terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

ARENGA 476


A conversa fiada, cansativa e inútil da papagaiada de microfone sobre a palhaçada do ministério de segurança, como se não bastasse o porre das notícias sobre previsão de tempo e engarrafamento de trânsito, com qual “celebridade” determinado “famoso” está trepando, o decote de fulana e o tamanho da rola de sicrano, tirando fora estas notícias paparicadas pela juventude futucadora de telefone e apática quanto o mais, depois de tão relevantes assuntos a papagaiada de microfone acrescentou agora à encheção de saco notícias girando em torno das, com licença da má palavra, FAKE NEWS. Povo colonizado é isso aí. Tem de falar a língua que fala o colonizador, no nosso caso, o ingreis, segunda língua oficial do brasileiro babaca apaixonado pelo American Way of Life. Depois de consultar o amigão Google e saber que esse negócio de Fake News significa notícias falsas, fiquei ainda mais certo da necessidade de incinerar esse país uma vez que notícias falsas por aqui vem do tempo do arco da velha. Desde que me entendo por gente, e isto foi lá pelos fins da Segunda Guerra Mundial, que absolutamente todas as notícias, os comentários, as análises sobre política, economia, educação, segurança, desemprego, assassinatos, enfim, absolutamente tudo o que diz respeito às coisas verdadeiramente importantes para a qualidade de vida não passam de mentiras, mentiras e mentiras. Chega a dar náuseas o cinismo das “autoridades” fazendo pose para fingir descaradamente desempenhar corretamente sua função de administrador público. O fato de autoridades cometendo crimes já é coisa tão banal que se fala em presidente da república exercer a função de dentro da cadeia. É tudo uma imoralidade deslavada. É preciso repetir à exaustão, sob pena de total descalabro social, a necessidade premente de vir a juventude a deixar de ser massa de manobra, joguete fácil nas mãos dos falsos líderes que manipulam sua mente e a torna vítima das marionetes do pão e circo regiamente pagas com o dinheiro de pagar salários de pessoas muito mais úteis à sociedade. A humanidade estará eternamente envolta num manto de falsidades enquanto não houver uma força jovem consciente da realidade e que sacuda longe a cultura do servilismo que vem escravizando a juventude desde que o mundo é mundo. A história mostra que jovens já serviram de alimento para leões famintos para diversão de seus escravizadores.

Os jovens são os maiores prejudicados pela alienação política incentivada pelos meios de comunicação de propriedade das múmias espirituais encarnadas nos Reis Midas do mundo cujo exemplo maior são os banqueiros, monstros de cujas bocas escorre baba de dragão e que precisam ser mandados de volta para seus sarcófagos. A alienação mental ou analfabetismo político permite que o banqueiro Henrique Meireles se arvore a ser presidente da república, não obstante sua condição de quebra lança da classe dos banqueiros avarentos que tanto prejudicam a sociedade extorquindo-a impiedosamente. As más intenções do senhor Meireles com nossa sociedade materializa-se quando se percebe a facilidade com que bancos se locupletam enquanto o país é literalmente sucateado. O conluio entre o senhor Meireles e seus colegas banqueiros está aí à vista mediante a obrigatoriedade de serem pagas pelos bancos privados Itaú, Bradesco e Santander as compras feitas pela internete, em detrimento do Banco do Brasil. A distância que permeia entre a juventude alienada e a triste realidade que envolve sua vida permite que este senhor pretenda obter aprovação da sociedade para ser portador da chave do cofre que guarda o patrimônio público. Se como auxiliar, prejudica desta forma a sociedade, é de se imaginar o que não fará como primeiro mandatário.

Os escravizadores nem sequer imaginam que estão a cavar a própria sepultura criando inimigos mortais nas multidões de despossuídos de tudo. Os escravocratas contam com proteção e a parceria da grande imprensa em sua tarefa satânica de imbecilizar para levar vantagem da imbecilização. Não é à toa que a papagaiada de microfone a soldo dos magnatas da imprensa é obrigada a assumir ares de felicidade quando se refere ao pão e circo que até então tem mantido sob controle a pressão do inconformismo que de outra forma inevitavelmente explodiria. O jornal Folha de São Paulo, por exemplo, finge liberdade de manifestação de seus leitores, mas apenas finge porque não permite manifestação que vá de encontro às falsidades atrás das quais se escondem aqueles que se aproveitam da alienação política que os beneficia. Posso afirmar por experiência própria. Ainda esta semana, comentei matéria daquele jornal a respeito da palhaçada da intervenção do exército no Rio de Janeiro, dizendo que a solução para a violência seria um sistema educacional que ensinasse cidadania em vez da brutalidade inerente à competição através da qual o mais forte, na verdade o mais bruto, toma o que tem o mais fraco, comportamento adequado à sede insaciável de riqueza própria de imbecis que acreditam poder enganar a todos por todo o tempo. Disse também estar errado deixar nosso destino ser decidido por falsos líderes escolhidos por analfabetos políticos, comportamento que beneficia os redondamente enganados escravizadores entre eles os donos da grande imprensa cuja preferência é por Luciano Huck, Pelé, Neymar, Tiririca, Romário, Eder Jofre, banqueiro, enfim, pessoas sem noção do que seja uma sociedade justa ou que prefere a sociedade injusta, o que permite aos exploradores da massa bruta de povo escravizá-la com tranquilidade. Como a verdade contraria quem se dá bem na mentira, o comentário foi censurado. Se o povo se desligar do pão e circo proporcionado pelos “famosos” e “celebridades”, marionetes dos escravizadores, com a maior das certezas cairá a máscara daqueles que tosam os carneiros de cristo para com a lã abastecer suas caixas abarrotadas de tesouro nos infernos fiscais.

