domingo, 31 de janeiro de 2016

ARENGA 214




Raros, raríssimos, escapam do enquadramento do mestre Leonardo da Vinci que classifica aos politicamente parvos como enchedores de latrinas. Portanto, são enchedores de latrinas todos que usam o tempo de cuidar do futuro dos filhos em furar orelha para dependurar argola, espernear no futebola e no axé, nas baixarias de Fazenda e BBB, contribuindo com as campanhas de ajuda disso e daquilo porquanto não há necessidade alguma de haver necessitados como mostra o impostômetro. Grandes enchedores de latrina são os adeptos dos compra-compra do qual resultam rios podres, água de beber com bosta, comida e ar com veneno. Apesar de várias teorias a respeito, na verdade o executor do crime é tão criminoso quanto o mandante. Assim, os papagaios de microfone cometem o mesmo crime que cometem seus mandantes ao contratá-los para induzir os jovens ao crime de matar a natureza. A papagaiada de microfone está a insuflar na juventude como grande maravilha uma nova modalidade de fazer compra inventada pelos americanos. Depois de terem os papagaios de microfone convencido a macacada das repúblicas de banana a juntar as economias e lotar aviões para comprar coisas em Me Ame, no que também fomenta a indústria hoteleira de lá, receberam orientação para cometer novo crime: insuflar na macacada ser beleza pura o novo processo americano de evitar as filas para pagar as compras, o que prova serem os macacos humanos ainda menos inteligentes que os macacos macacos. O negócio é o seguinte: O macaco compra um telefone e por meio dele faz o pagamento. Quer dizer: compra mais uma quinquilharia para fazer o pagamento das outras quinquilharias. Vai ser burro assim na pqp, pô. Só esse tipo de gente encara a vida sem um vislumbre do resultado futuro das ações de agora, por mais perniciosas que sejam ao amanhã das crianças que os pais dizem amar. Aqueles pais que realmente amam seus filhos não podem concordar com absolutamente nada do que está aí vigorando. Veja, por exemplo, a notícia publicada no caderno CELEBRIDADES do jornal FOLHA DE SÃO PAULO: “Namoro entre Thammy Miranda e modelo Andressa Ferreira chega ao fim”. Mas então, uma merda dessa é notícia? Enquanto a bandidagem desbarata o dinheiro de administrar a sociedade como previra Carlos Amorim no livro Assalto ao Poder, papagaios de escritores assalariados apresentam esta aberração social como notícia? Alguém se interessa em saber que o senhor Thammy e a senhora Andressa namoram ou que não namoram? O que tem o senhor têm eles para serem celebridades? Uma olhada na biografia de ambos deixaria quem pensa boquiaberto ao constatar os motivos que levam alguém à celebridade no Brasil de triste sorte. Abra o olho, juventude, tire-o do aparelho de futucar e ponha-o no erário, na Operação Lava Jato e na vida.

Do jeito que vai esta sociedade de burros, vai dar com eles n’água. A Lava Jato está mostrando para onde vai o erário, como ficar impassível ante tal descalabro? Não é matando ninguém que se resolve problema. É com atitudes inteligentes, diferentes da imbecilidade de comprar telefone para pagar contas, principalmente de compras desnecessárias feitas apenas por ordem dos monstros ajuntadores de dinheiro e transmitidas por seus cupinchas, os papagaios de microfone. Não adianta tergiversar sobre o que fez fulano ou cicrano. Faz-se necessária ação prática contra o fato negativo de estar sendo destruída a sociedade na qual vivemos, pensar e agir no sentido de preservar a ordem indispensável a qualquer tipo de sociedade, o que se faz deixando o estado reles de povo. Inté.

 
 
 



sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

ARENGA 213




Diminui a olhos vistos a crença na eternidade da conformação dos miseráveis com a miséria. Do mesmo modo como foram para o brejo muitas das mentiras da religião, como prova o fato de eu não poder ser torrado por bradar que Deus só existe na cabeça de ignorantes da realidade da vida, assim também acontecerá com todos os costumes, usos e práticas dos quais resultem mais miséria para a massa bruta dos Sem Nada que já não aceitam com tanta passividade a canga que os que tudo vinham lhes pondo no cangote sem reclamação. As coisas mudam de modo visível. O descontentamento afasta o medo e os descontentes tacam fogo em ônibus, enfrentam a polícia, hostilizam os políticos acintosamente de modo que eles já não têm condições alguma de fazer pose onde haja povo, mesmo porque não dá para ser posudo debaixo de vaias e tapas. Ouvi no boteco que em certa reunião social ao ser apresentada a um deputado, a apresentada disse que ouvira falar dele, ao que o deputado se apressou em dizer que ninguém provava nada do que diziam os adversários políticos. A única coisa que ainda segura a barra da insatisfação é a eficiência do trabalho dos papagaios de microfone, dos escritores assalariados e da religião. Através de manobras canhestras destas instituições os donos da sociedade conseguem fazer da massa um aglomerado de escravos que construam suas riquezas felizes da vida e muito agradecidos a Deus por lhe conceder a graça de se escravizar através de um emprego que lhe garanta satisfazer a necessidade primária de comer.  A falsa realidade em que estamos mergulhados acabará por se desmoralizar ante as evidências de insustentabilidade como os gastos fabulosos na manutenção de uma rede de caríssimos templos religiosos e políticos e imensa plêiade de servidores de Deus e politiqueiros a parasitar a sociedade.

