Creditar o bem-estar social ao desenvolvimento de empresas é tão falso
quanto combater violência com violência maior. Isto é facilmente percebível.
Basta que se disponha a pensar. Qualquer empresa tem por único objetivo o
lucro, o que seria justificável se esse lucro tivesse um limite baseado na
sensatez de remunerar adequadamente o trabalho que têm os empresários para
adquirir bens e pô-los à disposição de quem deles necessite, poupando-lhes de
maior esforço e gasto na tarefa de obtê-los. Mas a realidade é diferente.
Graças à presença ainda forte da lembrança dos tempos de bicho que faz os
humanos ainda terem o mesmo comportamento de bicho ao avançar ferozmente sobre
as posses das outras pessoas, num comportamento individual, portanto egoísta e antissocial.
Não é este o comportamento de absolutamente todos os empresários, tirar o mais
que puder das pessoas que procuram seus serviços? Portanto, arrancar da
sociedade tudo aquilo que for possível sem limite para deter a ganância
superior à ganância da fera por comida porquanto esta para de comer quando não
suporta mais. A única preocupação dos empresários com a sociedade é que a
sociedade tenha muitos consumidores que paguem pontualmente as prestações de
suas compras. Portanto, restrita puramente ao aspecto material. Acontece que o
ser humano não é só matéria. O lado espiritual é infinitamente mais importante.
Todo o mal da humanidade é reduzir sua espiritualidade a igrejas feitas de
tijolos, cimento e seres humanos paramentados e tão longe da verdadeira espiritualidade
quanto aqueles que os têm como guias espirituais. É aí que a humanidade erra
fragorosamente porque a espiritualidade está é no respeito mútuo, na observação
de que a presença do outro precisa não só ser levada em conta e respeitada,
mas, também e principalmente estimada em função de sua elevada importância dado
que a companhia para o ser humano é tão importante quanto respirar. Os
comportamentos prejudiciais de seres humanos para com outros seres humanos
mostram o quanto distante estão eles da verdadeira espiritualidade. Um exemplo:
Um certo doutor Nilzon, em Salvador, quando fui acometido por um problema
cardíaco, queria me submeter a uma intervenção cirúrgica desnecessária só para
ganhar dinheiro. Um dentista aqui de nossa Vitória da Conquista, me fez um
implante dentário que depois teve de ser desfeito com considerável sofrimento
para mim. A explicação para o insucesso foi de não haver base óssea suficiente.
Ora, se assim fosse, por que fazer o procedimento? São inúmeras as
demonstrações de desconsideração com o outro. Estes são exemplos típicos do
comportamento de empresários.
Em torno desta coisa simples da falta de união e do descompasso na vida
dos seres humanos, escritores, filósofos e uma incontável papagaiada de
microfone tergiversam inútil e superficialmente sobre os problemas que os
afligem. O livro OS ERROS FATAIS DO
SOCIALISMO, do escritor F. A. Hayek, procura demonstrar o porquê de não funcionar na prática o socialismo,
enquanto que o filósofo Norberto Bobbio, na página 126 do livro ESTADO,
GOVERNO, SOCIEDADE diz textualmente o seguinte: Estado socialista ou Estado de
não-liberdade. Falta aos intelectuais e aos papagaios de microfone um salto
para fora da realidade atual já inteiramente superada a fim de que se lhes
vislumbrem novos horizontes. A falta de liberdade que o filósofo afirma haver
num Estado socialista só pode ser entendida como erro de considerar socialismo
uma prática política. A ideia de socialismo vai anos luz além desta
mesquinharia porque ela envolve uma elevação espiritual ainda fora do alcance
dos brutamontes seres humanos capazes de se matarem mutuamente por Deus e por
dinheiro. Socialismo, na verdade, é sinônimo da convicção da realidade de ser o
comportamento cooperativista em uma sociedade na qual o resultado do trabalho
de seus trabalhadores é usado em benefício de todos, objetivando alcançar uma
forma ideal para a vida coletiva da qual os seres humanos não podem prescindir.
Em termos de Histórica da Humanidade, a atual
fase não demora a sucumbir uma vez que precisa
escamotear a verdade e convencer as pessoas de que a mentira é que é a verdade.
