sábado, 16 de janeiro de 2016

ARENGA 206


 
As mulheres e os pobres que puxam o saco de Deus o fazem por não terem vergonha na cara porque depois de conseguir localizar Eva, não obstante Sua onisciência, apenas por causa de uma trepadinha de nada Deus escrachou a coitada da mulher de forma tão violenta que a condenou a parir com dor, ter o tornozelo ferroado pela serpente, ser dominada pelo marido, ficar impura pelo dobro do tempo de quando pare um menino (Levítico 12:2-5), além de expulsá-la da mansidão do Paraíso. Escapa à percepção de frequentadores de igreja, axé e futebola que estas coisas são invenção do homem. As mulheres sempre foram consideradas inferiores pelos homens. Até o maior dos direitos sociais, o de votar, durante muito tempo foi vetado às mulheres. E os pobres, que dizer destes pobres coitados preferidos de Deus? Eles sabem da bíblia apenas o que o coletor das contribuições lhes diz, com a recomendação de ser desnecessário pensar a respeito das coisas divinas, recomendação que tem origem na parceria entre religião e política com a finalidade de promover o analfabetismo político do qual resulta o excesso de riqueza e o de pobreza. Os pobres, pobres coitados! Iludidos com a promessa de encontrar conforto no céu, são submetidos aqui na Terra ao vexame interminável de carregar nas costas a carga social dos gastos públicos e privados dos infernos fiscais. Sempre foi assim e assim sempre será enquanto durar o analfabetismo político que conta com grande contribuição da religiosidade que recebe em troca isenção de imposto e direito de também tirar uma casquinha nos pobres cobrando dízimo. Deus provou gostar mais dos ricos do que dos pobres como pensam eles do estabelecer que um príncipe paga um bode pelo pecado (Levítico 4:22) e um pobre paga uma cabra (Levítico 4:28), há nisso a injustiça de ter o príncipe mais facilidade em comprar o bode do que o pobre comprar a cabra.

O mal da humanidade é viver de mentiras. Povo é tão fácil de enganar como criança. Entre elas também há umas que enganam outras. Na inocência do povo está o erro de Marx ao afirmar que todos os conflitos oriundos da exploração do capital sobre o trabalho estariam resolvidos quando os trabalhadores assumissem o poder. Acontece que trabalhadores são espécimes povo, e, como tais, seres incapazes de pensar diferente das crianças que levam a vida em brincadeiras, o que afasta a possibilidade de ações responsáveis como a de governar. Não se pode contar com o povo para nada que demande perspicácia, bom senso, inteligência, maturidade, conhecimento de qualquer coisa que não seja divertimento. É o povo que entrega aos ladrões do dinheiro público a chave do cofre do erário. Como Marx, também Guevara errou ao afirmar que o povo por si se liberta uma vez que o povo é indiferente à escravidão como provam as imensas filas nos caixas, a busca por financiamento para pagar o estudo que a constituição lhe assegura por conta dos impostos, a participação nas festas monumentais à custa do erário, os gastos exorbitantes das campanhas eleitorais e com os partidos políticos. Inté.  

 
 


Nenhum comentário:

Postar um comentário