No frigir
dos ovos, a intelectualidade dos intelectuais não ajuda em nada o homem a ter
sucesso na peregrinação em busca de sua comodidade. Magnífico exemplo desta
realidade nos é trazido pelo livro ESTADO GOVERNO E SOCIEDADE, do
intelectualíssimo Norberto Bobbio. Embora nesta trilogia governo, estado e
sociedade esteja fundamentado o bem-estar social e individual, uma vez que o
primeiro depende do segundo tanto quanto o segundo depende do primeiro, ainda
assim, para que estas instituições tenham êxito na função de organizar uma
sociedade com um mínimo das atribulações que pipocam constantemente em virtude dos
resquícios da brutalidade dos tempos de bicho que o ser humano carrega consigo
e que dão causa às desarmonias, enfim, para êxito de uma administração pública
capaz de organizar uma sociedade harmoniosa não se faz necessário saber que
Hobbes se identifica com o Estado Absoluto, Locke com a Monarquia Parlamentar,
Montesquieu com o Estado Limitado, Rousseau com a Democracia e Hegel com a
Monarquia Constitucional, conforme esclarece o autor do livro citado na página
54. Tanto isto é verdade que para se socorrer do antibiótico, do transporte, do
telefone e da luz elétrica não há necessidade de saber quem engendrou tais
engenhocas.
Os
intelectuais, na verdade, formam duas castas. Numa delas se agrupam aqueles que
a troco da garantia de ter a despensa abastecida compactua com a política do
momento, qualquer que seja ela, mesmo aquela que garante ser a competição a
melhor forma de se viver em sociedade, absurdo dos absurdos porque esta forma e
organização social resultou num tipo de sociedade idêntica à sociedade dos
irracionais, constituída de predadores e presas sempre na defensiva em função
do medo de um ataque que surgirá de momento para outro. Entre os intelectuais
que cooperam com a política do momento encontram-se os teólogos e os pregadores
de religião. Eles convencem a massa bruta de povo a esperar que seu bem-estar
lhe seja entregue na bandeja em vez de buscá-lo. Por outro lado, os
intelectuais que integram o segundo grupo se perdem em divagações filosóficas
cujo alcance está a anos luz da capacidade mental da humanidade muito mais
chegada a uma igreja, ao pão e circo e às mediocridades mentais denominadas de
“celebridades” e “famosos”.
O que se
faz realmente necessário é a praticidade de escancarar aos quatro ventos a
realidade de se viver uma falsidade. Uma eterna ilusão tão ilusória que se
admite haver pessoas que podem viver sem ter como atender suas necessidades
primárias ao lado de uma futilidade tão grande que leva pessoas a fantasiar cachorros
para brincar carnaval e pessoas que promovem um consumismo totalmente
desnecessário cujas consequências serão desastres climáticos apavorantes. Quem
viver, verá. Inté.
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