É tão sem pé nem cabeça a atual civilização que a prostituição, embora tida
como atividade aviltante, proporciona posição social mais alta do que qualquer
outra forma de trabalho considerado nobre e que proporcione maior benefício à
coletividade. O mesmo se observa com as atividades lúdicas. Brincadeiras passam
a ser consideradas tão importantes que seus executores passam a ser “famosos” e
“celebridades” além de milionários. Por trás disso rola tantas coisas que a
massa bruta de povo sequer imagina. As pessoas mais valorizadas socialmente são
aquelas, na verdade, as de menor valor. O “mistério” que transforma em rei com
vida de rei por cantar ou chutar bola basta para determinar o fim da atual
cultura porque a elevação espiritual é que faz com que o homem possa ser
considerado importante. Essa modalidade de vida cujo objetivo primeiro é a
riqueza logo provará ser um grande fiasco. Desta forma de vida resulta a monstruosidade
demonstrada na matéria publicada pela escola de alfabetização política também
conhecida como blog Outras Palavras, matéria intitulada A EPIDEMIA
DE JOVENS RECLUSOS EM SEUS QUARTOS, no seguinte teor: “O
fenômeno dos “hikikomori”, jovens em auto reclusão, torna-se uma epidemia no
Japão, atinge um milhão de pessoas, e avança no Ocidente. Quais suas
bases? -
Eles estão entre os 14 e 25 anos e não estudam nem trabalham. Não têm
amigos e passam a maior parte do dia em seus quartos. Dificilmente falam com os
pais e parentes. Eles dormem durante o dia e vivem à noite para evitar qualquer
confronto com o mundo exterior. Eles se refugiam nos meandros da Web e das
redes sociais com perfis falsos, único contato com a sociedade que abandonaram.
São chamados de hikikomori, palavra japonesa para “ficar de lado”.
Na Terra do Sol Nascente já atingiram a cifra alarmante de um milhão
de casos, mas é equivocado considerá-lo um fenômeno limitado apenas às
fronteiras japonesas. É um mal que assola todas as economias desenvolvidas – As
últimas estimativas falam de milhares de casos italianos de hikikomori, um
exército de presos que pede ajuda.
- Também do ponto de vista
médico, o hikikomori sofre de uma classificação nebulosa.
No Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM), a
“Bíblia” da psiquiatria, ainda está registrada como síndrome cultural japonesa:
uma imprecisão que tende a subestimar a ameaça do distúrbio no resto do mundo e
cria consequências perigosas. Muitas vezes é confundido com síndromes
depressivas e, nos piores casos o jovem é carimbado com o rótulo
de dependência em internet.” Isto prova de modo irrefutável não passar
de deslavada mentira a pregação dos meios de comunicação através da
papagaiada de microfone de que o consumismo proporciona bem-estar social. O
estado mórbido em que se encontram estes jovens submetidos a um tipo de loucura
deve-se unicamente à ação criminosa dos empresários e de suas marionetes, os
papagaios de microfone, que os insufla ao consumismo e os transforma em robôs.
Monstruosidade é palavra mais adequada para o comportamento de quem leva a
juventude a tamanho estado de morbidez em troca de fortunas cuja única
finalidade é encher caixas-fortes nos infernos fiscais para dar direito a fazer
pose na revista Forbes.
Absolutamente toda a infelicidade humana decorre do crime monstruoso de
se instruir o recém-nascido a acreditar em duas grandes falsidades ao
presenteá-lo com um crucifixo e uma caderneta de poupança. O resultado de tal
aprendizado é um adulto capaz de encontrar algo de sério em vez do ridículo no
ato do Papa beijar o pé de um infeliz como meio de combater a infelicidade, ou de
pedir aos violentos que se tornem pacíficos como meio de promover a paz. O Papa
pode beijar os dois pés da humanidade inteira e pedir durante toda sua vida por
paz que será pura perda de tempo porque a humanidade será infeliz enquanto
tiverem a riqueza e o poder por objetivos maiores. Seu principal objetivo deve ser
a elevação espiritual que requer maior apreço ao conhecimento do que ao ouro
que fez a infelicidade do Midas mitológico e fará dos Midas das caixas-fortes
nos infernos fiscais. Quem viver, verá. Inté.
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