segunda-feira, 27 de outubro de 2014

ARENGA SETENTA


Há um livrinho aparentemente despretensioso, chamado Pequenas Histórias da Bíblia, escrito por José Luís Olaizola, de leitura agradável e com fabulosas e divertidas ilustrações feitas por Quino Marin, que realmente ilustram os textos, facilitando ainda mais sua já fácil compreensão daqueles intricados assuntos da bíblia. A juventude não faz ideia o quanto lucraria em trocar algumas pausas na futucação do telefone pela leitura deste livrinho agradável. O livro dá uma ótima noção de cultura bíblica e deveria ser lido para as crianças se seus pais tivessem o sentimento nobre de se preocupar com o desenvolvimento espiritual de seus filhos e se soubessem ler outra coisa que não estivesse relacionada a dinheiro. A sabedoria que sempre esteva ao lado da paz não está do lado de pais que não se preocupam em passar alguma sabedoria a seus filhos. O complexo de Rei Midas tem infernizado a vida humana e assim será enquanto não for substituído pelo bom senso de substituir por outras coisas o hábito pernicioso de correr atrás de riqueza. Ler aquele livro e ouvir as músicas referidas na arenga anterior produz um tipo de satisfação diferente de todos os tipos de satisfação a que as pessoas estão acostumadas e que se relacionam geralmente com a aquisição de algum bem material. Até mesmo o nascimento de uma criança foi transformado em objeto a ser explorado pelo Mercado. Embora nada haja de intervenção divina no ato da procriação, não passando tudo de arte da natureza, nem por isso deixa de ser também um momento de enlevo espiritual porquanto a presença de um recém-nascido de qualquer espécie desperta ternura. Não deve, portanto, o nascimento ser transformado em motivo para compras em Me Ame. Em vez disso, a preocupação deveria ser em torno de transformar a criança nascida num ser verdadeiramente humano, portanto, diferente dos seres tidos como humanos, mas que ainda são mais bichos que gente.

A incapacidade de sentir momentos de enlevo espiritual é fruto da saudade dos tempos de primatas. Não há outra explicação para o comportamento de pais que não só consentem sejam seus filhos orientados para o mal, mas que também contribuem para que isso ocorra no ambiente que não merece ser chamado de lar, mas apenas de casa ou apartamento, porque não há sentido em se chamar de lar um pardieiro onde cenas de assassinatos ao vivo e de prostituição sirvam de diversão para todos, pequenos e grandes. Os adultos estão menos adultos do que uma criança esperta, coisa sobre a qual o livro de que falamos faz refletir. Percebe-se isto nas entrelinhas de uma parte da história que o avô de Ana contava e que se referia precisamente à ação de Abraão ao expulsar Agar com o filho dele e dela por ordem de sua esposa legítima, para o sofrimento no deserto. Não é realmente inaceitável que um pai expulse uma mulher que lhe deu o filho tão desejado por ele, mandando os dois para a morte quase certa? Pois, para os adultos, nada há de estranho nisso porque Deus sabe o que faz.

Só os juristas que perseguem o doutor Joaquim Barbosa serão capazes de dar nó na interpretação destas palavras “Deus sabe o que faz” para que daí resulte o entendimento que convença não se tratar realmente de desumanidade o procedimento de Abraão. Embora para os adultos seja compreensível, a garota Ana não perdoou e disse que Abraão era um molenga. Isso fez o avô lembrar a Ana a necessidade de não se poder contestar as coisas da bíblia, e é justamente aqui que está a causa de todo o mal do mundo que é a falta de curiosidade, zelo e respeito pela vida, estado mórbido produzido pela religião ao castrar a capacidade de pensar através do convencimento às pessoas de mente facilmente domináveis de não ser necessário especular sobre os assuntos divinos. Com isso, a mente enferruja e a capacidade intelectiva não sai do axé, do futebola, de igrejas, de “famosos” e “celebridades”, todos adoradores do bezerro de ouro e incapazes de um pensamento nobre.

Em várias passagens dos contos a intervenção da menina questiona o que deveria despertar nos adultos o mesmo questionamento não fosse a cegueira mental implantada pela proibição de conhecer a ciência do bem e do mal. Esta proibição faz com que os adultos aceitem sem nada questionar coisas impossíveis de acontecer pela falta absoluta da lógica que rege a vida e que nos mostra ter sido a bíblia uma forma que os ricos acharam de manter os pobres com medo do céu para que eles trabalhem com o mínimo de custo sua terra e suas máquinas. Para a bíblia, há grandes méritos na riqueza. Lá, Deus agraciou seus prediletos com muita riqueza. Riqueza naquela época era constituída de terras e animais em vez de moedas mostradas na revista Forbes. Na página 45 do livro, por exemplo, uma bela ilustração mostra imenso rebanho de carneiro de Abraão quando partiu rumo à terra que Deus lhe dera. Depois de passada a fase de criança, inocência e questionamentos, fica no lugar uma falsa ideia de ser pecado dar asas à imaginação, o que contribui para impedir o crescimento da inteligência e deixar o pensamento voar livre.

A verdadeira intenção da bíblia só pode ser percebida nas entrelinhas de suas linhas de linguagem esquisita. A coisa é tão bem tramada que os adultos são convencidos de se tratar de assunto do maior respeito, quando, na realidade, nada ali faz sentido como estranhou a menina Ana ao ficar braba com Abraão. Pelo jeito, seria mais prudente que as criançadas ainda não viciadas em futucar telefone tomassem conta de administrar a sociedade. Inté.   

 

 

sábado, 25 de outubro de 2014

ARENGA SESSENTA E NOVE


O grande Caymmi dizia que todo mundo morava direito e quem morava torto era ele. Hoje, se passa exatamente o contrário: o Grande Mestre do Saber Musical está morando certo em sua paz, eternamente livre de participar do que somos obrigados a participar cotidianamente, e todo mundo está vivendo errado porque em vez de bem-estar produz mal-estar para seus descendentes, o que é contra a lei natural que leva todos os seres vivos a procurar sempre uma posição melhor, não sendo de se acreditar ser possível viver comodamente dentro da guerra em que nos encontramos, tão desnecessária quanto todas as guerras. Elas só existem porque ninguém pensa de verdade em viver em paz. Há até mesmo filosofias não só justificando as guerras, mas afirmando que elas são necessárias. Necessárias para que? Há quem afirme que é tramoia dos ricos para diminuir o número de pobres cujo barulho os incomoda quando estão contando dinheiro. É uma grande bobagem matar os infelizes porque seria mais racional, uma vez ser o raciocínio próprio do ser humano, manter um número determinado de pobres, além do qual não pudesse passar. Assim, não haveria necessidade de matar os excedentes porque isso causa sofrimento nos familiares dos condenados, e os sofrimentos devem ser restritos aos inevitáveis, além de ser prática desumana impingir sofrimento a alguém.

Embora não se compreenda alguém agir em busca de sofrimento para si mesmo, é bem assim que as pessoas agem, e tudo por pura birra de não largar da animalidade que ainda habita dois terços de sua personalidade e que torna os seres humanos com baixa capacidade de discernimento, vivendo um mundo infantil cheio de falsidades, mentiras e hipocrisias de todo tipo como reduzir o sentido da vida a um corpo sarado no padrão “beleza pura” ou, para ser mais chique, com um “look” maravilhoso. Fora da mediocridade, as pessoas de modo geral tem apenas duas ocupações mentais: a preocupação com riqueza e com a religião à qual cada um liga sua espiritualidade, dispensando a necessidade de averiguação da existência de um vínculo entre espiritualidade e religião, porque não há na realidade da vida nada que leve a esta conclusão. Claro que existe uma espiritualidade, mas ela nada tem a ver com divindade. A espiritualidade pode ser sentida do seguinte modo simples: digite no amigão Google “guitarra havaiana” e escute uma das músicas sacras ali executadas com maestria. Para sentir a espiritualidade, entretanto, precisa-se de alguma concentração, o que significa excluir telefone para futucar. Com os olhos fechados, para maior concentração, procure deixar que a sonoridade tirada da música pelo instrumento tome conta do pensamento. A espiritualidade está nos raros momentos realmente agradáveis que ocorrerão por vezes quando o pensamento segue os giros da sonoridade que atrai o pensamento por um caminho sonoro que a música deixa atrás de si. Esta espiritualidade, embora as pessoas que não tiveram tempo de aprender nada na vida pensem ter algo a ver com o céu, nada tem de santidade no meio disso, não sendo outro motivo senão a busca necessária e eterna que impulsiona o ser vivo à busca dos meios indispensáveis à sobrevivência. Um exemplo que prova esta afirmação está no fato de ser o bem-estar provocado pela espiritualidade promovida pela ligação entre a mente e o som agradável e envolvente da música. Os poucos momentos em que se experimenta completa ligação entre a mente e a sonoridade são momentos espirituais cujas raízes estão no mundo material. Apesar de ser algo etéreo, este fenômeno está tão ligado ao mundo material quanto a fome. O que animou quem escreveu a letra da música, o que lhe deu sonoridade, o que a gravou e o que a executou foi a necessidade de garantir bens materiais necessários à sobrevivência e ao bem-estar não raro procurado no lugar errado. Não só no exemplo do momento do enlevo espiritual produzido pela sensação agradável do som musical, mas também todos os tipos de espiritualidade, só podem existir se existirem as condições materiais que permitam ao corpo físico fornecer a energia que faz atuar o cérebro para que ele cumpra direitinho seu papel de produtor de sensações. No momento em que o cérebro fica debilitado e morre, morre com ele a capacidade de sentir emoção de toda espécie. Para fugir a esta realidade que a ignorância faz ser temida é que inventaram uma outra vida para ser vivida no céu. Quando se diz que a ignorância é a mãe de todos os males, está-se dizendo que também o medo da morte é filho da ignorância porque rejeitar a morte é o mesmo que implantar um sistema econômico com uma moeda que só tenha um lado. A morte é o outro lado da moeda em que foi transformada a vida atualmente envolvida exclusivamente com assuntos relacionados a dinheiro. Só dá desatinos, mas é bom endireitar essa bagunça. Nenão? Inté.   

