quarta-feira, 2 de novembro de 2016

ARENGA 330


Protestar não é vandalismo como afirmam os escritores assalariados e a papagaiada de microfone. Pedir educadamente ao juiz que repare uma injustiça sofrida é protestar, sem no entanto vandalizar coisa nenhuma. Depredar, sim, é vandalismo. Comete-o com grande sacrifício para a sociedade, seus predadores, os ajuntadores de riqueza, vândalos de cuja ação predatória resulta a infelicidade que assola o mundo. Deve-se à cultura da necessidade desnecessária de ajuntar riqueza o individualismo incompatível com a vida comunitária que depende de cooperação em vez de competição, razão pela qual se torna enigmático o comportamento de pessoas sabidamente cultas além de inteligentes como, por exemplo, o jornalista, escritor e comentarista político Reinaldo Azevedo ao afirmar que o socialismo morreu. Como morreu, se o ser humano é essencialmente, por natureza, um ser sociável que não vive de outra forma senão juntos? Como viver comunitariamente sendo cada um o lobo do outro?  Totalmente impossível! Se até um Zemané percebe esta realidade, por que, então, ignora-a personalidade tão requintada intelectualmente como o ilustríssimo doutor Azevedo? A ojeriza à palavra “socialismo” deve se limitar aos analfabetos políticos e aos monstros espirituais que condenam a maior parte dos seres humanos à impossibilidade de satisfazerem suas necessidades primárias enquanto párias sociais porquanto parasitas da sociedade são elevados à categoria de “celebridades” e “famosos” com direito a uma vida perdulária, marionetes criadas pelos ricos donos do mundo com a triste missão de fazer palhaçadas que distraiam a atenção para futilidades, com o que se impede a elevação espiritual e favorece a condição de otário conformado. A imprensa noticiou o roubo de um anel de mais de dezesseis milhões de reais que pertencia a uma pessoa à qual se referia como celebridade, mas que não passava de uma atriz. Não se pode ficar impassível ante tal situação. Absolutamente nada pode explicar a estupidez das pessoas que se manifestaram na Avenida Paulista a favor da eleição do candidato a presidente americano. É de causar nostalgia a falta de senso comum, a brutalidade espiritual do povo no mundo inteiro, mormente o povo das repúblicas de banana. Povo passou a ser sinônimo de animalidade, brutalidade, insignificância, submissão, razão pela qual os gatos pingados que se insurgem contra esta situação precisam ser incentivados em vez de censurados. O blog Outras Palavras é uma escola de cidadania que devia ser frequentada por todos. Lá está publicada interessantíssima matéria denominada CAPITALISMO, TEU NOME É SOLIDÃO, onde se lê o seguinte: Não é surpresa que o isolamento social esteja fortemente associado a depressão, suicídio, ansiedade, insônia, medo e percepção de ameaça. Mais surpreendente é descobrir o leque de doenças físicas que ele causa ou exacerba. Demência, pressão sanguínea alta, doenças cardíacas, AVCs, queda de resistência a vírus, até mesmo acidentes são mais comuns entre pessoas cronicamente solitárias. A solidão tem um impacto na saúde física comparável a fumar 15 cigarros por dia: parece aumentar o risco de morte precoce em 26%. Isso se dá, em parte, porque eleva a produção do hormônio do estresse cortisol, que inibe o sistema imunológico.

Aí está, pois, pessoa também inteligente e culta afirmando a necessidade indiscutível da interdependência entre os seres humanos, portanto, do socialismo. O inter-relacionamento entre os humanos já era percebido pelos pensadores gregos, razão pela qual têm o mesmo berço a palavra “polis” (cidade), lugar onde se ajuntam pessoas e a palavra “política”, definida pelo filósofo Alemão do século XIV, Johannes Althusius, como a arte de unir os homens entre si, sendo que o velho Aristóteles já afirmava ser o homem um animal político, isto é, social. A única coisa capaz de justificar aversão ao socialismo é a manifestação de preferência ao sistema de propriedade privada em oposição à propriedade coletiva, o que não se justifica em pessoas esclarecidas porquanto da apropriação por poucos dos bens necessários a todos resulta a impossibilidade de mentes sadias nos despossuídos uma vez que o bem-estar espiritual depende do bem-estar corporal que, por sua vez, depende de bens materiais que supram as necessidades primárias. Erra, pois, fragorosamente, quem faz apologia da cultura antissocialista porque dela resulta uma sociedade às avessas como dá notícia a seguinte notícia no jornal: BOLSA EMPRESÁRIO DEVE CUSTAR R$224 BILHÕES EM 2017, uma total aberração. O que é um empresário, afinal, senão uma pessoa rica? Sendo rica, o que justifica tirar recursos de promover bem-estar social para dar a quem já os tem de sobra? É estranhíssimo que pessoas inteligentes não percebem o contrassenso existente na situação atual de depender o bem-estar social de uma coisa inteiramente impossível: que cada pessoa tenha um emprego. Não pode haver emprego para todos que dele dependem como quer o devaneio econômico das marionetes da economia cujos cordões são manuseados pelos ricos donos do mundo que, por sua vez, têm seus cordões manuseados pela cultura da falsa necessidade de riqueza sem limite. O que dirão de tais pessoas seus descendentes quando não tiveram mais comida, água e ar?  

A contenção dos gastos públicos alardeada pela papagaiada de microfone não tem outra finalidade que não guardar nos infernos fiscais os recursos economizados com gastos sociais, daí a falsa pregação de ser deficitária a Previdência Social. Esbanja-se dinheiro a rodo em roubalheiras e acúmulo de aposentadorias, mas falta para dar tranquilidade a quem precisa descansar depois de ter trabalhado. Gastos que precisam de limite são os perdulários como a reivindicação de três bilhões de reais pelas quadrilhas intituladas partidos políticos a título de fundo partidário. Gastos que precisam de contenção são os antissociais e perdulários como os ganhos astronômicos das toupeiras espirituais transformadas em “celebridades” e “famosos”, verdadeiros parasitas sociais. Gastos que precisam de contenção soas os destinados à plêiade de "excelências", na verdade excrescências. Inté.

  

 

 

 

 

 

 

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