domingo, 30 de abril de 2017

ARENGA 414


É inegável a realidade de ainda não ser possível existir uma única sociedade no mundo capaz de se auto conduzir, de engendrar uma forma segundo a qual todos seus membros gerenciassem as atividades necessárias à sua organização, principalmente como está sendo usado o erário. Esta realidade insofismável torna as sociedades dependentes de liderança. Constatas estas duas realidades, e considerando por outro lado ser totalmente impossível haver entre os seres humanos um só espécime deles desprovido do comportamento antissocial de se aproveitar de seu semelhante para prejudicá-lo em benefício próprio, tem-se pela frente um problema a ser resolvido, o que exige debruçar mentalmente sobre ele por ser o modo de se resolver um problema. O primeiro passo deve ser cogitar a respeito da grande realidade observada pelo pensador que afirmou só ser possível solucionar um problema depois de eliminar as causas que lhe dão origem. Constatada esta realidade, conclui-se ser inútil todo esse falatório em torno de reforma disso e daquilo porque elas não eliminariam as causas das quais decorre o problema da nossa infelicidade que são exatamente a impossibilidade de haver liderança e a necessidade dela. Se os doutos em problemas sociais se limitam a um converseiro estéril cuja finalidade não é outra senão a de justificar seus salários, é preciso que um Zemané faça o papel da criança que observou que o rei estava nu e chame a atenção geral para a realidade de ser a indisposição em evoluir espiritualmente a causa de todos os males que afetam os seres humanos. Vejam só a observação do historiador Henry Thomas na página 16 do livro História da Raça Humana: “O homem é uma criatura estúpida e o seu progresso tem sido muito lento. Além disso, este progresso não tem sido contínuo. Frequentemente retrocede de um plano mais elevado para um inferior. Há vinte e quatro séculos, os gregos eram bem mais civilizados que a grande maioria da população atual. Há dezenove séculos passados, Roma possuía um excelente serviço de esgoto. Por outro lado, há três séculos atrás havia ainda montões de lixo empilhados em frente à Igreja de São Pedro em Berlim, e, em Paris, até 1650 o povo esvaziava seus vasos noturnos nas ruas. Em 1849 Emerson vivia em Boston e exercia alguma influência sobre os habitantes regularmente inteligentes. Em 1929, os censores oficiais impediram na mesma cidade a representação de “Strange Interlude”, peça teatral norte-americana de grande sucesso, de autoria de Eugene O’Neil”.

Decorridos quarenta milhões de anos segundo o mesmo historiador, desde que o macaco evoluiu para homem-macaco, já era para ter superado o atraso tão grande que no ano de 1650 ainda era possível alguém tomar um banho de mijo e bosta ao andar nas ruas de Paris, e que no ano 2017 os seres humanos ainda não passem de joguete nas mãos de brutamontes espirituais em eternas disputas para provar quem é o maior biltre entre todos os biltres. O primeiro passo para a caminhada em direção a novos horizontes bem que poderia ser relegar os “famosos” e as “celebridades” ao seu mundinho fútil de insignificâncias e se ligar em quem tem algo de proveitoso a ensinar, como Chaplin neste texto que pode ser encontrado na parte salutar da internete: “Todos nós desejamos ajudar uns aos outros. Os seres humanos são assim. Desejamos viver para a felicidade do próximo - não para o seu infortúnio. Por que havemos de odiar e desprezar uns aos outros? Neste mundo há espaço para todos. A terra, que é boa e rica, pode prover a todas as nossas necessidades.
O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos. A cobiça envenenou a alma dos homens, levantou no mundo as muralhas do ódio e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido”.
Inté.

 

 

 

sexta-feira, 28 de abril de 2017

ARENGA 413


Entre todos os infelicitados pela cultura do enriquecimento que representa a desgraça do mundo, Sergio Cabral e sua mulher lembram com maior perfeição a antiga profecia que ligava os tesouros a algum tipo de maldição. Na lembrança da criança que fui no meu inocente mundo rural ainda estão registradas histórias de potes de moedas de ouro enterrados e protegidos pelo “Sujo”, nome que se dava a Satanás. Uma historiazinha agradável de Edgar Allan Poe intitulada “The Gold-Bug”, e que vale a pena conhecer, também gira em torno de um tesouro escondido e do medo que tomava conta do velho jupiter, fiel companheiro de William Legrand no momento em que este tentava localizar um tesouro enterrado por piratas. É da falsa necessidade de riqueza que provêm toda a miséria do mundo. Absolutamente nada justifica as imensas riquezas em mãos de uma só pessoa, realidade que daqui e dali começa a ser trazida a público. Como toda caminhada por maior que seja começa com apenas um simples passo, para felicidade de todos, um dia chegará em que a compreensão da realidade de não passar de ignorância a excessiva necessidade de bens materiais além do suficiente para uma vida digna a que absolutamente todos os seres humanos devem ter.

O blog Outras Palavras, escola de alfabetização política, em matéria denominada PARA ENFRENTAR O MITO DO CRESCIMENTO ECONÔMICO, traz a notícia alvissareira de que a inglesa Kate Raworth, estudiosa e pesquisadora de assuntos relacionados a economia, bem-estar social, meio ambiente e políticas públicas, publicou um trabalho onde se lê coisas assim: “Pesquisadora britânica propõe novo paradigma para a ciência econômica: abandonar o "homem racional, autorreferido e calculista; voltar-se ao bem-estar de todos e à salvação do planeta”. Esta notícia representa mais um motivo de orgulho para este mal amanhado blog porque as garatujas aqui alinhavadas têm a presunção de mostrar à juventude o bruto erro que comete em deixar ao léu o seu destino. Como não se atinar com a realidade de estar o mundo sendo arrastado para um caos absoluto em função da desmesurada fabricação de riqueza? Não sendo impossível desconhecer tal realidade uma vez que ela salta às vistas de todos, por que, então, não tratar de procurar suas causas a fim de combatê-las? Não é preciso ir muito longe para se chegar às fontes da infelicidade humana. Ela está no fato de se ter fixado na mente de todos a falsa ideia de que a única coisa a merecer atenção é o crescimento econômico. De que adiantou aos agora atormentados ajuntadores de riqueza entre os quais despontam Sergio Cabral e sua mulher o crescimento econômico? Pois a mesma infelicidade que agora atormenta estes infelizes, por diversas razões, atormentará toda a humanidade sem distinção de ninguém. Não resultará outra coisa de uma cultura que gira em torno de bolsa de valores, juros, cotação de moedas, sistema financeiro, sobretudo a imoralidade do sistema bancário que arranca o coro das sociedades de forma ainda mais cruel nas repúblicas de banana onde o erário fica a cargo de um banqueiro.

Se mesmo nas sociedades consideradas mais elevadas espiritualmente as pessoas consideram ser o dinheiro o principal objetivo a merecer atenção, nas sociedades espiritualmente medíocres como a nossa esta irrealidade chega ao extremo da perversidade contra um povo tão desprovido de cultura social que depredam bens públicos por considerá-los propriedade de ninguém. É uma crueldade do tamanho do mundo a perversidade da reforma previdenciária ora levada a efeito pelo governo de banqueiros, quando tira dos mais necessitados um mínimo amparo com que contar quando não mais tiverem condição de trabalhar. A preferência dada à complicação que faz centenas de analistas em torno desta realidade simples lembra a história do maluco beleza por todos estimados que procurava o anel debaixo do poste onde havia ilumanação embora o tivesse perdido lá dentro do barraco onde era escuro. O desânimo de quem afirma não ter mais jeito para esse nosso belo país de triste sorte vem justamente da grande confusão em torno de reformas, roubos, políticos ladrões, falta de saúde, de hospital, de segurança, disso e mais aquilo, enfim, de falta de tudo, menos de imoralidades, caráter e vergonha na cara. Pondo a mão na consciência e refletindo-se sobre tudo isso, chegar-se-á inevitavelmente à conclusão de se tratar-se apenas de ser cada um de todos os indivíduos no mundo inteiro possuído do sonho de riqueza. Deixando a sociedade a cargo de pessoas embaladas por este sonho, os recurso materiais dos quais depende a organização de da sociedade, não poderiam ter outro destino que não fosse a tubulação mostrada no Jornal Nacional. Simples assim. Inté. 