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

ARENGA SESSENTA E OITO


Dizem pelaí que havia um veizim chamado Jeremias que chegava nas altas festas palacianas onde os soberanos reinavam com pompa ainda maior do que os soberanos de hoje. Não tinham necessidade de dar a impressão de estar fazendo tudo certo. Pois, o Jeremias, mesmo estando na época de rei/deus, implicou que estava errado esse negócio de conviver palácio e pobreza, fato que nem era ainda pensado por ninguém, e depois de tomar umas e outras, botou a boca no mundo mostrando ao povo que era a maior bobagem ter de trabalhar para sustentar toda aquela opulência que ele passava então a descrever, parando só quando a segurança que sempre protegeu toda riqueza no mundo e que nunca é de quem chega a dar a vida em sua proteção, esses senhores carregavam o pobre e teimoso Jeremias, verdadeiro Don Quixote de antanho, debaixo de muita porrada, mas ele sempre repetia o discurso e a surra.

Olhando direitinho essa bronca do Jeremias, conclui-se que realmente a existência de suntuosos palácios sustentados por um povo pobre é algo que não pode ser logicamente explicado, embora não faltem teorias e papagaios que as papagaiam em todo tipo de imprensa com mil e uma justificativas para tal desatino. Está completamente fora de esquadro quem encara com naturalidade uma sociedade formada por zero vírgula alguma coisa do total de sua população com direito a todos os benefícios que os avanços tecnológicos conquistaram, enquanto outra parte já bem maior dá graças a Deus por ter um emprego que a ajude a ajudar na formação da riqueza dos zero vírgula alguma coisa, por fim, uma derradeira parte que é a maior de todas, vivendo de tomar dos que tem emprego uma parte do ganho, situação que sempre resulta em refrega e morte quando a parte a ser tomada pelos despossuídos é tomada na marra porque há outra parte tomada pacificamente através das bolsas de todo tipo, entre as quais já se cogitou de incluir uma para o estupro, sugestão que levou meu irmão Bira a observar que ia ter muita mulher dando um jeito para ser estuprada.

O lado da violência provocado pela necessidade de tomar o que precisa deixa dezenas de milhares de mortos todo ano, o que caracteriza uma situação de guerra civil guerreada em meio a festas de requebros, de coices em pobres bolas, e de santidades, e de milagres, e de exorcismos, e de fabricação de santos que tanto podem ser fabricados com minérios quanto feitos com a memória de pessoas mortas e consideradas gente boa, sendo que estes derradeiros passarão a ter também sua figura materializada num pedaço de ferro, argila, plástico ou madeira, para que as pessoas de todo o mundo comprem (e elas realmente compram) e levem para casa aquele objeto para servir de interlocutor entre a satisfação do seu desejo e Deus. O que explicará tal comportamento? Como pode alguém ser tão bobo em tempos de século atual?

Atualmente, aliás, a irracionalidade é maior do que no tempo do velho Jeremias porque as pessoas daquele tempo não sabiam que tinham o direito de retribuição pelo desembolso com as despesas de administrar a sociedade, coisa que atualmente todo mundo sabe, mas é como se não soubesse, carecendo, portanto, de um Jeremias para esclarecer de modo que todos entendessem direitinho aquela história de não comer o fruto que dava conhecimento do bem e do mal, fazendo saber que não tem nada de santidade no meio daquela baboseira. A grande jogada daquilo é fazer com que não se adquira o conhecimento do que seja erário e sua importantíssima finalidade. Tão importante é esta figura, que se bem usado proporciona educação que proporcionará por sua vez comida, água e ar de boa qualidade, paz, irmandade, sendo que tudo isso pode ser resumido na felicidade sempre procurada, mas falta um Jeremias para ensinar onde encontrá-la. Com certeza ele vai dizer que não é nas igrejas porque ela, a felicidade, só pode existir junto com a paz, mas a paz, apesar de ser muito falada na religião, é inexistente na sua história. Só o fato de haver tantas religiões é indicativo de dissidência e desarmonia que não combinam com ambiente pacífico. E por viver contradições é que a sociedade está tão acostumada a ser insignificante que parece andar de costas por temer encarar um futuro honrado, o que só poderá acontecer quando andar de frente e tendo motivo para andar de cabeça erguida em vez de ser tão subserviente quanto subserviente se pode ser ao despencar em grande pose e às enxurradas para fazer compra em Me Ame e falar que vai estar telefonando em vez de falar que vai telefonar.

Está faltando outro Jeremias, um que seja engenheiro e faça um balão de retorno na estrada da vida para que ela tome a posição correta e deixe a contramão, posição errada em qualquer viagem. A notícia noticiada na imprensa de que a prisão de pessoas por má gestão do dinheiro público fez crescer a filiação ao partido ao qual eram filiados os presos demonstra também uma situação inexplicável. Que diabo de raciocínio tem o pai que vai se filiar a um partido por solidariedade a pessoas que malversaram o dinheiro de cuidar do seu filho? E ainda diz muito mais a notícia. Também diz que no Facebook foram divulgadas mensagens de mobilização e apoio aos presos. Não é possível que ninguém veja nada de errado nisso aí, e ainda é pior quem vê e nada faz em defesa do futuro das criancinhas rechonchudas porque a sociedade está andando às avessas e pode a qualquer momento dar num desastre. Parece mentira: Sempre na contramão a nossa sociedade, o Supremo Tribunal Federal, aquele que persegue a figura moralmente inabalável do doutor Joaquim Barbosa, deu um jeito de condenar o delegado Protógenes Queiroz. Pelo que a imprensa divulgou, o doutor Queiroz foi um benfeitor da sociedade por ter desbaratado quadrilha que roubava o erário. Então, como explicar que o juiz prenda e mocinho e solte o bandidão? Não dá prá explicar. Nenão? Inté.

 

 

 

 

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

ARENGA SESSENTA E SETE


A imbecilidade humana produz comportamentos de causar espanto. Na situação em que o mundo se encontra, em vez de se pesquisar como agir para não submeter as crianças aos males cuja manifestação não admite mais supor tratar-se de apenas mera possibilidade que pode ocorrer ou não, uma vez que já chegou a falta d’água que atormenta a população das maiores cidades brasileiras, é motivo de sobeja urgência para que esse povo imprestável pelo menos dedicasse um pouco do tempo desperdiçado futucando telefone, espetando espeto no corpo e adorando nulidades de todo tipo a quem os papagaios da imprensa chamam de “celebridades”, “famosos” e “santidades”. Se a população de São Paulo já está bebendo a borra que resta nas represas, o ar está cada vez mais difícil de respirar, e a comida está matando em vez de alimentar, isto lá é ambiente para se envolver com preparativos de festas já programadas até 20l6, além de assunto tão insignificante e falso como o da matéria à qual vamos fazer referência? Claro que não é, mas está sendo, e diante do nariz de pais atoleimados em busca de dinheiro e de um inferno para seus filhos.

O mundo enlouqueceu e precisa ser recuperado de sua loucura. Ante a perspectiva terrível de que venham as crianças a serem vítimas dos distúrbios climáticos, da perigosa ameaça do ebola e dos jihadistas, uma notícia na imprensa mundial dá conta de que uma empresa denominada Sex Wipes, que pelo nome deve ser coisa de gente tida como civilizada, divulga uma pesquisa sobre os motivos que levam o homem a ter nojo de vagina. Era só o que faltava! Toda espécie viva tem seus pontos destinados à eliminação das secreções, coisas que apesar de naturais são realmente desagradáveis e se tornam repugnantes e incompatíveis com a noção de higiene depois de apartados do corpo. Apenas a mediocridade humana de esconder até cisco debaixo do tapete, em vez de encarar corajosamente as realidades da vida, ao contrário, esconde-a covardemente ensinando às crianças mentiras deslavadas como ser bom ajuntar montanhas de dinheiro e ser bonzinho ante tal injustiça a fim de se tornar merecedor de receber presente de um velhinho que corre o mundo inteiro apenas numa noite viajando numa carroça puxada por veados voadores para entregar um presente em cada casa de todo o universo onde houver criança bem comportada para ser transformada em futuro imbecil que nem sequer pode fazer o desjejum junto com a família porque o apito da fábrica está a reclamar seu suor de idiota.