Este é um país realmente desmoralizado, capacho de quem quiser nele limpar as botas. Tão desmoralizado que seu banco oficial, o Banco do Brasil, embora também tenha por objetivo esfolar o rabo do povo como todo banco faz, tem menos rabos a serem esfolados do que os bancos estrangeiros. Não se pode ter a menor dúvida quanto ao fato inegável de estar o povo brasileiro sempre de pernas abertas para quem quiser dele desfrutar. Sua juventude deve ser incinerada por ser imprestável para qualquer coisa que demande inteligência e hombridade. Inté.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

ARENGA 475


Mais dia, menos dia, desaparecerá nas pessoas a incapacidade de percepção que as torna indolentes quanto às coisas da vida sobre as quais deveria recair sua principal preocupação, ou seja, viver com o menor número possível de contrariedades. Pode ser que a humanidade se destrua antes disso por conta justamente da incapacidade de se ligar nas coisas mais diretamente ligadas na sua qualidade de vida. A realidade, entretanto, mostra que embora em número insignificante em relação aos apáticos, cada vez mais gatos pingados passam a perceber algo de equivocado que precisa ser contestado, o que significa uma diminuição da cegueira mental em que sempre viveram os seres humanos. Esta realidade pode ser percebida até mesmo entre brasileiros, o povo mais estúpido do mundo. Portanto, se até néscios passam a contestadores, evidente que jovens de sociedades menos obtusas venham a deixar a condição reles de povo e passarem para a condição nobre de gente. A existência de brasileiros já esclarecidos pode ser percebida, por exemplo, nos comentários à matéria publicada no jornal Folha de São Paulo com o título Consumidor não é bobo, sabe o que é anúncio, diz Nizan Guanaes. Pois, ao contrário da costumeira indiferença ante as sacanagens a que são submetidos, nota-se que esta daí provocou comentários que contrariam a malandragem nela embutida. Malandragem, sim, porque propaganda, diz a sabedoria, não só é a arte de explorar a estupidez humana, mas também não deixam de ser bobos todos quantos se deixam por ela levar como sempre fizeram os consumidores que abarrotam as lojas em obediência ao chamado da televisão que cria neles necessidades desnecessárias apenas para satisfação da sede insaciável de empresários por dinheiro, realidade que sempre passou ao largo da compreensão dos consumidores, mas que já começa a fazer parte das cogitações de quem tem maior capacidade de observação, capacidade esta demonstrada por alguns comentaristas que se manifestaram contra a safadeza sutil embutida na declaração do senhor Guanaes, que tem a arte de fazer propaganda, isto é, de enganar, como meio de vida. A propaganda é algo estúpido que faz papel de bobo quem nela se liga como faz quem vota em pretendentes a cargos eletivos por se apresentarem ao lado de iletrados jogadores de futebola, principalmente quando esse jogador é um arrematado analfabeto político que declara ser mais importante estádios para esporte do que hospital para cuidar do sofrimento de quem sofre. Portanto, não deixa de ser bobo não só quem se deixa levar por propaganda, mas também quem delas se utiliza para induzir falsas necessidades com o intuito antissocial de ajuntar riqueza, equívoco que algum dia levará os brutamontes espirituais que assim procedem às mesmas aflições que a história mostra já terem passado outros incentivadores da fúria do bicho povo. A sabedoria afirma que a mentira tem pernas curtas. O fato de ter predominado a mentira desde que o mundo é mundo não quer dizer que assim será eternamente. Por menor que seja a capacidade de percepção, com o tempo, chega-se à conclusão de haver uma diferença abismal entre aquilo que nos diz ser e aquilo que realmente é. Exemplos disto estão pelaí aos montes. Afirma-se, por exemplo, que o bem-estar social depende de empregos para todos que dele dependem para manter-se e aos seus, quando a realidade é ser absolutamente impossível haver empregos para todos que necessitam deles. Portanto, tal afirmação não passa de uma falsidade a olhos vistos. Se todas as crianças que as mães despejam no mundo tiverem um emprego para produzir bens para enriquecer empresários o planeta sucumbirá por absoluta incapacidade de fornecer as matérias primas necessárias.

As duas maiores falsidades nas quais acreditam quase todos os seres humanos podem ser vistas no quadro ridículo do Papa beijando o pé do sofredor e na página 6 do livro A Moralidade do Capitalismo, quando afirma que sistema perverso de administração pública rejeita o saque e o roubo comum em outros sistemas econômicos e políticos. Ora, os sistemas econômicos são estabelecidas pelos sistemas políticos que outra coisa não são senão uma artimanha exercida pelos imbecis chamados de poderosos contra os imbecis chamados de povo, resultando daí que qualquer que seja o sistema político, o sistema econômico por ele estruturado terá sempre por objetivo esfolar o rabo do povo. E não precisa ser inteligente para se chegar a tal conclusão porque a fato de estar nas mãos de apenas um por cento da humanidade riqueza correspondente à riqueza de noventa e nove por cento da humanidade é prova material desta conclusão.

A humanidade já teve tempo de sobra para perceber a falsidade dos discursos dos falsos líderes mais conhecidos por políticos. É mesmo possível detectar a falsidade de suas afirmação observando-se suas fisionomias durante suas falas, o que torna ridículos os comentários de comentaristas conhecidos como cientistas e comentaristas políticos. Sendo a política uma grande farsa, estes senhores comentam mentiras, engodo. Desta forma, todo o bafafá de posudos senhores cientistas e comentaristas políticos sobre os problemas decorrentes da falta de uma política socialmente correta é tudo marola porque a política é para ser socialmente incorreta. A vida faustosa dos políticos, sua superioridade em relação às outras pessoas, seus privilégios, sua arrogância ao lado de sua inutilidade, tudo isso clama por uma profunda mudança uma vez que a incorreção da política leva seus executores a acreditarem haver pessoas que não precisam comer. Discute-se sobre o que está errado, mas sem qualquer preocupação com as causas destes erros, que são nada mais nem menos do que o fato notório, visível e palpável de ter sido o mundo transformado em propriedade privada de apenas um por cento da humanidade, objetivo funesto que apesar de terríveis consequências é perseguido pele sistema econômico montado pelo sistema político em todo o mundo que por sua vez é montado pelo grupinho de embalados pelo falso sonho de felicidade comprada com riqueza. É esse grupinho de analfabetos políticos que comanda o destino de absolutamente todos os seres humanos, o que está completamente fora de propósito, fazendo-se extremamente necessário que os comentários inúteis passem a ter a utilidade de se voltarem nesse sentido. O problema é que os cientistas e comentaristas de política têm rabo preso com o emprego que lhe dá o grupinho mantenedor da situação atual, razão pela qual não podem ainda que sendo a favor de uma sociedade civilizada, manifestar-se nesse sentido uma vez que empregado tem de proceder como quer o patrão. Como não se trata de lenda, não há porque esperar surgir um Alexandre que corte com golpe de espada esse nó feito por um Górdio capitalista. Ele deve ser desatado pelo povo quando ele for capaz de compreender as causas dos problemas que o infelicita e tiver sabedoria bastante para saber que não é através de violência que se resolvem problemas. Outras tentativas de outros povos fracassaram justamente por terem tido a brutalidade da violência como meio para alcançar seus objetivos. É apenas uma questão de pensar em vez de apenas se deixar levar como bosta n’água ladeira abaixo. Inté.        

