quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

O MAL EXPULSANDO O BEM


 

O Mestre do Saber Vinicius Bittencourt, em seu fabuloso livro Falando Francamente, nos lembra o fato aparentemente controvertido de que a moeda ruim expulsa do mercado a moeda boa. A política econômica sempre foi uma forma de roubar do povo o produto do seu trabalho, de sacrificar o povo em benefícios do trio maligno que domina a humanidade desde sempre: politicagem (porque nunca houve política para o povo), religião e pessoas muito ricas (o que sempre houve). Estes três elementos constituem o apanágio do sistema capitalista que destruirá o futuro das gerações vindouras por ter sua base assentada sobre a monstruosidade tanto de escravizar uma parcela da sociedade necessária ao trabalho de produzir a riqueza para uso daquelas três categorias parasitárias, quanto eliminar o excedente incômodo da população pelas guerras, violência policial, fome e sucateamento da assistência à saúde e educação para os pobres. Entretanto, os pobres já começam a perceber a realidade de também terem direito a um lugarzinho ao sol como se vê pela pipocação de protestos de todos os tipos e em todos os lugares. Sendo eles em número infinitamente maior, disto resultará uma confusão capaz de transformar num inferno o futuro destas crianças cujos pais e avós dizem amar.

As moedas boas são expulsas pelas moedas ruins por meio do conjunto das tramóias que formam o Sistema Econômico que os ricos garantem ser beleza pura e transformam esta mentira em verdade através dos seus papagaios assalariados que atualmente portam caneta e microfone e os meios de comunicação para repetir mentiras tantas vezes até transformá-las em verdades. São milhares de “economistas” em todas as emissoras de rádio e televisão a fazer apologia do compra-compra e garantir que as crianças devem acreditar em Papai Noel e tomar coca-cola, e que os adultos não podem deixar de visitar os Estados Unidos e a Europa. Outro dia, um radialista, a título de mostrar que estivera por lá, ao cumprimentar o colega de trabalho que chegava para substituí-lo, acrescentou: “Falei muito em seu nome lá nos Estados Unidos”.

Voltando ao nosso assunto das moedas, quando o dinheiro circulante eram moedas feitas de ouro e prata, ocorriam duas formas de roubar o povo que nasceu para ser roubado: ladrões comuns raspavam das moedas o ouro ou a prata, o que diminuía seu peso, ou o governante, que na época era um rei, cunhava as moedas com menor quantidade de ouro ou prata, adicionando outro metal qualquer para manter o peso, o que tornava de qualidade inferior as moedas adulteradas, embora permanecessem com o mesmo poder de compra das moedas sem adulteração. Assim, quem possuía moedas boas, guardava-as, retirando-as de circulação e usavam as adulteradas, sendo esta a razão pela qual as moedas ruins expulsavam as boas.

Atualmente, são as pessoas de qualidade superior que são expulsas da sociedade pelas pessoas de qualidade inferior. Na política, por exemplo, Plínio de Arruda Sampaio e Eloisa Helena, ambos com um passado de luta por uma organização social de paz e harmonia entre nós são substituídos pelas pessoas atualmente nos postos de mando da administração pública com um passado descrito nos livros Brasil Privatizado, Privataria Tucana, Honoráveis Bandidos e O Chefe. Esta valorização do ruim em detrimento do bom ocorre em todos os quadrantes da vida social. Ignorantes crassos que não sabem fazer um “o” com um copo são considerados pela sociedade “celebridades”, “famosos”, enfim, merecedores de vida faustosa, enquanto um professor é desprezado, os policiais são mantidos na condição de seres humanos inferiores e incapazes de compreender a função nobre que desempenham na manutenção da ordem social, convictos de serem seus inimigos aqueles que lhes pagam o salário. As Forças Armadas, Instituição que deveria ser motivo de orgulho do seu povo, embora contem com grandes homens, são dirigidas pelos que mancomunaram com os ricos dos Estados Unidos para submeter seu país ao jugo dos americanos das bundas brancas em 1964.

