Os
analistas de politicagem têm declarado à exaustão haver inconveniência no
combate à corrupção, sendo a última destas declarações esta “pérola” publicada
no jornal Folha de São Paulo, intitulada Combate à corrupção está
dinamitando as empresas nacionais. Estas
declarações trazem consigo clara evidência da falência do sistema capitalista
que dá as ordens para que o dinheiro produzido pelo povo do mundo vá para as
mãos de apenas um por cento da população mundial, desonestidade que sempre foi praticada
“por debaixo dos panos”, mas que agora foi dispensada de disfarces para ser
exercida escancaradamente na cara da malta frequentadora de igreja, axé e
futebola. A recusa da humanidade em evoluir espiritualmente torna atual as
observações feitas por Thomas More há mais de quinhentos anos, registradas na
página 25 do livro A Utopia, editora Martin Claret. Para melhor entendimento do
que disse o pensador, faz-se necessário lembrar que a palavra “rei” naquela
época tinha o sentido que hoje tem a palavra “governo”, e que a palavra “conselheiros”
por ele emprega chegou aos tempos atuais com o sentido de “puxassaqueiros” dos
governantes. Nestas poucas palavras do criador de A Utopia está a explicação da
existência dos papagaios de microfone e dos escritores assalariados: “... os
conselheiros dos reis, vergonhosamente, aplaudem a opinião insensata dos seus
superiores”. Aí está o porquê de haver quem afirme vergonhosamente haver vantagem
no agribiuzinesse, de haver falta de dinheiro para enganar os sofrimentos da
velhice dos frequentadores de igreja, axé e futebola, quando, na verdade, a
Lava Jato está mostrando que toda essa dinheirama escorre como caldo de bosta
pelos tubos de esgoto exibidos pelo Jornal Nacional. A grita em torno da
deficiência previdenciária é nada mais que vaselina para arrochar ainda mais o
ferro no rabo dos apaixonados por igreja, axé e futebola.
A realidade do apoio incondicional aos governantes pode ser observada no
entusiasmo com que a papagaiada de microfone se pronuncia sobre assuntos
relacionados ao Pão e Circo que engabela a manada de forma tão absoluta que se
matam por causa do resultado de um jogo já previamente decidido pelos canalhas
do mar de lama da corrupção do qual nada escapa e que faz milionários às custas
do dinheiro que os puxassaqueiros dizem faltar para a aposentadoria da malta
imbecil de torcedores com crianças escanchadas no pescoço a fim de educá-las na
cultura da imbecilização que orienta o comportamento humano que ouve passível
um jogador iletrado de futebola declarar que estádios para esportes são mais
importantes do que escolas e hospitais.
Chega-se, pois, a uma degradação moral de tal monta que as pessoas
honestas ainda existentes são compulsivamente obrigadas à submissão de conviver
com a realidade terem seus propósitos de honra e dignidade preteridos em
benefício dos interesses espúrios de empresários e politiqueiros sabidamente
desonestos em seu mundo medíocre de surubas e mulas.
Chegamos a uma mediocridade tamanha que os lugares comuns da imprensa
sobre crimes, compadrio ou corporativismo entre os membros dos poderes da
administração pública e dos abjetos “nego as acusações” fazem com que ler
jornais seja menos interessante do que ler a bíblia porque a leitura da bíblia
estimula o pensamento positivamente. Senão, vejamos: vamos abrir ao acaso uma
das minhas bíblias, esta aqui, das letras bem grandonas, que é para facilitar a
soletração pelos religiosos (pê – é – pé –cê – a – cá – dê – ó – dó: pecado).
Vejamos: Aqui está dito que Deus proíbe comer da árvore do conhecimento do bem
e do mal. Não poderia Deus ter criado só o bem e deixado de fora o mal? E aqui
mais adiante Deus diz à mulher que ela será governada pelo marido. Como
explicar, então, as feministas? Cá mais adiante temos que uma mulher, do alto
de uma torre, jogou um pedra na cabeça de Abimeleque que arrebentou o crânio
dele. Para não correr a notícia de ter sido ele morto por uma mulher, mandou
que seu escudeiro o matasse com a espada. Não há como deixar o pensamento de
fervilhar sobre como poderia alguém com o crânio esmagado raciocinar, e, além disso,
cometer suicídio se somente Deus pode prover a morte? Seria a vontade de Deus
tão maleável quanto nossas leis na interpretação dos advogados de bandidos
ricos?
Assim, pois, há mais vantagem em ler a bíblia do que ler jornais onde são
repetidas as papagaiadas de sempre sobre os desmandos, sem lhes apontar a causa
que outra não é senão a indiferença dos frequentadores de igreja, axé e
futebola que permite aos politiqueiros fazerem a festa sobre o erário. Inté.
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