quarta-feira, 22 de outubro de 2014

ARENGA SESSENTA E SEIS


O aprendizado ministrado à juventude em todo o mundo pode ser chamado de qualquer coisa, menos de educação. Educar equivale a afastar da animalidade, a dar refinamento e bons modos, o que, efetivamente, não acontece como resultado do que é ensinado. Ao contrário, o que se vê pelaí são jovens enlouquecidos matando outros jovens. O comportamento do ser humano, semelhante ao comportamento das feras, não se distancia da irracionalidade, mantendo-se em pé de igualdade com ela, talvez ainda com maior dose de ignorância levando-se em conta a palavra “irracional” que separa as duas espécies animais. O dicionário define educação como o aprendizado do qual resulta desenvolvimento físico e espiritual. Portanto, não pode educar o ensinamento que leva a suar nas academias do mundo, e que tem por objetivo aprimorar artificialmente o físico, o que não significa saúde física. Embora a saúde física seja importante, sua importância maior é fornecer energia para a atividade mental. Mas, é isso que o erradamente sistema educacional ensina? Não é. O que ensina é ficar forte não para pensar e tirar boas conclusões daquilo que observa na vida. Nada disso. Ensina é que é bonito ficar forte. Todo mundo pensa assim e muita gente deforma o corpo desenvolvendo exageradamente os músculos. Quando o tempo gastar tudo, Como ficará? Quando eu era burro igual todo jovem, até fui capoeirista aluno do Mestre Bimba, e a troco disso toco berimbau e tenho um no qual dou um rapa vez em quando.

O que se tem de importante para ser levado em conta é a atividade mental por ser ela a responsável pela diferenciação entre seres espiritualmente elevados e seres espiritualmente inferiores. Não inferiores porque sejam maus ou pobres, mas porque ainda não tiveram oportunidade de aprender verdades, e por isso vivem nas ilusões da mentira de que o importante é ser bonito mesmo à custa de cirurgias que tem provocado mortes quando dá errado, e falsa felicidade quando dá certo. Afora a beleza física, o ajuntamento de riqueza é o outro objetivo da ignorância humana. Outro dia um papagaio papagaiava que era bom para a economia aumentar a produção de carros. É, ou não é estar na contramão fazer o bem prá economia e o mal prá saúde? Pois, embora pareça mentira, é bem assim que é e ninguém nem tá aí prá nada. Todo jovem que se vê por aí é com a atenção na ponta do dedo e no aparelho de futucar. O sistema erroneamente chamado de educacional ensina ser bom, bonito e até necessário futucar aparelhos onde quer que esteja, sob pena de ser “careta”. Além de ensinar estas coisas, o que se chama de educação nem dá bola para a segunda parte da definição que o dicionário dá para a palavra “educar” que é o desenvolvimento espiritual. Quando este lado é cultivado, ganha o desenvolvimento que o lado físico perde. E, prá falar bonito, como todo bobo, a recíproca é verdadeira.

A maior desmoralização do que se chama de educação é que ao contrário de ensinar entendimento, ensina o desentendimento. Aula nesse sentido foi ministrada pelo monstruoso Henry Kissinger quando ensinou que a competição é melhor para a humanidade em vez da união. Aliás, bem lembrado aqui a figura feia de matar do mandatário americano, mas sempre arrodeado de belas mulheres com o fogo entre as pernas que só dinheiro pode apagar. O país desse pavoroso senhor Kissinger é o exemplo vivo da falência desse modo de educar que ensina apego ao dinheiro em vez das pessoas. Prova material desta alegação são os Estados Unidos da América do Norte, terra mais rica do mundo e também a mais infeliz. O povo americano representa cinco por cento da população do mundo e tem vinte e cinco por cento dos presos desse mesmo mundo, uma vez que não tem outro. Os americanos andam tão assustados que se um deles deixar escapar um pum bem alto de descuido, todos os demais nas imediações também deixarão escapar seu pum de susto.