        

ARENGA 474


No blog Outras Palavras, escola de alfabetização política, matéria do jornalista Mauro Lopes intitulada ESTE É UM PAÍS QUE VAI PRÁ FRENTE, é mais uma demonstração da origem da desarmonia da qual provém a infelicidade humana. O assunto merece ser o principal motivo de preocupação da laia brasileira, o povo mais povo do mundo. Se a palavra povo exprime um depreciativo, a expressão povo brasileiro exprime dois depreciativos. A reportagem de que tratamos mostra que a massa bruta de brasileiros foi atochada pelo ferro dos banqueiros do Itaú, Bradesco e Santander com tal virulência que aqueles banqueiros, monstros de cujas bocas escorre baba de dragão, arrancaram do rabo dos frequentadores de igreja, axé e futebola a fabulosa quantia de R$ 53,8 bilhões em 2017, mesmo ano que passa à história desse povo imbecil como um dos piores anos para os mais pobres desse país que apesar de tão desgraçado é tido por seus habitantes desinteligentes como a terra de Deus. Enquanto os banqueiros avaros se deleitavam com tal monstruosidade, a válvula de escape que mantém sob controle a pressão social decorrente da pobreza, válvula esta também conhecida como Bolsa Família, teve redução de um bilhão de reais. Ainda segundo a matéria, a espanhola presidente do Santander, Ana Botín, da família controladora do banco, em entrevista coletiva, ria de felicidade e anunciava que o lucro do seu banco deveu-se principalmente ao Brasil. Apesar de ser do ponto de vista da sociabilidade uma situação completamente inaceitável, é vista como normal pela indiferença daqueles que sustentam tal absurdo, o povo, e como vantajosa por aqueles que embevecidos pelo canto da riqueza deixam-se levar pelo engodo de encontrar paz e tranquilidade atrás de um monte de ouro cujo poder compra opiniões de intelectuais venais em defesa da monstruosidade do atual sistema desumano de administração pública do qual resulta a miséria que infelicita a humanidade. É o que faz um livrinho intitulado A MORALIDADE DO CAPITALISMO, que apologiza este sistema de Robin Wood ao contrário, e que toma dos pobres para dar aos ricos, sistema comandado por monstros denominados capitalistas cuja sede de dinheiro trouxe o mundo ao estado de miséria do qual decorre a beligerância que toma conta do mundo. Este livrinho cujo título deveria ser A IMORALIDADE DO CAPITALISMO é um resumo de toda a desfaçatez, mentira, desonestidade, falta de vergonha e indecência contidas em todas as enciclopédias provenientes de consciências prostituídas que fazem apologia ao capitalismo, sistema tão contrário à harmonia social que reduziu noventa e nove por cento da humanidade a escravos de apenas um por cento dela. Aparentemente insignificante este livrinho, supera de longe a Seleções do Rider’s Digest na capacidade de deturpar a realidade para criar nas mentes do bicho povo do mundo inteiro o fanatismo pelo American Way Of Life de forma tão eficiente que o aprendizado da língua inglesa é obrigatório para as crianças brasileiras. Terão as crianças americanas de estudar português? Aviões abarrotados acorrem de todas as partes do mundo levando inocentes criaturas com as carteiras recheadas para gastar em Me Ame. Estes pobres inocentes desconhecem a realidade de que a riqueza dos ricos de lá é feita às custas da miséria dos pobres de cá e cuja pobreza atormentará o futuro de seus filhos.

As mentiras do livrinho começam já na orelha da primeira capa onde se lê o seguinte: “ESTUDANTES PELA LIBERDADE é uma organização apartidária formada por jovens comprometidos com a promoção de uma ordem social harmônica, justa e livre, ancorada no respeito às liberdades individuais, à propriedade privada e à vida humana. ... Defende regras de convivência nacionais embasadas por fortes evidências teóricas e empíricas que trazem um aumento de bem-estar para toda a sociedade ao mesmo tempo que leva em consideração os direitos de cada indivíduo”. Tais afirmações são o cúmulo do cinismo e do deboche ante a realidade. O quadro pavoroso em que se encontra a humanidade com guerras pipocando por todo canto, inclusive religiosas, com multidões fugindo da fome, da sede, da miséria e da morte, como falar em bem-estar para toda a sociedade? Como falar em consideração aos direitos de cada indivíduo? Só se se considerar sociedade apenas o grupinho numericamente insignificante de um por cento de analfabetos de sociabilidade e que atocha o ferro nos restantes noventa e nove por cento. Esta tal de Estudantes Pela Liberdade, do mesmo modo que o livrinho, é mais uma das muitas falsidades que mantém o bicho povo tão ludibriado quanto os jovens idiotizados da não menos mal intencionada Juventude de Fé, cujo nome verdadeiro é YOUNG FAITH. O verdadeiro nome desta imbecilidade de Estudantes Pela Liberdade é STUDENTS FOR LIBERTY. É tudo falsidade. A menção pelo tal livrinho do ganhador do Nobel Vargas Llosa é o bastante para demonstrar esta realidade porque o senhor Llosa afirma que a melhor forma de se viver em sociedade está na competição do capitalismo, afirmação de flagrante descompasso com a verdade porque a melhor forma de se viver em sociedade é a cooperação. Aí está o mundo em total desarmonia como resultado da competição para provar de modo irrefutável ser mentiroso quem afirma ser a competição a melhor forma de se viver em sociedade. Por em exercício a capacidade de pensar é a única coisa de que precisam os seres humanos, principalmente, com licença da má palavra, os brasileiros, povo que ainda vive sob domínio de colonizadores. Inté.   

