A “prosa”
da imprensa sobre negar acusações, sobre o que disse o ministro A ou o ministro
B, o assédios dos microfones a deputados dizendo-se preocupados com o melhor
para a sociedade, as entrevista de Delfim Neto sobre o melhor para o país, os comentários
de analista político com brinco na orelha, tudo isso é tão sem sentido quanto
espera dos chorosos injustiçados por justiça da parte das autoridades. São tão
rasteiras as ponderações sobre a malandragem tida como política que futebola
faz parte delas. Fala-se em direito da mulher, do idoso, das crianças, dos
deficientes, quando o direito é um só. É um conjunto de normas estabelecidas
com o objetivo de evitar comportamentos contrários aos comportamentos que vão
de encontro ao interesse da sociedade. Se é razoável falar-se em diferenciação
das penalidades a infratores destas normas em função de condições especiais,
nada justifica falar-se em vários direitos. À política cabe a nobre tarefa de elaborar
as normas de conduta e zelar pela sua observância. Daí ser fundamental para a
sociedade e para cada um de seus membros uma rigorosa observação não só para que
as normas de direito correspondam realmente aos legítimos interesses da
sociedade, mas também para que sejam rigorosamente observadas, o que se faz
através da Ciência Política. Esta realidade levou o pensador Leon Duguit, na
página 86 do livro Fundamentos do Direito, editora Martin Claret, a ponderar
que a política deve ser serviçal do direito, no que tem absoluta razão, não
somente por ser ela responsável pelo cumprimento da vontade do direito, mas
também por depender dessa vontade os destinos da sociedade, portanto, dos seres
humanos, o que põe o direito numa posição superior a tudo, inclusive a seus
criadores por estarem eles também sujeitos ao direito.
Uma coisa
tão simples, foi transformada numa confusão tão grande que se torna aparentemente
incompreensível como o fato de desejar o ser humano individualmente bem-estar
para si e os seus, mas laborar coletivamente de modo contrário. Mas isso também
é coisa tão simples quanto água cristalina no meu copo de cristal de tomar
uísque. Já foi dito mais de uma vez por aqui nesse mal amanhado blog de
iletrado que basta atentar para a sábia afirmação de que todos os males da
humanidade têm a ignorância como origem. Constatada esta realidade, fica tudo
esclarecido. A coisa nasce do fato da ignorância alimentar a sede de poder que impede
um desenvolvimento espiritual capaz de permitir engendrar uma forma de
administração pública do qual resulte numa sociedade espiritualmente elevada.
Simples assim. É em razão desse atraso espiritual que os seres humanos vivem exatamente
como vivem os irracionais, matando-se mutuamente. Orientados pela ignorância, os
responsáveis pelo cumprimento das normas de direito das quais depende o
bem-estar, através da orientação religiosa ao conformismo e do pão e circo
freneticamente martelado nas cabeças dos administrados pela papagaiada de
microfone, o que condiciona o cérebro dos administrados à conformação pela
incapacidade de raciocinar de forma independente, resulta na ignorância de
todos, administradores e administrados, portanto, num mundo semelhante ao mundo
dos bichos, donde se conclui estar coberto de razão o pensador que descobriu
não passar tudo de uma questão de ignorância. Assim, os ensinamentos dos
Grandes Mestres do Saber levam à conclusão de não haver problema não só quanto
à identificação da causa da infelicidade humana, mas também de que se ela não
pode ser totalmente eliminada uma vez que a natureza se encarrega de provê-la à
exaustão, não precisa ser tão exacerbada a ponto de haver a monstruosidades de
queimar crianças inocentes jogando veneno sobre elas, e, para se apresentar à
massa hipnotizada como não monstro, outro monstro mandando jogar bombas sobre as
criancinhas dos jogadores de veneno sobre criancinhas.
Desse modo,
é tudo uma questão de não uso da capacidade de raciocinar. O condicionamento do
cérebro pode ser percebido até mesmo nos papos de boteco onde rolou uma
historinha que mostra perfeitamente o condicionamento cerebral, mas que carece
de um breve esclarecimento: Os caçadores de tatu fazem distinção entre o tatu
verdadeiro, maior, mais moleirão e mais carnudo, de carne mais macia, e mais
fácil de ser caçado do que o tatu peba, menor, de carne mais dura, mais rápido
na escavação, portanto, com maior facilidade de aprofundar o buraco e escapar
de seu perseguidor, razão pela qual é inferior a caça de um tatu peba à de um
tatu verdadeiro. Daí a classificação de “peba” para coisas inferiores como os
carrinhos que Deus dá de presente. Feito o esclarecimento, vem a historiazinha
que mostra como o cérebro de um caçador de tatu foi condicionado à capacidade
de fuga do tatu peba: Depois de passar o dia inteiro e a noite no mato caçando
tatus, à tardezinha do segundo dia chegou ele de volta à cidade. A primeira
pessoa que encontrou foi uma comadre sua que lavava roupa e que lhe foi logo
informando da morte do Padre Cícero, figura mítica para aquele povo que o tinha
na qualidade de santo. Surpreso, perguntou onde estava o padre, ao que a
comadre beata, portanto ligada à questão de espírito de morto, respondeu que
ele tinha sido enterrado pela manhã, mas que a esta altura já estaria de Roma
prá lá. Com a mente ligada na capacidade de fuga do tatuzinho malandro, o
caçador exclamou: “Vixe Maria, cumade, isso é um pade ou um peba?” Inté.
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