           

 

 

 

 

 

 

 

 

ARENGA 412


Os pensadores do movimento iluminista que se insurgiram contra o ranço de múmia das ideia medievais não cansavam de apregoar a liberdade. Considerando que o novo sempre substitui o velho, a novidade do novo iluminista ainda não substituiu a velharia da falta de liberdade. Belo exemplo desta realidade se nos apresenta por todos os lados. Não bastasse a obrigação de produzir a riqueza que o Jornal Nacional mostra escorrendo pelo esgoto, mil e uma outras obrigações são colocadas no lombo de quem acredita ser livre. Até o movimento grevista que ocorre agora aqui em nossa república de banana dos macacos deslumbrados pelo American Way of Life, apesar de ser o direito à greve considerado grande conquista da classe trabalhadora, aqui é o contrário porque a maioria dos trabalhadores não são levados à greve por convencimento próprio da necessidade de se insurgir contra alguma coisa que lhe prejudica material ou moralmente. Talvez seja exagero falar em moralidade quando se refere ao macaco deslumbrado brasileiro. Mas o certo é que aqui o trabalhador é obrigado, forçado a participar das greves porque algum de seus falsos líderes, geralmente levado por interesses próprios e escusos, na maioria das vezes interesses políticos, posto que não raro lideranças de movimentos trabalhistas ou estudantis acabam sendo elevados a altos cargos eletivos pelo analfabetismo político de quem transforma num passe de mágica em legisladores palhaço e jogador de futebola. A política exerce irresistível atração, sobretudo nas pessoas de menores qualificações morais, aquelas que não sentem nenhum constrangimento e por isso não veem obstáculo algum em se aproveitar das outras pessoas para levar algum tipo de vantagem sobre elas sempre que se lhes é dada a oportunidade. Assim é que portadores desta falta de solidariedade humana, que no frigir dos ovos é a causa de todo o desmantelamento social, deparando-se com a oportunidade de se fazerem conhecidos por muitos analfabetos políticos em função de representá-los ou por lhes apresentar programas de televisão compatíveis com a mediocridade mental de seus admiradores, fazem-se  candidatos a cargos eletivos para o que encontram facilidade em função da falta de seriedade política dos partidos de politicagem, elegendo-se com facilidade a elevados postos da administração pública que lhes dão oportunidade de se aboletarem de forma tão auspiciosa que lhes permite até a aquisição de joias milionárias com a dinheirama que as grandes empresas lhes dão. Sergio Cabral acaba de declarar que os joias multimilionárias de sua mulher foram compradas legalmente com a sobra da companha. Ainda que as doações de campanha não fossem a imoralidade que são, por razões claras para quem sabe que sabe pensar, não seria o caso de devolver os donatários aos doadores as tais sobras?

É com vistas na malandragem da politicagem que sindicalistas se tornam presidentes de partidos políticos e promovem greves com o objetivo de tornar seus partidos capazes de obterem maiores benefícios do governo e da população. É por isto que não sendo o movimento grevista uma questão ideológica, caso em que mobilizaria a classe reivindicadora em peso, os malandros conseguem adesão de quem também esteja de olho na oportunidade de alguma esperteza e fecham ruas e estradas de modo a forçar a fabricação de um movimento grevista. Esta é mais uma realidade funesta entre as muitas que clamam pelo sucesso de liberdade vislumbrada pelos iluministas. Inté.   

 

 

 

 

 

sexta-feira, 21 de abril de 2017

ARENGA 411


Filósofos têm tendência a complicar as coisas simples. Afirmar que a liberdade depende da eterna vigilância é tão sem pé nem cabeça quanto afirmar que o homem nasce livre. São afirmações filosóficas cujo mérito se restringe unicamente em incentivar o pensamento a trabalhar. A primeira frase pressupõe a necessidade de vigília, o que elimina a possibilidade de liberdade. Os filmes mostram esta realidade na cena comum em que uma pessoa do grupo fica de guarda para que as outras possam dormir. Nesta situação, não há liberdade para quem vigia nem para quem dorme, escravizados que estão pela necessidade de proteção contra algum perigo. Do mesmo jeito, a frase que afirma nascer livre o homem porque nenhum ser vivo nasce sem depender da proteção dos pais, principalmente das mães. O exemplo mais comum de seres que nascem sem contar senão consigo mesmos são as tartarugas, mas a maior parte dos recém nascidos são predados antes de alcançar a água que lhes daria chance de sobreviver. Em toda sua história, os seres humanos nunca conheceram a liberdade e jamais terão a necessária desenvoltura espiritual para conhecê-la enquanto permanecerem na condição atual de brutamontes mentais. Entre os sete bilhões de pessoas, apenas alguns gatos pingados são capazes de elevar o pensamento pouco mais alto que o solado dos sapatos. A quase totalidade dos seres humanos, porém, ainda não pensam senão nas atividades físicas de comer, trepar e cagar. Ante quadro tão tenebroso, como falar em liberdade, se nunca foi dado ao ser humano oportunidade de conhecê-la uma vez que a história mostra o homem sempre preso à obrigação de servir a um senhor celestial que o submete sob ameaça de pecado e a um senhor temporal que o submete ao pagamento de imposto. A exigência do senhor celestial, que a princípio se contentava com um tosco altar sobre o qual Noé depositou cadáveres de animais, conforme o Livro de Gênesis 8:20, evoluiu para templos monumentais e uma quantidade tão grande de representantes divinos que é impossível saber-se o número deles. Do mesmo modo, também cresceu exigência do senhor temporal, que passou da obrigação de levar ganso e leitoa para alimentar nobres rodopiando valsas em grandes salões para uma monstruosidade denominada Economia Política da qual resulta noventa e nove por cento dos seres humanos transformados em serviçais de um por cento deles, por sua vez escravos da ganância. Cadê, pois, a liberdade?   

 

 

 

quarta-feira, 19 de abril de 2017

ARENGA 410


O programa Diálogos com Mário Sergio Conti, no canal Globo News, que entrevistou o doutor Flávio Bierrenbach, deu mais um motivo de orgulho para esse mal amanhado blog. Ao ser questionado sobre uma solução para o desmantelamento político do Brasil, pergunta que muito me agradou ante a realidade de terem os noticiários sido resumidos a acusações de crimes e negações, a resposta do raríssimo político honrado, intelectual e magistrado, o doutor Flavio Bierrenbach, confirmou o que vem sendo dito aqui através destas pessimamente alinhavadas linhas onde as vírgulas são decididas pela cara ou coroa. Quem perde tempo lendo as bobagens nas garatujas deste blog sabe perfeitamente estar dito aqui em várias oportunidades ser flagrante paradoxo uma sociedade cujos membros competem entre si por melhor posição individual. Não há nisso o espírito societário do qual são partes integrantes a solidariedade e harmonia, portanto, o avesso da competição caracterizada pela existência de vencidos e vencedores. Embora tenha defensores o modo atual de administração pública cujo resultado é a esculhambação que aí está, seus defensores têm o mesmo perfil mercenário dos advogados que defendem os marginais de luxo que tiram das crianças o direito tomar seu leite. Em toda a história não há registro de uma só governo que não contasse com um séquito de seguidores. Manoel Bandeira mostrou muito bem esta realidade quando disse das vantagens que teria em Passárgada onde era amigo do rei. A mesma inconsistência moral que leva cientistas a venderem à Fundação Templeton opiniões favoráveis à religião, também leva escritores e economistas a prostituirem suas consciências e receberem pagamento para afirmar o absurdo de ser melhor viver competindo do que cooperando, como fez o Secretário americano de triste memória Henry Kissinger ao garantir que bom mesmo é este regime no qual o mais capaz segue em frente e o menos capaz é largado para trás. O procedimento de abandonar os menos capazes teve razão de ser quando os incapazes de caminhar atrapalhavam o indispensável deslocamento do grupo em busca de comida porque disso dependia a vida de todos.

O motivo de nosso orgulho é que o doutoríssimo Flávio Bierrenbach, respondeu ao entrevistador que a solução para nossos problemas estaria no surgimento de um filósofo e uma filosofia QUE CONVENCESSE DA NECESSIDADE DE IMPOR A COOPERAÇÃO EM LUGAR DA COMPETIÇÃO. Assim, pois, alvíssaras para o mal amanhado blog que há muito vem procurando mostrar à juventude a necessidade de sair da letargia mental e inovar não só essa república de banana, mas também o mundo que parece ter sido tomado por forças demoníacas graças unicamente à cultura da competição da qual resultam crianças fuziladas, queimadas por veneno, explodidas por bombas, esmagadas por desabamento de igrejas, monstruosidades cuja origem está exatamente na cultura da competição por riqueza. Como não há riqueza para todos, através da usurpação e muita maldade, desprovidos do sentimento de solidariedade abocanham para si recursos  que a todos deviam servir e, através de mil e uma artimanhas como pão e circo e a religião, levam para longe da realidade a opinião pública de modo tão eficiente que até pessoas de grandes conhecimentos se declaram religiosas ou apreciadores dos espetáculos oferecidos pelo pão e circo, quando, na verdade, o ambiente é mais propenso à reflexões sobre medidas capazes de promover o bem-estar social sem o qual as crianças não terão outro futuro senão o sofrimento, coisa que só pode ser alcançada mediante ação humana inteligente e pacífica, qualidades desconhecidas da religiosidade e da política de competição, ambas promotoras de guerras. A História da Humanidade reservará as páginas mais indignas para a biografia dos pusilânimes seres humanos da atualidade de mentalidade tão torpe que ante o quadro pavoroso em que se apresenta o mundo, voltam suas preferências para mediocridades como “famosos”, “celebridades”, brincadeiras e igrejas, indiferentes à incompatibilidade do procedimento das fêmeas despejando crias num mundo que já se mostra incapaz de sustentar a população existente.

