sábado, 3 de fevereiro de 2018

ARENGA 470


O pronunciamento do prefeito de nossa cidade Vitória da Conquista através do programa radiofônico Resenha Geral é uma declaração de que nós os brasileiros vivemos o pior dos mundos. Pessoa de quem nunca se falou mal fora do ambiente político onde a tônica é denegrirem-se mutuamente os participantes da corrida pelos cargos públicos, nosso prefeito, o senhor Herzem Gusmão, sua biografia certamente mostrará uma história de luta e muito trabalho, pelo menos a partir de quando o conheci como pequeno empresário no setor de lavagem de automóveis no local onde tinha sido o Posto King, na rua Ascendino Melo, ocasião em que um funcionário seu bateu uma caminhonete que lá se encontrava para ser lavada, o que certamente causou grande prejuízo ao empresário que antes de se tornar prefeito foi também um importante radialista ouvido de canto a canto de nossa comunidade. O êxito em alcançar o objetivo político de ser o comandante desta terra, sem a pecha de ladrão na qual incorre a absoluta maioria dos políticos brasileiros, evidencia tratar-se de pessoa realmente talhada para enfrentar vitoriosamente as lutas que a vida nos impõe.

Esta ressalva se faz necessária porquanto de nada sabemos de desabonador contra a pessoa do senhor prefeito. Estaríamos incorrendo em crime de calúnia afirmando algo nesse sentido. Mas o nada consta contra a honestidade e a boa vontade do senhor nosso prefeito nada tem a ver com o fato de que sua declaração leva à conclusão, repito, de vivermos o pior dos mundos. Declarava o senhor prefeito estar fazendo uma administração tão boa que é constantemente parabenizado pala excelente qualidade do seu trabalho, sucesso que afirma dever-se também à ajuda de Deus, o que reforça nossa certeza de não passar de invencionice essa história de Deus uma vez que ainda não podendo o senhor prefeito fazer mais do que faz, nossa cidade, se visitada por algum habitante das localidades erroneamente consideradas civilizadas porquanto civilização está a anos luz da população desse mundo no qual um por cento dos seus habitantes retém em suas mãos noventa e nove por cento da sua riqueza, circunstância da qual resulta fome, violência, doenças e muita infelicidade, situação diante da qual fica evidente tratar-se de um mundo de seres bárbaros no qual inexiste vestígio de civilização porque esta palavra traz consigo a noção de elevação espiritual ausente num ambiente no qual é considerado normal haver quem não possa comer, morar, vestir e ter assistência à saúde. Assim, mesmo se tratando de seres bárbaros, um deles que habitasse regiões como a Noruega, por exemplo, haveria de sentir náuseas diante do quadro pavoroso em que se encontra nossa cidade que o prefeito diz estar maravilhosamente bem administra, embora haja carros soltando lufadas de fumaça preta e aspergindo nos transeuntes o caldo de bosta que escorre sobre o asfalto margeado por calçadas esburacadas nas quais as pessoas torcem os tornozelos, e lojas de cujas portas alto-falantes ensurdecedores procuram atrair a malta de futucadores de telefone para comprar seus produtos, barulho infernal aumentado ainda mais por outros alto-falantes sobre carros também fumacentos que passam prá lá e prá cá, transformando num verdadeiro inferno o lugar no qual passa um pelo outro. Pelo que dizem os inocentes, o inferno não condiz com a presença de Deus. Certamente não visa deliberadamente o senhor prefeito distorcer a realidade mesmo porque no mundo da política tudo é irreal. Consta na internete com o título VITÓRIA DA CONQUISTA É REFERÊNCIA EM SANEAMENTO BÁSICO, postado em 12 de Fevereiro de 2016, portanto da responsabilidade de outra administração, matéria no seguinte teor: “Há que se considerar que Vitória da Conquista, hoje, possui 85% de sua área coberta pelo sistema de esgoto. Também é importante destacar que, se ainda não chegamos a atingir a marca de 100%, somos o município baiano com maiores possibilidades de alcançá-la nos próximos anos”. Apesar do toda esta “eficiência”, o fato de estar o esgotamento sanitário escorrendo a céu aberto e todas as demais mazelas por nós vividas como a possibilidade de virarmos vítimas de assaltante a todo momento, tal realidade desmente a eficiência de todas as administrações municipais quer contando com a cooperação de Deus ou sem ela.

Não é demais repetir não haver demérito na conduta do senhor prefeito. Onde há demérito aos montões é na personalidade de rato do brasileiro, o povo mais ignorante e ladravaz entre todos os povos ignorantes que habitam a face do planeta Terra. Um noticiário na televisão dá conta de imensa multidão de esfarrapados mentais na praia do Rio Vermelho, em Salvador, aspergindo perfume e depositando flores e presentes nas águas do mar infestadas da bosta que escorre por um riacho que ali desagua cujo mau cheiro invadia o apartamento do hotel Golden Tulip quando há pouco lá estive hospedado com Sara, cujas janelas davam para o largo do Rio Vermelho, o que nos obrigava a mantê-las fechadas e ligado o aparelho de ar condicionado.

O noticiário sobre este tal festival de crendices e ignorância sugeria que as pessoas futucassem seus telefones e remetessem mensagens declarando que Brasil desejavam para depois das eleições de outubro. Nesse momento quase me deu vontade de também fazer parte da malta robotizada de cérebro congelado de futucadores de telefone para dizer que gostaria de ter um Brasil sem os brasileiros. Inté.   

      

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