Fracassaram
os filósofos denominados pacifistas, aqueles que segundo Henry Thomas, na
página 131 de História da Raça Humana, procuraram ensinar aos homens a arte de
viver em paz, em contraposição à arte de guerrear e matar ensinada com sucesso por
Alexandre, O GRANDE. O fato de ter sido em épocas passadas alguém considerado
grande por ser hábil em guerrear e matar é resultado da eterna obtusidade
humana recusando-se a evoluir espiritualmente como mostra a realidade atual
quando futilidades e imbecilidades são motivos para que alguém seja considerado
célebre e famoso. As tentativas de convencer os seres humanos a viver de modo
mais condizente com sua condição de ser capaz de pensar têm sido tão
infrutíferas quanto as tentativas de conter a infelicidade e a violência
através dos beijos e pedidos do Papa, autoridade inútil por não se impor pela
força, mas por beijos e pedidos. Todavia, não há como deixar de reconhecer
haver mérito naqueles que lutaram e lutam por um mundo pacífico, luta justificada
uma vez que muita coisa considerada impossível de acontecer em determinado
tempo acontece em outro tempo. Não é por outro motivo que se diz ser o tempo o
senhor da razão. Este raciocínio deve ter tido origem no filósofo Thomas Paine,
que há mais de duzentos anos afirmou: “O
tempo faz mais convertidos que a razão”, conforme consta na introdução do seu
livro Senso Comum. Efetivamente, nada como a experiência adquirida com o passar
do tempo para convencer da necessidade de substituir por outros, comportamentos
até então tidos como absolutamente justificáveis. Fartos são os exemplos desta
realidade. Se antes seria risível falar-se em mulher grávida ou viúva de outra
mulher, atualmente a imprensa noticia e as pessoas não se espantam em ouvir que
a “celebridade” Daniela Mercury manifesta a seus admiradores tão vulgares
quanto ela que gostaria de ficar grávida de sua namorada, e sobre a viúva de
Marielle Franco. Da mesma forma, o fenômeno da morte. A tendência de
descabelar-se que tinham as pessoas ante o cadáver de um ente querido foi
substituída atualmente por um comportamento de maior tranquilidade. O pavor à
morte, na verdade, só se justifica pela incapacidade de raciocinar sobre a
realidade de que indiscutível da substituição do vigor físico que mantém as
emoções por um desânimo tão profundo que a vida deixa de despertar interesse
por ter-se tornado realmente tão desagradável que a morte passa a ser aceita
com tranquilidade. Não é à toa que ao morrer pessoas apresentam ar de
felicidade.
Os filósofos
costumam ser considerados ou malucos ou pessoas dotadas de grandes
conhecimentos e inteligência privilegiada, um tipo de extraterrestre. Mas isto não é verdade porque a única diferença entre
um filósofo e qualquer pessoa é que o filósofo se põe a pensar sobre a vida
enquanto as demais pessoas, embora também pensem, mas o pensamento delas não
pode lhes proporcionar as condições necessárias para ter uma visão mais
profunda sobre as coisas porque está tão envolvido com a lida diária quanto estavam
nossos antepassados peludos cuja única preocupação era sobreviver num mundo
dominado por feras maiores, mais fortes e imensamente mais ferozes do que eles,
e onde só se tinha comida quando achada ao acaso. Na página 16 do livrinho de
bolso Boas Vindas à Filosofia, Marilena Chauí diz que certa vez perguntaram a
um filósofo qual a finalidade da filosofia e ele respondeu que era evitar que
as pessoas dessem sua aceitação imediata às coisas sem maiores considerações.
Não é à toa que num de seus contos Machado de Assis afirma que toda informação
deve ser purificada no cadinho da verdade antes de ser aceita como verdadeira.
