No programa Yahoo Perguntas e
Respostas os participantes dão respostas bizarras sobre o que quis dizer o
filósofo maluco beleza pura Friedrich Nietzsche com a frase ALGUNS NASCEM PÓSTUMOS.
Embora houvesse quem afirmasse algo coerente com o motivo que levou aquele
Grande Mestre do Saber a afirmar que alguns nascem póstumos, a maioria das
respostas, entretanto, ficaram mesmo no campo das bizarrices comuns a este povo
ainda mais infeliz do que os outros povos do mundo, absolutamente todos
condenados a carregar eternamente no lombo um bando de parasitas. A situação do
povo em nada difere da situação de Sísifo, condenado a carregar eternamente uma
pedra para cima da montanha que rolava montanha abaixo toda vez que chegava lá.
Quando se fala em Nietzsche, as poucas pessoas entre nós que sabem de quem se
está falando, em função da ojeriza ao ateísmo da massa bruta de povo, estas
poucas pessoas logo mencionam a loucura de Nietzsche como uma, com licença da
má palavra, “Capitis diminutio” (como dizem os advogados). Na verdade, a
fixação na loucura do Grande Mestre do Saber tem por finalidade enxovalhar a
genialidade daquela fera da intelectualidade, cuja compreensão da vida foge
inteiramente do alcance da massa bruta de perseguidores de dinheiro. Não ocorre
a estas inocentes criaturas que qualquer pessoa infinitamente superior em
espiritualidade tende a ser levado à loucura pelo inevitável isolamento mental
a que é submetida face à impossibilidade de comunicação com as pessoas
espiritualmente medíocres como são os integrantes do elemento asqueroso povo
cujos festejamentos indicam ignorarem completamente a realidade de haver uma
UTI à sua espera. Alguém com a inteligência e o altíssimo nível intelectual do
filósofo Nietzsche ter de viver no meio de seres mentalmente medíocres como é o
povo em geral corresponde à situação de alguém ainda que de baixo nível
intelectual ter de viver no meio de um rebanho de bovinos ou equinos, o que o
condenaria ao isolamento mental por não ter com quem se comunicar, situação
aflitiva que certamente levaria este alguém à loucura uma vez que a comunicação
é uma necessidade imperiosa imposta pela natureza a todo ser vivo. Tive uma
experiência pessoal da impossibilidade de comunicação quando conversava com um
espécime de povo que todas as segundas feiras se vestia de branco em cumprimento
a uma promessa feita a determinada santidade. Eu dizia que se todos estivessem
convencidos da realidade de constituirmos uma irmandade, e como tal fôssemos
cooperativos em vez de competitivos, que se todos pensassem assim o mundo seria
infinitamente melhor. Certamente por desprezo à minha condição de ateu, meu
interlocutor fez uma expressão de deboche e exclamou: “SERÁ?”. Ora, pode alguém
ter dúvida de que se nos comportássemos de forma tão harmoniosa de modo a que o
incômodo de um incomodasse a todos a vida seria realmente melhor? Tal
realidade, entretanto, apesar de inegável não encontra acolhimento na mente de
seres humanos tão ignorantes de sociabilidade que seu egoísmo os leva a ser
indiferentes ao sofrimento alheio e a buscar um bem-estar individual embora
vivendo em sociedade, o que é inteiramente impossível. Há de se repetir à
exaustão: OU ESTEJAMOS TODOS BEM, OU NINGUÉM ESTARÁ BEM. Não é senão a
realidade de não estarmos todos bem que nosso noticiário versa exclusivamente
sobre crimes. Se o egoísmo é o ponto alto da cultura capitalista que considera
ser normal haver quem não possa estar bem por não ter comida na mesa, entre nós
esse egoísmo leva a ultrapassar o limite da brutalidade humana quando se rouba
o dinheiro do leite das criancinhas. Enquanto isso, a malta repugnante de povo
conversa com estátuas, cepa fora a cabeça de outras pessoas para fazer bonito
perante Deus, vai buscar proteção nas igrejas onde não raro encontra a morte
para si e para os filhos que carregam escanchados no pescoço para as orações e
o futebola.
O
isolamento mental em que se via Nietzsche pela impossibilidade de ter com quem
partilhar suas elevadas ideias levou-o a dizer que a humanidade não merece mais
do que desprezo. A malta realmente desprezível de povo se refere à loucura de Nietzsche com a maldade do escárnio, o que se
deve ao fato de ter ele abjurado o cristianismo como faz ao denominá-lo de
Circe da humanidade, verdade cuja compreensão dista quaquilhões de anos luz dos
mentalmente mesquinhos seres humanos comuns. Mas a comparação tem fundamento
porque assim como Circe, a feiticeira perversa da Mitologia Grega que
transformou em porcos os companheiros de Ulisses, também o cristianismo visa
transformar em irracionais os seres humanos com sua apologia ao sofrimento, à
miséria, ao conformismo, à fraqueza da submissão irrestrita aos desmandos que
tanto beneficiam a equivocada classe desumana dos administradores públicos que
por desconhecerem a necessidade de estarmos todos bem são corrompidos pela
avareza e pela maldade da indiferença ante o sofrimento dos que sofrem por
falta dos recursos que eles roubam despudorada e descaradamente na cara de um
povo bestificadamente envolvido pelas atrações do pão e circo enquanto o futuro
de seus filhos é posto em situação de perigo. Esta indiferença pode ser creditada
ao fato de ter o cristianismo convencido aos sofredores do absurdo de atribuir
seu sofrimento à falta de Deus em vez de atribuí-los à falta de aplicação
correta do erário. O cristianismo faz crer aos sofredores o absurdo de serem eles
mesmos os únicos responsáveis pelo próprio sofrimento, o que é de causar pasmo
uma vez o normal é as pessoas optarem pelo bem-estar. A distância que separa a espiritualidade
mesquinha da malta de frequentadores de igreja, axé e futebola, da mentalmente de
Nietzsche levou o filósofo do bigodão a considerar como hiperbóreos (povo que
na Mitologia Grega gozava de felicidade eterna) aqueles que se elevaram
espiritualmente. Assim como na mitologia os hiperbóreos não podiam ser
alcançados nem por terra nem por mar pelas pessoas comuns, também às ideias
daquele Grande Mestre do Saber jamais será alcançada pela malta repugnante de
povo. Desta forma, quem tem algo a ser condenado tanto pela loucura quanto pelo
ateísmo é a malta ignorante em seu consumismo burro e nas não menos burras
orações, e não o Grande Mestre do Saber cujo nome deve ser escrito com
maiúsculas: FRIEDRICH WILHELM NIETZSCHE.
Inté.
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