Entretanto, colocar entre as coisas repugnantes aquela preciosidade que Deus colocou entre as pernas das mulheres, única coisa realmente boa que teria feito, é o cúmulo do exagero e da burrice. Quem assim pensa, ou é um completo imbecil, ou prefere coisas até há pouco tempo inconfessáveis, mas que estão se tornando tão normais que até já são praticadas pelos representantes de Deus. Como todo desfrute tem um custo, a rapaziada que não resiste a uma escorregada deixa na gaveta do altar as recomendações divinas e dão asas às suas sexualidades, deixando com isso um trabalhão danado ao papa para se justificar perante as famílias dos chamados sexualmente abusados. Não há dúvida de que a humanidade, principalmente a parte dos países de povos que ainda nem chegaram perto do primeiro degrau da subida que leva a um desenvolvimento mental capaz de separar as mentalidades mais capazes das menos capazes de raciocinar, onde já se encontram alguns povos que alcançaram algum desenvolvimento mental usado no sentido contrário do que deveria uma vez que deste desenvolvimento tem resultado infelicidade no lugar da felicidade de se viver em paz e de dar tranquilidade ao futuro das crianças inocentes que padecerão por estupidez de seus pais ajuntadores de dinheiro e esbanjadores de ignorância.

Dá bem para se tirar uma ideia do atraso que infelicita a humanidade ao contemplar o procedimento dos povos tidos como a fina flor do desenvolvimento, mas que na realidade são ainda maiores brutamontes do que os ignorantes das partes pobres do mundo consideradas inferiores para a convivência, mas necessários e importantes para serem saqueados de suas riquezas de todo tipo e de uma forma tão peculiar que os saqueados tecem loas, adoram e imitam seus saqueadores e até introduzem em sua cultura elementos da cultura dos saqueadores para lhes facilitar o trabalho de espoliação, ignorando que sua pobreza se deve à riqueza dos que fazem escárnio dos pobres, mas que não tiram seus capangas portadores de pastas 007 dos corredores dos palácios dos povos pobres. Aliás, também é muito esquisita a concomitância de pobreza e palácios. Os ricos malfazejos até convenceram os jovens pobres que estudam agronomia e ciências afins que plantar eucalipto nas terras de seu país é bom para melhorar a fertilidade. Os povos dos países pobres servem aos povos dos países ricos do mesmo modo como os mais pobres dos países pobres servem à confraria dos ricos de seu país porque os ricos formam uma só matilha que parasita o mundo inteiro. Toda essa dinheirama que os ricos do mundo queimam para fazer guerra que lhes aumentem a riqueza é dinheiro tomado dos países pobres de hoje quando eram colônias desses países saqueadores. Se os povos dos países ricos são tão ignorantes a ponto de matar quem tem o que eles querem prá roubar, não é difícil imaginar a superioridade da ignorância da parte da humanidade considerada “resto” pela parte rica e ainda mais ignorante porque seu desenvolvimento vai resultar na mesma autodestruição do fundamentalismo religioso capaz de bagunçar o coreto humano com sua convicção da necessidade de matar todos aqueles que não seguem o seu Alcorão.

Para se localizar um povo pobre e considerado tão ignorante a ponto de se tornar objeto de escárnio por parte de atores sendo sinceros uma vez que não atuavam em representações cinematográficas, para se contemplar um povo que ainda nem mesmo sabe da existência de uma escada para o desenvolvimento mental não precisa mais do que chegar à janela. De lá se vê multidões esbaforidas numa correria infernal em atividades das quais só resultarão transtornos e doenças, unicamente para produzir uma riqueza que será acumulada nas caixas-fortes dos infernos fiscais e que deixará para aqueles que a produziram apenas a camisa suada e um corredor de hospital para chorar. Embora os povos erradamente chamados de civilizados sejam ainda mais brutos e ignorantes do que os ignorantes por eles incivilizados e espoliados, não se pode negar que alcançaram alguma comodidade, mas que de nada lhes adianta porque a raiva daqueles de quem eles tomaram o que tinham não os deixa sossegar. Interessantíssimo é que toda essa bagunça infernal é recomendada e seguida pelo país mais rico do mundo, cuja população é extremamente religiosa. Tá tudo errado nesse mundo. Nenão? Inté.

 

 

    

 

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

ARENGA SESSENTA E SEIS


O aprendizado ministrado à juventude em todo o mundo pode ser chamado de qualquer coisa, menos de educação. Educar equivale a afastar da animalidade, a dar refinamento e bons modos, o que, efetivamente, não acontece como resultado do que é ensinado. Ao contrário, o que se vê pelaí são jovens enlouquecidos matando outros jovens. O comportamento do ser humano, semelhante ao comportamento das feras, não se distancia da irracionalidade, mantendo-se em pé de igualdade com ela, talvez ainda com maior dose de ignorância levando-se em conta a palavra “irracional” que separa as duas espécies animais. O dicionário define educação como o aprendizado do qual resulta desenvolvimento físico e espiritual. Portanto, não pode educar o ensinamento que leva a suar nas academias do mundo, e que tem por objetivo aprimorar artificialmente o físico, o que não significa saúde física. Embora a saúde física seja importante, sua importância maior é fornecer energia para a atividade mental. Mas, é isso que o erradamente sistema educacional ensina? Não é. O que ensina é ficar forte não para pensar e tirar boas conclusões daquilo que observa na vida. Nada disso. Ensina é que é bonito ficar forte. Todo mundo pensa assim e muita gente deforma o corpo desenvolvendo exageradamente os músculos. Quando o tempo gastar tudo, Como ficará? Quando eu era burro igual todo jovem, até fui capoeirista aluno do Mestre Bimba, e a troco disso toco berimbau e tenho um no qual dou um rapa vez em quando.

O que se tem de importante para ser levado em conta é a atividade mental por ser ela a responsável pela diferenciação entre seres espiritualmente elevados e seres espiritualmente inferiores. Não inferiores porque sejam maus ou pobres, mas porque ainda não tiveram oportunidade de aprender verdades, e por isso vivem nas ilusões da mentira de que o importante é ser bonito mesmo à custa de cirurgias que tem provocado mortes quando dá errado, e falsa felicidade quando dá certo. Afora a beleza física, o ajuntamento de riqueza é o outro objetivo da ignorância humana. Outro dia um papagaio papagaiava que era bom para a economia aumentar a produção de carros. É, ou não é estar na contramão fazer o bem prá economia e o mal prá saúde? Pois, embora pareça mentira, é bem assim que é e ninguém nem tá aí prá nada. Todo jovem que se vê por aí é com a atenção na ponta do dedo e no aparelho de futucar. O sistema erroneamente chamado de educacional ensina ser bom, bonito e até necessário futucar aparelhos onde quer que esteja, sob pena de ser “careta”. Além de ensinar estas coisas, o que se chama de educação nem dá bola para a segunda parte da definição que o dicionário dá para a palavra “educar” que é o desenvolvimento espiritual. Quando este lado é cultivado, ganha o desenvolvimento que o lado físico perde. E, prá falar bonito, como todo bobo, a recíproca é verdadeira.

A maior desmoralização do que se chama de educação é que ao contrário de ensinar entendimento, ensina o desentendimento. Aula nesse sentido foi ministrada pelo monstruoso Henry Kissinger quando ensinou que a competição é melhor para a humanidade em vez da união. Aliás, bem lembrado aqui a figura feia de matar do mandatário americano, mas sempre arrodeado de belas mulheres com o fogo entre as pernas que só dinheiro pode apagar. O país desse pavoroso senhor Kissinger é o exemplo vivo da falência desse modo de educar que ensina apego ao dinheiro em vez das pessoas. Prova material desta alegação são os Estados Unidos da América do Norte, terra mais rica do mundo e também a mais infeliz. O povo americano representa cinco por cento da população do mundo e tem vinte e cinco por cento dos presos desse mesmo mundo, uma vez que não tem outro. Os americanos andam tão assustados que se um deles deixar escapar um pum bem alto de descuido, todos os demais nas imediações também deixarão escapar seu pum de susto.

Esse tal de capitalismo num tá é cum nada. Ele cria pobreza de um lado e riqueza de outro lado, e nenhum desses extremos também num tá cum nada porque todos dois geram violência. Se lá nos ricos Esteites há dois milhões e trezentas mil pessoas nas cadeias sendo sustentadas pelos babacas que pagam imposto, prova de que a riqueza produz a violência que leva tanta gente às prisões, aqui, neste desgraçado país bonito e de triste sorte, para provar que também a pobreza gera violência, os babacas de cá sustentam quinhentas e cinquenta mil pessoas no inferno das prisões recebendo uma educação aprimorada da criminalidade mais violenta (dados da responsabilidade do amigão Google). Precisa maior prova de estar tudo errado? Esse negócio de dizer que posição correta é de um lado ou de outro e que o meio é frescura, é uma grande frescura porque não é bom ser pobre, uma ponta do capitalismo, mas também não é bom ser rico, a outra ponta do capitalismo. Os capitalistas e seus papagaios nos microfones, nos livros, jornais, enfim, de todos os lados, ainda não descobriram que não está dando certo esse negócio de sujeito sozinho ser dono de meio mundo. Basta lembrar o pum dos americanos para ter certeza de não valer a pena ter muita coisa daquilo que é desejado por todos. A cegueira mental dos donos e amestradores dos papagaios de microfones do mundo não os deixa desconfiar do perigo a que estão submetendo as criancinhas rechonchudas. Se muitos povos no mundo chegaram à brutalidade que os faz conviver com pedaços de corpo humano pelas ruas é porque o ambiente infelizmente nada promete de bom para as pobres criancinhas que não merecem o que terão por ignorância de seus pais futucadores de telefone.