domingo, 11 de fevereiro de 2018

ARENGA 473


No frigir dos ovos, a intelectualidade dos intelectuais não ajuda em nada o homem a ter sucesso na peregrinação em busca de sua comodidade. Magnífico exemplo desta realidade nos é trazido pelo livro ESTADO GOVERNO E SOCIEDADE, do intelectualíssimo Norberto Bobbio. Embora nesta trilogia governo, estado e sociedade esteja fundamentado o bem-estar social e individual, uma vez que o primeiro depende do segundo tanto quanto o segundo depende do primeiro, ainda assim, para que estas instituições tenham êxito na função de organizar uma sociedade com um mínimo das atribulações que pipocam constantemente em virtude dos resquícios da brutalidade dos tempos de bicho que o ser humano carrega consigo e que dão causa às desarmonias, enfim, para êxito de uma administração pública capaz de organizar uma sociedade harmoniosa não se faz necessário saber que Hobbes se identifica com o Estado Absoluto, Locke com a Monarquia Parlamentar, Montesquieu com o Estado Limitado, Rousseau com a Democracia e Hegel com a Monarquia Constitucional, conforme esclarece o autor do livro citado na página 54. Tanto isto é verdade que para se socorrer do antibiótico, do transporte, do telefone e da luz elétrica não há necessidade de saber quem engendrou tais engenhocas.

Os intelectuais, na verdade, formam duas castas. Numa delas se agrupam aqueles que a troco da garantia de ter a despensa abastecida compactua com a política do momento, qualquer que seja ela, mesmo aquela que garante ser a competição a melhor forma de se viver em sociedade, absurdo dos absurdos porque esta forma e organização social resultou num tipo de sociedade idêntica à sociedade dos irracionais, constituída de predadores e presas sempre na defensiva em função do medo de um ataque que surgirá de momento para outro. Entre os intelectuais que cooperam com a política do momento encontram-se os teólogos e os pregadores de religião. Eles convencem a massa bruta de povo a esperar que seu bem-estar lhe seja entregue na bandeja em vez de buscá-lo. Por outro lado, os intelectuais que integram o segundo grupo se perdem em divagações filosóficas cujo alcance está a anos luz da capacidade mental da humanidade muito mais chegada a uma igreja, ao pão e circo e às mediocridades mentais denominadas de “celebridades” e “famosos”.

O que se faz realmente necessário é a praticidade de escancarar aos quatro ventos a realidade de se viver uma falsidade. Uma eterna ilusão tão ilusória que se admite haver pessoas que podem viver sem ter como atender suas necessidades primárias ao lado de uma futilidade tão grande que leva pessoas a fantasiar cachorros para brincar carnaval e pessoas que promovem um consumismo totalmente desnecessário cujas consequências serão desastres climáticos apavorantes. Quem viver, verá. Inté.

sábado, 10 de fevereiro de 2018

ARENGA 472


Faustão compra mansão de R$ 35 milhões em São Paulo

Abraão, Moisés, Maomé, Jesus e as religiões que eles pregaram, tanto quanto os políticos e as políticas que pregam, têm a mesma desimportância para o bem-estar social e, portanto, para o bem-estar fantasiosamente denominado de felicidade de cada ser humano. Daí o erro monumental de deixar-se iludir com palavras vazias tais como VIDA DEPOIS DA MORTE, PROTEÇÃO DIVINA, A VIDA É BELA, QUE MUNDO MARAVILHOSO, FELIZES PARA SEMPRE, FELIZ ANO NOVO, FELIZ NATAL. Enfim, esta baboseira toda e muito mais ainda. Os seres humanos recusam peremptoriamente encarar a realidade, preferindo agir como o avestruz para o qual o desconforto não existe se não estiver à vista. A humanidade erra fragorosamente ao esconder a realidade atrás de um manto de alegria para a qual, se bem pensado, inexiste motivo tanto quanto também inexiste motivo para que os que nada aprenderam na vida sejam indiferentes à velhice e o medo que têm da morte os fracos de espírito. O grande erro dos seres humanos consiste em extrapolar a vida para além dos limites da natureza que lhe dá começo, meio e fim. O inconformismo face a esta realidade leva à crença numa existência em outro plano depois de vencido o prazo de validade da vida que conhecemos e que é a única. Os átomos, tijolos do universo do qual fazemos parte, são a única coisa que sobrevivem por um tempo depois da falência total de nosso organismo. Como é total a recusa em encarar a realidade, criaram-se deuses e paraísos. O alheamento da realidade deve-se ao fato de ser total o envolvimento com a labuta diária em busca dos bens materiais de que se realmente se necessita, mas que são buscados numa quantidade exageradamente maior do que as reais necessidades. Isto impede que o homem se ligue em outros assuntos, limitando seu campo de ação mental unicamente às coisas materiais. É a falta de sintonia com a realidade da vida que leva pessoas de altos conhecimentos científicos cuja atividade as torna conhecedoras do infinito mundo microscópico, impossível de ser imaginado por nenhuma entidade por mais superior que seja, a repetirem como qualquer analfabeto o GRAÇAS A DEUS, SE DEUS ASSIM O PERMITIR, COM FÉ EM DEUS. Enfim, esta cantilena própria dos ignorantes da realidade porque é o frei Leonardo Boff, intérprete da vontade de Deus, quem admite a evolução da vida através de 3,8 bilhões de anos, conforme declara em artigo intitulado O FEMININO VEIO PRIMEIRO, publicado no Jornal do Brasil de 03/01/18.

Faz-se necessário dedicar total atenção à realidade da vida. Intelectuais entregam-se às mais diversas tergiversações sem qualquer conexão com a necessidade de se despertar para ela. Infinitos livros são escritos sobre deuses, lei e justiça, inclusive com citações em línguas estrangeiras, principalmente latim, muitas vezes sem a tradução correspondente, o que quer dizer que os intelectuais imaginam existir um mundo só deles, quando, na verdade, é a massa bruta de analfabetos políticos, que decide o destino da humanidade da qual fazem parte os intelectuais ao escolher através de um caótico e superado sistema democrático aqueles a quem caberá o direito de determinar o caminho por onde deve caminhar o mundo. Como é impossível haver alguém capaz de dedicar aos outros preocupação maior do que consigo e seu círculo de familiares e chegados, resulta que os escolhidos pela malta indicam o caminho que leva à satisfação de seus interesses mesquinhos. É o que ocorre com o político FHC, elevado por duas vezes pelos brasileiros à condição de seu condutor, a afirmar ser boa para o Brasil a candidatura de Luciano Huck. O que está por trás disso é que tendo se desgastado a ponto de não mais conseguirem votos da turba de analfabetos políticos, os chamados caciques políticos pelos intérpretes de politicagem conhecidos como “cientistas políticos” inventaram uma candidatura de um jovem pobre mental cuja diferença do palhaço Tiririca é apenas o tipo de palhaçada que faz um e outro.  Assim, velhos que passaram pela vida sem nada aprender como o senhor FHC cuja pompa mostra desconhecer a sabedoria do SÓ SEI QUE NADA SEI, juntamente com tantos companheiros de perversidade contra a malta ignora de povo articulam colocar no posto de presidente da república uma marionete cujos cordões serão por eles manejados. Desta forma, continuarão defendendo os interesses do grupinho de um por cento de reis midas do mundo de cujas bocas escorre baba de dragão. A maldade do Sr. FHC e sua corriola é tão grande que com o dinheiro de empresários eles pagam marqueteiros a fim de que estes enalteçam suas qualidades inexistentes, o que lhes garante votos suficientes para lhes dar o direito de portarem a chave do cofre do erário, o que garante aos empresários receberem de volta o dinheiro com o qual o senhor FHC e a turma da política patrocinam espetáculos de pão e circo. O resultado dessa trama satânica está sendo mostrada pela Operação Lava Jato.

Se os povos do mundo têm a sina de “marchar” como “marcham” ao carregar nas costas por conta de sua estupidez a obrigação de sustentar milhões de homens em armas, armamentos e uma plêiade de parasitas com vida regalada em seus palácios, o povo brasileiro, além da sina de “marchar” tem ainda que “marchar” de quatro. Também pudera. Que esperar de um povo constituído de torcedores, foliões e larápios tão larápios que é preciso haver uma lei chamada Lei da Ficha Limpa, para fazer de conta que impede ladrão de ser candidato a cargo eletivo. Inté.

 

 

 

 

 

 

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

ARENGA 471


Dizem pelaí que aquele que não sabe é como aquele que não vê. A conclusão é perfeita por ser o desconhecimento da realidade, ou seja, o não saber, exatamente o motivo pelo qual a malta viciada em igreja, axé, futebola e telefone não consegue vislumbrar o que o futuro prepara para suas pobres crianças. A incapacidade de enxergar além do nariz faz com que pais desnaturados fecundam mães também desnaturadas cuja ignorância as impede de superar o instinto da maternidade que a burrice da natureza impõe às fêmeas, e estas pobres ingênuas criaturas exibem com orgulho suas barrigas estufadas de prenhas num mundo de futuro tão negro que se estas crianças tivessem escolha haveriam de recursar nascer. O jornal Folha de São Paulo publica matéria intitulada COM SECA SEVERA, CIDADE DO CABO JÁ SE PREPARA PARA 'DIA ZERO' DE ÁGUA. O assunto é de fazer arrepiar os cabelos ou o que resta deles. Está dito ali que soa como um blockbuster (destruição, horror) a chegada do "dia zero" de água, ou seja, o dia em que deixará de haver água nas torneiras das casas daquela cidade onde vivem quatro milhões de pessoas. Esse dia vai chegar à Cidade do Cabo, na África do Sul, em abril. O governo explica que o dia zero será pior do que qualquer coisa que qualquer grande cidade do mundo tenha enfrentado desde a Segunda Guerra Mundial, quando então chovia bombas que transformavam em escombros o que eram cidades e cadáveres o que eram pessoas. Diz mais a notícia: A polícia sul-africana está se preparando, porque a previsão é de que o policiamento normal será totalmente insuficiente. Com os nervos cada vez mais à flor da pele, moradores falam em voz baixa sobre o caos que se aproxima. A razão do medo é simples: as reservas de água da cidade estão perigosamente perto de se esgotar. Se o nível de água continuar a cair, a Cidade do Cabo vai declarar dia zero em menos de três meses. As torneiras dos imóveis residenciais e comerciais serão desligadas enquanto não chover. Os 4 milhões de habitantes da cidade terão que fazer fila para buscar cotas de água em 200 pontos de coleta. A cidade se prepara para um impacto sobre a saúde pública e a ordem social. Não é difícil para quem pensa imaginar que futuro terá uma criança nascida num ambiente em que alguém terá de ficar numa imensa fila no ponto de distribuição de água onde depois de horas conseguirá encher um vasilhame cujo conteúdo será suficiente apenas para mitigar a sede.

Se num ambiente onde vivem apenas quatro milhões de pessoas as perspectivas são tão funestas, quão funestas não serão as perspectivas para os mais de sete bilhões de pessoas que não leva muito tempo viverão num mundo sem água potável visto que os rios viraram esgoto? O mundo está apodrecendo e a ignorância ou cegueira humana não permite que a humanidade desperte para esta realidade assombrosa. O mal cheiro já se tornou comum em todas as cidades da periferia do mundo. Se não acontece ainda nas cidades dos países erradamente considerados civilizados, erradamente por se tratar de uma civilização às avessas cuja construção teve por lastro o acumulado de riqueza roubada a custo de matanças e saques cuja consequência foi deixar pobreza e miséria atrás de si como resultado das ações criminosas dos brutamontes espirituais que de forma alguma podem ser considerados seres civilizados. Como o feitiço tende a se voltar contra o feiticeiro, aí estão estes criminosos perseguidos pelo fantasma de suas vítimas do mesmo modo como a sombra persegue um corpo. Está a atormentar seus assassinos o fantasma dos cadáveres resultantes da ação nefasta destes monstros avaros por riqueza que mataram para roubar as posses de suas vítimas, perseguição tão eficiente que os faz tremer de medo ante a possibilidade de a qualquer momento se tornarem vítimas de rajadas de metralhadoras, explosões de bombas, facadas ou atropelamento por carros vingativos.