Como nosso assunto é a confirmação destas ideias pelo doutor Bierrenbach, por outro lado, parece haver ele exagerado quando disse ser necessário o surgimento de um filósofo que demonstrasse a necessidade de substituir a competição pela cooperação porque para perceber tal realidade não precisa nenhum filósofo e nem nada além de subir num murundu e olhar em volta. O que se vê é tão estarrecedor que há jogos eletrônicos exercendo tamanha influência negativa sobre os jovens que eles estão sendo convencidos a praticar automutilação e suicídio, o que é exatamente o contrário daquilo que deve ser porque a melhor fase da vida é a da juventude, quando então se tem capacidade de determinar não só o próprio destino, mas também o do mundo. Se os jovens foram levados a um desânimo absoluto sobre suas vidas, ficará o mundo a cargo de mentalidades deformadas pela cultura antissocial do enriquecimento individual e do desprezo aos nobres princípios de moralidade e honradez, cultura torpe que dita o comportamento de uma velharia mumificada de mente embolorada que se fazem de líderes, mas de cuja liderança resulta poucos abastados e muitos necessitados, portanto, todos infelizes por ser impossível felicidade num mundo infeliz onde predominam as disputas que dão origem a guerras.

Entretanto, com o necessário pedido de perdão, este iletrado discorda do doutor Bierrenbach quando ele sugeriu a criação de uma Assembleia Constituinte nomeada pelo povo. Parece ser praxe entre os intelectuais superestimar as qualidades mentais do povo. Karl Marx contava com o proletariado no poder para que houvesse justiça social. Paulo Freire e Myles Horton, conforme está dito na página 19 do livro O Caminho Se Faz Caminhando, visavam uma educação participativa que desse poder aos pobres e destituídos, o que equivale a dizer povo, sem levar em consideração que a única educação oferecida ao povo visa exatamente mantê-lo satisfeito como pobre e destituído, no que muito contribui a religião com sua canalhice de prometer um paraíso despois de morrer tanto trabalhando para possibilitar que imbecis façam pose na revista Forbes. No mesmo equívoco incorre o doutor Flávio Bierrenbach ao acreditar na capacidade do povo para escolher pessoas capacitadas para uma Assembleia Nacional Constituinte. Ao atribuir ao povo a desenvoltura mental necessária para nomear pessoas intelectualmente capacitadas para tão nobre tarefa, o ilustre entrevistado não levou em conta que povo é a massa imbecil que além de lotar igrejas e campos de brincadeiras, é portadora de tão profundo analfabetismo político que vota num candidato pelo fato de se apresentar em público ao lado de um jogador de futebola. Se a tarefa de constituinte não pode ser deixada a cargo dos atuais políticos face à desonra que os caracteriza, é bastante atentar para a realidade de terem sido eles nomeados pelo povo. Se o povo deu vitória a politiqueiros em lugar de Eliana Calmon e Heloisa Helena na disputa por uma lugar no senado, como esperar que esta mesma massa bruta, de uma hora para outra, tenha adquirido discernimento bastante para nomear uma Assembleia com a responsabilidade de escrever uma Constituição?

Se verdadeira a necessidade de uma nova constituição por ter sido a atual transformada num emaranhado tão confuso que dificulta a interpretação, os responsáveis por ela deverão ser escolhidos pelos gatos pingados que já superaram a fase povo e alcançaram a nobre posição de gente, os quais também deverão juntar-se aos escolhidos. Devem ser pessoas que saibam dos benefícios provenientes de se taxar rigorosamente as grandes fortunas, dos malefícios provenientes das grandes propriedades rurais, das vantagens da reforma agrária e das desvantagens do agribiuzinesse e dos bancos, do prejuízo social decorrente da divisão do erário entre compadres através de uma infinidade de ministérios e institutos de preservação de tristes memórias, do foro privilegiado, da prescrição para os crimes de lesa pátria, entre outras necessidades sociais, enfim, de pessoas esclarecidas o bastante para nomear uma constituinte capaz de elaborar uma constituição que iniba a pior forma de governo que, segundo Thomas Paine no seu pequeno grandioso livro Senso Comum, seria exatamente o tipo do nosso governo, ou seja, aquele governo que utiliza para causar infelicidades os meios que o povo lhe dá para proporcionar felicidade. Inté.

 

 

 

 

domingo, 16 de abril de 2017

ARENGA 409


Tudo que o ser humano faz é feito de modo contrário ao que devia ser feito. A interpretação de sua história através dos tempos demonstra esta realidade porque em vez de relegar o triste passado de brutalidades incompatíveis com a dignidade do gênero humano, ao contrário, vive-se a mesma brutalidade de antanho como mostra notícia no Yahoo Notícias dando conta de que pessoas albinas são mortas em países africanos para que feiticeiros façam poções com os ossos para dar sorte. Recentemente, na nação sul-africana Malawi, está ocorrendo aumento devastador na morte de albinos, sendo que a Anistia Internacional revela que este mês de abril foi mais letal ainda, com quatro albinos malawianos assassinados, incluindo um bebê. Exemplo da permanência do barbarismo ainda em voga é também o apego de múmias espirituais à construção de grandes e ricos impérios. A imprensa dá notícia também de ter sido a intenção de proporcionar lucros à indústria de armas que levou o governo americano a atacar a Síria. Não se pode de pronto substituir esta acusação ao presidente americano cor de rosa pelo nobre sentimento de piedade demonstrado ao lamentar o sofrimento de lindas criancinhas porque outras lindas criancinhas tiveram no Iraque seus braços arrancados por bombas americanas.  Atirar bombas sobre lindas criancinhas não é diferente de lhes atirar veneno. Decorridos mais de mil e quinhentos anos desde que caiu o primeiro grande império, o romano, em vez de servir aquele acontecimento como exemplo de não haver vantagem no pavoneamento em virtude de riqueza, o que se apresenta modernamente são governos disputando quem é mais capaz de se pavonear exibindo maior riqueza, numa afronta perigosa aos necessitados. Eles, os necessitados, são atualmente em quantidade tão grande como nunca foram em tempo algum, e as reações contra a submissão que pipocam ora ali ora acolá evidenciam   comportamento diferente do comportamento dos necessitados dos primeiros tempos, quando se submetiam docilmente a servir de comida para leões famintos.

Embora os algozes dos necessitados, como a Fênix, têm sempre ressurgido das cinzas de todas as revoluções para de novo assumirem a condição de algozes, faz-se necessário lembrar que todas as revolução contra a submissão por parte dos necessitados deixaram atrás de si corpos decapitados e tão retalhados quanto os animaizinhos que Deus exigiu Lhe fossem presenteados por Abraão Gênesis 15:9-11). A incapacidade de perceber sua própria estupidez é a única explicação para que persistam governantes em disputa para ostentar riqueza e poderio bélico. A insensatez domina o mundo de ponta a ponta. Se o governante da Coréia do Norte promete espatifar os Estados Unidos, não menos extravagante é a imagem do Papa lavando e beijando o pé de presidiário e dizendo que prisão não pode ser lugar de degradação, o que é óbvio. Não deixa de ser também uma coisa estapafurdiamente sem pé nem cabeça porque a ser o presídio lugar para submeter o presidiário a degradações, seria a mesma coisa de se admitir na atualidade a mentalidade bolorenta do “olho por olho” para que os presídios fossem lugares onde se cumprir a brutalidade bíblica de submeter o faltoso à mesma falta em que teria ocorrido. Sabe-se que o presídio tem a nobre função de dotar o criminoso da compreensão necessária à vida em comunidade, mas que tal objetivo seja alcançado, em vez de banhar e beijar o pé do criminoso, comportamento ridículo e inócuo, o que é necessário é um povo bastante esclarecido para entender que a administração da riqueza pública não pode ficar a cargo da bandidagem ora desmascarada pela Lava Jato, mas que, ao contrário, deve ser empregada em benefício da coletividade, o que é inteiramente impossível acontecer enquanto não houver interesse do dono desta riqueza, o povo, nos assuntos relacionados à aplicação da montanha de dinheiro proveniente dos impostos que permanecerá escoando pela tubulação de esgoto mostrada no Jornal Nacional.

