Encontramo-nos
entre um velho mundo que morre, e um novo mundo que luta para nascer. Esta frase
é de Umair Haque, em reportagem no blog Outras Palavras. Como integrante do
mundo capitalista, o autor da frase cometeu ato falho ao admitir que o seu mundo
capitalista está morrendo. Nem podia ser de outra forma uma vez que o
capitalismo concentrou noventa e nove por cento da riqueza do mundo nas mãos de
apenas um por cento da humanidade. Qualquer jeca pode perceber ser
insustentável uma situação para a qual, existem pessoas que não têm
necessidades a serem atendidas. A avareza dos malditos Reis Midas os faz
crentes de ser possível eternizar tamanha injustiça social. À juventude cabe
acordar para a realidade de se tratar da inviabilidade do futuro das próximas
gerações. Este é realmente um mundo que morre para dar lugar a um mundo no qual
todos possam satisfazer suas necessidades. O grande problema é que as atenções dos
jovens que são o motor que movimenta o mundo estão voltadas para esse mundo que
morre. Igrejas, axé e futebola prendem de modo tão absoluto a atenção da
juventude que os jovens nem desconfiam de que por trás da militarização da
educação de seus filhos atrofia a capacidade de raciocinar deles porque militar
aprende a obedecer sem questionamentos. É contando com esta incapacidade de
raciocinar que “autoridade” como a ministra da Mulher, da Família e dos
Direitos Humanos disse que as meninas são estupradas porque não usam calcinha.
E sugeriu construir fábricas de calcinhas como solução.
Os jovens
são obrigados a redigir textos sobre fatos históricos de nenhuma importância
para a qualidade de vida presente e futura, num sistema educacional bolorento
que induz a juventude a se ater a uma erudição incapaz de torná-los aparelhados
mentalmente para solucionar os problemas que os afligem. A solução destes
´problemas depende unicamente de ação em vez da omissão política que caracteriza
a juventude. Depende, por exemplo, de ler e raciocinar apenas sobre o que dizem
os primeiros capítulos do livro O BRASIL PRIVATIZADO, de Aloysio Biondi, Grande
Mestre do Saber, da moralidade e da honradez, e do livro O MAPA DA CORRUPÇÃO NO
BRASIL, de Larissa Bortoni e Ronaldo de Moura. No primeiro, podem ser vistas
coisas assim: “Em cinco anos, o governo Fernando Henrique Cardoso não destruiu
apenas a alma nacional, tornando-a dependente do exterior. Seu crime mais
hediondo foi destruir a Alma Nacional”. (Página 11). E, no segundo, página9:
“... atraso para o fornecimento de documentos e recusa para investigar denúncias
...”. Até quando permanecerão os jovens indiferentes a assuntos de tamanha
relevância política?
É para
assegurar esta indiferença que o oráculo do presidente Bolsonaro considera Paulo
Freire inimigo do governo. O motivo? Simplesmente porque o método de ensino
proposto por Freire incluía matéria para desenvolver a capacidade de raciocinar
da criançada. Aí está o motivo da ojeriza. Para trogloditas, raciocinar é algo
tão ruim quanto doença braba. Mirem-se, jovens, no exemplo da garotinha que se
dirigiu a estas múmias pestilentas e desavergonhadas nos seguintes termos: “Vocês fracassaram
conosco. Vocês roubaram minha infância e agora estão roubando meu futuro. Por
dinheiro”.
É por aí. Inté.