É tudo mentira e hipocrisia na sociedade como, por exemplo, a pieguice do “felizes para sempre”, “eu te amo” “meu amor”, “só vou se você for” entre casais, tão comuns nos filmes românticos. A vida foi transformada numa grande farsa. Os seres humanos ainda trazem consigo o ranço da animalidade dos primeiros tempos de promiscuidade sexual cuja influência anula a convenção social do monoganismo cuja barra as pieguices tentam segurar. Não é de uma hora para outra no curso do desenvolvimento que os seres humanos, principalmente o macho predominante, queira ou não queiram as fêmeas, porque o macho não precisava pedir permissão à fêmea para montar sobre ela, que não recusava por ser o macho mais forte e não ter motivo para conter sua libido constante, diferentemente das espécies outras em que só é despertada no macho pelo cio da fêmea. Além disso, acreditava-se que o relacionamento sexual da fêmea com vários machos daria à cria as qualidades deles, razão que levava até hoje à preferência das fêmeas machos mais inteligentes, mais fortes, enfim, que tenham as qualidades que elas desejavam para seu filho. Aliás, não precisa ir tão longe para encontrar a promiscuidade. Basta ligar a televisão nos programas BBB, Fazenda e novelas. A desintegração do núcleo social, a família, demonstra a realidade de ter começado a desmoronar o sistema esquisito de uma sociedade na qual é banalizado o roubo a tal ponto que escritórios de advogados compartilham legalmente com os assaltantes o produto do assalto. Enquanto isso, a juventude futuca telefone para avisar as rádios onde há uma poça d’água na rua. Inté.

 
 
 


quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

ARENGA 212



A declaração de jurista renomado tanto pelo conhecimento jurídico quanto pela honradez, diz com todas as letras da falta de condições morais necessárias à formação de uma sociedade brasileira civilizada. Embora o mesmo ocorra em todas as outras sociedades, mesmo as tidas como civilizadas, suas indecências de sociabilidade só não aparecem por falta de uma a Operação Lava Jato. O jurista disse que O Conselho Nacional de Justiça é um órgão constitucional, com competência para controlar o cumprimento dos deveres funcionais dos juízes. Considerando que para ser juiz exige-se reputação ilibada além de notório saber jurídico, conclui-se que em havendo civilização um juiz não precisaria ser controlado, o que significa, na verdade, ser fiscalizado. A necessidade de serem os juízes fiscalizados para que não se comportem diferentemente de como deveriam se comportar, ao lado do comportamento imoral dos políticos mostra a realidade de ainda não teremos encontrado uma forma civilizada de administração pública em função da absoluta incapacidade moral que impede práticas absolutamente honestas. Em sua declaração o doutor Fábio Konder Comparato condena o fato de não estarem os ministros da Suprema Corte sujeitos a controle jurídico algum, o que é prova completa e arrematada do nosso atraso mental levando-se em conta que até os ministros da mais alta corte de justiça precisam de controle. Afinal, trata-se de um corpo de homens sábios cuja função é resguardar pelo espírito de moralidade que alei exige a fim de poder funcionar a contento a sociedade. E diz ainda o doutor Fábio que o Senado Federal não é o órgão apropriado para julgar os crimes de responsabilidade cometidos pelos Ministros do Supremo Tribunal Federal, o que é a pá de cal na possibilidade de haver civilização porquanto o colegiado formado por homens de reputação ilibada precisa de fiscalização. Ter-se-ia aqui a mesma questão: se Deus fez o universo, quem teria feito Deus? No caso do STF, quem o fiscalizaria, QUEM? É triste viver em ambiente de tal degradação moral. Inté.