Nenhuma outra preocupação ocupa a mente da estúpida juventude mundial afora bobagens, brincadeiras estúpidas como queimar fogos, disputar a tapas bilhetes para espetáculos mambembes e a necessidade desnecessária de ficar rico. O papagaiamento sobre Bolsa de Valores, Câmbio, Cotações disso e daquilo, Mercado, PIB, Superávit, Balança Comercial, Commodities, enfim, toda uma parafernália do diabo, apenas para resultar na infelicidade em que vivem os seres humanos em sua eterna e infrutífera busca de uma posição cômoda no mundo, objetivo tão fácil de ser alcançado, dependendo apenas do convencimento de ser possível viver diferente dos outros animais que não podem escolher ou modificar seu modo de vida. É espantosa a infantilidade com que se encara a vida, semelhante à infantilidade dos tempos idos em que o corpo era mistério de Deus, e, portanto, intocável. Pois, apesar de parecer mentira, ainda nos tempos atuais a imprensa noticia a discussão sobre necessidade de intervenção da justiça para proibir que pais proíbam seus filhos de receberem transfusão de sangue por medo de Deus.

Quando aparece uma boa notícia como o crescimento de emprego na indústria farmacêutica, trata-se na realidade de péssima notícia que a juventude não tem discernimento para entender, e nem podia mesmo ter, por se tratar de manada. A verdade é que os ferimentos por bala, faca, latrina atirada no futebola, socos, explosões de caixa eletrônico, incêndios provocados pela especulação imobiliária, e, principalmente as doenças, tudo isso requer muitos remédios e empregados para produzir, vender e aplicá-los. Houvesse uma educação de verdade, estes puxadores de desassossego seriam reduzidos à insignificância, razão pela qual é certo que gastar em educação é poupar nas outras coisas. 

Causa tristeza viver em meio a tanta imbecilidade. Imagine só a quantas anda o discernimento de quem dá atenção ao fato de o papa promover lembranças de pessoas mortas em santos através de uma palhaçada chamada de beatificação, enquanto o pastor espanta os “demônios” que ele mesmo colocou nos idiotas através de hipnotismo, palhaçadas que custam montanhas de dinheiro como mostram os bancos da roubalheira denominados Templos da Fé. Haja saco! Inté.

    

 

 

 

 

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

ARENGA SESSENTA E CINCO


Ouvi, e concordo de cabo a rabo com quem disse que a riqueza tem por vantagem maior a capacidade de apagar o incêndio que as mulheres tem entre as pernas e que só pode ser amansado com dinheiro. Mas não concordo que para ser bombeiro deste fogo bento haja necessidade de tomar tudo que puder abarcar das outras pessoas e levar para fazer a riqueza que dá direito a pose na revista Forbes para incrementar a possibilidade de apagar muitos fogos pelaí. Também ouvi e não concordo que o homem seja incendiário até aos vinte e cinco anos e vira bombeiro depois disso. Não passa de falsos chavões papagaiados pelos lacaios do sistema perverso que transforma seres humanos em “material humano”, “consumidor”, “operário” “empregado” “criança de rua” (onde já se viu?). O cordão que move os papagaios com microfone até hoje os faz estrebuchar de raiva contra aquela turma por eles denominada de vândalos e que ameaçou balançar o coreto dos politiqueiros. Como era composta de jovens, fica por não dito o dito de que só se é rebelde enquanto menino. Aqueles jovens deram início a um incêndio que amedrontou os ainda não identificados candidatos à guilhotina reluzente do governador de São Paulo. Apesar de ainda não identificados, o desconfiômetro de alguns desses malfeitores da politicagem anda ligado, o que foi percebido com espanto pelo povo de um lugarejo onde apareceu um sujeito bom falante e bem afeiçoado que se preparava para “dizer algumas palavras ao simpático povo deste lugar agradável”. Acontece que neste lugarejo havia um cabra chamado Pegapacapá que foi chamado em voz alta por alguém. Quando o pretendente ao discurso ouviu alguém gritar Pegapacapá, disparou em furiosa carreira, deixando seus ouvintes boquiabertos.

Felizmente para os mesmos de sempre, e infelizmente para o país, os protestos dos jovens não passaram de fogo de palha porque o apelo do futebola, do axé e das igrejas é mais forte do que o apelo mudo pela inocência, mas calado no peito dos filhos por um futuro melhor. Este velho que escreve sem saber é uma prova de ser falso o papagaiamento dos papagaios de microfone porquanto já viveu vinte e cinco anos mais de três vezes, e se pudesse tacava fogo na injustiça insuportável de ver o valor ser substituído pela nulidade através das notícias sobre “famosos” e “celebridades”, enquanto são completamente ignorados e até perseguidos como o doutor Joaquim Barbosa, Heloisa Helena e todos aqueles que trazem benefícios à coletividade. É triste ter alcançado o tempo de predominância da desonra previsto por Rui Barbosa.

Se a humanidade sempre se comportou como barata tonta, os tempos atuais superam qualquer insensatez humana anterior. Entre as historinhas ruins que a Editora Escala publica em suas revistinhas de piadas há também historinhas interessantíssimas e inteligentes. Uma delas é a cópia fiel da falta de lógica que rege nossa sociedade. Gira a historinha em torno de um policial que ajudou um bebão a descer de um monumento público de onde ameaçava cair. Colocando em segurança o folgado, o policial lhe perguntou: “quem é o senhor?” ao que o bebão respondeu: “Ué, o senhor já esqueceu? Era eu que tava lá em cima.” Esta contradição em dar uma resposta explicando de onde vinha em lugar de explicar de quem se tratava, apesar de ser realmente uma grande contradição, não é maior do que a contradição existente entre a realidade da vida e o que as pessoas pensam ser a realidade da vida. São dois polos opostos: a vida como é vivida e a vida como deveria ser vivida. Do modo como está, nunca que vai dar certo uma vez que o Estado não pode ser de brincadeirinha. Estado é coisa séria e nem de longe deve desmerecer a Lei Maior que o organiza e a que jurou cumprir.

O estado não tem outra função senão cuidar do seu povo, ocupando, portanto, o espaço de líder maior da sociedade. Um líder que engana seus liderados está na contramão da liderança e é por isto que nada nesta sociedade também chamada de manada respeita o princípio da lógica ou coerência. Quando se fala, por exemplo, em ser um grande e famoso advogado está-se referindo a alguém que ganha muito dinheiro em troca das “arrumações” na interpretação dos textos legais como fizeram não só os ministros do STF ao livrar os Mensaleiros do crime de formação de quadrilha, mas também o ex-ministro Thomaz Bastos defendendo vergonhosamente um bandidão para receptar parte do dinheiro roubado da juventude futucadora de telefone. É uma contradição só admissível em se tratando de manada porque as leis são feitas para proteger a sociedade. Tanto assim que o assassinato não é apenas problema familiar como já foi. Depois da invenção do estado, um pouquinho de sensatez percebeu que cada indivíduo é importante para o conjunto e o estado passou a punir quem matar algum dos seus membros independentemente da vontade de sua família. Desse modo, o poder do estado que na realidade depende do povo que paga a conta não pode custear estudos para um sujeito do narigão para que depois ele venha a roubar esse povo, prejudicando a sociedade como se não dependesse dela ao proteger quem a danifica.

Que precisa mudar, não resta dúvida. Mas como a mudança vem das ruas, qualquer mudança vinda de lá deve trazer muitas outras espécies de “famosos” e “celebridades” com novos embalos de axé, novos requebros e as últimas novidades sobre coices na bola. Inté.

 

 

domingo, 19 de outubro de 2014

ARENGA SESSENTA E QUATRO


 Nem só a grande quantidade de farmácias e igrejas atesta o atraso mental de uma comunidade. As urnas também denunciam o atraso mental ou a ignorância de um povo, visto que em maior ou menor dose, todos os povos do mundo ainda são constituídos de bichos da pior espécie porque permanecem bichos destruidores de tudo, mesmo podendo raciocinar e concluir não valer a pena e nem necessidade de viver destruindo as coisas, principalmente aquelas que precisam ser reconstruídas. Do mesmo modo como o cão faminto rosna e defende uma quantidade de comida infinitamente maior que sua capacidade de comer, deste mesmo modo seres humanos rosnam em defesa de uma quantidade de riqueza infinitamente maior que sua capacidade de consumir. Em busca de cada vez maior quantidade de riqueza estão estes seres irracionais a provocar sua própria extinção e a dos outros, portanto um comportamento antissocial, mas endeusado pelos papagaios da economia. Ainda não perceberam que o dinheiro não serve para beber, comer ou respirar. A capacidade cerebral que separa a raça humana das outras raças ainda é tão pouco desenvolvida que pouca diferença causa no comportamento de uma e das outras espécies. Para piorar ainda mais a situação da humanidade, da constante usurpação de riqueza resultou na ira da natureza e na transformação dos usurpados em uma quantidade tão grande de pobres diabos impedidos de impedir sua condição de indignos. Vieram os indignos a ser chamados de povos em desenvolvimento, como se pudesse haver algo no mundo que não estivesse em desenvolvimento. Além disso, o sentido de desenvolvimento para os seres humanos ajuntadores de riqueza é o contrário de bem-estar. É como a doença que quanto mais desenvolve, maior aflição causa ao doente. Entre os significados que o dicionário dá para a palavra desenvolver está “aumentar as faculdades intelectuais”. Ora, isso corresponde exatamente à maior capacidade de raciocinar, o que equivaleria a distanciar das espécies dos irracionais, o que, na realidade, não acontece, não podendo, portanto, falar-se em desenvolvimento, a não ser um desenvolvimento às avessas que a ninguém deve interessar por aumentar os sofrimentos.

