segunda-feira, 3 de abril de 2017

ARENGA 401


Os papagaios de microfone que papagaiam sobre economia disseram que a divulgação da lista de politiqueiros criminosos a ser apresentada à justiça pela Procuradoria Geral da República vai atrapalhar a economia. Para se entender uma zorra dessa é preciso não descuidar de se tratar do mundo brasiliense de mulas, surubas e tráfico de drogas por helicóptero. De acordo com a declaração destes economistas a tal de economia não pode prescindir da criminalidade, como realmente não pode porquanto a economia tem por único objetivo fraudar a honestidade através de argumentos desavergonhadamente capciosos de uma plêiade de papagaios de microfone e escritores assalariados com a triste missão de fazer crer ser normal as atividades especulativas destinadas exclusivamente a encher de dinheiro o rabo dos posudos e imbecis Midas da revista Forbes. Todo este converseiro nojento sobre taxa de juros, lucro de banco, bolsa de valores câmbio disso e daquilo, superávit, agribiuzinesse e a PGP, tudo isso se resume em atividade comercial desonesta, num balcão de negócios canhestros que esfolam o rabo dos parvos frequentadores de igreja, axé e futebola. Há séculos Platão teria avisado ser degradante a atividade comercial porque é impossível ser um comerciante honesto e próspero ao mesmo tempo. Sendo esta a finalidade da economia e dos economistas, uma vez que a vulgaridade de politiqueiros usa e abusa da palavra “pacote”, faz-se necessário empacotar economia e economistas e enviá-los para os quintos dos infernos. É fiada a conversa de que o trabalho dignifica o homem porque o produto do trabalho de todo ser humano vai parar nas mãos dos monstros que formam o grupinho de um por cento com noventa e nove por cento da riqueza do mundo. O que realmente dignifica o ser humano é pensar. Pensar que os recursos dos quais depende a vida são limitados e que é preciso planejar o uso deles em vez de despejar crianças adoidadamente como fazem os ratos. Pensar na necessita de união, de irmandade, de cooperação porque fora disso jamais haverá o bem-estar que os seres humanos sensatos buscam e que seria a redenção também dos insensatos cuja vida não difere da vida de bicho domesticado, reduzida a trabalhar, comer, trepar e cagar.

A sociedade humana tomou um rumo tão esquisito que as pessoas intelectualmente ilustres fazem pronunciamentos vazios, sem o mínimo de coalisão com a sociabilidade da qual depende uma sociedade civilizada. Tivemos os intelectuais Henry Kissinger e Vargas Llosa afirmando que a competição é a melhor maneira de se viver em sociedade. Agora temos o Frei Beto afirmando no jornal O Globo que mesmo a pessoa ateia tem uma emulação espiritual que lhe norteia as atitudes. Ora nas entrelinhas desta infeliz declaração, nesse “até mesmo” está dito que as pessoas ateias são espiritualmente inferiores às religiosas, no que há uma distorção tão grande quanto à afirmação dos economistas mentirosos que afirmam haver vantagem no agribiuzinesse e no ajuntamento de riqueza. O ateu não é senão alguém a quem foi ensinada a religiosidade quando criança, mas que depois, a custo de muita leitura, observação, meditação e conclusões chegou ao conhecimento da verdade de ser a religião uma safadeza destinada a iludir a massa ignorante com a história de não valer a pena tentar mudar o mundo porque só Deus pode fazê-lo. Há total disparidade entre o conhecimento político do Frei Beto que participou da administração pública e sabe perfeitamente que a harmonia e a paz social dependem da boa aplicação do erário, e seu comportamento infantil uma vez descartada desonestidade em sua simpática figura, afirmar inferioridade espiritual dos ateus como também fez o José Luiz Datena ao dizer que o homem sem Deus é capaz de cometer crime bárbaro, quando eu, sendo ateu, nunca cometi e nem cometerei jamais crime algum, enquanto Deus condenou um homem a ser morto a pedradas porque apanhava lenho num dia de sábado, orientou Josué a passar a fio de espada os habitantes de Jericó, torrou sob lava os de Sodoma e Gomorra, afogou todos os seres vivos com um dilúvio, assassinou todas as crianças egípcias. A leitura da bíblia mostra que Deus é um mostro que exigia carne crua e sangue como homenagem. Os que o adoram não passam de imbecis que nunca abriam um livro, razão pela qual seguem o caminho indicado por parasitas fantasiados de representes divinos, não raro criminosos e pervertidos sexuais que convencem a manada incapaz de pensar, exatamente por ser manada, de haver vantagem em frequentar igrejas não obstante o morticínio nelas encontrado em explosões, desabamento e desastres rodoviários. Ninguém é religioso porque existe Deus. Torna-se religioso por força da cultura religiosa à qual o escritor Edimilson Movér acredita ser oriunda do desenvolvimento de um gene religioso. Embora dito a título de troça, é o que realmente parece ser ante a persistência da religiosidade embora a realidade da vida mostre abertamente ser a religiosidade fruto da ignorância porquanto nos lugares mais carentes de conhecimento e de condições materiais são os lugares onde a religiosidade tem mais força e os moradores de tais lugares não abrem mão da presença daquele salafrário do chapelão a convencê-los da conveniência de se pagar o dízimo.

Fosse o mundo orientado pela espiritualidade ateia jamais um jornal publicaria esta notícia da Folha de São Paulo: Governo brasileiro orienta embaixadas a promover venda de armas fabricadas no país. Não haveria tal notícia porque os ateus sabem perfeitamente que armas são instrumento da violência e que a violência é fator de desintegração social, portanto, contrário à irmandade sem a qual jamais haverá a tranquilidade que idiotas procuram em Deus, mas que está dentro de cada um. Só falta descobrir esta realidade da qual a religiosidade foge como o diabo foge da cruz porque se a humanidade aprender o que sabem os ateus seria o fim de toda esta panaceia de templos e milhões parasitas da sociedade se fazendo-se passar por representantes de Deus. Inté.

 




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