quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

O MAL EXPULSANDO O BEM


 

O Mestre do Saber Vinicius Bittencourt, em seu fabuloso livro Falando Francamente, nos lembra o fato aparentemente controvertido de que a moeda ruim expulsa do mercado a moeda boa. A política econômica sempre foi uma forma de roubar do povo o produto do seu trabalho, de sacrificar o povo em benefícios do trio maligno que domina a humanidade desde sempre: politicagem (porque nunca houve política para o povo), religião e pessoas muito ricas (o que sempre houve). Estes três elementos constituem o apanágio do sistema capitalista que destruirá o futuro das gerações vindouras por ter sua base assentada sobre a monstruosidade tanto de escravizar uma parcela da sociedade necessária ao trabalho de produzir a riqueza para uso daquelas três categorias parasitárias, quanto eliminar o excedente incômodo da população pelas guerras, violência policial, fome e sucateamento da assistência à saúde e educação para os pobres. Entretanto, os pobres já começam a perceber a realidade de também terem direito a um lugarzinho ao sol como se vê pela pipocação de protestos de todos os tipos e em todos os lugares. Sendo eles em número infinitamente maior, disto resultará uma confusão capaz de transformar num inferno o futuro destas crianças cujos pais e avós dizem amar.

As moedas boas são expulsas pelas moedas ruins por meio do conjunto das tramóias que formam o Sistema Econômico que os ricos garantem ser beleza pura e transformam esta mentira em verdade através dos seus papagaios assalariados que atualmente portam caneta e microfone e os meios de comunicação para repetir mentiras tantas vezes até transformá-las em verdades. São milhares de “economistas” em todas as emissoras de rádio e televisão a fazer apologia do compra-compra e garantir que as crianças devem acreditar em Papai Noel e tomar coca-cola, e que os adultos não podem deixar de visitar os Estados Unidos e a Europa. Outro dia, um radialista, a título de mostrar que estivera por lá, ao cumprimentar o colega de trabalho que chegava para substituí-lo, acrescentou: “Falei muito em seu nome lá nos Estados Unidos”.

Voltando ao nosso assunto das moedas, quando o dinheiro circulante eram moedas feitas de ouro e prata, ocorriam duas formas de roubar o povo que nasceu para ser roubado: ladrões comuns raspavam das moedas o ouro ou a prata, o que diminuía seu peso, ou o governante, que na época era um rei, cunhava as moedas com menor quantidade de ouro ou prata, adicionando outro metal qualquer para manter o peso, o que tornava de qualidade inferior as moedas adulteradas, embora permanecessem com o mesmo poder de compra das moedas sem adulteração. Assim, quem possuía moedas boas, guardava-as, retirando-as de circulação e usavam as adulteradas, sendo esta a razão pela qual as moedas ruins expulsavam as boas.

Atualmente, são as pessoas de qualidade superior que são expulsas da sociedade pelas pessoas de qualidade inferior. Na política, por exemplo, Plínio de Arruda Sampaio e Eloisa Helena, ambos com um passado de luta por uma organização social de paz e harmonia entre nós são substituídos pelas pessoas atualmente nos postos de mando da administração pública com um passado descrito nos livros Brasil Privatizado, Privataria Tucana, Honoráveis Bandidos e O Chefe. Esta valorização do ruim em detrimento do bom ocorre em todos os quadrantes da vida social. Ignorantes crassos que não sabem fazer um “o” com um copo são considerados pela sociedade “celebridades”, “famosos”, enfim, merecedores de vida faustosa, enquanto um professor é desprezado, os policiais são mantidos na condição de seres humanos inferiores e incapazes de compreender a função nobre que desempenham na manutenção da ordem social, convictos de serem seus inimigos aqueles que lhes pagam o salário. As Forças Armadas, Instituição que deveria ser motivo de orgulho do seu povo, embora contem com grandes homens, são dirigidas pelos que mancomunaram com os ricos dos Estados Unidos para submeter seu país ao jugo dos americanos das bundas brancas em 1964.

Estamos vendo nesse momento pessoas de baixa qualidade a execrar um homem sensato, um juiz tão corajoso quanto Heloisa Helena, que se recusou a punir uma pessoa por vender maconha, alegando ser isso injusto porque ninguém é punido por vender tabaco ou bebida alcoólica, o que é corretíssimo do ponto de vista da sensatez. Estas pessoas de qualidade inferior não o fazem por desconhecimento da realidade. Fazem-no pelo salário que lhes pagam os grandes traficantes contra os quais ninguém se insurge como prova o caso do Helicóptero do Pó. Quem desconhece a realidade são aqueles que se deixam enganar pelos argumentos destes deformadores de opinião, verdadeiras “moedas falsificadas”. Suas alegações de inobservância de preceitos constitucionais são hilárias ante tantas inobservâncias de tais preceitos tais como garantia de sermos todos iguais perante a lei e as garantias de terem todos direito à saúde, segurança e educação. Se em todos os lugares do mundo onde as pessoas desfrutam de padrão de vida melhor do que o nosso a maconha pode ser usada, então, por que entre nós não pode?

Este juiz é moeda de ouro do melhor e merece nossos aplausos e votos de muita felicidade junto com seus familiares. Inté.

 

 

 

  

 

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