Para completar os desatinos, os menos espertos entre todos, aqueles que ainda não perceberam absolutamente nada da vida, foram convencidos de que viver é apenas trabalhar, comer, cagar e trepar, principalmente TRABALHAR. A insensatez dos ainda quase irracionais humanos levou a humanidade a dividir-se entre pobres coitados de espírito e ricos de dinheiro, e pobres coitados de tudo, que foram relegados à condição de escravos encarregados da produção e venda de bugigangas, num frenesi incompreensível, simplesmente para formação da riqueza dos ricos de dinheiro e pobres de espírito que espoliaram os pobres de tudo desde o passado, e, no presente, além do restinho de minério, também espoliam o suado dinheirinho dos impostos que lotam infinitas pastas 007 a navegar majestosas e soberanas pelos corredores dos luxuosos palácios onde há abundância de mármore e de tudo, para viajar depois de bem recheadas prá bem longe em jatinhos que também transportam pessoas do mundo dos ricos ou seus servidores do mundo da administração pública.

 Do mesmo modo como os bichos do mato não precisam de permissão para nada, desse mesmo modo pessoas há que furam a fila, que transformam o carro numa caixa de fazer o barulho que segundo os cientistas da ONU, além de surdez, o barulho também causa nervosismo, ressecamento de pele, envelhecimento precoce e impotência sexual. Pode parecer mentira, mas quem afirmou isso aí foi ninguém menos que o corpo de cientistas da Organização das Nações Unidas, onde o sujeito não chega pela bênção do poder das sombras dos palácios de mármore. Além destas estupidezes, há quem festeje o Halloween, que lotam igrejas, campos de futebola e de axé. São pessoas socialmente ignorantes do que se faz necessário para que a vida não seja agradável apenas daquela agradabilidade que faz imensamente feliz uma criancinha ante um brinquedo que lhe agrada. Não é outra a ilusão de quem vive para juntar dinheiro e quem vive para fazer as coisas desnecessárias para trocar por dinheiro. As montanhas de fortunas ajuntadas tem o mesmo destino das montanhas de trigo que os egípcios ajuntavam nos seus famosos silos: virou tudo bosta.

Na imaginação das pessoas mentalmente atrasadas existem demônios, duendes, espíritos, santos, feitiços, estátuas e estatuetas que gostam de dinheiro, coisas totalmente inexistentes, mas que ocupam a mente e o tempo precioso que deveria ser ocupado em adquirir conhecimento sobre uma forma de viver todo mundo bem. Em função desta obstrução mental, vive a humanidade um mundo inteiramente fora da realidade. Não descobriram ainda que a corrida ao ouro causa mais desassossego que paz.

Na verdade, só se desenvolve mentalmente através de um programa educacional elaborado com a finalidade de ensinar o oposto do que se aprende atualmente. Os papagaios de microfone até chegam a afirmar uma tal de educação através do esporte, mas isso é coisa lá dos papagaios com microfones que apenas repetem o que seus patrões mandam. Afinal, papagaio só repete. Os papagaiamentos visam exatamente impedir o verdadeiro conhecimento porque os que decidem o destino do mundo não podem enxergar direito por terem cifrões em vez de pupilas, carecendo de quem lhes oriente em outra direção.

Como não há problema sem solução, a falta de instrução que impede a humanidade de chegar a um grau de civilização que lhe permita viver em paz pode ser superada com o empenho dos pais em superar a imbecilidade a que estão submetidos e ministrar a seus filhos a verdadeira educação, aquela educação que visa o bem-estar através da simplicidade de uma vida simples onde haja harmonia entre os seres humanos, fauna e flora. Não é preciso impedir que as crianças vejam os papagaios na televisão ou nos aparelhos de futucar, mas é preciso fazê-las entender a verdade sobre as mentiras que eles estão papagaiando como afirmar que a cultura intensiva do eucalipto chega a ser benéfica para o lugar onde é plantado. Tal absurdo, caso fossem esclarecidos os pais das criancinhas rechonchudas, deveria ser tirado a prova dos noves fora. Se cientistas independentes afirmam que é ruim, uma pobre juventude sem qualquer experiência sobre as artimanhas dos ricos foi convencida do contrário, do mesmo modo como convencidos do contrário está quem prega o olho na igreja em vez do erário. Uma vez convencido da verdade de haver necessidade de se observar princípios espirituais de moralidade, sinceridade e respeito às outras pessoas para que haja boa convivência acima de qualquer outra coisa, nenhum papagaio impedirá que a atenção se volte para um bom caminho, um caminho que leve a um ambiente no qual se pode passear por ruas limpas, arborizadas e seguras.

O desenvolvimento mental só pode agraciar quem vai à procura de conhecimento. Ele não vem até as pessoas porque o sistema educacional tem por objetivo impedir o conhecimento que leva as pessoas à paz. Ao contrário, como defendeu abertamente o monstruoso Henry Kissinger, o negócio é a competição. Nada de união. E assim a humanidade segue seu caminho às avessas levada por líderes que empunham numa mão a bandeira da usura, e, na outra, a da religião. Quando acontece de um mesmo líder empunhar estas duas bandeiras como os Bush, o resultado é o Estado Islâmico que ameaçará ao lado do Ebola o futuro dos pais idiotas e de suas inocentes e pobres criancinhas rechonchudas dignas de pena pela péssima qualidade cívica de seus pais. Tudo isso em função do impasse de se encontrarem em campos opostos a necessidade de uma educação que ensine verdades e a impossibilidade de se ministrar este tipo de educação por não ser do interesse de quem dá as ordens uma vez que da verdadeira educação resultaria no aparecimento da situação contra a qual o governador de São Paulo promete montar uma fábrica de guilhotinas da melhor qualidade. Inté.

 

 

 

 

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

ARENGA SESSENTA E TRÊS


É simplesmente maravilhoso pedir ao amigão Google para ouvir músicas e escolher Altemar Dutra e Ângela Maria cantando Gente humilde. Quando Chico Buarque criou a letra de Gente Humilde expôs o lado sentimental de quem tem sensibilidade bastante para pensar também nas outras pessoas, coisa que o Chico tem feito de modo incansável. A história contada na letra de O Meu Guri é sem tirar nem por a realidade maldita que submete os pobres jovens largados à própria sorte e criados como bichos, contra os quais os papagaios com microfone e a troco de salários altíssimos destilam ódio em vez de compreensão.  Em O Funeral De Um Lavrador, Chico se solidariza com quem sofre o que o diabo não quer sofrer para produzir um saco de café que vai render cerca de quatorze mil dólares nos Estados Unidos, mas o produtor é obrigado a vender por apenas quinhentos reais esse mesmo saco de café aqui no Brasil de triste sorte e povo.  Na letra de Gente Humilde, Chico conta a história de alguém que vai passando de trem por um subúrbio e pensando na situação daquela gente pobre e tão ingênua que escreve “Doce Lar” nos casebres. Vivem os poetas num mundo de fantasia onde é possível haver quem encontre beleza e romantismo na pobreza dos barracos e na ingenuidade de seus moradores pobres, o que é mais uma das muitas falsidades em que mergulha a humanidade, coisa que não escapa ao entendimento do grande poeta Chico Buarque. Nenhuma beleza pode haver na pobreza. O Gilberto Gil, apesar de não parecer mais se ligar nestes assuntos, também condenou a pobreza dos barracos em Os Barracos da Cidade.

Enquanto se é jovem e se dispõe de vitalidade para requebrar os quadris nos espetáculos musicais de péssima qualidade, e a ignorância for superior ao conhecimento, até aí a ilusão de que a vida é uma beleza alimenta uma falsa felicidade que acabará quando chegar a idade do condor, a necessidade de remédios e o choro no corredor do hospital. Quem observa como se processa a vida do ser humano tem os mesmos motivos que levaram o Chico a ver com tristeza a ingenuidade daqueles adultos com mentalidade de crianças que ainda não aprenderam o que é viver com dignidade em vez de se conformar apenas com pão e circo. Justifica-se plenamente sentir tristeza ante tal situação porque pessoas tão desprovidas da capacidade de raciocínio nunca serão capazes de formar uma sociedade onde se possa ter o sossego necessário para permitir aproveitar o pouco de bom que a vida tem para nos dar depois de passada a fase de soltar foguetes e de ser tão burro quanto burra pode ser uma juventude capaz de atravessar continentes para adorar em Roma pedacinhos de osso. Tal mentalidade, por si só, é a razão pela qual a sociedade está naufragando. Chegamos a um ponto de degradação tão grande que nem mesmo nossa língua pátria é poupada da canalhice dos canalhas apátridas famintos por dinheiro e em conluio com seus parceiros estrangeiros de canalhices que tem cifrões em vez de pupilas. A invasão de estrangeirismos em nosso vernáculo é outra coisa de entristecer quem gostaria de ver nosso país fazer com que se tivesse orgulho dele em vez de vergonha por se ter nascido por aqui como disse o mesmo Chico na letra de Partido Alto ao lamentar que “na barriga da miséria nasci brasileiro”. Como não se pode falar a verdade porque os ricos não querem, a censura mudou o “brasileiro” da letra de Chico para “batuqueiro”. Aliás, a mudança da palavra não mudou o sentido da coisa porque o batuque faz parte da personalidade do brasileiro ao lado da macaquice e da desonestidade que nos torna conhecidos como o único povo no mundo a roubar a Cruz Vermelha Internacional.