 
 
    

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

ARENGA 211

 





 

Nem tudo é às avessas nesse país da Máfia do colarinho Branco. Pintou no noticiário algo de coerência absoluta. Mas por ser habitado por um povo cagado de arara, desta coerência resulta tantos infortúnios quanto resultam das incoerências para os brasileiros de triste memória.

Para ficar claro o assunto, é preciso antes de tudo ter em mente que revólver serve para assaltar e que existe uma espécie de revólver chamado trabuco. Em seguida, é preciso lembrar aos que sabem, e ensinar aos que não sabem, aqueles que tiram zero no Enem, que a atividade dos bancos é assaltar a sociedade, embora alardeiem prestar benefício social, coisa tida como normal porque a sociedade está acostumada com a inversão da verdade. É de dentro desta inversão ou incoerência, talvez por um ato falho do destino, veio à luz esta enorme coerência da qual resulta muita sacanagem prá cima dos frequentadores de igreja, axé e futebola. Estando fresca na memória que trabuco é arma que serve para assaltar, e que o Bradesco assalta, a coerência está no nome do presidente do Bradesco que é igual ao nome da arma que também serve para assaltar: TRABUCO. Inté.   

 
 
 
 

 

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

ARENGA 210

Nem tudo é às avessas nesse país da Máfia do colarinho Branco. Pintou no noticiário algo de coerência absoluta. Mas por ser habitado por um povo cagado de arara, desta coerência resulta tantos infortúnios quanto resultam das incoerências para os brasileiros de triste memória.
Para ficar claro o assunto, é preciso antes de tudo ter em mente que revólver serve para assaltar e que existe uma espécie de revólver chamado trabuco. Em seguida, é preciso lembrar os que sabem, e aprender os que não sabem, aqueles que tiram zero no Enem, que a atividade dos bancos é assaltar a sociedade, embora alardeiem prestar benefício social, coisa tida como normal porque a sociedade está acostumada com a inversão da verdade. É de dentro desta inversão ou incoerência, talvez por um ato falho do destino, veio à luz esta enorme coerência da qual resulta muita sacanagem prá cima dos frequentadores de igreja e futebola. Estando fresca na memória que trabuco é arma que serve para assaltar, e que o Bradesco assalta, a coerência está no nome do presidente do Bradesco que é igual ao nome da arma que também serve para assaltar: TRABUCO. Inté.   








domingo, 24 de janeiro de 2016

ARENGA 210

A notícia de que a Globo já ganhou cento e noventa milhões de reais com o BBB, antes mesmo da estreia, é um incentivo à prática da prostituição. Ainda que monstros espirituais escrevam livros e que papagaios de microfone papagaiem apologia a este modo louco de viver apenas pensando em dinheiro, e estimulem a traumática corrida ao ouro, são mentirosas suas afirmações porque qualquer outra forma de cuidar da sociedade não poderá ser pior do que esta. Thomas Paine concluiu que a finalidade do governo é proporcionar bem-estar aos governados, e que o melhor governo seria aquele que cumprisse esse honroso dever da forma mais eficiente e com o menor custo. Mas, entre visar o bem-estar coletivo com o menor gasto e a realidade do que realmente visam os governos vai uma distância menor apenas que a ignorância humana. Os governos são compostos de seres humanos, como tais, dotados dos mais baixos instintos e sempre dispostos a atacar seu semelhante. Verdadeiros bichos com forma de gente, são tão incapazes de elevar o pensamento além das atividades materiais que até quando pensam estar praticando atividade espiritual é nas igrejas através da materialidade do pagamento de dízimo.
Não será possível deixar de pedir permissão ao bigodão pensador para usar sua ideia e dizer que é preciso escrever em todos os muros do mundo que não pode ter futuro uma sociedade fundamentada em falsa realidade, exatamente como os habitantes da Caverna de Platão. O hábito de visitar a livraria Nobel, onde as simpáticas moças permitem a leitura de seus livros, atraiu-me a grande quantidade de livros sobre Deus, vários deles se auto intitulando “best sellers”. De nada valeria a ciência? Se ela salva vidas, por que apenas no que diz respeito à religião a ciência não presta para nada e analfabetos com uma bíblia debaixo do sobaco fedorento sabem mais que os cientistas? A fé tem origem no medo proveniente do desconhecido. Não se adquire o conhecimento da realidade senão através de interesse em saber a verdade, o que só é possível acompanhando o que nos transmitiram pessoas inteligentes que observaram a vida. Estas, sim, tem condições de nos fornecer informações mais precisas sobre a melhor forma de se dar melhor no trajeto que vai do discernimento à morte. Mas as pessoas são orientadas pelos governos para ignorarem a ciência e se ligarem nas “celebridades” e “famosos”. O inteligente Henfil aprendeu com os Grandes Mestres do Saber porque num diálogo entre os seus dois frades, o irreverente Baixim disse que para acreditar em Deus teria de vê-Lo, tocar no bruto. A força da religião aumenta à medida que diminui o nível de conhecimento de modo tão evidente que ao chegar ao analfabeto o encontramos convencido de poder comprar um lugarzinho no céu junto de Deus. A ignorância é necessária ao modo de vida moderno. Assim como se é levado a crer num Deus inexistente, também se é convencido pelos vendedores de opinião haver vantagem em viver disputando riqueza como afirma o senhor Henry Kissinger, a quem os subalternos desta república de bananas beijam a mão, e olhe lá se ficar só na mão. Como não há nenhum meio mais fácil de tomar dinheiro das pessoas do que traficar drogas e alugar “as partes”, estas atividades são estimuladas e praticadas pelos membros dos governos. Ainda há pouco a imprensa noticiou uma prostituta que o governo Lula contratou prá trepar com ele dentro do avião lá no céu, e um helicóptero de senador abarrotado de droga da pesada. Tão inconsequente e perverso é este modo de vida que as crianças são incentivadas à prostituição sob pretexto de transformá-las em modelos, na verdade pseudônimo de prostituas. Embora a prostituição seja necessária, principalmente para velhos, não tem a mesma utilidade de atividades das quais dependem o comer o beber, o respirar, o vestir, o morar e o ter saúde. Se nada tem a ver com estas coisas necessárias e em maior número, então não deveria ser o aluguel das “partes” a atividade que mais rendimento proporciona. Mas, prá que pensar nessas coisas, se vem aí as Olimpíadas? Inté.






sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

ARENGA 209




Há muito se fala de governo e povo, duas faces da moeda denominada sociedade. Entre os gregos antigos surgiram uns caras diferentes que não se conformavam com esse negócio de não precisar pensar e começaram a especular de que era feito o mundo. Houve quem imaginasse que tudo tinha por base a água, outro afirmava que era o fogo, tendo cada um sua justificativa para suas conclusões. Não é certo a inexistência de vida humana onde não há calor? Afirmavam os adeptos da teoria do fogo. Entretanto, a ciência moderna não deve dar risadas daqueles primeiros pensadores porque o importante é que exerceram a nobre atividade de pensar, coisa que a humanidade até hoje não faz. Foram surgindo outros interessados no assunto, sendo de encabular que um deles, um malandrão chamado Demócrito, afirmou não ser nada desse negócio que o pessoal falava e, por incrível que pareça, o danado se aproximou bastante da realidade do átomo, o que é extraordinário porque naquela época nem sequer havia óculos. No meio desse povo pensador surgiu uma teoria interessante que usou o nome de cidade em sua língua, “pólis” para dar origem à palavra política. Muito bem pensado porque depois de quebrar a cabeça vivendo isolados e sendo mais caçados pelas feras do que caçadores, os seres humanos se ajuntaram e foi desse ajuntamento que surgiram tanto as cidades quanto a política. Um deles, certa vez, afirmou que o homem é um animal político. Para quem é curto de pensamento como os frequentadores de igreja, axé e futebola tal política se limita à ideia de vereador, prefeito ou deputado, mas a coisa tem sentido mais amplo. Exímios pensadores, circunstância que historiadores ligam à conformação da paisagem grega que estimulava o pensamento, a ideia de cidade e o ajuntamento de pessoas levou os caras bons de raciocínio à conclusão de que lugar onde se agrupam as pessoas necessita ser administrado e de “pólis” (cidade) lugar onde junta muita gente tiraram “política” para significar tanto a administração do grupo quanto a natureza gregária que dá origem ao inter-relacionamento humano que força a existência dos grupos que, inevitavelmente, precisam ser administrados para evitar balbúrdia. Espantosamente, esta sábia conclusão foi estupidamente refutada e hoje escritores que escrevem livros em troca de dinheiro afirmam que o melhor sistema de viver é o individualismo do qual resulta o sistema capitalista baseado na lei da selva onde o mais fraco sucumbe ante o poder do forte. Esta brutalidade dá direito a que pessoas sem noção de sociabilidade façam pose na revista Forbes para fazer bonito pelo fato de ter sido capaz de tomar muita coisa das outras pessoas.

