O
pronunciamento do prefeito de nossa cidade Vitória da Conquista através do
programa radiofônico Resenha Geral é uma declaração de que nós os brasileiros
vivemos o pior dos mundos. Pessoa de quem nunca se falou mal fora do ambiente
político onde a tônica é denegrirem-se mutuamente os participantes da corrida
pelos cargos públicos, nosso prefeito, o senhor Herzem Gusmão, sua biografia
certamente mostrará uma história de luta e muito trabalho, pelo menos a partir
de quando o conheci como pequeno empresário no setor de lavagem de automóveis
no local onde tinha sido o Posto King, na rua Ascendino Melo, ocasião em que um
funcionário seu bateu uma caminhonete que lá se encontrava para ser lavada, o
que certamente causou grande prejuízo ao empresário que antes de se tornar
prefeito foi também um importante radialista ouvido de canto a canto de nossa
comunidade. O êxito em alcançar o objetivo político de ser o comandante desta
terra, sem a pecha de ladrão na qual incorre a absoluta maioria dos políticos
brasileiros, evidencia tratar-se de pessoa realmente talhada para enfrentar
vitoriosamente as lutas que a vida nos impõe.
Esta ressalva
se faz necessária porquanto de nada sabemos de desabonador contra a pessoa do
senhor prefeito. Estaríamos incorrendo em crime de calúnia afirmando algo nesse
sentido. Mas o nada consta contra a honestidade e a boa vontade do senhor nosso
prefeito nada tem a ver com o fato de que sua declaração leva à conclusão,
repito, de vivermos o pior dos mundos. Declarava o senhor prefeito estar fazendo
uma administração tão boa que é constantemente parabenizado pala excelente
qualidade do seu trabalho, sucesso que afirma dever-se também à ajuda de Deus,
o que reforça nossa certeza de não passar de invencionice essa história de Deus
uma vez que ainda não podendo o senhor prefeito fazer mais do que faz, nossa
cidade, se visitada por algum habitante das localidades erroneamente consideradas
civilizadas porquanto civilização está a anos luz da população desse mundo no
qual um por cento dos seus habitantes retém em suas mãos noventa e nove por
cento da sua riqueza, circunstância da qual resulta fome, violência, doenças e
muita infelicidade, situação diante da qual fica evidente tratar-se de um mundo
de seres bárbaros no qual inexiste vestígio de civilização porque esta palavra
traz consigo a noção de elevação espiritual ausente num ambiente no qual é
considerado normal haver quem não possa comer, morar, vestir e ter assistência
à saúde. Assim, mesmo se tratando de seres bárbaros, um deles que habitasse
regiões como a Noruega, por exemplo, haveria de sentir náuseas diante do quadro
pavoroso em que se encontra nossa cidade que o prefeito diz estar
maravilhosamente bem administra, embora haja carros soltando lufadas de fumaça
preta e aspergindo nos transeuntes o caldo de bosta que escorre sobre o asfalto
margeado por calçadas esburacadas nas quais as pessoas torcem os tornozelos, e
lojas de cujas portas alto-falantes ensurdecedores procuram atrair a malta de
futucadores de telefone para comprar seus produtos, barulho infernal aumentado ainda
mais por outros alto-falantes sobre carros também fumacentos que passam prá lá
e prá cá, transformando num verdadeiro inferno o lugar no qual passa um pelo
outro. Pelo que dizem os inocentes, o inferno não condiz com a presença de
Deus. Certamente não visa deliberadamente o senhor prefeito distorcer a
realidade mesmo porque no mundo da política tudo é irreal. Consta na internete
com o título VITÓRIA DA CONQUISTA É REFERÊNCIA EM SANEAMENTO BÁSICO, postado em
12 de Fevereiro de 2016, portanto da responsabilidade de outra administração,
matéria no seguinte teor: “Há que se
considerar que Vitória da Conquista, hoje, possui 85% de sua área coberta pelo
sistema de esgoto. Também é importante destacar que, se ainda não chegamos a
atingir a marca de 100%, somos o município baiano com maiores possibilidades de
alcançá-la nos próximos anos”. Apesar do toda esta “eficiência”, o fato de
estar o esgotamento sanitário escorrendo a céu aberto e todas as demais mazelas
por nós vividas como a possibilidade de virarmos vítimas de assaltante a todo
momento, tal realidade desmente a eficiência de todas as administrações municipais
quer contando com a cooperação de Deus ou sem ela.
Não é
demais repetir não haver demérito na conduta do senhor prefeito. Onde há
demérito aos montões é na personalidade de rato do brasileiro, o povo mais
ignorante e ladravaz entre todos os povos ignorantes que habitam a face do
planeta Terra. Um noticiário na televisão dá conta de imensa multidão de
esfarrapados mentais na praia do Rio Vermelho, em Salvador, aspergindo perfume e
depositando flores e presentes nas águas do mar infestadas da bosta que escorre
por um riacho que ali desagua cujo mau cheiro invadia o apartamento do hotel
Golden Tulip quando há pouco lá estive hospedado com Sara, cujas janelas davam para
o largo do Rio Vermelho, o que nos obrigava a mantê-las fechadas e ligado o
aparelho de ar condicionado.
O noticiário
sobre este tal festival de crendices e ignorância sugeria que as pessoas
futucassem seus telefones e remetessem mensagens declarando que Brasil
desejavam para depois das eleições de outubro. Nesse momento quase me deu
vontade de também fazer parte da malta robotizada de cérebro congelado de
futucadores de telefone para dizer que gostaria de ter um Brasil sem os
brasileiros. Inté.
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