Estamos vendo nesse momento pessoas de baixa qualidade a execrar um homem sensato, um juiz tão corajoso quanto Heloisa Helena, que se recusou a punir uma pessoa por vender maconha, alegando ser isso injusto porque ninguém é punido por vender tabaco ou bebida alcoólica, o que é corretíssimo do ponto de vista da sensatez. Estas pessoas de qualidade inferior não o fazem por desconhecimento da realidade. Fazem-no pelo salário que lhes pagam os grandes traficantes contra os quais ninguém se insurge como prova o caso do Helicóptero do Pó. Quem desconhece a realidade são aqueles que se deixam enganar pelos argumentos destes deformadores de opinião, verdadeiras “moedas falsificadas”. Suas alegações de inobservância de preceitos constitucionais são hilárias ante tantas inobservâncias de tais preceitos tais como garantia de sermos todos iguais perante a lei e as garantias de terem todos direito à saúde, segurança e educação. Se em todos os lugares do mundo onde as pessoas desfrutam de padrão de vida melhor do que o nosso a maconha pode ser usada, então, por que entre nós não pode?

Este juiz é moeda de ouro do melhor e merece nossos aplausos e votos de muita felicidade junto com seus familiares. Inté.

 

 

 

  

 

sábado, 25 de janeiro de 2014

DURA REALIDADE


Algumas reflexões sobre a mediocridade a que foi reduzida a vida pela estupidez em que mergulha a humanidade em decorrência de sua ignorância me levaram a uma dose dupla de uísque e muita tristeza por ser obrigado a viver num ambiente cuja brutalidade supera a brutalidade das feras. A insatisfação se transforma em tristeza à medida que observo o comportamento das demais pessoas que compõem a sociedade infeliz da qual sou brigado a fazer parte, e ser também infeliz. O comportamento humano é tão estúpido que ultrapassa os limites da própria estupidez, da burrice e da ignorância. São bichos como também o são o burro que puxa a carroça ou a junta de bois carreiros puxados pelo nariz a arrastar um toro de madeira. Os brutos seres humanos são incapazes de perceber que só a união de todos num ambiente coletivo e harmonioso é capaz de nos trazer a paz e o bem-estar provedores do conforto corporal e espiritual. Em vez de procurar esta felicidade no lugar certo que é onde se unem o congraçamento e a irmandade, procuram-no nas igrejas onde ela não está. Os bichos de dois pés vivem uma vida destinada exclusivamente a orar, ver putaria na televisão, se interessar pelas notícias de Neymar e Marquezine, saber os lugares inusitados onde Xuxa já trepou, ter curiosidade em saber que Daniela Mercury quer ser engravidada pela namorada, procriar, encher latrinas, ficar em filas, ouvir barulho, fazer compras, pagar impostos, adorar os Estados Unidos e Europa, enfim, chafurdar na mediocridade.

O mais elementar dos pensamentos leva à conclusão de que foi anulada nos humanos a capacidade da reflexão, o que os iguala aos irracionais. Pessoas portadoras do título de doutor tem o mesmíssimo comportamento dos analfabetos com os quais comungam a religiosidade própria dos mal informados, e a indiferença ante o destino trágico à espera de seus filhos. São incapazes de perceber que a alegria e os bons momentos perduram apenas enquanto perdurar o vigor da juventude. São incapazes de compreender que esse vigor vai se exaurindo a cada tique-taque do relógio, e que um dia nada mais dele restará. A incapacidade de racionar não permite a percepção de que a alegria, as brincadeiras, os requebramentos de quadris serão um dia, tão certo quanto dois e dois são quatro, substituídos por uma imobilidade que cresce à medida do esbanjamento da vitalidade. Entretanto, como se essa vitalidade fosse eterna, os brutos seres humanos desperdiçam-na estupidamente usando drogas e adotando comportamentos dos quais resultam o sucateamento dos corpos, atitude equivalente à construção da ponte que liga os terreiros das brincadeiras à UTI para os que podem pagar, e ao choro no corredor do hospital os que não podem pagar. 


O tempo útil de que dispomos é estupidamente desperdiçado de todas as formas. Nem só os estúpidos o dilapidam no corre-corre do ajuntamento de dinheiro. Escritores brilhantes escrevem trilhões de palavras em volumosos livros para dizer coisas que poderiam ser ditas de modo simples e sem arrodeios. Sobre a inutilidade das religiões, por exemplo, em lugar de palavreados infinitos e montanhas de livros, é suficiente observar que os lugares mais infelizes são aqueles onde há mais religiosidade. Esta verdade foi expressada pelo sociólogo que  afirmou haver mais infelicidade nos lugares onde há maior número de igrejas e farmácias. Com efeito, é nesses lugares onde se verifica maior número de doenças provenientes da falta de saneamento, e, consequentemente, a compra desenfreada de remédios até sem indicação médica, o que faz o paraíso das farmácias. Por outro lado, a falta de leitura faz o paraíso das igrejas porque só a leitura de bons autores convence da safadeza das religiões que levam pastores às fortunas e o vaticano aos escândalos bancários. A inocência dos analfabetos faz a festa das religiões. Nunca se viu um ateu analfabeto. O conhecimento da verdade não pode ser alcançado sem boas leituras que mostrem a realidade das religiões através de sua história.  A mentira da preferência divina pelos pobres pode ser verificada no fato visível de estar no sofrimento da pobreza a base de sustentação da riqueza. Se não houver pobres necessitando de emprego para tocar as máquinas dos ricos não haveria as monstruosas mega empresas a dominar o mundo e convencer os pobres de que é bom ser pobre.