O pensador Karl Marx afirmou que o capitalismo, depois de substituir o atraso social do feudalismo e do mercantilismo, seria substituído pelo socialismo (página 102 de O Livro da Economia, da Globo Livros), o que não aconteceu ainda pela recusa dos seres humanos em evoluir espiritualmente à capacidade de perceber que a administração pública capitalista vai de encontro à vida comunitária como prova esta notícia no blog Outras Palavras: Depois de subtrair, da Previdência, R$ 25 bi em impostos, banco Itaú participou, na Receita Federal, do “julgamento” em que a operação foi considerada regular. É de aberrações desse tipo que resulta a situação explosiva de um por cento dos seres humanos serem donos de noventa e nove por cento da riqueza do mundo. Provado que está a impossibilidade de permanecer a situação em que se encontra o mundo, em vez de ficar a tagarelar sobre os desmandos, o que se deve fazer é buscar uma forma de administração voltada para o interesse da coletividade porque a atual forma visa exclusivamente o interesse dos administradores e os brutamontes integrantes do grupinho de analfabetos políticos. O grande impasse é tirar o povo da fase bruta de povo e elevá-lo à condição de gente. Enquanto permanecer a mentalidade reles de povo, canalhas estarão nos postos onde deveriam estar pessoas como Eliana Calmon, cuja pretensão ao senado o povo negou e deu a Fernando Collor. Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, intitulada A Lava Jato também pegará o Judiciário, a doutora Eliana Calmon acaba de dar entrevista cuja leitura explica melhor nossa realidade do que todo o converseiro da papagaiada de microfone. Inté.

 

 

 

 

 

sexta-feira, 14 de abril de 2017

ARENGA 408


A imprensa diz ser crime o caixa dois do político. Na verdade, dentro da atual conjuntura política do mundo inteiro, o fato de ser político, por si só, é crime. A questão inteira está apenas em não se raciocinar a respeito de nada. Os religiosos, por exemplo, ao ler ou ouvir que Deus condenou a cobra a se locomover arrastando, nem sequer lhes desperta o intelecto para cogitar sobre o modo como a cobra andava antes da condenação. Entre os raros espécimes da espécie humana que ainda pensam, aquele que se dispuser a meditar sobre a vida, perceberá que ela, a vida, jamais poderá abrir mão de duas circunstâncias que lhe são inerentes, sendo a coletividade ou sociedade a primeira delas, e a adoção de determinados comportamentos dos quais depende a harmonia social, a segunda. Uma vez trazida à luz esta realidade, concluir-se-á inevitavelmente estar o crime diretamente ligado à inobservância dos comportamentos prejudiciais à vida societária. Mesmo numa sociedade onde não há normas escritas sobre tais comportamentos, o desenrolar do cotidiano levará inevitavelmente à restrição de comportamentos que vão de encontro ao interesse comum. Esta realidade foi reconhecida pela HISTÓRIA DO DIREITO ao denominar a obrigatoriedade de observação das normas estabelecidas pelo costume, denominando o conjunto destas normas de DIREITO CONSUETUDINÁRIO ou não escrito. Desse modo, levando-se em conta a explicação de como teria iniciado a política, feita pelo historiador Henry Thomas em História da Raça Humana (e não há motivo para refutá-la em virtude de sua logicidade), a política teria tido início de um comportamento contrário ao interesse comunitário, portanto, criminoso do ponto de vista da sociabilidade. Segundo observa o historiador, lá na localidade onde veio a se formar a primeira sociedade humana, o alimento do qual depende a vida era o trigo. Mas ele dependia das enchentes e vazantes de um rio, de modo que a depender dos bofes da natureza havia épocas de fartura e de escassez e fome. Aconteceu de acontecer que determinado indivíduo teve a ideia de guardar trigo quando havia fartura para garantir alimentação na época de fome. Entretanto, em vez de partilhar com seus semelhantes esta salutar providência, o que seria o comportamento correto porque numa sociedade o interesse de um deve ser o de todos, adotou um comportamento individualista, portanto, contrário ao interesse comum, levando vantagem sobre os demais indivíduos da comunidade vendendo-lhes o alimento de que necessitavam, tomando, assim, da comunidade, recursos que vieram a lhe proporcionar a riqueza que acabou por proporcionar-lhe o poder que acabou por levá-lo à condição de governante ou político. Desta forma, tendo a política origem num comportamento antissocial, portanto, criminoso, aquele que tem o crime como meio de vida não é outra coisa senão criminoso.

Se toda a problemática se reduz a esta realidade facilmente percebível, por que, então tanto bafafá, disse me disse, reuniões e mais reuniões, análises de cientistas políticos de brinco na orelha, enfim, tremendo alarido sobre coisa tão simples? Seguinte: No frigir dos ovos, a vida de absolutamente todos os seres humanos depende da política e da religião. Acontece que também a religião teve origem tão criminosa quanto a política. O estudo da história da religião também leva à conclusão de ter sido ela nada mais do que obra da mesma “esperteza” que deu origem à política. Inventou-se a figura de um Deus a quem cabe determinar de forma absoluta o destino de cada um, de modo a convencer as pessoas da inutilidade de se questionar sobre a possibilidade de haver melhor forma de vida do que a que se lhes apresenta. Esta realidade, apesar de ser espantosamente ignorada por pessoas de grandes conhecimentos técnicos, pode ser observada através da circunstância inegável de ser nos lugares de menor nível intelectual justamente os lugares de maior religiosidade. Da ingenuidade religiosa resulta uma indiferença tão grande em relação ao futuro que embora a ciência mostre a possibilidade de tempos terríveis pela frente e apresenta propostas de soluções, as pessoas desprezam a opinião da ciência e acorrem às igrejas, gastando com a fantasia da religiosidade recursos materiais suficientes para pôr as coisas em ordem no mundo material onde a vida desenrola. Desse modo, a condução pela religiosidade e pela política, duas fraudes, resultou no engabelamento de convencer os seres humanos da existência de uma proteção divina e de haver vantagem em trocar o ambiente natural por riqueza. Simples assim. Basta deixar de lado o celular, a corrupção do pão e circo, os “famosos” e as “celebridades” e pôr-se a pensar. Inté.

 

 

 

 

 

 

quinta-feira, 13 de abril de 2017

ARENGA 407


Embora a falta de discernimento faça o bicho povo acreditar que o bem ou o mal depende da vontade de Deus, o raciocínio lógico do filósofo Thomas More levou-o à conclusão de ser o governo a nascente de onde emana sobre o povo todo o bem e todo o mal. Na realidade entretanto, no que se refere ao bem, o povo pode esperar sentado porque infinitos males até o presente momento são as únicas coisas que dos governos emanam sobre ele. Aqui nesta república de bananas e de macacos deslumbrados pelo American Way of Life, dispensando-se as aspas pelo fato de ter a macacada deslumbrada integrado o inglês ao português, por aqui os governantes se esmeraram tanto na produção de males a ponto de não haver nos jornais outras notícias que não sejam de crimes contra o povo por eles praticados. Pior ainda é não haver no mundo inteiro um palmo sequer de sociedade humana na qual não esteja seu povo sujeito à obrigação de dar conforto a uma plêiade de parasitas a título de representá-lo. Recusa-se a humanidade terminantemente a sair da barbárie de tempos imemoriáveis, apegando-se a comportamentos que deviam existir apenas na memória, para servir de parâmetro a fim de se poder equilatar o que já fomos e o que somos, comparação impossível de se fazer por sermos ainda o que sempre fomos em termos de espiritualidade. Pode-se mesmo dizer que se regride espiritualmente porque na atualidade talvez a barbárie ainda seja maior porquanto se vive a situação socialmente inexplicável de haver um por cento da humanidade parasitando os noventa e nove por cento dela. Acomodaram-se os seres humanos sob o jugo de uma escravidão tão consentida que os escravizados aplaudem seus escravizadores que, em função da cultura distorcida engendrada pelos próprios seres humanos, não se sentem escravizadores, mas, ao contrário desta triste e incompreensível realidade, se veem como benfeitores daqueles a quem causam sofrimento. A sociedade inglesa, por exemplo, situa-se entre as poucas sociedades consideradas pela cultura da parasitagem como das mais evoluídas do mundo. Entretanto, seus habitantes, graças a esta mesma cultura de considerar certo aquilo que está errado, sentem-se bem como súditos de uma realeza cuja rainha, uma senhora bastante idosa, mas que nada aprendeu na escola da vida, por não ter realmente o que fazer, quando há tanto o que fazer, apareceu na televisão brincando de alimentar um elefante, sob admiração do povo e da imprensa.

Se a barbárie humana ainda não permite uma espécie de sociedade que dispense a ameaça do cassetete, visto que a melhor forma de administração pública até agora criada, a democracia, é tida como melhor forma de se administrar uma sociedade apenas por não haver outra forma ainda pior, esta realidade leva à conclusão lógica da premente necessidade de se dedicar à tarefa de se encontrar uma forma melhor em que dedicar o tempo gasto em construir Burjs Califas, acumular riqueza, passear pelo espaço e pesquisar o infinito. Entre os muitos indicativos da necessidade de outra forma de sociedade, uma delas é a desagregação que substituiu a agregação da qual depende a harmonia social. O preço de uma prestação de serviço atualmente tem por base a condição de quem precisa do serviço. Quando o prestador sabe que o usuário dispõe de melhor condição, cobra dele várias vezes o preço justo. Outro indicativo é o fato de serem as pessoas menos intelectualmente capacitadas a entender de sociabilidade aquelas pessoas consideradas pela sociedade atual como as pessoas de maiores méritos, merecedoras portanto, de maior reconhecimento social. A administração pública se tornou tão espantosamente incompreensível além de inaceitável que matéria na Revista Época dá conta de um livro chamado DE SENHOR A LACAIO, escrito pelo doutor Celso Amorim, dando conta de que o governo Lula, do qual era ministro do exterior o próprio doutor Celso Amorim, tornou o Brasil uma potência mundial, desvencilhada dos interesses de Washington, com diminuição da exclusão social. E não é só o doutor Celso Amorim a tecer elogios ao governo Lula e ao próprio ex-presidente. Se o endeusamento de Lula pelo povo não pode ser levado em conta pelo fato de povo não ter discernimento, o fato de haver pessoas mentalmente ilustres afirmando ser Lula um líder autêntico, como fez José Mujica e como fazem intelectuais brasileiros, leva à conclusão de ser realmente confuso, carente de transparência o mundo político porque ao mesmo tempo em que se fazem estas alegações, outras diametralmente opostas são feitas. O livro O Chefe, por exemplo, cita casos escabrosos de canalhices praticadas pela mesma pessoa a quem são atribuídas qualidades de liderança. Ao lado disso, estão aí corruptores afirmando ter Lula participado de atos de corrupção sem que nem ele e nem as inúmeras pessoas também denunciadas sejam definitivamente defenestradas da política e nem obrigadas a devolver o dinheiro roubado do povo.

Afirmar-se ter havido vantagem para o povo no governo de Lula equivale a declarar total falência da atual forma de governar porque o Brasil e seu povo nunca deixaram de padecer as consequências da falta de um governo eficiente. Embora com os corredores dos hospitais lotados de infelizes desassistidos, Lula declarava que a assistência à saúde estava tão boa que até dava vontade de ficar doente para nela se tratar. Entretanto, ao se ver doente, foi se tratar num hospital que está mais para banco do que para hospital, o Sírio Libanês. Posso afirmar esta realidade porque me apresentaram lá o preço de quinhentos reais por uma endoscopia estomacal, com o aviso da possibilidade de haver uma complementação um pouco para mais ou para menos, sendo, depois, cobrada a título dessa complementação a quantia de dois mil e cem reais. Depois desse assalto, recebi outra cobrança de mais duzentos reais por conta da mesma complementação, ao que respondi que fossem roubar nas profundezas dos infernos, e não paguei. É, não é como fazem os bancos? Pois foi lá, por conta do povo sofrido que Lula, considerado líder, foi se tratar por conta do povo que amarga a falta de assistência.

No Jornal do Brasil, matéria intitulada POVO DESTRUÍDO É CONSEQUÊNCIA DOS PRIVILEGIADOS DE UMA ELITE HIPÓCRITA encontram-se mais evidências de quanto é estranho esse mundo da política em que sob o olhar complacente da sociedade, autoridades compactuam entre si artimanhas das quais resultam graves prejuízos sociais. Apenas um trecho da reportagem do Jornal do Brasil é bastante para mostrar a necessidade de outro tipo de administração pública: “Enquanto corruptores pagam multas milhardárias e continuam operando, os corruptos do momento pegam penas como se fossem os únicos responsáveis. Estes sequestram alguns anéis, mas, como os corruptores, continuam privilegiados com seus patrimônios. Se considerarmos nesta Lava Jato todos os corruptos e corruptores presos, não se conhece nenhum que esteja vivendo como os que passaram para as estatísticas do desemprego, na miséria, por responsabilidade justamente destes corruptos e corruptores.  Até quando ladrão será perdoado só por delatar ladrão? Que devolve só a quantia dada publicamente como objeto de roubo, mas permanece com patrimônios magníficos enquanto o povo roubado passa à miséria absoluta”.

Por tudo que se viu e que se vê, é mais do que preciso lançar as vistas sobre novos horizontes como fez o saudoso Raul Seixas ao cantar a música S.O.S. O mundo está a clamar por uma juventude diferente, uma juventude que pense. Inté. 

 

ARENGA 406


Quem é capaz e elevar a mente além dos pés do jogador de futebola ou da mediocridades dos “famosos” e das “celebridades” sabe que povo nasceu para marchar, no sentido de amargurar e penar. Mas o povo brasileiro, esse marcha como marchavam ao entrar em Lisboa os soldados franceses que Bonaparte enviara para invadir Portugal, segundo relata Laurentino gomes na página 54 do livro 1808, ou sob o inverno russo quando começou a derrocada de grande conquistador, como acontece com todos eles. Até as concessionárias que administram as rodovias fustigam o rabo desse pobre povo infeliz. A coisa se passa da seguinte maneira: Quem se liga em coisas superiores a igreja, axé e futebola tem conhecimento de que toda grande empresa dá emprego de deputado a um bando de aventureiros para que proponham e aprovem leis do interesse dessa empresa. A Lava Jato arribou a ponta do pano que encobre esta malandragem, mas seus defensores puxam-no desesperadamente na tentativa de não deixar que apareçam as mumunhas escondidas. Como dizíamos, a fim de evitar indenizações em caso de acidentes, as concessionárias mandam seus moleques de recado votarem leis obrigando a dirigir a passo de tartaruga e com faróis acesos, o que tem para o motorista custo porquanto os faróis acesos encurta a vida da bateria e aumenta o consumo de combustível se motor trabalha também para produzir mais energia do que normalmente. Além disso, dirigir demasiadamente devagar causa nervosismo e danos à saúde. É der que povo, apesar de categoria de baixíssima estirpe em função da incapacidade de raciocinar, ainda assim, como os animais irracionais, também deveria merecer pelo menos um pouco de respeito. O blog Outras Palavras, verdadeira escola de alfabetização política, publica matéria intitulada O Brasil sob a ditadura financeira que mostra com clareza a triste sina desse povo cuja existência em nada difere dos burros de carroça. Senão vejamos pequena amostra da matéria jornalística: A leitura deste texto consumirá, em média, nove minutos. Enquanto você o percorrer, o Estado brasileiro terá transferido aos banqueiros, mega-empresas e super-ricos, R$ 8,72 milhões — ou 776 anos de salário mínimo. Tal absurdo é simplesmente estarrecedor. É impossível sustentar por mais tempo tal absurdo e quem vai pagar o pato é a juventude imprestável para outra coisa que não seja imbecilidade. Embora estes pobres diabos não saibam, mas a ciência está avisando que da futucação de telefone advirão graves danos à saúde mental. Aliás, só mesmo uma saúde mental danificada para encarar com normalidade o fato injustificável sob todos os pontos de vista de ser permitido que banqueiros parasitas arranquem da manada impotente em apenas nove minutos quantia correspondente a setecentos e setenta e seis anos de salário mínimo. Absurdo assim só se sustenta por conta do pão e circo que não deixa a turba se interessar por tal situação. Entretanto, os gatos pingados que não integram a condição reles de povo não podem deixar de ler a matéria no blog Outras Palavras.

A situação agrária do momento em nada difere da de cerca de quinhentos e cinquenta anos atrás quando Thomas More descreveu a situação da posse da terra naquele momento porque ele diz na página 30 de A Utopia que avaros se apossavam de milhares de hectares de terra através de fraude ou violência, escorraçando os agricultores, forçando-os à vagabundagem da qual descamba para a obrigação de roubar e ser preso. Em 2013, Chico de Gois escreveu o livro Os Bens Que os Políticos Fazem, donde se conclui ser a mesma situação. Portanto, algo existe de muito, muito, mas muito errado mesmo, porquanto também Maquiavel, contemporâneo de More, na página 25 do livro A Arte da Guerra, também dá notícia de acontecimentos no seu tempo que estão aí acontecendo em plena modernidade, porquanto diz que aquele que se opusesse à corrupção e aos vilipêndios seria defenestrado. Pois, é exatamente por ser contra a corrupção que em nossos tempos procuram defenestrar a luta da Lava Jato pela moralização política. Dois mil e quinhentos anos antes Maquiavel, outro filósofo, o pensador, chinês Sun Tzu, pregava sobre a necessidade de guerra, e também como Maquiavel, ensinava as mais perfeitas estratégias para a arte de matar.  Não estaria na hora de procurar saber o porquê desta recusa em avançar rumo à civilização em vez de ficar parado no tempo? Só há necessidade matar entre os irracionais. Nós, seres humanos, devemos cultivar a paz acima de tudo. Inclusive de riqueza. Inté.


