terça-feira, 7 de outubro de 2014

ARENGA CINQUENTA E NOVE


Em que mundo anda a cabeça desses papagaios que papagaiam em microfones a necessidade de se aumentar o consumo para que a economia esteja bem, se para isso é preciso agredir ainda mais a natureza que já não suporta mais tanta agressão? A sandice desses insufladores de necessidades desnecessárias cujo atendimento enche as burras de quem faz pose na revista Forbes, crime que se comete contra os jovens ao viciá-los em compras em lugar das coisas sobre as quais há real necessidade de atenção. Sempre existiram os pregadores do apocalipse que marcam com seu rastro de casco partido as sociedades de sua época, martelando feito araponga de dia e de noite sua pregação enfadonha de desenvolvimento a troco de se comer, beber e respirar veneno. É de se supor que estas pessoas não tenham filhos ou que não gostam deles. O grande representante dos cascos rachados, a figura física e moralmente monstruosa de Henry Kissinger a endeusar a competição, um processo, segundo sua opinião de rei Midas, que envolve ganhadores e perdedores. Cada sistema vigente em cada fase histórica teve seus lacaios para defender quem quer que estivesse na posse da chave do cofre. Essa necessidade de vencedores e perdedores é a causa de toda a desarrumação uma vez que não há mais motivo para competição porque ela dá origem à desarmonia, impossibilitando a paz social só encontrada na harmonia. Do mesmo jeito que acontece com os sons musicais que precisam se harmonizar para formar melodiosos e belos acordes, também as pessoas precisam se harmonizar entre si para formar belas sociedades.

O modo de administração pública perdeu de vez a compostura e assumiu desavergonhadamente seu papel de fingir preocupação com o povo incapaz de reivindicar algo que não sejam festas em troca do imposto que paga. Esta alienação mental a que é submetido o povo a ponto de não se interessar pela segurança dos próprios filhos visa facilitar a enganação e funciona tão bem que jogador de futebola serve de chama voto para o candidato que aparece ao seu lado no retrato. É de irrealidades tanto a vida social quanto a individual, e não podia ser de outra forma uma vez que a personalidade social é o resultado da soma das personalidades individuais. Quando as personalidades individuais tem a mesma propensão gastronômica do peru, o resultado é uma sociedade na qual podem ser encontrados pedaços de corpo humano pelas ruas.

Deixando a inocência da criação divina, o bicho que veio a se tornar homem tinha necessidade de matar porque disse dependia sua vida. Um tigre que não matar vai morrer de fome. Embora a mutação física nem de longe permita mais a semelhança com outros bichos, salvo as macaquices de fazer compras em Me Ame, o mesmo não aconteceu com o lado espiritual que continua com raízes lá no tempo de bicho, razão pela qual a humanidade carrega a saga da destruição. As guerras são fruto de uma estupidez maior que o mundo. Não há sensatez em criar filhos para se matarem em campos de batalha e nem para virem a sofrer falta de tudo quando chegar a declaração de guerra da natureza.

A história da humanidade envolve muito sangue. Até na história de um Deus cuja bondade não tem limite se encontram morticínios. Já são tempos de se pensar em paz e harmonia entre nós. Não deve a juventude continuar total e socialmente inútil para sua sociedade. A única contribuição que os jovens dão à sociedade é em dinheiro, nenhuma contribuição espiritual que aprimore a vida social carente de valores positivos. Tão carente está nossa sociedade que se tornou ridícula ao transformar um órgão da nobreza de um Congresso Nacional em lugar de recreio altamente remunerado pela juventude para jogador de futebola, cantor de bobagem, palhaço, enfim, para quem esboçou atitude de quem pensa e pediu mudança nas ruas, o que recebeu foi uma mudanças às avessas como avesso é tudo nesse país de jovens imprestáveis. Inté.

 

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