domingo, 16 de abril de 2017

ARENGA 409


Tudo que o ser humano faz é feito de modo contrário ao que devia ser feito. A interpretação de sua história através dos tempos demonstra esta realidade porque em vez de relegar o triste passado de brutalidades incompatíveis com a dignidade do gênero humano, ao contrário, vive-se a mesma brutalidade de antanho como mostra notícia no Yahoo Notícias dando conta de que pessoas albinas são mortas em países africanos para que feiticeiros façam poções com os ossos para dar sorte. Recentemente, na nação sul-africana Malawi, está ocorrendo aumento devastador na morte de albinos, sendo que a Anistia Internacional revela que este mês de abril foi mais letal ainda, com quatro albinos malawianos assassinados, incluindo um bebê. Exemplo da permanência do barbarismo ainda em voga é também o apego de múmias espirituais à construção de grandes e ricos impérios. A imprensa dá notícia também de ter sido a intenção de proporcionar lucros à indústria de armas que levou o governo americano a atacar a Síria. Não se pode de pronto substituir esta acusação ao presidente americano cor de rosa pelo nobre sentimento de piedade demonstrado ao lamentar o sofrimento de lindas criancinhas porque outras lindas criancinhas tiveram no Iraque seus braços arrancados por bombas americanas.  Atirar bombas sobre lindas criancinhas não é diferente de lhes atirar veneno. Decorridos mais de mil e quinhentos anos desde que caiu o primeiro grande império, o romano, em vez de servir aquele acontecimento como exemplo de não haver vantagem no pavoneamento em virtude de riqueza, o que se apresenta modernamente são governos disputando quem é mais capaz de se pavonear exibindo maior riqueza, numa afronta perigosa aos necessitados. Eles, os necessitados, são atualmente em quantidade tão grande como nunca foram em tempo algum, e as reações contra a submissão que pipocam ora ali ora acolá evidenciam   comportamento diferente do comportamento dos necessitados dos primeiros tempos, quando se submetiam docilmente a servir de comida para leões famintos.

Embora os algozes dos necessitados, como a Fênix, têm sempre ressurgido das cinzas de todas as revoluções para de novo assumirem a condição de algozes, faz-se necessário lembrar que todas as revolução contra a submissão por parte dos necessitados deixaram atrás de si corpos decapitados e tão retalhados quanto os animaizinhos que Deus exigiu Lhe fossem presenteados por Abraão Gênesis 15:9-11). A incapacidade de perceber sua própria estupidez é a única explicação para que persistam governantes em disputa para ostentar riqueza e poderio bélico. A insensatez domina o mundo de ponta a ponta. Se o governante da Coréia do Norte promete espatifar os Estados Unidos, não menos extravagante é a imagem do Papa lavando e beijando o pé de presidiário e dizendo que prisão não pode ser lugar de degradação, o que é óbvio. Não deixa de ser também uma coisa estapafurdiamente sem pé nem cabeça porque a ser o presídio lugar para submeter o presidiário a degradações, seria a mesma coisa de se admitir na atualidade a mentalidade bolorenta do “olho por olho” para que os presídios fossem lugares onde se cumprir a brutalidade bíblica de submeter o faltoso à mesma falta em que teria ocorrido. Sabe-se que o presídio tem a nobre função de dotar o criminoso da compreensão necessária à vida em comunidade, mas que tal objetivo seja alcançado, em vez de banhar e beijar o pé do criminoso, comportamento ridículo e inócuo, o que é necessário é um povo bastante esclarecido para entender que a administração da riqueza pública não pode ficar a cargo da bandidagem ora desmascarada pela Lava Jato, mas que, ao contrário, deve ser empregada em benefício da coletividade, o que é inteiramente impossível acontecer enquanto não houver interesse do dono desta riqueza, o povo, nos assuntos relacionados à aplicação da montanha de dinheiro proveniente dos impostos que permanecerá escoando pela tubulação de esgoto mostrada no Jornal Nacional.

O pensador Karl Marx afirmou que o capitalismo, depois de substituir o atraso social do feudalismo e do mercantilismo, seria substituído pelo socialismo (página 102 de O Livro da Economia, da Globo Livros), o que não aconteceu ainda pela recusa dos seres humanos em evoluir espiritualmente à capacidade de perceber que a administração pública capitalista vai de encontro à vida comunitária como prova esta notícia no blog Outras Palavras: Depois de subtrair, da Previdência, R$ 25 bi em impostos, banco Itaú participou, na Receita Federal, do “julgamento” em que a operação foi considerada regular. É de aberrações desse tipo que resulta a situação explosiva de um por cento dos seres humanos serem donos de noventa e nove por cento da riqueza do mundo. Provado que está a impossibilidade de permanecer a situação em que se encontra o mundo, em vez de ficar a tagarelar sobre os desmandos, o que se deve fazer é buscar uma forma de administração voltada para o interesse da coletividade porque a atual forma visa exclusivamente o interesse dos administradores e os brutamontes integrantes do grupinho de analfabetos políticos. O grande impasse é tirar o povo da fase bruta de povo e elevá-lo à condição de gente. Enquanto permanecer a mentalidade reles de povo, canalhas estarão nos postos onde deveriam estar pessoas como Eliana Calmon, cuja pretensão ao senado o povo negou e deu a Fernando Collor. Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, intitulada A Lava Jato também pegará o Judiciário, a doutora Eliana Calmon acaba de dar entrevista cuja leitura explica melhor nossa realidade do que todo o converseiro da papagaiada de microfone. Inté.

 

 

 

 

 

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