quinta-feira, 23 de outubro de 2014

ARENGA SESSENTA E SETE


A imbecilidade humana produz comportamentos de causar espanto. Na situação em que o mundo se encontra, em vez de se pesquisar como agir para não submeter as crianças aos males cuja manifestação não admite mais supor tratar-se de apenas mera possibilidade que pode ocorrer ou não, uma vez que já chegou a falta d’água que atormenta a população das maiores cidades brasileiras, é motivo de sobeja urgência para que esse povo imprestável pelo menos dedicasse um pouco do tempo desperdiçado futucando telefone, espetando espeto no corpo e adorando nulidades de todo tipo a quem os papagaios da imprensa chamam de “celebridades”, “famosos” e “santidades”. Se a população de São Paulo já está bebendo a borra que resta nas represas, o ar está cada vez mais difícil de respirar, e a comida está matando em vez de alimentar, isto lá é ambiente para se envolver com preparativos de festas já programadas até 20l6, além de assunto tão insignificante e falso como o da matéria à qual vamos fazer referência? Claro que não é, mas está sendo, e diante do nariz de pais atoleimados em busca de dinheiro e de um inferno para seus filhos.

O mundo enlouqueceu e precisa ser recuperado de sua loucura. Ante a perspectiva terrível de que venham as crianças a serem vítimas dos distúrbios climáticos, da perigosa ameaça do ebola e dos jihadistas, uma notícia na imprensa mundial dá conta de que uma empresa denominada Sex Wipes, que pelo nome deve ser coisa de gente tida como civilizada, divulga uma pesquisa sobre os motivos que levam o homem a ter nojo de vagina. Era só o que faltava! Toda espécie viva tem seus pontos destinados à eliminação das secreções, coisas que apesar de naturais são realmente desagradáveis e se tornam repugnantes e incompatíveis com a noção de higiene depois de apartados do corpo. Apenas a mediocridade humana de esconder até cisco debaixo do tapete, em vez de encarar corajosamente as realidades da vida, ao contrário, esconde-a covardemente ensinando às crianças mentiras deslavadas como ser bom ajuntar montanhas de dinheiro e ser bonzinho ante tal injustiça a fim de se tornar merecedor de receber presente de um velhinho que corre o mundo inteiro apenas numa noite viajando numa carroça puxada por veados voadores para entregar um presente em cada casa de todo o universo onde houver criança bem comportada para ser transformada em futuro imbecil que nem sequer pode fazer o desjejum junto com a família porque o apito da fábrica está a reclamar seu suor de idiota.

Entretanto, colocar entre as coisas repugnantes aquela preciosidade que Deus colocou entre as pernas das mulheres, única coisa realmente boa que teria feito, é o cúmulo do exagero e da burrice. Quem assim pensa, ou é um completo imbecil, ou prefere coisas até há pouco tempo inconfessáveis, mas que estão se tornando tão normais que até já são praticadas pelos representantes de Deus. Como todo desfrute tem um custo, a rapaziada que não resiste a uma escorregada deixa na gaveta do altar as recomendações divinas e dão asas às suas sexualidades, deixando com isso um trabalhão danado ao papa para se justificar perante as famílias dos chamados sexualmente abusados. Não há dúvida de que a humanidade, principalmente a parte dos países de povos que ainda nem chegaram perto do primeiro degrau da subida que leva a um desenvolvimento mental capaz de separar as mentalidades mais capazes das menos capazes de raciocinar, onde já se encontram alguns povos que alcançaram algum desenvolvimento mental usado no sentido contrário do que deveria uma vez que deste desenvolvimento tem resultado infelicidade no lugar da felicidade de se viver em paz e de dar tranquilidade ao futuro das crianças inocentes que padecerão por estupidez de seus pais ajuntadores de dinheiro e esbanjadores de ignorância.

Dá bem para se tirar uma ideia do atraso que infelicita a humanidade ao contemplar o procedimento dos povos tidos como a fina flor do desenvolvimento, mas que na realidade são ainda maiores brutamontes do que os ignorantes das partes pobres do mundo consideradas inferiores para a convivência, mas necessários e importantes para serem saqueados de suas riquezas de todo tipo e de uma forma tão peculiar que os saqueados tecem loas, adoram e imitam seus saqueadores e até introduzem em sua cultura elementos da cultura dos saqueadores para lhes facilitar o trabalho de espoliação, ignorando que sua pobreza se deve à riqueza dos que fazem escárnio dos pobres, mas que não tiram seus capangas portadores de pastas 007 dos corredores dos palácios dos povos pobres. Aliás, também é muito esquisita a concomitância de pobreza e palácios. Os ricos malfazejos até convenceram os jovens pobres que estudam agronomia e ciências afins que plantar eucalipto nas terras de seu país é bom para melhorar a fertilidade. Os povos dos países pobres servem aos povos dos países ricos do mesmo modo como os mais pobres dos países pobres servem à confraria dos ricos de seu país porque os ricos formam uma só matilha que parasita o mundo inteiro. Toda essa dinheirama que os ricos do mundo queimam para fazer guerra que lhes aumentem a riqueza é dinheiro tomado dos países pobres de hoje quando eram colônias desses países saqueadores. Se os povos dos países ricos são tão ignorantes a ponto de matar quem tem o que eles querem prá roubar, não é difícil imaginar a superioridade da ignorância da parte da humanidade considerada “resto” pela parte rica e ainda mais ignorante porque seu desenvolvimento vai resultar na mesma autodestruição do fundamentalismo religioso capaz de bagunçar o coreto humano com sua convicção da necessidade de matar todos aqueles que não seguem o seu Alcorão.

Para se localizar um povo pobre e considerado tão ignorante a ponto de se tornar objeto de escárnio por parte de atores sendo sinceros uma vez que não atuavam em representações cinematográficas, para se contemplar um povo que ainda nem mesmo sabe da existência de uma escada para o desenvolvimento mental não precisa mais do que chegar à janela. De lá se vê multidões esbaforidas numa correria infernal em atividades das quais só resultarão transtornos e doenças, unicamente para produzir uma riqueza que será acumulada nas caixas-fortes dos infernos fiscais e que deixará para aqueles que a produziram apenas a camisa suada e um corredor de hospital para chorar. Embora os povos erradamente chamados de civilizados sejam ainda mais brutos e ignorantes do que os ignorantes por eles incivilizados e espoliados, não se pode negar que alcançaram alguma comodidade, mas que de nada lhes adianta porque a raiva daqueles de quem eles tomaram o que tinham não os deixa sossegar. Interessantíssimo é que toda essa bagunça infernal é recomendada e seguida pelo país mais rico do mundo, cuja população é extremamente religiosa. Tá tudo errado nesse mundo. Nenão? Inté.

 

 

    

 

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