A administração pública ou política sempre considerou erradamente governo e povo como duas entidades distintas e esta é a causa de todos os descompassos porque povo e governo constituem uma realidade só. Enquanto o povo se limitar apenas a fornecer os recursos para as despesas, as dificuldades vividas no tempo do primitivismo leva as pessoas que exercem o governo a lançar mão deles em detrimento das necessidades sociais. Desde que se tem notícia de governantes é morando em palácios, cercados de esplendoroso luxo e desperdício, exorbitância de função à qual o povo sempre foi indiferente. Enquanto o povo ficar esperando que o governo resolva seus problemas ele estará, ó, top, top (saudades do Fradinho e do Henfil). O Livro da Política, da Editora Globo, elenca mais de cem citações de pensadores sobre a questão que envolve as relações povo/governo. Entre estas, a que foi feita pelo pensador Han Fei Tzu parece estar sendo dirigida a nós brasileiros: “Se maus ministros desfrutam de segurança e lucros, então é o começo do fim”. A outra observação, de Karl Marx, contém a fórmula mágica que transforma o mundo cão em mundo são: “Os filósofos tem apenas observado o mundo. A questão, porém, é transformá-lo”. É aqui o atoleiro que segura o carro. O medo do novo cria o apego ao velho e impede a transformação, daí o tradicionalismo bolorento que segura esta situação insustentável em que vive a humanidade. É de fazer vergonha uma juventude tão imprestável que se submete a ser liderada por ideias mumificadas. Se não são tão tolos como os do século passado que enfrentaram metralhadoras com estilingues e morreram, são incapazes de ações criativas porque ações inteligentes dispensam a violência da qual só resulta mais sofrimentos. Escolher líderes verdadeiros é revolução suficiente para criar uma sociedade civilizada. Inté.  

 
 
 
       




terça-feira, 19 de janeiro de 2016

ARENGA 208




Cinco notícias apenas são suficientes para mostrar que do jeito em que está não pode ficar. São elas:

1 – É uma afronta Dilma dar quase R$ 1 bi para partidos, diz leitor.

2 – Dilma: esforço do governo é para impedir nível elevado de desemprego.

3 – Papa Francisco pediu aos imigrantes que não lhes deixem roubar a esperança e a alegria de viver, durante a celebração do Angelus na Praça de São Pedro, em Roma.

4 – Advogados divulgam manifesto contra a Lava Jato.

5 – Riqueza de 1% da população supera a dos 99% em 2015 - mostra Oxfam. Em Porto Príncipe, são consumidos biscoitos feitos de barro, água e manteiga.

Estas notícias prenunciam o fim dos tempos de ainda se poder sair às ruas e voltar inteiro com a feira. A primeira delas dá conta de mais de novecentos milhões de reais do leite das crianças pobres dados de mão beijada às quadrilhas intituladas partidos políticos, o que contraria de forma estupefaciente o bom senso. Em que tipo de sociedade vivem os imprestáveis e ordinários brasileiros, infinitamente mais desprovidos de dignidade do que os outro povo indignos do mundo? Absolutamente nada justifica a aberração de dar dinheiro a trinta e cinco partidos políticos para cambalachos de todo tipo, inclusive para partidos de aluguel. Como se admitir tanto disparate?

A segunda notícia sobre o esforço do governo para impedir desemprego, equivale a enxugar gelo por ser absolutamente impossível haver emprego para todos que precisam ganhar o pão de cada dia. O emprego é nada mais do que a tática usada pelos ricos donos do mundo para substituir a chibata da escravidão pela mídia, como se faz numa sociedade que tem por base a economia em vez do bem-estar social e da irmandade. É, portanto, forma de opressão. Como o oprimido é levado pela natureza a opor-se a ela, em função do número extraordinariamente maior de oprimidos em relação aos opressores, conclui-se que o capitalismo sucumbirá.  

A terceira notícia, como as anteriores, é contundente revelação de viverem os seres humanos em completo vazio mental. Não obstante a honestidade intelectual de Francisco, como Papa, por força da cultura humana faz um trabalho desonesto de incutir nos humanos a ideia de serem ovelhas. A História da religião e do papado é uma história de violência, guerras e riquezas, tal qual os grandes impérios políticos. A alusão do papa à alegria de viver dos refugiados é contrassenso. Como pode haver alegria na vida de quem é obrigado a ver os filhos morrendo afogados em águas geladas?

A quarta notícia é demonstração da inversão de valores necessária ao modo de administração pública vigente no mundo onde os bons são preteridos pelos maus. Se a Lava Jato está desnudando as mazelas que infelicitam a sociedade, comprometem o futuro da juventude, promovem a pobreza que gera violência, enfim se aqueles jovens encetam combate aos inimigos da sociedade, dando exemplo de virtude, só interesses escusos como os que moveram os advogados defensores da bandidagem do Mensalão justificam ser conta sua atuação.