Esse tal de capitalismo num tá é cum nada. Ele cria pobreza de um lado e riqueza de outro lado, e nenhum desses extremos também num tá cum nada porque todos dois geram violência. Se lá nos ricos Esteites há dois milhões e trezentas mil pessoas nas cadeias sendo sustentadas pelos babacas que pagam imposto, prova de que a riqueza produz a violência que leva tanta gente às prisões, aqui, neste desgraçado país bonito e de triste sorte, para provar que também a pobreza gera violência, os babacas de cá sustentam quinhentas e cinquenta mil pessoas no inferno das prisões recebendo uma educação aprimorada da criminalidade mais violenta (dados da responsabilidade do amigão Google). Precisa maior prova de estar tudo errado? Esse negócio de dizer que posição correta é de um lado ou de outro e que o meio é frescura, é uma grande frescura porque não é bom ser pobre, uma ponta do capitalismo, mas também não é bom ser rico, a outra ponta do capitalismo. Os capitalistas e seus papagaios nos microfones, nos livros, jornais, enfim, de todos os lados, ainda não descobriram que não está dando certo esse negócio de sujeito sozinho ser dono de meio mundo. Basta lembrar o pum dos americanos para ter certeza de não valer a pena ter muita coisa daquilo que é desejado por todos. A cegueira mental dos donos e amestradores dos papagaios de microfones do mundo não os deixa desconfiar do perigo a que estão submetendo as criancinhas rechonchudas. Se muitos povos no mundo chegaram à brutalidade que os faz conviver com pedaços de corpo humano pelas ruas é porque o ambiente infelizmente nada promete de bom para as pobres criancinhas que não merecem o que terão por ignorância de seus pais futucadores de telefone.

Nenhuma outra preocupação ocupa a mente da estúpida juventude mundial afora bobagens, brincadeiras estúpidas como queimar fogos, disputar a tapas bilhetes para espetáculos mambembes e a necessidade desnecessária de ficar rico. O papagaiamento sobre Bolsa de Valores, Câmbio, Cotações disso e daquilo, Mercado, PIB, Superávit, Balança Comercial, Commodities, enfim, toda uma parafernália do diabo, apenas para resultar na infelicidade em que vivem os seres humanos em sua eterna e infrutífera busca de uma posição cômoda no mundo, objetivo tão fácil de ser alcançado, dependendo apenas do convencimento de ser possível viver diferente dos outros animais que não podem escolher ou modificar seu modo de vida. É espantosa a infantilidade com que se encara a vida, semelhante à infantilidade dos tempos idos em que o corpo era mistério de Deus, e, portanto, intocável. Pois, apesar de parecer mentira, ainda nos tempos atuais a imprensa noticia a discussão sobre necessidade de intervenção da justiça para proibir que pais proíbam seus filhos de receberem transfusão de sangue por medo de Deus.

Quando aparece uma boa notícia como o crescimento de emprego na indústria farmacêutica, trata-se na realidade de péssima notícia que a juventude não tem discernimento para entender, e nem podia mesmo ter, por se tratar de manada. A verdade é que os ferimentos por bala, faca, latrina atirada no futebola, socos, explosões de caixa eletrônico, incêndios provocados pela especulação imobiliária, e, principalmente as doenças, tudo isso requer muitos remédios e empregados para produzir, vender e aplicá-los. Houvesse uma educação de verdade, estes puxadores de desassossego seriam reduzidos à insignificância, razão pela qual é certo que gastar em educação é poupar nas outras coisas. 

Causa tristeza viver em meio a tanta imbecilidade. Imagine só a quantas anda o discernimento de quem dá atenção ao fato de o papa promover lembranças de pessoas mortas em santos através de uma palhaçada chamada de beatificação, enquanto o pastor espanta os “demônios” que ele mesmo colocou nos idiotas através de hipnotismo, palhaçadas que custam montanhas de dinheiro como mostram os bancos da roubalheira denominados Templos da Fé. Haja saco! Inté.

    

 

 

 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário