Dizem pelaí que aquele que não sabe é como aquele que não vê. A conclusão
é perfeita por ser o desconhecimento da realidade, ou seja, o não saber, exatamente
o motivo pelo qual a malta viciada em igreja, axé, futebola e telefone não
consegue vislumbrar o que o futuro prepara para suas pobres crianças. A incapacidade
de enxergar além do nariz faz com que pais desnaturados fecundam mães também
desnaturadas cuja ignorância as impede de superar o instinto da maternidade que
a burrice da natureza impõe às fêmeas, e estas pobres ingênuas criaturas exibem
com orgulho suas barrigas estufadas de prenhas num mundo de futuro tão negro
que se estas crianças tivessem escolha haveriam de recursar nascer. O jornal
Folha de São Paulo publica matéria intitulada COM SECA SEVERA, CIDADE DO CABO
JÁ SE PREPARA PARA 'DIA ZERO' DE ÁGUA. O assunto é de fazer arrepiar os
cabelos ou o que resta deles. Está dito ali que soa como um blockbuster (destruição, horror) a chegada
do "dia zero" de água, ou seja, o dia em
que deixará de haver água nas torneiras das casas daquela cidade onde vivem
quatro milhões de pessoas. Esse dia vai chegar à Cidade do Cabo, na África do
Sul, em abril. O governo explica que o dia zero será pior do que qualquer coisa
que qualquer grande cidade do mundo tenha enfrentado desde a Segunda Guerra
Mundial, quando então chovia bombas que transformavam em escombros o que eram
cidades e cadáveres o que eram pessoas. Diz mais a notícia: A polícia
sul-africana está se preparando, porque a previsão é de que o policiamento
normal será totalmente insuficiente. Com os nervos cada vez mais à flor da
pele, moradores falam em voz baixa sobre o caos que se aproxima. A razão do
medo é simples: as reservas de água da cidade estão perigosamente perto de se
esgotar. Se o nível de água continuar a cair, a Cidade do Cabo vai declarar dia
zero em menos de três meses. As torneiras dos imóveis residenciais e comerciais
serão desligadas enquanto não chover. Os 4 milhões de habitantes da cidade
terão que fazer fila para buscar cotas de água em 200 pontos de coleta. A
cidade se prepara para um impacto sobre a saúde pública e a ordem social. Não é
difícil para quem pensa imaginar que futuro terá uma criança nascida num
ambiente em que alguém terá de ficar numa imensa fila no ponto de distribuição
de água onde depois de horas conseguirá encher um vasilhame cujo conteúdo será
suficiente apenas para mitigar a sede.
Se num ambiente onde vivem apenas quatro milhões de pessoas as
perspectivas são tão funestas, quão funestas não serão as perspectivas para os
mais de sete bilhões de pessoas que não leva muito tempo viverão num mundo sem
água potável visto que os rios viraram esgoto? O mundo está apodrecendo e a
ignorância ou cegueira humana não permite que a humanidade desperte para esta
realidade assombrosa. O mal cheiro já se tornou comum em todas as cidades da
periferia do mundo. Se não acontece ainda nas cidades dos países erradamente considerados
civilizados, erradamente por se tratar de uma civilização às avessas cuja
construção teve por lastro o acumulado de riqueza roubada a custo de matanças e
saques cuja consequência foi deixar pobreza e miséria atrás de si como
resultado das ações criminosas dos brutamontes espirituais que de forma alguma
podem ser considerados seres civilizados. Como o feitiço tende a se voltar
contra o feiticeiro, aí estão estes criminosos perseguidos pelo fantasma de
suas vítimas do mesmo modo como a sombra persegue um corpo. Está a atormentar
seus assassinos o fantasma dos cadáveres resultantes da ação nefasta destes
monstros avaros por riqueza que mataram para roubar as posses de suas vítimas,
perseguição tão eficiente que os faz tremer de medo ante a possibilidade de a qualquer
momento se tornarem vítimas de rajadas de metralhadoras, explosões de bombas,
facadas ou atropelamento por carros vingativos.
Como a gangrena causada por unha encravada, também a podridão do mundo
está começando pelos lugares onde vivem os povos mais insignificantes ainda do
que os outros povos que embora também insignificantes, são considerados civilizados.
Em não sendo possível ser civilizado e estúpido ao mesmo tempo, fica evidente
não se poder falar em civilização no mundo uma vez que nenhum povo é capaz de
gerir por si mesmo seu destino, razão pela qual todos eles se submetem à
liderança de líderes tão falsos que os conduzem para guerras onde jovens
“civilizados” se estraçalham entre si por causas que não lhes dizem respeito,
estupidez que levou o gênio guerreiro Alexandre (também erradamente chamado de
O grande porquanto não existe grandeza em matar) a afirmar que se soldados
raciocinassem abandonariam seu comandante na primeira esquina. Se os jovens
raciocinassem haveriam de refletir sobre o porquê de haver justificativa para a
matança das guerras. Mas os jovens não raciocinam. Foi-lhes castrada a
possibilidade de pôr em funcionamento o potencial de inteligência que lhes
permanece em estado de latência graças à ação funesta da política vigente no
mundo, que juntamente com sua irmã siamesa, a religião, necessitando ambas de
pessoas desinteligentes, criminosamente atrofiam a capacidade de discernimento
dos jovens com tamanha eficiência que até existe uma juventude denominada De
Fé, cujo atrofiamento mental dá origem a esta notícia publicada no jornal: PAPA
CONVOCA JORNADA MUNDIAL DE ORAÇÃO E JEJUM PELA PAZ. Estes pobres mendigos espirituais são incapazes de perceber a
dependência de paz e tranquilidade tem por única e exclusiva fonte uma ação
política eficiente. É dela que depende tudo aquilo de que as pessoas
necessitam. Só uma administração pública exercida por verdadeiros líderes será
capaz de promover a tranquilidade por todos ansiada e jamais alcançada por meio
de orações e religiosidade. Uma vez que a lembrança do tempo de bicho não
permite nobreza espiritual para que possa existir líderes verdadeiros, e uma
vez que através da superada democracia a massa bruta de povo dá preferência
exatamente àqueles mais brutos, o mundo estará cada vez também mais bruto por
conta da orientação antissocial do enriquecimento privado. Por conta desta
brutalidade é que as pessoas mais socialmente insignificantes, aquelas que têm
por único objetivo de vida a ação antissocial de acumular riqueza são
exatamente as pessoas mais valorizadas pelos brutos seres humanos.
A falta de uma política voltada para o bem-estar social torna risível as
análises dos fantoches denominados “cientistas políticos” entrevistados por
outros fantoches do capitalismo, verdadeiros papagaios de microfone. As
interpretações que os primeiros fazem para os segundos em nada diferem das
interpretações que faziam os intérpretes das previsões de futuro dos oráculos
da Mitologia Grega. Chega a ser ridículo a pose das “autoridades” discorrendo
sobre como solucionar problemas de saúde, segurança e educação, pilares sobre
os quais se assenta o bem-estar social, porque estas “autoridades” não passam
de paus-mandados dos Ricos Donos do Mundo que têm interesses bem diferente dos
interesses da massa bruta de povo escravizado. Quando as “autoridades discorrem sobre maior número de empregos, de
policiais, de agentes de saúde, estão, como sempre, fazendo discursos inúteis
porque é inteiramente impossível haver empregos, policiais e agentes de saúde
bastantes para cobrir a necessidade dos necessitados que pais ignorantes
despejam no mundo pelo fato de não enxergarem um palmo além do nariz, estupidez
esta que é adredemente preparada por estas mesmas “autoridades” que se fingem
preocupadas com o bem-estar social. São cupinchas dos ricos, aos quais interessa
uma população de idiotas o bastante para lhes servir de capacho.
Por conta do propósito de idiotizar é que há tantos livros fazendo
apologia de desarmonia social ao insinuar mentirosamente haver vantagem na
riqueza individual. É o que fazem livros do tipo de SEJA FODA, de Caio
Carneiro – VIVA MELHOR E VENDA MAIS, de Ricardo Lemos e
William Douglas – A
BÍBLIA DE VENDAS, de Jeffrey Gitomer – PAI RICO PAI POBRE, de Robert T. Kiosaki – FATOR DE ENRIQUECIMENTO, de Paulo Vieira – QUEM
CONVENCE ENRIQUECE, de Napoleon Hill – SEGREDOS DOS HOMENS MAIS RICOS, de Steven K.
Scott, onde se lê: “Quem nunca se imaginou com alguns milhões guardados no
banco, morando em uma bela casa com vista para o mar ou com um carrão
estacionado na garagem?” Pergunta imbecil porque tal situação jamais
contemplará noventa e nove por cento da população obrigada a se aguentar com
apenas um por cento da riqueza do mundo)
– SALOMÃO, O HOMEM MAIS RICO QUE
JÁ EXISTIU, de Steven K. Scott, onde se lê: Salomão agia de acordo com
determinadas regras de conduta que foram registradas no Livro dos Provérbios e
que devem ser seguidas por aqueles que desejam construir uma vida feliz,
íntegra e bem-sucedida. (Isto é falso porque a história mostra que Salomão
escravizou milhares de súditos que trocava pelo material rico a ser empregado
na construção do famoso Templo de Salomão que a estupidez humana destruiu e
reconstruiu, tornou a construir e a destruir)
– OS SEGREDOS DO HOMEM MAIS
EXTRAORDINÁRIO DA HISTÓRIA, de Steven K. Scott, onde se lê: “Se Jesus
fracassasse, a Terra e seus habitantes estariam condenados.” Ora, A Terra e
seus habitantes, pela ação destes, estão condenados a um desaparecimento
inevitável. Quem viver, verá.
Estes títulos copiei de uma simples olhadela nas prateleiras da Livraria
Saraiva do Shopingue Salvador, em Salvador. É de se imaginar quanta apologia à
riqueza a troco de alguma vantagem fazem mundo afora as consciências
prostituídas capazes de afirmar ser a competição a melhor forma de se viver em
sociedade. A ninguém com discernimento bastante para escrever livros é dado o
direito de desconhecer a realidade de que antes de morrer de fome o faminto
infernizará a vida do abastado cuja ignorância de sociabilidade lhe impede
ponderar sobre os acontecimentos das duas maiores revoluções, a Francesa e a
Russa, ambas pipocadas exatamente por força das necessidades reprimidas dos
necessitados que atualmente somam milhares de vezes o número dos ignorantes opulentos
que nem de longe percebem as ameaças que pairam sobre seus pescoços. Enquanto a
humanidade for teleguiada pelos meios de comunicação estará condenada a viver
de quatro e à disposição do grupinho satânico de escravocratas que não sendo
mais do que um por cento dos seres humanos mantém os noventa e nove por cento
deles de quatro, atochados e tão satisfeitos que já fantasiam seus cachorrinhos
para que também brinquem o carnaval. Inté.
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