A História
do nosso passado deve ter o mérito de evitar sejam repetidos erros cometidos,
uma vez que a única coisa que os seres humanos fizeram na vida foi errar.
Erraram tanto que chegaram à situação de lhes restar apenas a escolha de
desaparecer como os dinossauros ou mudar radicalmente o modo de vida num prazo
muito curto sob pena de não dispor de tempo suficiente para fazer a mudança. Entre
os muitos erros é encarar a História apenas para decorar fatos, nomes e datas a
fim chutar entre as três alternativas propostas pela prova no colégio, em lugar
de observar o que ela nos diz a respeito do comportamento humano através dos
tempos. Os historiadores Cláudio Vicentino e Gianpaolo Dorigo, na página 135 do
livro História Geral e do Brasil, Editora Scipione, nos contam que a História
reflete apenas a opinião dos vencedores, sem levar em conta o que têm a dizer os
vencidos. O esfacelamento mental a que foram submetidos os jovens por uma
educação capenga da qual resultam ganhadores de dinheiro em vez de pensadores não
lhes permite concluir que tal afirmação mostra a causa da infelicidade humana.
Sendo o conhecimento da causa o caminho que leva à solução do problema, o
conhecimento do fato de ser a história da humanidade uma sequência de
vencedores e vencidos, este fato leva também ao conhecimento da causa de todos
os sofrimentos do mundo. Se os seres humanos são obrigados por natureza a viverem
juntos, o que pressupõe viver de modo harmonioso, o ambiente do qual resultam
vencedores e vencidos está longe do comportamento necessariamente harmonioso
indispensável à saúde social.
Os seres
humanos desprezaram a capacidade de raciocinar que lhes poderia levar a uma
vida agradável, preferindo viver como as feras que se não tiverem o que vencer,
também não terão o que comer. É fato que a mesma necessidade de matar para
viver também obriga os humanos a matar. Entretanto, constituindo estes a única
espécie capacitada a pensar, teriam de limitar a monstruosidade da matança às
espécies que eles subjugaram e domesticaram exatamente para lhes fornecer o alimento.
Embora a
História registre a existência de malucos que se separaram dos demais e se
isolaram em montanhas, desertos ou cavernas, preferindo a solidão à companha de
seus pares, trocando feijão, arroz e carne por gafanhoto e mel, tais
excentricidades não merecem atenção alguma por se tratar de pura maluquice ou
invencionice uma vez que o ser humano, por natureza, só pode viver junto a
outros seres humanos, até mesmo pela necessidade inerente à personalidade humana
de ser admirado. Grande pena é que o motivo pelo qual os seres humanos são
admirados atualmente são motivos torpes como ter a mulher a bunda e os peitos artificialmente
grandes e o homem, os músculos e a rola, donde se deduz estar a mentalidade
humana reduzida à insignificância. Atualmente até existem filósofos que
filosofam através dos meios de comunicação em troca de pagamento, de modo que
suas conclusões são pré-fabricadas por quem lhes compra a filosofia. Vive-se um
mundo de falsidades. As pessoas que comentam os acontecimentos sociais,
denominados formadores de opinião, que censuram determinados comportamentos e
sugerem comportamentos melhores em prol de uma sociedade melhor, são as mesmas
pessoas que fazem apologia de refrigerantes, do compra-compra, dos bancos, na
verdade encarnações de satanás pela ação antissocial que exerce o sistema
bancário. Há também inconsequência no fala-fala sobre reforma disso e daquilo
porque o que precisa ser reformada é a mente torpe de quem dá as ordens brutas
das quais resulta a organização social por um lado, e, por outro lado, também
carece de reforma a passividade da mente daqueles que se submetem a tais ordens
sem aquilatar suas consequências.
Vive-se uma
sociedade totalmente desequilibrada na qual pessoas passam fome enquanto outras
bebem uma garrafa de uísque Macallan ao custo de um milhão e quinhentos mil
reais, segundo o amigão Google informa a quem lhe pedir para mostrar os dez uísques mais caros do mundo. Entre tantas
evidências da disparidade que torna insustentável a situação humana está também
a seguinte notícia na imprensa: Com verba
sobrando, país da Europa tem reserva de R$ 3 trilhões para gerações futuras. A
substituição das pupilas por cifrões afetou nos
Reis Midas do mundo a função cerebral em vez da visual. E afetou de modo tão
grave que não lhes é permitido perceber a possibilidade de vir a fome dos
miseráveis do mundo a obrigá-los a não esperar, e gastem eles mesmos a fortuna
destinada a permitir que os descendentes dos atuais ricos donos do mundo tomem
uísque Macallan. O mal que se espalha pelo mundo está avisando ser melhor cepar
fora a cabeça dele antes que ele cresça, em vez de cepar a cabeça de jovens
para fazer bonito perante Deus. Inté.
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