A garantia religiosa de um mundinho de paz em companhia de Deus só perdura até o esgotamento inevitável da vitalidade e o sofrimento na UTI, destino inevitável desenhado pelas atribulações da vida moderna tanto na busca infindável por riqueza quanto pelo consumo de alimentação, água e ar envenenados. A água Schin, por exemplo, apresenta um Ph melhor do que muitas outras águas engarrafadas, mas produzido por uma doze de 19,55% de bicarbonato de sódio danoso à saúde do estômago. As lufadas de fumaça preta saídas dos canos de descarga dos veículos arruinarão os pulmões dos jovens tão burros que nem sabem disso. O barulho causa danos tantos que o menor deles é danificar o sistema nervoso a ponto de causar impotência sexual e ressecamento da pele que provoca envelhecimento precoce. Mas os idiotas que requebram os quadris não pensam nas consequências disso tudo na saúde de seus filhos. Entretanto, quem pensa, não precisa de algumas doses de uísque?


A crença na existência de um Deus bom e que sabe o que se passa no pensamento de cada um de nós é desmentida pela realidade: ou Deus não sabe o que se passa na cuca de cada um, ou Ele não é bom.  Se soubesse, saberia da intenção do monstro de dois pés de tacar gasolina e fogo na menininha do Maranhão. Se fosse bom, não deixaria acontecer aquela monstruosidade. Do mesmo modo, a crença de que fazer o bem é bom porque agrada a Deus é desmentida cotidianamente pelos acontecimentos da vida sem fantasia como prova o padecimento do garotinho americano de oito anos que salvou seis pessoas de um incêndio, mas morreu queimado quando voltou para buscar seu avô. A crença de valer a pena rebolar os quadris no axé e no futebola desaparece ante a realidade de uma velhice chorosa no corredor do hospital. Para retirar da sarjeta os que lá se encontram, basta inocular-lhes dignidade em vez de religiosidade e piedade.  Aos que buscam tranquilidade escondendo-se atrás de uma montanha de dinheiro, lembremos-lhes que um dia serão achados.  


Para proceder coerentemente não há necessidade de desperdiçar tantas palavras e intelectualidade. Basta raciocinar sobre o cotidiano da vida. Hoje, no caixa de um supermercado, pelo hábito de procurar aproximação com os trabalhadores que produzem a riqueza do mundo e que deveriam ter melhores condições de vida, convidei a funcionária do caixa e o empacotador do supermercado a tomarem comigo uma dose do uísque de fina qualidade que lá comprei. A funcionária agradeceu, mas o empacotador, num gesto de desaprovação à bebida próprio dos religiosos, frisou com orgulho que não bebia. A certeza de estar aquela pobre criatura em posição superior à minha é desmentida pelo fato de ter eu um padrão de vida infinitamente superior à dele. Se lhe fosse mostrada esta verdade, certamente argumentaria que sua vida boa está a lhe esperar no céu. Enquanto isso, vai empacotando compras e ajudando os gringos donos do supermercado e do Brasil e do mundo a ficarem cada vez mais ricos. É esta a finalidade da religião, convencer aos humildes de que vale a pena ser humilde. Isto está visível na qualidade inferior dos carros baratos que ostentam os dizeres “Deus mim ama”, “presente de Deus”, e bobagens que tais. 


Se as crenças que dão origem aos comportamentos correspondessem à realidade, o mundo não estaria tão ruim e as pessoas cultivariam a amizade e o entendimento em vez de cultivar a malquerença que produz as guerras. A ninguém é dado o direito de desconhecer estar tudo errado. As pessoas mais insignificantes e vulgares são exatamente as mais apreciadas e valorizadas pela sociedade. A vulgaridade se tornou meritória como mostra esta notícia da imprensa: Globo dá passo a frente com beijo lésbico”, esta notícia é ilustrada por uma foto de duas mulheres com a língua de uma dentro da boca da outra, o que é, na realidade, milhares de passos atrás.