 

  

         

 

terça-feira, 11 de abril de 2017

ARENGA 405


Não deixa de ser estranho que o religioso presidente americano cor de rosa se melindrasse tanto com a morte por envenenamento de vinte crianças iranianas porque está dito na bíblia que ele certamente considera a palavra de Deus, em II Reis 2:23-24, que Deus mandou duas ursas estraçalharem quarenta e duas crianças que zombavam de Eliseu por causa de sua careca. Além disso, o governo americano estraçalhou mundo a fora crianças por causa de petróleo. E mais, matéria intitulada MAGISTRADO DO BRASIL DIZ QUE CORRUPÇÃO ELEITORAL É CRIME CONTRA A HUMANIDADE, publicada na versão brasileira do jornal Pravda, consta que morrem 900 crianças por hora, POR HORA, no mundo, por falta de saneamento básico. Para esta monstruosidade em muito contribui o governo americano porque ela resulta do fato de ser a riqueza do mundo propriedade privada do grupinho de um por cento de Midas do qual participa o governo americano, ficando, pois, sem sentido todo esse bafafá americano por causa do sofrimento de um grupinho de gatos pingados de apenas vinte pobres criancinhas sobre as quais mastodontes espirituais a serviço de Deus jogam veneno. Como se não bastasse tal realidade, o destino dessa coisa chamada povo nunca foi outro senão o sofrimento. Nem podia mesmo ser de outra forma em função da mediocridade mental que o impossibilita de gerir seu próprio destino, razão pela qual noventa e nove por cento da massa bruta de povo é joguete nas mãos de um por cento dos outros espécimes da massa bruta de povo, o que para ser percebido não precisa mais do que um simples olhar para a imprensa, por ser ela o espelho que reflete a alma da sociedade resultante da junção dos noventa e nove e dos um por cento da massa bruta de povo. A constatação a que se chega é realmente de se tratar de seres de baixíssima estirpe mental. Os do grupinho de um por cento publica e os do grupão de noventa e nove por cento curtem as seguintes notícias: A apresentadora foi vista em um shopping ao lado da companheira. Veja as imagens e saiba um pouco mais sobre esse casal que sempre dá o que falar.     Detentora do título de mulher com coxas mais mortais do mundo também tem celulite.     Chinês se casa com robô desenvolvido por ele mesmo. É em torno de assuntos assim que gira a mente de povo. Ante tão triste realidade, o que esperar quando se trata de povo?

Os paulistanos, por exemplo, parte do povo brasileiro que se têm na conta de superiores, fazem papel de grandiosos babacas em seu encantamento com o atual prefeito, como se vê desta notícia no jornal do Brasil:  O prefeito de São Paulo João Doria se anima com pesquisa feita sobre sua administração nestes 100 dias, com recorde de aceitação entre todos os últimos prefeitos da capital. Incapazes de elevar a mente acima do solado do sapato, como todos os seres humanos, o prefeito prepara o terreno para a presidência da república, de onde esfolará o rabo de seus administrados com a mesma conversinha canhestra de combater o desemprego por depender disso o sucesso da administração pública, quando, na verdade, promove o desemprego, como também mostra esta outra notícia no mesmo jornal: Doria promete acabar com cobradores de ônibus até 2020. Da mesma forma, em relação ao seu governador, os paulistanos pulam da cama de madrugada para disputar um lugar nos transportes quando não estão de greve, depois de conseguirem não morrer em consequência da chuva, de bala perdida ou corretamente endereçada, de escapar do arrastão, enfim, depois desta maratona e da São Silvestre, dependuram-se nos corrimãos aos sacolejos a fim ganharem dinheiro e repassá-lo para seu governador que o gastará convencendo-os a votar nele. É o que também mostra esta notícia no jornal: Geraldo Alckmin concentra gastos com publicidade de olho em 2018. Devidamente enganados por ser o destino de povo, os paulistanos elevarão seu governador a presidente, que depois da posse continuará destinando à enganação o dinheiro não só dos paulistanos, mas também de todo o povo, uma vez que povo é povo, do mesmo modo como faz o governo federal do momento conforma esta outra notícia do blog Outras palavras, escola de alfabetização política: Em dezembro, governo aumentou em 400% a verba de publicidade para “Veja”; e em 800%, para “Istoé”. Agora, Medida Provisória legaliza privilégios às redes de TV privadas.

Povo é povo em qualquer lugar. Veja-se, por exemplo, esta notícia na imprensa: Neymar obteve uma vitória expressiva. Sua defesa estima que a decisão fará o valor de R$ 188,8 milhões cobrado do atacante pela Receita Federal, entre impostos e multas, ter uma redução de 50% a 70%. Esta notícia dá conta de algo simplesmente inexplicável porque a única coisa que faz o senhor Neymar e jogar futebola. Como explicar, então, que o povo espanhol lhe pague para chutar bola uma quantidade de dinheiro tão grande que sendo a multa apenas uma parcela deste dinheiro resulta em tal montante? Vai uma distância de anos luz da percepção das vantagens do pão e circo obtidas pelo grupinho de um por cento. Para pôr fim a essa “prosa”, está na imprensa a seguinte notícia que também dá a nota sobre o que seja povo: Em Portugal, o consumo de drogas não é crime, mas a posse e o comércio, sim. Ora pois, como usar a droga sem possuí-la? Até parece aquela historinha de boteco da mãe portuguesa que escreveu para o filho aqui no brasil dizendo que a irmã dele ia ter neném, mas que não podia informar ao destinatário da carta se ele seria tio ou tia porque ainda não se sabia se o neném seria homem ou mulher. Não é por outro motivo que o Grande Mestre do Saber afirmou que viver no meio de povo produz um mal estar equivalente a doença. Inté.

 

 

 

 

       

 

sexta-feira, 7 de abril de 2017

ARENGA 404


A “prosa” da imprensa sobre negar acusações, sobre o que disse o ministro A ou o ministro B, o assédios dos microfones a deputados dizendo-se preocupados com o melhor para a sociedade, as entrevista de Delfim Neto sobre o melhor para o país, os comentários de analista político com brinco na orelha, tudo isso é tão sem sentido quanto espera dos chorosos injustiçados por justiça da parte das autoridades. São tão rasteiras as ponderações sobre a malandragem tida como política que futebola faz parte delas. Fala-se em direito da mulher, do idoso, das crianças, dos deficientes, quando o direito é um só. É um conjunto de normas estabelecidas com o objetivo de evitar comportamentos contrários aos comportamentos que vão de encontro ao interesse da sociedade. Se é razoável falar-se em diferenciação das penalidades a infratores destas normas em função de condições especiais, nada justifica falar-se em vários direitos. À política cabe a nobre tarefa de elaborar as normas de conduta e zelar pela sua observância. Daí ser fundamental para a sociedade e para cada um de seus membros uma rigorosa observação não só para que as normas de direito correspondam realmente aos legítimos interesses da sociedade, mas também para que sejam rigorosamente observadas, o que se faz através da Ciência Política. Esta realidade levou o pensador Leon Duguit, na página 86 do livro Fundamentos do Direito, editora Martin Claret, a ponderar que a política deve ser serviçal do direito, no que tem absoluta razão, não somente por ser ela responsável pelo cumprimento da vontade do direito, mas também por depender dessa vontade os destinos da sociedade, portanto, dos seres humanos, o que põe o direito numa posição superior a tudo, inclusive a seus criadores por estarem eles também sujeitos ao direito.

Uma coisa tão simples, foi transformada numa confusão tão grande que se torna aparentemente incompreensível como o fato de desejar o ser humano individualmente bem-estar para si e os seus, mas laborar coletivamente de modo contrário. Mas isso também é coisa tão simples quanto água cristalina no meu copo de cristal de tomar uísque. Já foi dito mais de uma vez por aqui nesse mal amanhado blog de iletrado que basta atentar para a sábia afirmação de que todos os males da humanidade têm a ignorância como origem. Constatada esta realidade, fica tudo esclarecido. A coisa nasce do fato da ignorância alimentar a sede de poder que impede um desenvolvimento espiritual capaz de permitir engendrar uma forma de administração pública do qual resulte numa sociedade espiritualmente elevada. Simples assim. É em razão desse atraso espiritual que os seres humanos vivem exatamente como vivem os irracionais, matando-se mutuamente. Orientados pela ignorância, os responsáveis pelo cumprimento das normas de direito das quais depende o bem-estar, através da orientação religiosa ao conformismo e do pão e circo freneticamente martelado nas cabeças dos administrados pela papagaiada de microfone, o que condiciona o cérebro dos administrados à conformação pela incapacidade de raciocinar de forma independente, resulta na ignorância de todos, administradores e administrados, portanto, num mundo semelhante ao mundo dos bichos, donde se conclui estar coberto de razão o pensador que descobriu não passar tudo de uma questão de ignorância. Assim, os ensinamentos dos Grandes Mestres do Saber levam à conclusão de não haver problema não só quanto à identificação da causa da infelicidade humana, mas também de que se ela não pode ser totalmente eliminada uma vez que a natureza se encarrega de provê-la à exaustão, não precisa ser tão exacerbada a ponto de haver a monstruosidades de queimar crianças inocentes jogando veneno sobre elas, e, para se apresentar à massa hipnotizada como não monstro, outro monstro mandando jogar bombas sobre as criancinhas dos jogadores de veneno sobre criancinhas.