Como a gangrena causada por unha encravada, também a podridão do mundo está começando pelos lugares onde vivem os povos mais insignificantes ainda do que os outros povos que embora também insignificantes, são considerados civilizados. Em não sendo possível ser civilizado e estúpido ao mesmo tempo, fica evidente não se poder falar em civilização no mundo uma vez que nenhum povo é capaz de gerir por si mesmo seu destino, razão pela qual todos eles se submetem à liderança de líderes tão falsos que os conduzem para guerras onde jovens “civilizados” se estraçalham entre si por causas que não lhes dizem respeito, estupidez que levou o gênio guerreiro Alexandre (também erradamente chamado de O grande porquanto não existe grandeza em matar) a afirmar que se soldados raciocinassem abandonariam seu comandante na primeira esquina. Se os jovens raciocinassem haveriam de refletir sobre o porquê de haver justificativa para a matança das guerras. Mas os jovens não raciocinam. Foi-lhes castrada a possibilidade de pôr em funcionamento o potencial de inteligência que lhes permanece em estado de latência graças à ação funesta da política vigente no mundo, que juntamente com sua irmã siamesa, a religião, necessitando ambas de pessoas desinteligentes, criminosamente atrofiam a capacidade de discernimento dos jovens com tamanha eficiência que até existe uma juventude denominada De Fé, cujo atrofiamento mental dá origem a esta notícia publicada no jornal: PAPA CONVOCA JORNADA MUNDIAL DE ORAÇÃO E JEJUM PELA PAZ. Estes pobres mendigos espirituais são incapazes de perceber a dependência de paz e tranquilidade tem por única e exclusiva fonte uma ação política eficiente. É dela que depende tudo aquilo de que as pessoas necessitam. Só uma administração pública exercida por verdadeiros líderes será capaz de promover a tranquilidade por todos ansiada e jamais alcançada por meio de orações e religiosidade. Uma vez que a lembrança do tempo de bicho não permite nobreza espiritual para que possa existir líderes verdadeiros, e uma vez que através da superada democracia a massa bruta de povo dá preferência exatamente àqueles mais brutos, o mundo estará cada vez também mais bruto por conta da orientação antissocial do enriquecimento privado. Por conta desta brutalidade é que as pessoas mais socialmente insignificantes, aquelas que têm por único objetivo de vida a ação antissocial de acumular riqueza são exatamente as pessoas mais valorizadas pelos brutos seres humanos.

A falta de uma política voltada para o bem-estar social torna risível as análises dos fantoches denominados “cientistas políticos” entrevistados por outros fantoches do capitalismo, verdadeiros papagaios de microfone. As interpretações que os primeiros fazem para os segundos em nada diferem das interpretações que faziam os intérpretes das previsões de futuro dos oráculos da Mitologia Grega. Chega a ser ridículo a pose das “autoridades” discorrendo sobre como solucionar problemas de saúde, segurança e educação, pilares sobre os quais se assenta o bem-estar social, porque estas “autoridades” não passam de paus-mandados dos Ricos Donos do Mundo que têm interesses bem diferente dos interesses da massa bruta de povo escravizado. Quando as “autoridades  discorrem sobre maior número de empregos, de policiais, de agentes de saúde, estão, como sempre, fazendo discursos inúteis porque é inteiramente impossível haver empregos, policiais e agentes de saúde bastantes para cobrir a necessidade dos necessitados que pais ignorantes despejam no mundo pelo fato de não enxergarem um palmo além do nariz, estupidez esta que é adredemente preparada por estas mesmas “autoridades” que se fingem preocupadas com o bem-estar social. São cupinchas dos ricos, aos quais interessa uma população de idiotas o bastante para lhes servir de capacho.

Por conta do propósito de idiotizar é que há tantos livros fazendo apologia de desarmonia social ao insinuar mentirosamente haver vantagem na riqueza individual. É o que fazem livros do tipo de SEJA FODA, de Caio Carneiro   VIVA MELHOR E VENDA MAIS, de Ricardo Lemos e William Douglas     A BÍBLIA DE VENDAS, de Jeffrey Gitomer   PAI RICO PAI POBRE, de Robert T. Kiosaki –  FATOR DE ENRIQUECIMENTO, de Paulo Vieira   QUEM CONVENCE ENRIQUECE, de Napoleon Hill   SEGREDOS DOS HOMENS MAIS RICOS, de Steven K. Scott, onde se lê: “Quem nunca se imaginou com alguns milhões guardados no banco, morando em uma bela casa com vista para o mar ou com um carrão estacionado na garagem?” Pergunta imbecil porque tal situação jamais contemplará noventa e nove por cento da população obrigada a se aguentar com apenas um por cento da riqueza do mundo)   SALOMÃO, O HOMEM MAIS RICO QUE JÁ EXISTIU, de Steven K. Scott, onde se lê: Salomão agia de acordo com determinadas regras de conduta que foram registradas no Livro dos Provérbios e que devem ser seguidas por aqueles que desejam construir uma vida feliz, íntegra e bem-sucedida. (Isto é falso porque a história mostra que Salomão escravizou milhares de súditos que trocava pelo material rico a ser empregado na construção do famoso Templo de Salomão que a estupidez humana destruiu e reconstruiu, tornou a construir e a destruir)   OS SEGREDOS DO HOMEM MAIS EXTRAORDINÁRIO DA HISTÓRIA, de Steven K. Scott, onde se lê: “Se Jesus fracassasse, a Terra e seus habitantes estariam condenados.” Ora, A Terra e seus habitantes, pela ação destes, estão condenados a um desaparecimento inevitável. Quem viver, verá.

Estes títulos copiei de uma simples olhadela nas prateleiras da Livraria Saraiva do Shopingue Salvador, em Salvador. É de se imaginar quanta apologia à riqueza a troco de alguma vantagem fazem mundo afora as consciências prostituídas capazes de afirmar ser a competição a melhor forma de se viver em sociedade. A ninguém com discernimento bastante para escrever livros é dado o direito de desconhecer a realidade de que antes de morrer de fome o faminto infernizará a vida do abastado cuja ignorância de sociabilidade lhe impede ponderar sobre os acontecimentos das duas maiores revoluções, a Francesa e a Russa, ambas pipocadas exatamente por força das necessidades reprimidas dos necessitados que atualmente somam milhares de vezes o número dos ignorantes opulentos que nem de longe percebem as ameaças que pairam sobre seus pescoços. Enquanto a humanidade for teleguiada pelos meios de comunicação estará condenada a viver de quatro e à disposição do grupinho satânico de escravocratas que não sendo mais do que um por cento dos seres humanos mantém os noventa e nove por cento deles de quatro, atochados e tão satisfeitos que já fantasiam seus cachorrinhos para que também brinquem o carnaval. Inté.

