela qual servem de marionetes conduzidas pelas más intenções da
papagaiada de microfone, outras marionetes manipuladas também pela mesma necessidade
de emprego, invenção com a qual os ricos donos do mundo subjuga a humanidade.
As toupeiras verdadeiras têm mais motivos para fama e celebridade do que suas
imitações humanas.
Os escritores do livro Babel botaram o dedo na tecla certa quando
concluíram que a humanidade se encontra numa situação intermediária entre o que
já foi e o vai ser. Há necessariamente de se rejeitar os desmandos aos quais se
tem submetido com resignação. Grande exemplo de se viver uma irrealidade nos
foi dado pela genialidade dos autores da novela O Rei do Gado, quando o
fabuloso ator Tarcísio Meira representou um pai que recusou peremptoriamente
receber uma medalha no lugar do filho morto na guerra. É só uma questão de
exercer a nobre atividade de pensar. Inté.
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