Verdadeiros monumentos à ignorância são alçados a uma vida faustosa enquanto jovens marcham numa idiotia neles inoculada para torná-los conformados com uma vida de escravidão consentida sem perceber que uma velhice doentia e sem onde se tratar os espera porque os recursos por eles produzidos serão canalizados para as caixas fortes dos ricos e para as brincadeiras que desviam a atenção dos assuntos onde devia estar: a administração dos recursos públicos e a atividade da classe parasitária dos ricos e seus lacaios politiqueiros. A leitura dos livros Brasil Privatizado, Honoráveis Bandidos, Privataria Tucana e O Chefe, só não mostra à juventude o motivo pelo qual falta dinheiro para as coisas sérias porque as brincadeiras funcionam como um imã que atrai a atenção transformando nulidades em celebridades. As futilidades escondem as falcatruas dos politiqueiros e dos ricos donos do mundo. Os juros e amortizações que a dívida pública brasileira canalizou para o bolso dos parasitas em 2011 consumiram 45,05% do orçamento da União, produto do trabalho dos jovens alienados, enquanto à saúde destinaram-se apenas 4,07%, e à educação apenas 2,99%.

É daí que provém a ignorância produtora dos sofrimentos, da compra de remédios e da religiosidade. Inté.

 

 

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

SONHO REALIZADO


 

De tanto ouvir falar nas belezas do nordeste, mesmo com uma pulga atrás da orelha, mas, incentivado sobretudo pela possibilidade de encontrar alguém cuja identidade revelarei mais adiante, alguém que tiraria o Brasil de sua eterna desmoralização, possibilidade esta com a qual sonho há muito, resolvi olhar de perto as decantadas belezas nordestinas. Sara cancelou alguns exames de saúde, enchi o tanque da CRV e nos mandamos com a intenção de percorrer tantos estados quantos meus setenta e oito anos me permitissem dirigir. Entretanto, confirmando o que tenho afirmado neste blog, este é um país apropriado para manada e não para quem tem noção do que sejam responsabilidade, direitos e obrigações. Logo de entrada, um desmando: pagar pedágio várias vezes para andar atrás de caminhões que soltam lufadas de fumaça preta proveniente da queima do óleo diesel mais venenoso do mundo. Em seguida, outro desmando: os caminhoneiros ignoram a determinação legal de deixar espaço entre si para os automóveis e fazem buzinaço quando se é forçado a entrar na marra entre dois caminhões a fim de não chocar de frente com outro caminhão. São incontáveis os desmandos. Depois de correr perigo para ultrapassar inúmeros caminhões, chegando aos postos de pedágio dá-se de cara com outro desmando: guichês fechados por medida de economia para atender à usura dos ricos donos do mundo e imensas filas, resultando que os caminhões, ônibus e muitos carros outros penosamente ultrapassados voltam a ficar em nossa frente porque eles passam diretamente por um guichê especial sem necessidade de entrar na fila para pagar o indevido pedágio, anulando, assim, todo o esforço empreendido e os riscos corridos para ultrapassá-los.

Disse o Mestre do Saber Leonardo da Vinci o seguinte: “aqueles que se submetem aos desmandos, não passam de condutores de comida. A única marca que deixam de sua passagem pelo mundo são latrinas cheias”. Como tenho também outras marcas a deixar, comecei a ficar irritado ao ser submetido a tantos desmandos que ia encontrando pelo caminho. Para quem tem experiência de mais de meio século em direção nas estradas, as ultrapassagens são estressantes porque envolvem riscos. Nas subidas onde há uma terceira pista, a situação de estresse é ainda maior porque os motoristas dos caminhões trafegam com as rodas sobre a linha que separa a terceira pista da pista na qual nos encontramos, fazendo com que passemos tirando fino nos caminhões que vão e nos que vem em sentido contrário.

Embora sem autorização para passar pelo guichê especial, não suportando a vilania da situação de ter várias vezes de repetir a operação da ultrapassagem, invadi o guichê especial disposto a arrebentar aquela vara que obstrui o caminho mesmo que estragasse minha CRV, só não o fazendo porque o espaço entre a ponta da vara que serve de obstáculo e o muro foi suficiente para que meu carro passasse. Vou esperar pela multa para contestar. Não creio que nenhum juiz concordasse com tal absurdo por não acreditar haver juiz que se enquadre na qualificação de enchedor de privada.