O jornal Folha de São Paulo censura qualquer comentário em suas matérias que contrarie interesses do mundo dos ricos. Entretanto, esse mesmo jornal, numa demonstração de falta de patriotismo, em matéria sobre o Estado Islâmico, emprega descaradamente uma palavra da língua inglesa (mainstream) como se fosse do nosso vernáculo. Sem qualquer alusão de se tratar de palavra alienígena. Não é suficiente entregar as riquezas naturais, mas é preciso entregar também a riqueza cultural como fizeram os subservientes ao substituir o som gostoso do Carimbó pelo “Rock and Roll.” Enquanto isso, a juventude a quem caberia a guarda da soberania da sua cultura pátria nem mesmo lê jornal, e se ler não entenderá jamais o significado danoso de tal prática aparentemente inofensiva.

Não tem outra finalidade a ação nefasta dos papagaios a recomendar os jovens a adorar futebola, axé, aparelhos de futucar, senão torná-los completos idiotas incapazes de perceber o triste destino a que tal procedimento desconexo da realidade os levará. É de botar em pé os cabelos de quem os tem a indiferença da juventude ante os perigos a que está exposta sem saber: O Estado Islâmico, o ebola, as secas, as enchentes, a fumaça, o veneno nos alimentos, na água e no ar, além do barulho. Nada disso é motivo para fazer o jovem idiota tirar o dedo do aparelho de futucar e pensar nos filhos. Ao contrário, escancham as inocentes criaturinhas no pescoço para herdarem a idiotice dos pais ao sentirem empolgação em ver idiotas correndo atrás de uma bola, ou carros dirigidos por outros idiotas a trezentos quilômetros, ou aviões bufando fumaça, ou a cor da fumaça que anuncia a eleição do papa, ou lotar templos onde espertalhões enriquecem. Enfim, há idiotas para todo tipo de idiotice. Só não há quem procure saber se é possível viver em paz e harmonia com as demais pessoas, coisa inteiramente possível, dependendo apenas de se experimentar a vantagem de viver sem guerra, coisa que nem passa pela cabeça de quem pensa com a ponta dos dedos e adora quem pensa com os pés e com a bunda para os requebros.

Se é que é verdade a afirmação de que a mudança vem das ruas, só as criancinhas que estão sendo feitas agora poderão ter alguma esperança de usufruir de uma vida social vivida em outro tipo de sociedade. Nem por isso se deve conformar em vez de lutar. Nenão? Inté.

  

 

   

terça-feira, 14 de outubro de 2014

ARENGA SESSENTA E DOIS


São infinitos os meios pelos quais se constata ser a vida vivida às avessas. Um deles é a ojeriza que o jovem sente pelo velho, quando, na realidade, o velho é que tem motivos de sobra para ter ojeriza do jovem pela sua ignorância ingênua decorrente do curto tempo em contato com a vida, razão pela qual o jovem ainda não adquiriu experiência suficiente para se tornar esclarecido sobre tanta coisa que ele nem imaginem existir. O jovem, em relação ao velho, entende a vida tanto quanto entende uma criancinha em relação ao jovem. Do mesmo modo como a inocência da criança tornaria sua companhia enfadonha ao jovem, assim também a presença do jovem enfada o velho. E isto acontece pela impossibilidade de comunicação entre a inocência e a experiência, principalmente quando a inocência se acha superior à experiência, como ocorre quando jovens que não sabem a diferença entre “come e “comer” se acham capazes de contradizer estudos científicos, o que demonstra a facilidade com que pode o jovem ser convencido a seguir esse ou aquele rumo, circunstância esta sobejamente aproveitada pelos papagaios que papagaiam em microfones por ordem de um monstro chamado Mercado, fruto de outro monstro chamado capitalismo, por conta do qual as pessoas se tornam tão más que são incapazes de um lapso sequer de preocupação com alguém que não seja consigo mesmo. É por isso que se torna perigosa a passividade do jovem inexperiente que o faz presa fácil da maldade do mundo. Não fossem tão inocentes, os jovens deveriam conversar com os velhos e prestar atenção no que eles tem a dizer. Este mal amanhado blog, meu Rocinante, mostra sempre aos jovens a burrice que é usar drogas e ser indiferente às coisas que acontecem em sua sociedade, verdade esta que os pobres diabos só irão perceber quando estiverem sofrendo na UTI as consequências de uma vida desinteligente. Se todos, absolutamente todos os jovens vão se arrepender por não terem se comportado como a experiência da velhice vai lhe mostrar como deveria ter sido, desse arrependimento nenhum jovem escapará, embora os mal-estares provenientes de procedimentos errôneos poderiam ser evitados se os jovens prestassem atenção no que acontece à sua volta e trocasse ideias com os velhos sobre suas observações da vida. Por menos que tenha se preocupado em observar a vida, a experiência do velho sempre o faz mais apto a compreender a realidade de que a maldade humana superou a barreira da neutralidade perante o sofrimento alheio e passou a promover este sofrimento.

A inocência do jovem permite aos papagaios que papagaiam nos microfones induzi-los a erro criando em suas mentes desavisadas mil e uma necessidades cujo atendimento visa unicamente atender à ganância dos vendedores de coisas desnecessárias, atitude negativa e prejudicial porque a produção indiscriminada de bugigangas para atender a um consumo desenfreado agride a natureza e dá origem às secas e à falta de água que já leva os paulistas a comerem em pratos limpos com papel higiênico e os cariocas a enfrentarem temperaturas que fritam ovo no asfalto. Os jovens foram transformados em consumidores e material humano e se sentem orgulhosos por fazer compras em Me Ame. Caso um dos jovens convencidos pelos conselhos dos papagaios de microfone a comprar isso e aquilo conversasse com um velho sobre este conselho, ouviria que de tal procedimento resultará a infelicidade dos seus descendentes. Caso ficasse intrigado com o fato de fazer compras ter algo a ver com o futuro do seu filho, o jovem que buscasse a verdade através dos conhecimentos científicos de quem os tem poderia compreender a cadeia que liga estas duas pontas. Certamente este jovem curioso aprenderia também da injustiça verificada na diferença entre a recompensa recebida por quem vende as coisas e a recompensa recebida por aqueles que suam a camisa para produzi-las. Sabendo ser a injustiça promotora de sofrimento e ódio, dois elementos incompatíveis com tranquilidade e bem-estar, não pode ter futuro promissor uma sociedade tão injusta que as crianças só recebem o tratamento que toda criança merece quando seus pais são ricos. As crianças dos pobres merecem menos atenção do que cães e gatos.

Embora o desligamento dos jovens os leve à convicção de que toda a infelicidade do mundo decorre da desobediência aos preceitos divinos, o que é uma grande bobagem porque a única coisa capaz de levar as pessoas ao nível necessário de sociabilidade para se viver bem em grupo é a educação que depende exclusivamente da boa aplicação do erário. Entretanto, como a cultura da fome de dinheiro só ensina como produzir dinheiro, decorre daí que os jovens são influenciados pelos papagaios de microfone a comprar, comprar e comprar sempre. Ainda hoje, na Rádio CBN, um desses papagaios papagaiava sobre uma excelente notícia que seria o incremento do sistema educacional através dos aparelhos de futucar. Na verdade, a única educação de que necessitam as pessoas para se viver sem tanto sofrimento seria uma educação que ensinasse civilidade, cidadania e solidariedade humana. É tão fora de propósito o papagaiamento destes papagaios que este mesmo anunciante da novidade educacional tendente a encher as burras dos fabricantes dos tais aparelhos para serem futucados anunciava outra grande novidade para economizar água com um chuveiro que recicla a água do seu banho, de modo que a água ensaboada e suja do banho faz um círculo e retorna limpa para completar o banho. Só mesmo na mente suja destes papagaios. Inté. 