 

 

 

        

 

 

 

sábado, 3 de fevereiro de 2018

ARENGA 470


O pronunciamento do prefeito de nossa cidade Vitória da Conquista através do programa radiofônico Resenha Geral é uma declaração de que nós os brasileiros vivemos o pior dos mundos. Pessoa de quem nunca se falou mal fora do ambiente político onde a tônica é denegrirem-se mutuamente os participantes da corrida pelos cargos públicos, nosso prefeito, o senhor Herzem Gusmão, sua biografia certamente mostrará uma história de luta e muito trabalho, pelo menos a partir de quando o conheci como pequeno empresário no setor de lavagem de automóveis no local onde tinha sido o Posto King, na rua Ascendino Melo, ocasião em que um funcionário seu bateu uma caminhonete que lá se encontrava para ser lavada, o que certamente causou grande prejuízo ao empresário que antes de se tornar prefeito foi também um importante radialista ouvido de canto a canto de nossa comunidade. O êxito em alcançar o objetivo político de ser o comandante desta terra, sem a pecha de ladrão na qual incorre a absoluta maioria dos políticos brasileiros, evidencia tratar-se de pessoa realmente talhada para enfrentar vitoriosamente as lutas que a vida nos impõe.

Esta ressalva se faz necessária porquanto de nada sabemos de desabonador contra a pessoa do senhor prefeito. Estaríamos incorrendo em crime de calúnia afirmando algo nesse sentido. Mas o nada consta contra a honestidade e a boa vontade do senhor nosso prefeito nada tem a ver com o fato de que sua declaração leva à conclusão, repito, de vivermos o pior dos mundos. Declarava o senhor prefeito estar fazendo uma administração tão boa que é constantemente parabenizado pala excelente qualidade do seu trabalho, sucesso que afirma dever-se também à ajuda de Deus, o que reforça nossa certeza de não passar de invencionice essa história de Deus uma vez que ainda não podendo o senhor prefeito fazer mais do que faz, nossa cidade, se visitada por algum habitante das localidades erroneamente consideradas civilizadas porquanto civilização está a anos luz da população desse mundo no qual um por cento dos seus habitantes retém em suas mãos noventa e nove por cento da sua riqueza, circunstância da qual resulta fome, violência, doenças e muita infelicidade, situação diante da qual fica evidente tratar-se de um mundo de seres bárbaros no qual inexiste vestígio de civilização porque esta palavra traz consigo a noção de elevação espiritual ausente num ambiente no qual é considerado normal haver quem não possa comer, morar, vestir e ter assistência à saúde. Assim, mesmo se tratando de seres bárbaros, um deles que habitasse regiões como a Noruega, por exemplo, haveria de sentir náuseas diante do quadro pavoroso em que se encontra nossa cidade que o prefeito diz estar maravilhosamente bem administra, embora haja carros soltando lufadas de fumaça preta e aspergindo nos transeuntes o caldo de bosta que escorre sobre o asfalto margeado por calçadas esburacadas nas quais as pessoas torcem os tornozelos, e lojas de cujas portas alto-falantes ensurdecedores procuram atrair a malta de futucadores de telefone para comprar seus produtos, barulho infernal aumentado ainda mais por outros alto-falantes sobre carros também fumacentos que passam prá lá e prá cá, transformando num verdadeiro inferno o lugar no qual passa um pelo outro. Pelo que dizem os inocentes, o inferno não condiz com a presença de Deus. Certamente não visa deliberadamente o senhor prefeito distorcer a realidade mesmo porque no mundo da política tudo é irreal. Consta na internete com o título VITÓRIA DA CONQUISTA É REFERÊNCIA EM SANEAMENTO BÁSICO, postado em 12 de Fevereiro de 2016, portanto da responsabilidade de outra administração, matéria no seguinte teor: “Há que se considerar que Vitória da Conquista, hoje, possui 85% de sua área coberta pelo sistema de esgoto. Também é importante destacar que, se ainda não chegamos a atingir a marca de 100%, somos o município baiano com maiores possibilidades de alcançá-la nos próximos anos”. Apesar do toda esta “eficiência”, o fato de estar o esgotamento sanitário escorrendo a céu aberto e todas as demais mazelas por nós vividas como a possibilidade de virarmos vítimas de assaltante a todo momento, tal realidade desmente a eficiência de todas as administrações municipais quer contando com a cooperação de Deus ou sem ela.

Não é demais repetir não haver demérito na conduta do senhor prefeito. Onde há demérito aos montões é na personalidade de rato do brasileiro, o povo mais ignorante e ladravaz entre todos os povos ignorantes que habitam a face do planeta Terra. Um noticiário na televisão dá conta de imensa multidão de esfarrapados mentais na praia do Rio Vermelho, em Salvador, aspergindo perfume e depositando flores e presentes nas águas do mar infestadas da bosta que escorre por um riacho que ali desagua cujo mau cheiro invadia o apartamento do hotel Golden Tulip quando há pouco lá estive hospedado com Sara, cujas janelas davam para o largo do Rio Vermelho, o que nos obrigava a mantê-las fechadas e ligado o aparelho de ar condicionado.

O noticiário sobre este tal festival de crendices e ignorância sugeria que as pessoas futucassem seus telefones e remetessem mensagens declarando que Brasil desejavam para depois das eleições de outubro. Nesse momento quase me deu vontade de também fazer parte da malta robotizada de cérebro congelado de futucadores de telefone para dizer que gostaria de ter um Brasil sem os brasileiros. Inté.   

