sábado, 12 de novembro de 2016

ARENGA 336


O “PASSAR O BRASIL A LIMPO” de Boris Casoy encontra obstáculos realmente intransponíveis sem a participação popular. Mas como a população é formada pelos ANALFABETOS POLÍTICOS de Bertold Brecht, fica realmente difícil tirar a sujeira que enlameia as instituições públicas sem exceção porque espécimes de povo não conseguem dispor de poder e usá-lo adequadamente sem lhe desviar a finalidade a que se propõe. Ainda outro dia a ministra Rosa Weber, que sabe o que fala, falou da necessidade de investigar evidências de conluios de agentes públicos e empresas privadas. Foi gentil a ministra com os agentes públicos e os empresário quando se limitou a se referir apenas a “evidências”. Uma foto no Jornal do Brasil mostra uma reunião entre Sarney, Eduardo Cunha, Renan Calheiros, Michel Temer e Moreira Franco. Alguém seria capaz de imaginar que uma só destas pessoas, a fina flor do alto escalão da administração pública do país estivesse preocupada com outra coisa senão “armar” prá cima do povo? A situação em que se encontra o povo mostra esta realidade. É nisso que dá entregar a chave do cofre de onde emana todo o poder a espécimes de povo cujo único objetivo é ajuntar riqueza a qualquer custo. Desta forma, ainda que a justiça meta na cadeia todos os criminosos atuais restará injustiça para ser corrigida uma vez que todos os criminosos antecedentes dos atuais ficariam de fora da cadeia. “Primeiro eu e depois os meus” foi a maneira de exercer autoridade desde sempre, e nem podia ser de outra forma por ser inútil esperar atitudes nobres de brutos como ainda são os seres humanos.
Em função desta brutalidade é que existe o fascínio pelo poder, os palácios e as riquezas. Mojica e Gandhi talvez exagerassem na simplicidade. Entretanto, é inadmissível a passividade com que a população encara o uso do seu dinheiro para manter autoridades num estilo de vida tão faustoso que inclui riqueza pessoal, reis, rainhas, príncipes e princesas que parasitam as sociedades impiedosamente. Como dizem os autores Cláudio Vicentino e Gianpaolo Dorigo no livro História Geral e do Brasil, da política resulta muito poder e riqueza para uma minoria, clientelismo e vantagens limitadas para alguns, suor e sofrimento para a maioria. Sempre foi assim e assim continuará sendo enquanto permanecer esta forma maluca de transformar meliantes em “excelências” e entregar-lhes a chave do cofre que guarda o erário, do já resultou em exacerbarem tais pessoas o seu poder a ponto de se divertirem assistindo seres humanos morrendo à medida que um leão lhe arrancava a carne do corpo, barbaridade que mudou apenas em transferir a mordida do leão para o bolso das pessoas. Inté.

Nenhum comentário:

Postar um comentário