sexta-feira, 7 de abril de 2017

ARENGA 404


A “prosa” da imprensa sobre negar acusações, sobre o que disse o ministro A ou o ministro B, o assédios dos microfones a deputados dizendo-se preocupados com o melhor para a sociedade, as entrevista de Delfim Neto sobre o melhor para o país, os comentários de analista político com brinco na orelha, tudo isso é tão sem sentido quanto espera dos chorosos injustiçados por justiça da parte das autoridades. São tão rasteiras as ponderações sobre a malandragem tida como política que futebola faz parte delas. Fala-se em direito da mulher, do idoso, das crianças, dos deficientes, quando o direito é um só. É um conjunto de normas estabelecidas com o objetivo de evitar comportamentos contrários aos comportamentos que vão de encontro ao interesse da sociedade. Se é razoável falar-se em diferenciação das penalidades a infratores destas normas em função de condições especiais, nada justifica falar-se em vários direitos. À política cabe a nobre tarefa de elaborar as normas de conduta e zelar pela sua observância. Daí ser fundamental para a sociedade e para cada um de seus membros uma rigorosa observação não só para que as normas de direito correspondam realmente aos legítimos interesses da sociedade, mas também para que sejam rigorosamente observadas, o que se faz através da Ciência Política. Esta realidade levou o pensador Leon Duguit, na página 86 do livro Fundamentos do Direito, editora Martin Claret, a ponderar que a política deve ser serviçal do direito, no que tem absoluta razão, não somente por ser ela responsável pelo cumprimento da vontade do direito, mas também por depender dessa vontade os destinos da sociedade, portanto, dos seres humanos, o que põe o direito numa posição superior a tudo, inclusive a seus criadores por estarem eles também sujeitos ao direito.

Uma coisa tão simples, foi transformada numa confusão tão grande que se torna aparentemente incompreensível como o fato de desejar o ser humano individualmente bem-estar para si e os seus, mas laborar coletivamente de modo contrário. Mas isso também é coisa tão simples quanto água cristalina no meu copo de cristal de tomar uísque. Já foi dito mais de uma vez por aqui nesse mal amanhado blog de iletrado que basta atentar para a sábia afirmação de que todos os males da humanidade têm a ignorância como origem. Constatada esta realidade, fica tudo esclarecido. A coisa nasce do fato da ignorância alimentar a sede de poder que impede um desenvolvimento espiritual capaz de permitir engendrar uma forma de administração pública do qual resulte numa sociedade espiritualmente elevada. Simples assim. É em razão desse atraso espiritual que os seres humanos vivem exatamente como vivem os irracionais, matando-se mutuamente. Orientados pela ignorância, os responsáveis pelo cumprimento das normas de direito das quais depende o bem-estar, através da orientação religiosa ao conformismo e do pão e circo freneticamente martelado nas cabeças dos administrados pela papagaiada de microfone, o que condiciona o cérebro dos administrados à conformação pela incapacidade de raciocinar de forma independente, resulta na ignorância de todos, administradores e administrados, portanto, num mundo semelhante ao mundo dos bichos, donde se conclui estar coberto de razão o pensador que descobriu não passar tudo de uma questão de ignorância. Assim, os ensinamentos dos Grandes Mestres do Saber levam à conclusão de não haver problema não só quanto à identificação da causa da infelicidade humana, mas também de que se ela não pode ser totalmente eliminada uma vez que a natureza se encarrega de provê-la à exaustão, não precisa ser tão exacerbada a ponto de haver a monstruosidades de queimar crianças inocentes jogando veneno sobre elas, e, para se apresentar à massa hipnotizada como não monstro, outro monstro mandando jogar bombas sobre as criancinhas dos jogadores de veneno sobre criancinhas.

Desse modo, é tudo uma questão de não uso da capacidade de raciocinar. O condicionamento do cérebro pode ser percebido até mesmo nos papos de boteco onde rolou uma historinha que mostra perfeitamente o condicionamento cerebral, mas que carece de um breve esclarecimento: Os caçadores de tatu fazem distinção entre o tatu verdadeiro, maior, mais moleirão e mais carnudo, de carne mais macia, e mais fácil de ser caçado do que o tatu peba, menor, de carne mais dura, mais rápido na escavação, portanto, com maior facilidade de aprofundar o buraco e escapar de seu perseguidor, razão pela qual é inferior a caça de um tatu peba à de um tatu verdadeiro. Daí a classificação de “peba” para coisas inferiores como os carrinhos que Deus dá de presente. Feito o esclarecimento, vem a historiazinha que mostra como o cérebro de um caçador de tatu foi condicionado à capacidade de fuga do tatu peba: Depois de passar o dia inteiro e a noite no mato caçando tatus, à tardezinha do segundo dia chegou ele de volta à cidade. A primeira pessoa que encontrou foi uma comadre sua que lavava roupa e que lhe foi logo informando da morte do Padre Cícero, figura mítica para aquele povo que o tinha na qualidade de santo. Surpreso, perguntou onde estava o padre, ao que a comadre beata, portanto ligada à questão de espírito de morto, respondeu que ele tinha sido enterrado pela manhã, mas que a esta altura já estaria de Roma prá lá. Com a mente ligada na capacidade de fuga do tatuzinho malandro, o caçador exclamou: “Vixe Maria, cumade, isso é um pade ou um peba?” Inté.

 

   

 

   

 

 

 

 

 

      

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