O hábito de não se pensar sobre o que se ouve tem sido a causa de toda a
tragédia humana que se esconde atrás de uma cortina da falsa felicidade tecida
com os festejamentos do pão e circo que faz alarde sobre a gravidez de Xuxa e
que Juliana Paes gosta de sair sem calcinha, o que é próprio de quem não pensa
em como viver melhor, razão pela qual vive pior. A vida precisa ser encarada
com mais realidade e menos fantasias. Sobre a morte da menina Isabella de
Oliveira Nardoni, espancada e jogada pela janela de um sexto andar
em São Paulo, em tom poético, alguém dizia que ela não morrera, mas que fora
chamada para o lado de Deus e hoje se encontra nas cores do arco-íris. Ora tudo
isto é algo de uma imbecilidade sem fim porque a morte não decorre de
chamamento algum, principalmente ter uma criança de passar por tamanho
sofrimento a fim de ir para o lado de Deus. Na mesma linha está a afirmação
registrada na reportagem sobre a biografia do ex-Beatle George Harrisson,
publicada pela revista Época de janeiro deste ano, com título DEUS, LSD E
POLÍTICA. Ali diz ter sido mística a sensação do jovem Beatle a primeira vez
que consumiu a droga LSD, sensação comparada ao misticismo que envolveu um
perseguidor de cristãos chamado Paulo, que durante uma viagem a cavalo,
ofuscado por uma inexplicável luz incandescente, caiu da sela, ouviu a voz de
Cristo e se tornou São Paulo o grande pregador do cristianismo. Dito assim, faz
crer haver vantagem no que aconteceu com o Paulo que virou São Paulo. Mas a
realidade histórica mostra que por ordem do imperador um soldado matou São Paulo
justamente por pregar a palavra de Cristo numa época em que ela era proibida porque
afirmava que César não era Deus. Vindo depois o imperador a perceber a
possibilidade de usar a palavra de Deus como grande excelente auxiliar na arte
de manter a massa bruta de povo na mansidão a enquanto a política lhe atochava
o ferro, adotou a palavra de Deus e até hoje ela é usada pela política dos
habitantes dos palácios que trabalham três dias na semana, têm metade do ano de
folga, o erário à disposição e tão superiores que são tratados por EXCELÊNCIAS,
razão pela qual as igrejas não pagam impostos sobre as fortunas mostradas na
revista Forbes.
Por falta
de pensar é que a humanidade vive presa a tradições que em nada correspondem à
realidade. A religião é uma fonte inesgotável de informações que se analisadas
sem fanatismo provar-se-ão totalmente infundadas. Não é por outro motivo que
cérebros geniais afirmaram e afirmam ser a religiosidade uma grande farsa.
Confrontando com a realidade da vida o que pregam as religiões, percebe-se
haver uma grande diferença entre o aquilo que ela diz ser e aquilo que realmente
é. Um exemplo: No capitulo Oriente versus Ocidente, página 30 do livro
Filosofia, de Stephen Law, Editora Zahar, há uma informação que contradiz
frontalmente com a informação religiosa, tanto no que diz respeito ao poder
absoluto de Deus, quanto a emanar de Deus a luz da qual provém a sabedoria que
conduz à paz e à tranquilidade. Da leitura daquele capítulo e do seguinte,
intitulado A Queda de Roma, deduz-se que o período do maior apogeu do poder da
religião correspondeu a um período tão obscuro da existência humana que foi
denominado Idade das Trevas. Nesta fase da Idade Média o poder da igreja era
tão absoluto que a não observação dos seus dogmas era punida com pena de morte dolorosa
executada na fogueira, e o Papa era mais poderoso do que qualquer governante do
mundo ocidental, tão poderoso que o Papa Clemente VII não permitiu que o rei
Henrique VIII se divorciasse da rainha Catarina de Aragão para casar-se com Ana
Bolena, por quem estava apaixonado. Cai por terra, pois, a realidade religiosa de
supor ser absoluto o poder de Deus representado pelo Papa porque se põe contra
ela a realidade histórica segundo a qual os religiosos eram simplesmente
massacrados por adorar Deus em vez de Cesar. Depois, outro imperador,
Constantino, ante a possibilidade do desmoronamento do seu império, do mesmo
modo como desmoronou o antigo Templo de Salomão, e como também precisa
desmoronar o moderno templo de Salomão, de São Paulo, onde estelionatários
tomam dos pobres as fortunas mostradas pela Revista Forbes.