Seguindo viagem, chegamos a uma capital de um estado nordestino onde um filete de água putrificada e fétida escorria ao lado do meio-fio e um rio igualmente fedorento despejava diretamente na praia mais adiante. Um carro estampava os dizeres “TUDO É DO PAI” embora não explicitasse a que se referia aquele “tudo” e nem o pai de quem era o dono de tudo. Outro carro anunciava em grandes letras “JESUS MIM AMA”. Depois destas bizarrices nos hospedamos num hotel de quinhentos reais a diária, onde saía apenas um filete de água na pia do banheiro e mesmo assim não tinha vazão e ficava empoçada dentro da pia. Convoquei a manutenção que melhorou a condição da pia (apenas melhorou) e explicou que a água era fraca mesmo e embolsou vinte de gorjeta. Não se tinha privacidade no banheiro porque além da porta comum havia também uma porta fixa de vidro que permitia a quem estivesse do lado de fora ver quem estava lá dentro. O resfriador de ar não esfriava o ambiente e foi preciso vir alguém da manutenção que levou mais vintão. Dois dias depois, já em outra capital, hospedamos num hotel que dava para o mar, e mesmo estando no décimo oitavo andar não se podia abrir a janela porque o axé dos farofeiros na praia lá embaixo arrebentava os ouvidos cá em cima.

Ante tantos desmandos, quebrei o beco de volta da quarta capital, desistindo das demais. Não há lugar neste país de manada para quem aprendeu a pensar e ambicionar uma vida com mais dignidade. Entretanto, um acontecimento alvissareiro superou todos os desprazeres e a tristeza de viver em ambiente tão desagradável. Eu seria capaz de repetir tudo se tivesse novamente a oportunidade de desfrutar ainda que por pouco tempo da companhia de ninguém menos do que a fabulosa musa da política brasileira, HELOÍSA HELENA, a mulher que faria desse país um lugar onde nós que pensamos pudéssemos viver sem tantos dissabores.

Esta juventude imprestável para qualquer coisa que não sejam adorar imbecilidades como as notícias dando conta dos lugares inusitados onde Xuxa já trepou, ou que Daniela Mercury quer ser engravidada pela namorada, poderiam muito bem deixar de ser apenas enchedores de latrina e se interessarem por política porque é dela que depende o futuro de seus descendentes. Para começar, procurem saber quem é HELOÍSA HELENA, suas atitudes, seu caráter e sua luta em nossa defesa. Juntamente com Sara, fiquei emocionado ao lado dela, e não resisto à tentação de mostrar estas fotos aos que honram com sua visita este blog trapaiado . Inté.

 

 

 





    

domingo, 5 de janeiro de 2014

SOPA BRASIL


INGREDIENTES: dezenas de feriados; centenas, talvez milhares de igrejas; milhares, talvez milhões de farmácias; festejamentos de futebola e axé que deixam cadáveres atrás de si; multidões de idiotas requebradores de quadris; adoradores de atletas, palavra mais pronunciada pelos meios de comunicação que até já inventaram a idiotice do pára-atleta; ratazana de dois pés; ignorância de montão; dezenas de partidos políticos que não passam de quadrilhas para roubar o erário; cinismo; congresso depravado; falcatruas de todos os tipos; juízes e policiais na bandidagem; cinquenta mil assassinatos por ano; centenas de acidentes rodoviários; delegacia para roubo de fios elétricos; pesquisas de opinião pública com resultado previamente estabelecido; hospitais transformados em vale de lágrimas; privilégio governamental de exercer jogo de azar; crianças criadas como bichos e bichos criados como crianças; jovens alienados por um sistema que deseduca procurando paz nas religiões sanguinárias e pagando ágio ao governo para poder estudar; uma Constituição Federal que não cumpre o que promete; espetáculos pirotécnicos caríssimos pipocando e produzindo surdez e fumaça para aumentar a poluição e desperdiçar dinheiro; ignorantes nas portas dos supermercados a pedir um quilo disso e daquilo em nome de Deus para socorrer famintos, trabalho que deveria ser executado pelos politiqueiros cujo dinheiro já embolsaram; milhões de lâmpadas acesas a consumir a energia já escassa para enfeitar árvores e milhões de cegos mentais num frenesi de compra-compra a fim de atender ao chamamento da televisão para a festa de natal; esmolas através de cestas disso e daquilo com as quais se compra a simpatia de um povo idiota; loucura desenfreada pela paixão ao “American Way of Life” que leva ao procedimento de macaco da rádio CBN que aos domingos às nove e trinta da manhã apresenta um programa intitulado “Young Professional”.