      

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

ARENGA 469


              No programa Yahoo Perguntas e Respostas os participantes dão respostas bizarras sobre o que quis dizer o filósofo maluco beleza pura Friedrich Nietzsche com a frase ALGUNS NASCEM PÓSTUMOS. Embora houvesse quem afirmasse algo coerente com o motivo que levou aquele Grande Mestre do Saber a afirmar que alguns nascem póstumos, a maioria das respostas, entretanto, ficaram mesmo no campo das bizarrices comuns a este povo ainda mais infeliz do que os outros povos do mundo, absolutamente todos condenados a carregar eternamente no lombo um bando de parasitas. A situação do povo em nada difere da situação de Sísifo, condenado a carregar eternamente uma pedra para cima da montanha que rolava montanha abaixo toda vez que chegava lá. Quando se fala em Nietzsche, as poucas pessoas entre nós que sabem de quem se está falando, em função da ojeriza ao ateísmo da massa bruta de povo, estas poucas pessoas logo mencionam a loucura de Nietzsche como uma, com licença da má palavra, “Capitis diminutio” (como dizem os advogados). Na verdade, a fixação na loucura do Grande Mestre do Saber tem por finalidade enxovalhar a genialidade daquela fera da intelectualidade, cuja compreensão da vida foge inteiramente do alcance da massa bruta de perseguidores de dinheiro. Não ocorre a estas inocentes criaturas que qualquer pessoa infinitamente superior em espiritualidade tende a ser levado à loucura pelo inevitável isolamento mental a que é submetida face à impossibilidade de comunicação com as pessoas espiritualmente medíocres como são os integrantes do elemento asqueroso povo cujos festejamentos indicam ignorarem completamente a realidade de haver uma UTI à sua espera. Alguém com a inteligência e o altíssimo nível intelectual do filósofo Nietzsche ter de viver no meio de seres mentalmente medíocres como é o povo em geral corresponde à situação de alguém ainda que de baixo nível intelectual ter de viver no meio de um rebanho de bovinos ou equinos, o que o condenaria ao isolamento mental por não ter com quem se comunicar, situação aflitiva que certamente levaria este alguém à loucura uma vez que a comunicação é uma necessidade imperiosa imposta pela natureza a todo ser vivo. Tive uma experiência pessoal da impossibilidade de comunicação quando conversava com um espécime de povo que todas as segundas feiras se vestia de branco em cumprimento a uma promessa feita a determinada santidade. Eu dizia que se todos estivessem convencidos da realidade de constituirmos uma irmandade, e como tal fôssemos cooperativos em vez de competitivos, que se todos pensassem assim o mundo seria infinitamente melhor. Certamente por desprezo à minha condição de ateu, meu interlocutor fez uma expressão de deboche e exclamou: “SERÁ?”. Ora, pode alguém ter dúvida de que se nos comportássemos de forma tão harmoniosa de modo a que o incômodo de um incomodasse a todos a vida seria realmente melhor? Tal realidade, entretanto, apesar de inegável não encontra acolhimento na mente de seres humanos tão ignorantes de sociabilidade que seu egoísmo os leva a ser indiferentes ao sofrimento alheio e a buscar um bem-estar individual embora vivendo em sociedade, o que é inteiramente impossível. Há de se repetir à exaustão: OU ESTEJAMOS TODOS BEM, OU NINGUÉM ESTARÁ BEM. Não é senão a realidade de não estarmos todos bem que nosso noticiário versa exclusivamente sobre crimes. Se o egoísmo é o ponto alto da cultura capitalista que considera ser normal haver quem não possa estar bem por não ter comida na mesa, entre nós esse egoísmo leva a ultrapassar o limite da brutalidade humana quando se rouba o dinheiro do leite das criancinhas. Enquanto isso, a malta repugnante de povo conversa com estátuas, cepa fora a cabeça de outras pessoas para fazer bonito perante Deus, vai buscar proteção nas igrejas onde não raro encontra a morte para si e para os filhos que carregam escanchados no pescoço para as orações e o futebola.

O isolamento mental em que se via Nietzsche pela impossibilidade de ter com quem partilhar suas elevadas ideias levou-o a dizer que a humanidade não merece mais do que desprezo. A malta realmente desprezível de povo se refere à loucura de Nietzsche com a maldade do escárnio, o que se deve ao fato de ter ele abjurado o cristianismo como faz ao denominá-lo de Circe da humanidade, verdade cuja compreensão dista quaquilhões de anos luz dos mentalmente mesquinhos seres humanos comuns. Mas a comparação tem fundamento porque assim como Circe, a feiticeira perversa da Mitologia Grega que transformou em porcos os companheiros de Ulisses, também o cristianismo visa transformar em irracionais os seres humanos com sua apologia ao sofrimento, à miséria, ao conformismo, à fraqueza da submissão irrestrita aos desmandos que tanto beneficiam a equivocada classe desumana dos administradores públicos que por desconhecerem a necessidade de estarmos todos bem são corrompidos pela avareza e pela maldade da indiferença ante o sofrimento dos que sofrem por falta dos recursos que eles roubam despudorada e descaradamente na cara de um povo bestificadamente envolvido pelas atrações do pão e circo enquanto o futuro de seus filhos é posto em situação de perigo. Esta indiferença pode ser creditada ao fato de ter o cristianismo convencido aos sofredores do absurdo de atribuir seu sofrimento à falta de Deus em vez de atribuí-los à falta de aplicação correta do erário. O cristianismo faz crer aos sofredores o absurdo de serem eles mesmos os únicos responsáveis pelo próprio sofrimento, o que é de causar pasmo uma vez o normal é as pessoas optarem pelo bem-estar. A distância que separa a espiritualidade mesquinha da malta de frequentadores de igreja, axé e futebola, da mentalmente de Nietzsche levou o filósofo do bigodão a considerar como hiperbóreos (povo que na Mitologia Grega gozava de felicidade eterna) aqueles que se elevaram espiritualmente. Assim como na mitologia os hiperbóreos não podiam ser alcançados nem por terra nem por mar pelas pessoas comuns, também às ideias daquele Grande Mestre do Saber jamais será alcançada pela malta repugnante de povo. Desta forma, quem tem algo a ser condenado tanto pela loucura quanto pelo ateísmo é a malta ignorante em seu consumismo burro e nas não menos burras orações, e não o Grande Mestre do Saber cujo nome deve ser escrito com maiúsculas:  FRIEDRICH WILHELM NIETZSCHE. Inté.