Se um dia
houver sensatez em algum lugar, todo esse rame-rame em torno de religiosidade e
materialismo poderá ser resolvido apenas estabelecendo-se a obrigatoriedade de
se comprovar o que se afirma. Algo assim parecido com um comportamento oposto
ao que vigora atualmente, onde a mentira predomina sobre a verdade. Incorreria
em pena grave quem fizesse afirmação de abrangência social sem a devida
comprovação. Isto simplificaria tudo porque o mal da humanidade é a mentira. O
mundo não pode ser bom enquanto houver necessidade de iludir o povo com pão e
circo, o que já ficou provado que não dá certo. Nem pode der mesmo certo um
ambiente de esconde-esconde porque o ideal seria que todos pudessem aprender
como é o funcionamento da organização social. Uma sociedade para ser agradável
não significa total inexistência de conflito porque a própria natureza se
encarrega de dar origem a personalidades incapazes de aceitar o limite que a
vida em grupo exige de todos. Uma sociedade só se torna agradável quando
constituída de pessoas que entendem o funcionamento da máquina social e de sua
importância tamanha que pode ser considerada sagrada e defendida a qualquer
preço. Não há outra maneira de se viver senão em ajuntamentos, mas ninguém
pensa nisso apesar da vantagem real que existe no fato de poderem as pessoas
trocar entre si a satisfação das suas necessidades. Mas, como o povo não tem
nem noção destas coisas, não pode fazer uma sociedade agradável, e nem poderá
enquanto não tiver maturidade suficiente para perceber as coisas que não são
ditas e que por isso mesmo precisam ser “pescadas” nos acontecimentos que não
se encontram nos aparelhos de futucar que substituiu o cérebro da juventude
imprestável.
A
humanidade foi possuída pelo espírito do Rei Midas e adotou o dinheiro como
parâmetro para a vida, o que deu origem a uma correria desabalada em busca de
riqueza. Sempre me lembro de quanto se engana um jovem que há muito vi numa
antiga IstoÉ com os olhos esbugalhados, dizendo eufórico que sua empresa estava
dobrando a cada dez anos, mas que ele queria era mais! Este é o comportamento
avesso àquele do qual resulta uma sociedade agradável. Como o que se aprimora é
a busca do ouro, para tanto, papagaios papagaiam nas rádios onde, como, e
quando aplicar seu dinheiro para receber de volta mais do que aplicou. Quem
deita e acorda pensando em dinheiro não pode pensar para compreender o motivo
pelo qual o comportamento daquele jovem de olhos esbugalhados querendo mais e
mais riqueza é um comportamento antissocial. Embora tido como normal, é, na
verdade, uma grande aberração entre a recompensa que recebe o trabalhador para
fazer os objetos e a recompensa recebida pelo dono das máquinas e os executivos
que os comercializam. A desigualdade social não pode ser tão exorbitante quanto
é. A desumanidade com que são tratados os pobres e desamparados desnuda a
mediocridade do sistema de administração pública que garante direitos iguais no
seu ato de formação solene, sob a proteção de Deus, e proclamado em grande
estardalhaço.
Uma vez não
sendo possível viver de outro modo que não em sociedade, é desinteligente não
se buscar um meio de convivência que permita a todos se sentirem a gosto, o que
não é possível numa sociedade onde uns levam vantagem sobre outros porque esta é
uma sociedade fadada ao fracasso como fracassada está a sociedade humana em
função de seus subterrâneos obscuros onde são tramadas as armadilhas que
justificam as palavras do governador de São Paulo ao afirmar que se o povo
souber o que se passa por lá debaixo dos panos haverá falta de guilhotina. Não
resta dúvida de estar tudo errado e não há outra maneira de endireitar senão
ensinando às crianças o contrário do que nos foi ensinado porque é tudo
mentira, enquanto só a verdade constrói. Inté.
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