Desse modo, é tudo uma questão de não uso da capacidade de raciocinar. O condicionamento do cérebro pode ser percebido até mesmo nos papos de boteco onde rolou uma historinha que mostra perfeitamente o condicionamento cerebral, mas que carece de um breve esclarecimento: Os caçadores de tatu fazem distinção entre o tatu verdadeiro, maior, mais moleirão e mais carnudo, de carne mais macia, e mais fácil de ser caçado do que o tatu peba, menor, de carne mais dura, mais rápido na escavação, portanto, com maior facilidade de aprofundar o buraco e escapar de seu perseguidor, razão pela qual é inferior a caça de um tatu peba à de um tatu verdadeiro. Daí a classificação de “peba” para coisas inferiores como os carrinhos que Deus dá de presente. Feito o esclarecimento, vem a historiazinha que mostra como o cérebro de um caçador de tatu foi condicionado à capacidade de fuga do tatu peba: Depois de passar o dia inteiro e a noite no mato caçando tatus, à tardezinha do segundo dia chegou ele de volta à cidade. A primeira pessoa que encontrou foi uma comadre sua que lavava roupa e que lhe foi logo informando da morte do Padre Cícero, figura mítica para aquele povo que o tinha na qualidade de santo. Surpreso, perguntou onde estava o padre, ao que a comadre beata, portanto ligada à questão de espírito de morto, respondeu que ele tinha sido enterrado pela manhã, mas que a esta altura já estaria de Roma prá lá. Com a mente ligada na capacidade de fuga do tatuzinho malandro, o caçador exclamou: “Vixe Maria, cumade, isso é um pade ou um peba?” Inté.

 

   

 

   

 

 

 

 

 

      

quarta-feira, 5 de abril de 2017

ARENGA 403


Os analistas de politicagem têm declarado à exaustão haver inconveniência no combate à corrupção, sendo a última destas declarações esta “pérola” publicada no jornal Folha de São Paulo, intitulada Combate à corrupção está dinamitando as empresas nacionais. Estas declarações trazem consigo clara evidência da falência do sistema capitalista que dá as ordens para que o dinheiro produzido pelo povo do mundo vá para as mãos de apenas um por cento da população mundial, desonestidade que sempre foi praticada “por debaixo dos panos”, mas que agora foi dispensada de disfarces para ser exercida escancaradamente na cara da malta frequentadora de igreja, axé e futebola. A recusa da humanidade em evoluir espiritualmente torna atual as observações feitas por Thomas More há mais de quinhentos anos, registradas na página 25 do livro A Utopia, editora Martin Claret. Para melhor entendimento do que disse o pensador, faz-se necessário lembrar que a palavra “rei” naquela época tinha o sentido que hoje tem a palavra “governo”, e que a palavra “conselheiros” por ele emprega chegou aos tempos atuais com o sentido de “puxassaqueiros” dos governantes. Nestas poucas palavras do criador de A Utopia está a explicação da existência dos papagaios de microfone e dos escritores assalariados: “... os conselheiros dos reis, vergonhosamente, aplaudem a opinião insensata dos seus superiores”. Aí está o porquê de haver quem afirme vergonhosamente haver vantagem no agribiuzinesse, de haver falta de dinheiro para enganar os sofrimentos da velhice dos frequentadores de igreja, axé e futebola, quando, na verdade, a Lava Jato está mostrando que toda essa dinheirama escorre como caldo de bosta pelos tubos de esgoto exibidos pelo Jornal Nacional. A grita em torno da deficiência previdenciária é nada mais que vaselina para arrochar ainda mais o ferro no rabo dos apaixonados por igreja, axé e futebola.

A realidade do apoio incondicional aos governantes pode ser observada no entusiasmo com que a papagaiada de microfone se pronuncia sobre assuntos relacionados ao Pão e Circo que engabela a manada de forma tão absoluta que se matam por causa do resultado de um jogo já previamente decidido pelos canalhas do mar de lama da corrupção do qual nada escapa e que faz milionários às custas do dinheiro que os puxassaqueiros dizem faltar para a aposentadoria da malta imbecil de torcedores com crianças escanchadas no pescoço a fim de educá-las na cultura da imbecilização que orienta o comportamento humano que ouve passível um jogador iletrado de futebola declarar que estádios para esportes são mais importantes do que escolas e hospitais.

Chega-se, pois, a uma degradação moral de tal monta que as pessoas honestas ainda existentes são compulsivamente obrigadas à submissão de conviver com a realidade terem seus propósitos de honra e dignidade preteridos em benefício dos interesses espúrios de empresários e politiqueiros sabidamente desonestos em seu mundo medíocre de surubas e mulas.

Chegamos a uma mediocridade tamanha que os lugares comuns da imprensa sobre crimes, compadrio ou corporativismo entre os membros dos poderes da administração pública e dos abjetos “nego as acusações” fazem com que ler jornais seja menos interessante do que ler a bíblia porque a leitura da bíblia estimula o pensamento positivamente. Senão, vejamos: vamos abrir ao acaso uma das minhas bíblias, esta aqui, das letras bem grandonas, que é para facilitar a soletração pelos religiosos (pê – é – pé –cê – a – cá – dê – ó – dó: pecado). Vejamos: Aqui está dito que Deus proíbe comer da árvore do conhecimento do bem e do mal. Não poderia Deus ter criado só o bem e deixado de fora o mal? E aqui mais adiante Deus diz à mulher que ela será governada pelo marido. Como explicar, então, as feministas? Cá mais adiante temos que uma mulher, do alto de uma torre, jogou um pedra na cabeça de Abimeleque que arrebentou o crânio dele. Para não correr a notícia de ter sido ele morto por uma mulher, mandou que seu escudeiro o matasse com a espada. Não há como deixar o pensamento de fervilhar sobre como poderia alguém com o crânio esmagado raciocinar, e, além disso, cometer suicídio se somente Deus pode prover a morte? Seria a vontade de Deus tão maleável quanto nossas leis na interpretação dos advogados de bandidos ricos?

Assim, pois, há mais vantagem em ler a bíblia do que ler jornais onde são repetidas as papagaiadas de sempre sobre os desmandos, sem lhes apontar a causa que outra não é senão a indiferença dos frequentadores de igreja, axé e futebola que permite aos politiqueiros fazerem a festa sobre o erário. Inté.

        

   

 

terça-feira, 4 de abril de 2017

ARENGA 402


Não tá em nenhum gibi o que se joga fora de conversa em torno dos transtornos que produzem a infelicidade humana, quando é tudo tão claro como água potável no meu copo de cristal de tomar uísque. No livro A Produção do Fracasso Escolar, de Maria Helena Souza Patto, com 454 páginas de elucubrações sobre deficiência educacional no Brasil, na página 27, lê-se o seguinte: “A reprovação e a evasão nas escolas públicas de primeiro grau continuam a assumir proporções inaceitáveis em plena década de 1980. Ao longo dos sessenta anos que nos separam do início de uma política educacional no país, sucessivos levantamentos revelam uma cronificação desse estado de coisas praticamente imune às tentativas de revertê-lo, seja através da subvenção de pesquisas sobre suas causas, seja pela via de medidas técnico-administrativas tomadas pelos órgãos oficiais”. E mais adiante, na mesma página: “... do total de crianças que se matricularam pela primeira vez no primeiro ano, em 1945, apenas 4% concluíram o primeiro grau em 1948”. E na página 29 lê-se o seguinte: “... a surrada promessa dos políticos, o insistente sonho dos educadores progressistas de educação para todos e o permanente desejo de escolarização das classe populares conservam, ainda hoje, sua condição de promessa, de sonho e desejo”. Não sendo desprovidos de conhecimentos os intelectuais, parecem fazer questão de ser tão inúteis quanto os economistas porque nunca houve e jamais haverá no atual sistema de administração pública executada a favor dos próprios administradores interesse algum em educar, uma vez que a educação levaria ao conhecimento da realidade de se tratar de verdadeira escravidão se esbaldar para pagar impostos destinados a dar vida tranquila a uma plêiade de vagabundos, parasitas que elaboram leis assegurando-lhes o direito de parasitar. Um povo socialmente educado questionaria a vida mansa dos administradores públicos, sem enriquecimento, seus palácios, sua proliferação de ratos em infinitos ministérios, inclusive de pesca e esporte. O interesse, na verdade, é deseducar como fez o governo dos militares entregando ao governo americano a tarefa de planejar a educação dos jovens brasileiros através do Programa Mec/Usaid cujo resultado pode ser encontrado na subserviência com que os brasileiros se sentem deslumbrados pelo “American Way of Life”. Nenhuma novidade há na deseducação. Não só da malta brasileira, mas também de todos, absolutamente todos os seres humanos porque a educação eleva a espiritualidade e a compreensão de ser inaceitável a situação socialmente conflitante de se considerar normal a existência de monstros espirituais, verdadeiros biltres mentais a fazer pose na revista Forbes  como os mais ricos do mundo, enquanto fome, miséria e sofrimento assolam e infelicitam grande número de seres humanos que se diferem daqueles grã-finos apenas por não terem nas entranhas a mesma quantidade de bosta por falta do que comer.