A quinta e última notícia é uma declaração do fracasso do capitalismo que administra o mundo. Absolutamente nada justifica uma administração pública da qual resulta que um por cento das pessoas na sociedade tomem para si noventa e nove por cento da riqueza existente naquela sociedade, e muito menos a debilidade mental a que foi levada a parcela de noventa e nove por cento da população através de uma educação montada justamente para atrofiar as mentes com religião e inversão de valores. É esse atrofiamento mental que dá origem ao conformismo com a situação de alimentar filhos com biscoitos de barro. Mas, prá que pensar nessas coisas, se para o ano tem Olimpíadas, nenão? Inté.

 

 

 
 
 















domingo, 17 de janeiro de 2016

ARENGA 207




Há de ser fustigada a juventude contra o torpor que a domina. Caso não haja uma reação à podridão que tomou conta da sociedade, logo haverá total desarrumação em virtude do crescente número de insatisfeitos que adquirirem consciência da injustiça social que justifica sua insatisfaça. É de desastre a perspectiva de futuro para esse mundo irreal e sua juventude transformada pela papagaiada de microfone a mando dos ricos donos do mundo em robôs apaixonados por telefone, “celebridades” e “famosos” por motivos ridículos como trepar na rua e ir a festas sem cueca ou calcinha. Absolutamente nada daquilo em que se acredita corresponde à realidade. Os pobres e infelizes jovens brincalhões não fazem ideia de que serão recepcionados por catarata, enfarto, carequice, dor nas costas, implante de dentes, cólica renal, e que por outros mil e um motivos serão levados às UTIs e espetados onde houver uma veia. Esse com certeza é o destino daquele jovem mostrado na revista IstoÉ, com os olhos esbugalhados, a boca escancarada e expressão de gulodice a exclamar eufórico que sua empresa dobrava de tamanho a cada dez anos, mas que ele queria era muito mais ainda. Tanto este jovem empresário quanto o jovem segurança do Shopingue Conquista Sul que acredita ser Deus o único amigo de que precisa, tanto um quanto outro demonstram nada entender de sociabilidade, elemento chave para uma sociedade sadia.

Não é possível construir outra coisa senão do que aí está à nossa volta com mentalidades alienadas da realidade da vida. E o pior de tudo é haver diversas fábricas de fabricar alienação montadas pelo governo e divulgada pela papagaiada de microfone. Já decorrem mais dois mil anos desde que Platão fez uma advertência que se fosse seguida o povo teria o bem-estar que tanto procura, mas sempre no lugar errado. Segundo Platão, o governo tem a função de assegurar vida digna ao povo, mas que para isso é necessária atividade intelectual, além de ética e moral, qualidades que segundo ele é comum nos filósofos, razão pela qual, só os filósofos deveriam governar.

No modo desonesto atual de governar faz-se necessário um povo alheio à política a fim de ouvir e acreditar na papagaiada de microfone integrada, inclusive, por filósofos que filosofam a troco de pagamento. São pessoas que prostituem suas mentes. Assim como se alugam “as partes” nos prostíbulos, também se aluga a mente para produzir opiniões de acordo com a vontade do locador. Exemplo prático de prostituição da consciência é a pregação contra a reforma agrária. Considerando os benefícios sociais decorrentes de uma reforma agrária, entre eles o desafogamento das cidades ao transferir boa parte de seus pobres para o campo, com o que diminui o sufoco, as doenças e a violência, benefícios estes já desfrutados por sociedades de outros países. Ante indiscutíveis benéficos, há quem seja contra por dois fatos. Um deles é a ignorância de sociabilidade dos proprietários de imensas área de terra, e outro é a necessidade do emprego que leva papagaios de microfone e escritores a prostituirem suas mentes e omitirem opinião contrária. O que levará a sociedade moderna ao caos é justamente o fato de viver de farsas e artimanhas necessários ao ludíbrio indispensável ao capitalismo. O senhor Pedro Bial, por exemplo, pessoa esclarecida, exerce ação tão antissocial que induz a juventude a dar origem a notícia como esta: “Ex-BBB Francine Piaia tira a calcinha e chama atenção na WEB”. É tudo uma questão de manutenção de emprego e nada mais. Inté.