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

ARENGA SESSENTA E UM


Quem se sente a gosto em determinada posição resiste a mudar para outra posição sem a garantia de ficar ainda mais a gosto. Esta é uma lei da natureza na qual nem os juristas que perseguem o doutor Joaquim Babosa conseguem nela fazer o malabarismo permitido nas leis da sociedade para driblar a condenação de ladrões do erário e receptar parte do roubo. É pela impossibilidade de fraudar a lei da comodidade que nos obriga a procurar conforto sempre que demonstram ingenuidade aqueles que afirmam que os politiqueiros estão errados em não por ordem na sociedade que administram. Embora realmente estejam errados os politiqueiros, ainda muito mais errados estão os que esperam deles mudanças no sentido de corrigir os erros que eles próprios providenciam por ser impossível agir de outra maneira desde que não se pode esperar que pessoas imbuídas da cultura do levar vantagem sempre venham a abrir mão espontaneamente de mordomias que lhes permitem nem sequer saber o que é ter necessidade de nenhuma das coisas pelas quais as pessoas do povo precisam buscar com grande sacrifício, morrendo, muitas vezes, por não conseguir. As reformas que os bobos encaram como uma cura milagrosa para os males sociais a ser levada adiante pelos próprios causadores destes males nunca haverão de curar coisa nenhuma pela obviedade de não largar do osso quem está a roê-lo. A expressão “Quem quer, vai, quem não quer, manda” (embora eu não tenha certeza se precisa tantas vírgulas) esclarece bem esse assunto e contém tanta sabedoria que nem parece. Esta frase mostra não só a causa da falta de solução dos problemas que afligem todos os aflitos do mundo, que é o fato de ficarem eles a esperar que alguém os livre de suas aflições, transferindo para outros a execução da tarefa de cuidar do futuro de seus filhos. Pode esperar sentada a sociedade, que as autoridades não vão transferir para o povo qualquer parcela do bem-bom de sua vida mansa, onde basta dizer que não fez o que fez para realmente não ter feito.

Embora já tenha passado do tempo, ainda não se percebeu que nunca dará certo esse negócio de entregar uma montanha de dinheiro a um ser ainda incivilizado e esperar que ele compre bem-estar para outra pessoa que não ele mesmo. Mas é isso que o povo faz e a montanha de dinheiro é removida para os infernos fiscais por alguma fé muito má.

Fecha justo com a realidade a afirmação de que aquele que em vez de ir lá e fazer o que precisa ser feito manda alguém fazer acaba ficando prejudicado de alguma forma, verdade esta que pode ser percebida até nas coisas corriqueiras como o sujeito que chegou ao guichê e pediu uma passagem para Biçuli, ao que o atendente lhe disse que não havia passagem para Biçuli, e o comprador foi direto a uma pessoa que o aguardava fora da estação e disse: “Óia, Biçuli, o home disse que num tem passage procê, não”. Não se pode negar a sabedoria contida no “quem quer, vai. Quem não quer, manda”. Mas a certeza de caber à própria sociedade tomar a iniciativa de promover a mudança necessária a fim de fazer a vida ficar agradável para que as pessoas não sejam tão barulhentas e infelizes, contradiz com a estupidez humana que leva o povo a fazer mudança para pior. A humanidade já atravessou várias fases no seu roteiro de involução espiritual. Quem não for tão ingênuo a ponto de pensar que sempre fomos do jeito que somos agora, e quiser ter uma ideia de como éramos antes de sabermos como iniciar o fogo, veja o filme “A Guerra do Fogo” e preste atenção no assombro e emoção que sentimos quando percebemos ser possível iniciar um fogo. É realmente impressionante e comovente comtemplar a expressão de espanto e alegria do ser quase humano ao perceber ser possível iniciar um fogo, no que tinham absoluta razão por ser o fogo seu único meio de defesa contra inimigos infinitamente mais fortes. Outra constatação que tiramos do filme é entender que a ignorância da época de bicho era tanta, e não podia ser diferente por se tratar de bichos, apesar de ter diminuído continua em nossa personalidade fazendo com que inexista em nossa espécie o sentimento da solidariedade humana coletiva necessária para reconhecer a grande verdade de sermos iguais na vida real e não apenas na letra fria e falsa da lei.

Não se podem dispensar os administradores, é verdade. Mas também não se pode deixá-los como únicos responsáveis pela chave do cofre pelas razões que levaram o governador de São Paulo a brandir guilhotinas. Enquanto perdurar o instinto sobre a espiritualidade, seria sensato acompanhar o trabalho das autoridades, recusando aceitar uma administração que não proporcionasse tranquilidade necessária para não se ter medo nas ruas, mas é aqui que a porca torce o rabo porque não há ninguém pensando em mudar nada. Embora iniciasse recentemente a juventude uma exigência de mudança, logo achou melhor voltar aos aparelhos de futucar e as coisas ficaram ainda piores com a nomeação dos piores tipos de seres humanos para compor o congresso. Com a juventude que temos, estaremos em pior situação a cada dia. Inté.

 

 

 

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

ARENGA SESSENTA


Se um dia houver sensatez em algum lugar, todo esse rame-rame em torno de religiosidade e materialismo poderá ser resolvido apenas estabelecendo-se a obrigatoriedade de se comprovar o que se afirma. Algo assim parecido com um comportamento oposto ao que vigora atualmente, onde a mentira predomina sobre a verdade. Incorreria em pena grave quem fizesse afirmação de abrangência social sem a devida comprovação. Isto simplificaria tudo porque o mal da humanidade é a mentira. O mundo não pode ser bom enquanto houver necessidade de iludir o povo com pão e circo, o que já ficou provado que não dá certo. Nem pode der mesmo certo um ambiente de esconde-esconde porque o ideal seria que todos pudessem aprender como é o funcionamento da organização social. Uma sociedade para ser agradável não significa total inexistência de conflito porque a própria natureza se encarrega de dar origem a personalidades incapazes de aceitar o limite que a vida em grupo exige de todos. Uma sociedade só se torna agradável quando constituída de pessoas que entendem o funcionamento da máquina social e de sua importância tamanha que pode ser considerada sagrada e defendida a qualquer preço. Não há outra maneira de se viver senão em ajuntamentos, mas ninguém pensa nisso apesar da vantagem real que existe no fato de poderem as pessoas trocar entre si a satisfação das suas necessidades. Mas, como o povo não tem nem noção destas coisas, não pode fazer uma sociedade agradável, e nem poderá enquanto não tiver maturidade suficiente para perceber as coisas que não são ditas e que por isso mesmo precisam ser “pescadas” nos acontecimentos que não se encontram nos aparelhos de futucar que substituiu o cérebro da juventude imprestável.

A humanidade foi possuída pelo espírito do Rei Midas e adotou o dinheiro como parâmetro para a vida, o que deu origem a uma correria desabalada em busca de riqueza. Sempre me lembro de quanto se engana um jovem que há muito vi numa antiga IstoÉ com os olhos esbugalhados, dizendo eufórico que sua empresa estava dobrando a cada dez anos, mas que ele queria era mais! Este é o comportamento avesso àquele do qual resulta uma sociedade agradável. Como o que se aprimora é a busca do ouro, para tanto, papagaios papagaiam nas rádios onde, como, e quando aplicar seu dinheiro para receber de volta mais do que aplicou. Quem deita e acorda pensando em dinheiro não pode pensar para compreender o motivo pelo qual o comportamento daquele jovem de olhos esbugalhados querendo mais e mais riqueza é um comportamento antissocial. Embora tido como normal, é, na verdade, uma grande aberração entre a recompensa que recebe o trabalhador para fazer os objetos e a recompensa recebida pelo dono das máquinas e os executivos que os comercializam. A desigualdade social não pode ser tão exorbitante quanto é. A desumanidade com que são tratados os pobres e desamparados desnuda a mediocridade do sistema de administração pública que garante direitos iguais no seu ato de formação solene, sob a proteção de Deus, e proclamado em grande estardalhaço.

Uma vez não sendo possível viver de outro modo que não em sociedade, é desinteligente não se buscar um meio de convivência que permita a todos se sentirem a gosto, o que não é possível numa sociedade onde uns levam vantagem sobre outros porque esta é uma sociedade fadada ao fracasso como fracassada está a sociedade humana em função de seus subterrâneos obscuros onde são tramadas as armadilhas que justificam as palavras do governador de São Paulo ao afirmar que se o povo souber o que se passa por lá debaixo dos panos haverá falta de guilhotina. Não resta dúvida de estar tudo errado e não há outra maneira de endireitar senão ensinando às crianças o contrário do que nos foi ensinado porque é tudo mentira, enquanto só a verdade constrói. Inté.

terça-feira, 7 de outubro de 2014

ARENGA CINQUENTA E NOVE


Em que mundo anda a cabeça desses papagaios que papagaiam em microfones a necessidade de se aumentar o consumo para que a economia esteja bem, se para isso é preciso agredir ainda mais a natureza que já não suporta mais tanta agressão? A sandice desses insufladores de necessidades desnecessárias cujo atendimento enche as burras de quem faz pose na revista Forbes, crime que se comete contra os jovens ao viciá-los em compras em lugar das coisas sobre as quais há real necessidade de atenção. Sempre existiram os pregadores do apocalipse que marcam com seu rastro de casco partido as sociedades de sua época, martelando feito araponga de dia e de noite sua pregação enfadonha de desenvolvimento a troco de se comer, beber e respirar veneno. É de se supor que estas pessoas não tenham filhos ou que não gostam deles. O grande representante dos cascos rachados, a figura física e moralmente monstruosa de Henry Kissinger a endeusar a competição, um processo, segundo sua opinião de rei Midas, que envolve ganhadores e perdedores. Cada sistema vigente em cada fase histórica teve seus lacaios para defender quem quer que estivesse na posse da chave do cofre. Essa necessidade de vencedores e perdedores é a causa de toda a desarrumação uma vez que não há mais motivo para competição porque ela dá origem à desarmonia, impossibilitando a paz social só encontrada na harmonia. Do mesmo jeito que acontece com os sons musicais que precisam se harmonizar para formar melodiosos e belos acordes, também as pessoas precisam se harmonizar entre si para formar belas sociedades.