Matéria do jornal Folha de São Paulo é ilustrada por uma dolorosa imagem para quem sabe que a miséria decorre do mau uso do dinheiro público mostra pessoas no lixão disputando comida com urubus em Boa vista, capital do Estado de Roraima. A mentalidade reles de frequentadores de igreja, axé e futebola não lhes permite alcançar o vínculo entre deseducação, excesso de riqueza, excesso de pobreza, miséria e sofrimento. Mas é a falta de educação, de conhecimento destes males. Evidente não se tratar da educação voltada para a formação de técnicos especializados em produzir riqueza da qual participam gatos pingados e exclui o resto dos seres humanos que desta forma ficam condenados ao trabalho braçal sem o qual de nada adiantariam os técnicos, lógica distorcida própria do perverso sistema capitalista que acaba de ser confirmada pelo senhor reitor da universidade portuguesa referindo à deseducação no Brasil em entrevista à revista Carta Capital, em matéria denominada SE FOSSE BRASILEIRO, ESTARIA INDIGNADO COM A SITUAÇÃO DA EDUCAÇÃO. Afirma o senhor reitor português que não se pode ser cidadão sem saber matemática. Ora, para ser cidadão precisa mesmo é saber cidadania, sociabilidade, vantagens da cooperação sobre a competição quando se vive em sociedade. Os conhecimentos matemáticos são indispensáveis às construções dos Burjs khalifas, das world Trade Centers do mundo e das naves espaciais destinadas a levar a custo de ouro imbecis para dar uma volta pelo espaço de onde verão a merda que fizeram cá embaixo para onde terão de voltar, porque como tudo o mais, também imbecis que sobem têm de descer, infelizmente. Joga conversa fora o senhor reitor inclusive quando afirma a indignação em que ficaria com o sistema educacional em nosso país caso fosse brasileiro porque a única coisa capaz de causar indignação no brasileiro é a falta de gôs do seu time de futebola. Nem deixa de ser estranha a preocupação daquele intelectual português com a mendicância educacional no Brasil, onde Luciano Huck é presidenciável, deixando assim de ser marionete do Pão e Circo para ser de quem a Lava Jato impediu de se tornar o parasita mor, o Zeus do Olimpo Brasil ao tornar pública sua desonestidade. Pode ter origem a preocupação do embaixador português no fato de serem outros os que agora se beneficiam das nossas riquezas sob a complacência de uma juventude pusilânime capaz de encontrar importância em figuras insignificantes a ponto de elevá-las à condição de “celebridades” e “famosos”.

A troca da parasitagem pode explicar a declaração do senhor reitor português porque se lê no livro 1808, de Laurentino Gomes, na página 125, a realidade de que a ignorância nesse belo país de triste povo e sorte beneficiou, e muito, os governantes de Portugal, como se vê na seguinte declaração: “A ignorância e o isolamento eram resultado de uma política deliberada do governo português, que tinha como objetivo manter o Brasil, uma joia extrativista e sem vontade própria longe dos olhos e da cobiça dos estrangeiros. Era uma política tão antiga quanto a própria colônia. Ao assumir o cargo em 1548, o primeiro governador-geral, Tomé de Sousa recebeu da coroa portuguesa doze instruções sobre como conduzir os negócios no Brasil. Uma delas, a nona, determinava que o governador deveria “impedir a comunicação de uma capitania a outra pelo sertão, a não ser com a devida autorização”. E prossegue o historiador: “Uma lei de 1733 proibia a abertura de estradas como forma de combater o contrabando de ouro e diamantes, facilitando a fiscalização por parte dos funcionários portugueses encarregados de recolher o quinto real sobre toda a produção de pedras e minerais preciosos da colônia”.  

Assim, não deixa de ser muito esquisito que intelectuais não percebam a realidade de ser a deseducação promovida pelo próprio Estado Capitalista que manda no mundo, o que explica a miséria da qual decorre o sofrimento generalizado que grassa de canto a canto do planeta, em decorrência da prática capitalista desumana de precisar haver pessoas desprovidas de conhecimentos e inocentes como crianças para se disporem a trocar sua vitalidade no trabalho braçal por um salário mínimo e sentirem-se tão satisfeitas com tal ignomínia que agradecem a Deus por tamanha perversidade. Como aqueles que adquirem conhecimento desta dura realidade se tornam pessoas perigosas para o sistema perverso, os também socialmente deseducados responsáveis por ele, os capitalistas, possuídos pelo espírito de Midas, produzem a deseducação. No próprio título do livro da intelectual doutora Souza Patto, PRODUÇÃO DO FRACASSO ESCOLAR está a realidade de ser intencionalmente produzida a deseducação.

 A religiosidade é o principal instrumento usado na produção do fracasso educacional porque as crianças aprendem a desnecessidade de cogitar sobre a possibilidade de um tipo de vida que dispensasse o medo e os sofrimentos ao terem inculcada em suas personalidades a noção de pecado e a figura de um Deus monstruosamente vingativo e sanguinário a vigiar e a quem se deve temer. Na página 10 do livro História Geral e do Brasil, de Claudio Vicentino e Gianpaolo Dorigo, editora Scipione, há a imagem de um grupo de crianças na escola e os seguintes dizeres: “Alunos do antigo ensino primário, hoje equivalente ao Ensino Fundamental I, assistem a aula no Instituto Muniz Barreto, Rio de Janeiro, em cerca de 1904. Neste nível de ensino nesta época, a história religiosa era mais difundida na escola do que a história das civilizações”. Aí está, pois, a fonte que abastece o atraso mental do qual resulta o conformismo e a submissão de que necessitam os Midas do mundo, para, através de uma plêiade de papagaios de microfone e escritores assalariados, manter os seres humanos numa escravidão consentida, incapazes de provarem aos seus algozes através de atitudes pacíficas e inteligentes o erro que cometem em sua cegueira mental da qual resultará infelicidade para eles mesmos, acostumados que estão à vida regalada de não saber o que é sofrimento pela fome, frio, medo e doenças sem assistência. A história da religião que as crianças aprendem não é a mesma história da religião contada pelos estudiosos do comportamento humano através dos tempos. É uma confusão dos diabos destinada a promover a submissão e a desnecessidade de pensar, a simplesmente aceitar as informações sem cogitar de sua veracidade. Um belo exemplo desta realidade é a frase sem sentido algum atribuída a Cristo: “Deixe que os mortos enterrem seus mortos”. Como não se questionar a afirmação de morto fazer alguma coisa? É através de artimanhas assim, mentiras e desfaçatez que os pobres de espírito em consequência da deseducação são convencidos de valer a pena serem indiferentes aos sofrimentos de não ter o que comer, enquanto outros não dão conta de comer o que têm. Pode-se apostar um tostão furado como jamais em tempo algum os frequentadores de igreja, axé e futebola tomarão conhecimento da realidade de que a religião sempre andou de braços dados com a política com o objetivo de parasitá-los. O livro História da Raça Humana, de Henry Thomas, na página 233, mostra o seguinte: “Os bispos os príncipes e os papas foram frequentemente políticos de baixa estirpe. Eram mais ávidos de encher seus bolsos com ouro, que interessados em difundir a justiça pela terra. Em suas mãos, a Igreja tornava-se constantemente um instrumento de opressão, de tortura e morte. A história dos cinco séculos subsequentes ao reinado de Carlos Magno constituiu um dos capítulos mais vergonhosos da história da raça humana. É uma história de rivalidades e contendas dentro da Igreja, de fanatismo, pilhagens, massacres e guerras entre cristãos e maometanos. Quase todos os historiadores deram-nos um quadro alterado desses séculos. Encobriram as manchas, tintas de sangue, dessa época hedionda, com incenso de romantismo.” Aí está, pois a verdadeira história da religiosidade, escondida a sete chaves da massa bruta de povo a mando dos imbecis ajuntadores de riqueza. Na televisão, um dos lacaios desses apologistas do apocalipse festejava o aumento da venda de carros. É como alguém com água até o pescoço festejando a chegada de mais água. E a tudo isso a juventude assiste futucando telefone, razão pela qual seria melhor para ela não haver a vida depois da morte que sua inocência faz acreditar haver porque assim estaria livre da indignação com que seus descendentes com muita razão dela se lembrarão. Inté.