Estes ingredientes e muitos outros mais formam a sopa Brasil para ser servida a idiotas tão idiotas que adoram e respeitam quem não merece respeito e despreza aqueles que o merecem, entre eles a ex-senadora Heloisa Helena.

Um governo de cuja administração resulta a sopa com os ingredientes acima citados está aí a fazer pose com aprovação do populacho religioso, festeiro e burro deste país infeliz de tristíssima origem. A popularidade deste governo que só é bom para quem não sabe o que é bom, e que, na realidade, é um desgoverno cuja popularidade é conquistada do mesmo modo como se conquista a simpatia de uma criança oferecendo-lhe bombons. As cestas básicas que na realidade representam degradação social, ao lado das bolsas disso e daquilo, já se cogitando da criação de uma bolsa estupro, para a ignorância dos ignorantes, em vez de deficiência, soa como eficiência e afaga sua incapacidade de distinguir da falsidade a sinceridade. Afinal, porcos preferem a lama.

O povo desse país de idiotas opta pela companhia de figuras como Renan Calheiros, Sarney, Jader Barbalho, Lula, à companhia de Heloisa Helena, que, quando senadora, bradou em alto e bom som, da tribuna do senado do qual fazia parte, não merecer respeito aquele senado por não se fazer respeitar. É mentira esta afirmação? Merece respeito um senado cujos presidentes são figuras vezeiras nas páginas policiais? Para se ter uma amostra da canalhice que é o senado deste país de imbecis peça ao amigão Google o seguinte: Enquanto falcatruas depredam o patrimônio público, PF caça black blocs e veja se Heloisa Helena tinha ou não tinha razão quando disse que o senado não merece respeito. Esta matéria mostra a depravação moral daquela instituição que deveria ser motivo de orgulho se fôssemos um povo em vez de manada.

 Quem merece mais respeito, e, por isso mesmo, mais apreceiamento? Sarney, personagem do livro Honoráveis Bandidos, Renan Calheiros com seu turismo aéreo para botar cabelo na careca às custas de quem chora no corredor do hospital, Jader Barbalho, que consumiu dezenas e dezenas de milhões da SUDAN num ranário para sevar rãs de ouro, ou Heloisa Helena que fala a verdade em defesa desse povo cuja ignorância a leva a ter piedade? Pois esse Zé povinho de merda desta republiqueta de banana ignora aquela brava e digna mulher cuja nobreza de caráter dignifica a política brasileira muito mais do que a união de todos os demais politiqueiros travestidos de políticos. Num masoquismo coletivo, se empolga esse povo desprezível com os energúmenos produtores de sua infelicidade. Não se pode ter outro entendimento para explicar a preferência pelos canalhas em detrimento das pessoas dignas senão pelo gosto ao sofrimento.

A ex-senadora Heloisa Helena, que sempre teve melhores condições de vida do que Lula, posto nunca ter sido pau-de-arara, continua precisando trabalhar para viver enquanto Lula, pau-de-arara que era, virou multimilionário. Roubou os recursos de amenizar o sofrimento dos idiotas que o idolatram e gostam de sofrer enquanto dançam axé, ignorando a dura realidade do choro no corredor do hospital quando esgotar a energia para o requebramento de quadris.

Ninguém conhece mais o PT e Lula do que Heloisa Helena, também enganada como todos nós ao acreditar no Lula do povo, hoje aos abraços e afagos com Sarney e Maluf. Exatamente por conhecer o canalha que é Lula foi que Heloisa Helena declarou o seguinte: “O ex-presidente Lula é um gângster, ele chefia uma organização criminosa capaz de roubar, matar, caluniar e liquidar qualquer um que passe pela sua frente ameaçando seu projeto de poder”. Será que isto não explica as mortes de Celso Daniel e Toninho do PT?

Esta mulher que se expõe a perigos em defesa desse povinho que não merece seu sacrifício é preterida pela figura nojenta do canceroso Lula, milionário às custas dos idiotas que o idolatram. A leitura do livro O Chefe mostra quanta verdade existe nas acusações de banditismo que a brava heroína Heloisa Helena faz ao ex-pau-de-arara na defesa desse povo imprestável para outra coisa que não seja axé, futebola e ignorância sem limite e que não merece seu sacrifício.

Enquanto a juventude preferir igrejas em vez de política, a situação permanecerá desse jeito. Entretanto, podemos muito bem mostrar aos jovens menos burros o quanto eles estão por fora da realidade. Inté.