O modo de administração pública perdeu de vez a compostura e assumiu desavergonhadamente seu papel de fingir preocupação com o povo incapaz de reivindicar algo que não sejam festas em troca do imposto que paga. Esta alienação mental a que é submetido o povo a ponto de não se interessar pela segurança dos próprios filhos visa facilitar a enganação e funciona tão bem que jogador de futebola serve de chama voto para o candidato que aparece ao seu lado no retrato. É de irrealidades tanto a vida social quanto a individual, e não podia ser de outra forma uma vez que a personalidade social é o resultado da soma das personalidades individuais. Quando as personalidades individuais tem a mesma propensão gastronômica do peru, o resultado é uma sociedade na qual podem ser encontrados pedaços de corpo humano pelas ruas.

Deixando a inocência da criação divina, o bicho que veio a se tornar homem tinha necessidade de matar porque disse dependia sua vida. Um tigre que não matar vai morrer de fome. Embora a mutação física nem de longe permita mais a semelhança com outros bichos, salvo as macaquices de fazer compras em Me Ame, o mesmo não aconteceu com o lado espiritual que continua com raízes lá no tempo de bicho, razão pela qual a humanidade carrega a saga da destruição. As guerras são fruto de uma estupidez maior que o mundo. Não há sensatez em criar filhos para se matarem em campos de batalha e nem para virem a sofrer falta de tudo quando chegar a declaração de guerra da natureza.

A história da humanidade envolve muito sangue. Até na história de um Deus cuja bondade não tem limite se encontram morticínios. Já são tempos de se pensar em paz e harmonia entre nós. Não deve a juventude continuar total e socialmente inútil para sua sociedade. A única contribuição que os jovens dão à sociedade é em dinheiro, nenhuma contribuição espiritual que aprimore a vida social carente de valores positivos. Tão carente está nossa sociedade que se tornou ridícula ao transformar um órgão da nobreza de um Congresso Nacional em lugar de recreio altamente remunerado pela juventude para jogador de futebola, cantor de bobagem, palhaço, enfim, para quem esboçou atitude de quem pensa e pediu mudança nas ruas, o que recebeu foi uma mudanças às avessas como avesso é tudo nesse país de jovens imprestáveis. Inté.

 

domingo, 5 de outubro de 2014

ARENGA CINQUENTA E OITO.


Há muito, muito tempo, afirmou-se que a religião seria o entretenimento literário das futuras gerações. Só haverá futuras gerações, entretanto, se o mundo deixar de ser esta esculhambação e se organizar. Como só pode o mundo ser organizado quando houver um povo educado, isto significa que se houver futuras gerações, serão de pessoas educadas. Como pessoas para ficarem educadas precisam ler bons livros, e como quem lê bons livros adquire conhecimento, é realmente certo que uma geração futura de pessoas de grandes conhecimentos terá motivos de sobra para dar boas risadas ao tomar conhecimento da seguinte notícia publicada no Jornal do Brasil, com a manchete Ossos de São Pedro são mostrados pela primeira vez pelo Papa Francisco”. O conteúdo da matéria é realmente de fazer cólicas de tanto rir a quem aprendeu alguma coisa da vida. Acontece, porém, que quem aprendeu alguma coisa na vida fica triste por viver em meio a quem joga fora o tempo e os recursos de dar dignidade a pobres crianças transformadas em bichos. Nesta notícia está a prova evidente do atraso mental em que se encontra a humanidade em termos de evolução espiritual. Levando-se em conta a experiência que tinha o ser humanado primitivo em comparação com a experiência do homem moderno, pode-se afirmar com tranquilidade que os seres humanos ainda se encontram em épocas primitivas quando se acreditava na necessidade de agradar o espírito do animal morto pelo caçador. Mas aqui está a notícia de que falávamos. Bem desse jeito que aqui está: Centenas de milhares de peregrinos juntaram-se para ver os oito fragmentos de ossos com entre 2 e 3 centímetros de comprimento, exibidos em uma cama de marfim dentro de um baú de bronze, que estava exposto em um pedestal na Praça de São Pedro, na Cidade do Vaticano”

Enquanto as crianças podem ficar sem água e comida, idiotas se reúnem numa praça para ver pedacinhos de ossos sobre uma cama de marfim dentro de um baú de bronze. Tal notícia lembra outros idiotas da Idade Média que se prostravam ante pedaços de madeira apresentados pelas igrejas como sendo um pedaço da cruz em que Cristo fora crucificado, mas que se reunidos seriam suficientes para construir um navio. A afirmação é do grande historiador Edward McNall Burns em História da Civilização Ocidental. Esse tipo de gente prefere dar sua afeição a cães, gatos, pedaços de madeira e de ossos em vez de dá-la às crianças que se matam nas drogas para onde são empurradas exatamente por falta da atenção de quem vai prestar atenção em pedacinhos de osso sobre cama de marfim, bem ao lado do Banco do Vaticano. Entretanto, como a mentira tem pernas curtas, embora não tão curtas, mesmo aquelas pessoas dotadas de mentalidade mumificada acabarão por perceber a inutilidade de lotar igrejas e a utilidade de se ligar no trato da sociedade. É inevitável a superação da ignorância. Em livro denominado “Porque o ateísmo vai substituir a religião”, que pode ser acessado através do amigão Google, o doutor Nigel Barber afirma o seguinte:

“Prosperidade fará ateísmo substituir a religião em todo o mundo até 2041, diz estudioso.
Um estudo realizado pelo Dr. Nigel Barber afirma que a religião será banida da sociedade mundial até o ano de 2041, e substituída pelo ateísmo, devido ao aumento da qualidade de vida da população e prosperidade de países hoje em desenvolvimento.
Barber lançou um livro sobre o tema, chamado Why Atheism Will Replace Religion (“Por que o ateísmo vai substituir a religião”, em tradução livre), onde disserta com mais detalhes sobre sua previsão ousada.
Para a produção do livro, o biopsicólogo irlandês estudou as crenças, hábitos e histórico de pessoas de 137 países, e chegou a conclusão de que as populações vão se tornando ateias conforme vão prosperando materialmente.
Para o professor Barber, os adeptos à religião já não são maioria: “Tais grupos são pequenas minorias da população mundial e que eles vão se tornar ainda mais marginalizados à medida que aumenta a prosperidade global e padrões de vida melhoram”, disse.
Em seu livro, Barber questiona quanto tempo levaria para a maioria dos países em todo o mundo chegarem a um nível semelhante de riqueza e desenvolvimento igual aos países que já têm um número expressivo de ateus, e diz que conforme isso for se concretizando, a proporção de religiosos cairá igualmente aos países já desenvolvidos, pois as pessoas já não precisarão confiar no sobrenatural uma vez que suas necessidades físicas e materiais estão sendo atendidas.
“O declínio da religião não acontece apenas porque as pessoas estão se tornando mais ricas, mas também por causa do aumento da qualidade de vida, diminuição de doenças graves, melhor educação e bem-estar”, diz Barber, que cita dados de países com alto Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): “A religião é uma prioridade baixa nas culturas japonesa e sueca, onde as pessoas normais são relativamente confortável. Consequentemente, a maioria das populações é ateia”.
Segundo informações do News Channel 9, o estudioso reconhece que os benefícios emocionais da religião favoreceram a evolução da sociedade como um todo, mas afirma que a tendência é que os avanços obtidos através da fé sejam deixados de lado.
Como exemplo, Barber cita um estudo publicado na revista Psychology Today, em 2007, que descobriu que não há quase nenhum ateísmo na África Subsaariana, devido à baixa qualidade de vida, e que na Europa, onde há mais qualidade de vida, o número de ateus é maior. Na Suécia, por exemplo, 64% das pessoas não possuem religião; Na Dinamarca, 48% são ateus, assim como 42% dos alemães; Na França, o número de pessoas sem religião é 44%.

Quando se compara países em todo o mundo, os mais felizes não são as mais religiosas", afirmou. "Os países onde a maioria das pessoas está mais infeliz predomina a pobreza, fome e doença, e são esses mesmos países onde a crença religiosa é mais forte.”

As afirmações do livro estão aí para serem percebidas por todos. Só não são, é em virtude da refutação das ideias novas que sempre enfrentam resistência, Já dizia o Grande Mestre do Saber Machado de Assis. Entretanto, a religião é o meio pelo qual o necessitado procurar mitigar sua necessidade. No Livro de Rute, 1;6, está dito que Noemie ouviu dizer que o Senhor se lembrara de seu povo e estava a lhe dar pão, resolveu voltar para sua terra de origem com suas duas noras, de onde partira porque havia fome. Como não se pode esconder a evidência demonstrada nas palavras do doutor Nigel Barber, vai-se diminuindo a resistência à ideia de haver infinita superioridade na vantagem social em se cuidar das crianças em vez das igrejas.

A arte de viver é a única que se torna pior à medida que é exercida por mais tempo. Todas as demais atividades se perfeiçoam com a prática. Entretanto, a ignorância que leva a juventude a fazer opção por viver em função de dinheiro haverá de passar e ser substituída por um sentimento capaz de refletir sobre o destino triste das pobres crianças morrendo afogadas em arremedos de barcos por pura ignorância dos adultos. Inté.