A realidade
histórica mostra ter sido a tentativa de unificar o império romano o motivo
pelo qual o imperador decretou como oficial a religião cristã, o que deixa
claro depender a religião da vontade do homem e não da vontade de Deus. Nem
podia ser de outra forma porque ao contrário de ter Deus criado o homem à sua
imagem, foi o homem o criador de Deus à imagem do próprio homem. Vários
historiadores afirmam que os primeiros homens levados a pensar (razão pela qual
são chamados de filósofos) foram alguns gregos que se puseram a desconfiar da
afirmação até então pacificamente aceita de que as coisas existem porque uma
entidade divina mandou que elas existissem. Para raciocinar não é preciso ter
uma inteligência privilegiada. Se a humanidade ainda não chegou também à
conclusão dos primeiros pensadores é simplesmente por se recusar a meditar
sobre a realidade da vida. Deus só existe porque a ideia de sua existência é
incutida na personalidade do recém-nascido de modo tão eficiente que ele se
torna adulto certo de não haver necessidade de se pensar a respeito da
possibilidade de haver erro nesta informação, embora todas as evidências levam
à conclusão contrária. Diz-se, por exemplo, que os pobres têm a preferência de
Deus. No entanto, são os que mais sofrem. Só eles são arrastados e soterrados
como consequência de temporais. Só eles choram no corredor dos hospitais e
passam fome convencidos da necessidade do sofrimento por ser ele purificador.
São contradições que não resistem à menor análise. Diz-se que a vontade de Deus
é suficiente para fazer existir as coisas. No entanto, as igrejas são postos de
arrecadação de dinheiro e criminosos têm procuração de Deus para agir em nome
dele. Uma única questão é suficiente para se concluir pela inexistência de
Deus: a necessidade de se esconder, de ser uma ideia, na verdade uma ideia
colocada na memória das pessoas quando chegaram por aqui.
Em meio à
barbárie que caracteriza o comportamento humano do Polo Norte ao Polo Sul,
destaca-se com louvor nossa república de bananas habitada por Neandertais, onde
as pessoas consideradas a fina flor não passam de imbecis tão imbecis que estão
inseminando as mulheres com esperma dos americanos das bundas brancas para que
seus filhos nasçam com aspecto diferente do resultante de sua origem proveniente
da mistura de brancos, índios e negros. Não pode haver maior baixeza espiritual
num povo do que se envergonhar de sua origem. Vi, com estes olhos que até home
as mulheres elogiam, um professor mulato meu conhecido e grande amigo ilustrar
um livro que escreveu com uma fotografia de um menino louro dizendo ser ele
quando criança. Nosso país só não é uma vergonha maior porque faz parte de um
mundo tão bárbaro que os presidentes das diversas repúblicas, segundo notícia
na Revista Quatro Rodas, precisam de automóveis blindados para aguentar
explosões e ataque químico, carregando, inclusive, armamento e reserva de
sangue do mesmo tipo do sangue do presidente que transporta. Por isso, graças à
incivilidade do mundo, não causa espécie o fato de só existir inidoneidade no
Brasil para pobres e pretos, realidade que acaba de ser confirmada pela decisão
do governo de considerar a Construtora Odebrecht como não inidônea depois da
roubalheira que ela praticou contra esta massa bruto de povo que deve de logo
ir providenciando seu pote de vaselina porque há pelaí um banqueiro pretendendo
ser presidente da república. Inté.