 
 
 


sábado, 16 de janeiro de 2016

ARENGA 206


 
As mulheres e os pobres que puxam o saco de Deus o fazem por não terem vergonha na cara porque depois de conseguir localizar Eva, não obstante Sua onisciência, apenas por causa de uma trepadinha de nada Deus escrachou a coitada da mulher de forma tão violenta que a condenou a parir com dor, ter o tornozelo ferroado pela serpente, ser dominada pelo marido, ficar impura pelo dobro do tempo de quando pare um menino (Levítico 12:2-5), além de expulsá-la da mansidão do Paraíso. Escapa à percepção de frequentadores de igreja, axé e futebola que estas coisas são invenção do homem. As mulheres sempre foram consideradas inferiores pelos homens. Até o maior dos direitos sociais, o de votar, durante muito tempo foi vetado às mulheres. E os pobres, que dizer destes pobres coitados preferidos de Deus? Eles sabem da bíblia apenas o que o coletor das contribuições lhes diz, com a recomendação de ser desnecessário pensar a respeito das coisas divinas, recomendação que tem origem na parceria entre religião e política com a finalidade de promover o analfabetismo político do qual resulta o excesso de riqueza e o de pobreza. Os pobres, pobres coitados! Iludidos com a promessa de encontrar conforto no céu, são submetidos aqui na Terra ao vexame interminável de carregar nas costas a carga social dos gastos públicos e privados dos infernos fiscais. Sempre foi assim e assim sempre será enquanto durar o analfabetismo político que conta com grande contribuição da religiosidade que recebe em troca isenção de imposto e direito de também tirar uma casquinha nos pobres cobrando dízimo. Deus provou gostar mais dos ricos do que dos pobres como pensam eles do estabelecer que um príncipe paga um bode pelo pecado (Levítico 4:22) e um pobre paga uma cabra (Levítico 4:28), há nisso a injustiça de ter o príncipe mais facilidade em comprar o bode do que o pobre comprar a cabra.

O mal da humanidade é viver de mentiras. Povo é tão fácil de enganar como criança. Entre elas também há umas que enganam outras. Na inocência do povo está o erro de Marx ao afirmar que todos os conflitos oriundos da exploração do capital sobre o trabalho estariam resolvidos quando os trabalhadores assumissem o poder. Acontece que trabalhadores são espécimes povo, e, como tais, seres incapazes de pensar diferente das crianças que levam a vida em brincadeiras, o que afasta a possibilidade de ações responsáveis como a de governar. Não se pode contar com o povo para nada que demande perspicácia, bom senso, inteligência, maturidade, conhecimento de qualquer coisa que não seja divertimento. É o povo que entrega aos ladrões do dinheiro público a chave do cofre do erário. Como Marx, também Guevara errou ao afirmar que o povo por si se liberta uma vez que o povo é indiferente à escravidão como provam as imensas filas nos caixas, a busca por financiamento para pagar o estudo que a constituição lhe assegura por conta dos impostos, a participação nas festas monumentais à custa do erário, os gastos exorbitantes das campanhas eleitorais e com os partidos políticos. Inté.  

 
 


sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

ARENGA 205




Celebrar dia mundial da paz é mais uma prova do desvario humano em sua firme recusa de aceitar a realidade, preferindo a falsidade das fantasias como se a vida fosse um eterno carnaval. Pode haver maior estupidez em se acreditar haver maior vantagem em lavar escadarias de igrejas fora do salário que se recebe para isso? Não há um único dia de paz entre os seres humanos. Quando não estão guerreando estarão azeitando as armas para o próximo conflito. Tão socialmente prejudicial quanto as agressões físicas são as agressões à espiritualidade. Há mais de dois mil anos um sujeito de alta espiritualidade chamado Sócrates foi condenado à morte porque ensinava à juventude princípios espirituais que os diferenciassem dos irracionais. Como a humanidade prefere os maus aos bons, o senhor Sócrates foi condenado à morte e o comportamento de irracional perdura até hoje como prova o morticínio que toma conta do mundo. Enquanto Sócrates era condenado por pregar moralidade, os responsáveis por Fazenda e BBB são recompensados por pregar imoralidade. A beligerância, como sombra, sempre acompanhou os seres humanos no que chamam de evolução. Desde lascas de pedra, passando por pontas de pau endurecidas no fogo às armas modernas que acertam com precisão alvos em outros continentes, principalmente onde há crianças, o trabalho de matar sempre superou o de cuidar. Considerando que a paz não pode faltar para que se possa estar de bem com a vida, e que só a juventude pode mudar o mundo de guerra para um mundo pacífico, mas considerando também que só uma juventude mentalmente sadia é capaz de tal façanha, nada mudará enquanto a juventude se deixar levar por líderes que lhe conduzam à religiosidade e às guerras.

Necessário se faz um trabalho de esclarecimento capaz de substituir a cultura de antanho das guerras quando expoentes da intelectualidade afirmavam haver guerras justas e necessárias, o que não é verdade. Um general chinês, Sun Tzu, há mais de cinco séculos antes de Cristo escreveu um livrinho intitulado A Arte da Guerra onde se afirma que a guerra é de vital importância para o Estado. Entretanto, sendo a atividade do Estado proporcionar bem-estar, evidencia-se contradição em tal afirmação porque da guerra resulta desarmonia social. A verdade também muda como muda tudo na vida. O grande erro humano é apegar-se a velhas ideias. Na verdade, não há motivo para matar como fazem as feras por ser a única maneira de ter comida. A capacidade de raciocinar já devia há muito nos ter afastado dos tempos bárbaros em que multidões eram levadas ao delírio ante os espetáculos sangrentos dos Vikings e dos gladiadores. Entretanto, ainda existe a prática de cepar cabeças fora do corpo e multidões vão ao delírio quando uma bola rola pelo chão ou quando um ser humano faz desmaiar outro ser humano com um soco. Quando se trata de pessoas civilizadas toda situação pode ser resolvida sem agressões físicas. O modelo de sociedade endeusado pela papagaiada de microfone e escritores assalariados defensores do compra-compra é tão escandalosamente negativo que as pessoas consideradas mais importantes em todo o mundo são pessoas incapazes de escrever um bilhete, o que deveria ser suficiente para despertar a atenção para o fato de haver algo errado. Aliás, está tudo errado. Inté.

 
 
 



quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

ARENGA 204




Parece indiscutível a veracidade dos milagres. Se não, como explicar que Sílvio Santos é bilionário por distribuir presentes, que a família de Lula é bilionária com renda proveniente de palestras (o que se pode ouvir de Lula?), e que o leite das crianças pobres seja transformado em automóvel Lamborghini e contas nos infernos fiscais? O vínculo entre estes acontecimentos e os milagres é que como estes, também aqueles, para o povo, não há necessidade de explicação. Basta aceitá-los e pronto. Um dia, infelizmente só demasiado tarde, a juventude perceberá ser a vida diferente do que ela pensava ser. A vida não é para ser apenas simplesmente vivida como fazem os bichos. Nós somos diferentes porque temos uma cabeça pensante. Por que então não usá-la? Fazendo uso da capacidade de pensar e concluir, perceber-se-á haver algo de muito errado em conduzir a vida a um ambiente tão mesquinho espiritualmente a ponto de se considerar peitos, bundas e bíceps motivo para ser célebre e famoso. Motivo para isso tem que ser mais relevante do que carne porque ela secará inevitavelmente e quando isso acontecer restarão pelancas. Como pelancas não são admiráveis, restará frustração e um vazio que tornarão a vida desagradável, diferentemente de quando se tem a mente elevada espiritualmente, o que se faz com o hábito de boas leituras porque a boa leitura traz conhecimento e o conhecimento mostra não haver motivo para vazios e angústias como o medo da morte. Pelo fato ter aprendido um quase nada dos ensinamentos dos Grandes Mestres do Saber, este ateu que tanta levar aos jovens inocentes um pouco da experiência adquirida em oitenta anos de observação da vida escreveu à mão um pedido aos familiares para não permitir impor-lhe sobrevida de UTI caso venha se encontrar impossibilitado de tomar decisões.

Os divertimentos são tão necessários quanto as reflexões, o que significa reconhecer o fato de não ser a vida uma eterna brincadeira, embora nem de longe encará-la com o exagero dos filósofos pessimistas citados por Henry Thomas na página 131 de História da Raça Humana. Afirmavam aqueles pensadores ser a vida um sonho amargo do qual quanto mais depressa acordar, melhor. Um deles, Hegésias, ensinava aos jovens que a melhor coisa que eles tinham a fazer era o suicídio. Tanto não é assim que ele morreu de morte natural aos oitenta anos. Agiriam com maior sabedoria a juventude se buscasse uma vida saudável entes de qualquer outra coisa. Como não pode haver vida saudável fora de um ambiente agradável, e como não pode haver outro tipo de ambiente senão desagradável no corre-corre necessário à disputa por dinheiro em excesso, resulta na necessidade de substituir o atual modo de vida de corre-corre por um menos idiota.

Confúcio afirmava que se o governo for bom o povo será bom. Eis aí um mote sobre o qual voltar o pensamento dará excelente resultado. Realmente, sendo necessário haver governo, e sendo o governo que traça o caminho por onde caminhará o povo, tendo-se um governo capaz de orientar o povo num bom caminho, ter-se-á um povo espiritualmente desenvolvido, portanto, harmonioso e educado, portanto, bom. Assim, juventude, que tal tirar o pensamento de “celebridades”, “famosos”, igreja, axé, futebola, e empregá-lo na tarefa de fazer um governo bom? Inté.