segunda-feira, 26 de março de 2018

ARENGA 479


Por não ter coisa melhor a fazer, muita gente desgasta seu tempo lendo as mal alinhavadas coisas que são escritas aqui e a generosidade da internete permite sejam publicadas. Os desocupados que assim procedem não podem deixar de saber que há muito é afirmado aqui ser ainda muito forte no ser humano a lembrança dos tempos de bicho quando só se comia se encontrasse o que comer, e não era raro morrer por comer frutas ou raízes venenosas, o que só não intriga quem acredita ser Deus que determina a morte porque quem assim pensa não lê por não saber ou por não entender o que lê. Em várias oportunidades está registrado nestas mal traçadas o fato de que o medo da fome dos tempos em que não se sabia produzir comida porque éramos ainda mais bichos do que somos agora, esse medo continua presente. Mesmo depois de produzir alimento, o que descarta a necessidade de contar com o acaso para se ter comida, ainda assim o medo da escassez dá origem à ânsia por acumular riqueza como precaução contra a possibilidade de incorrer em estado de necessidade. Tal conclusão pode ser encontrada por aqui em várias oportunidades. Qual não é, pois, nossa perplexidade ao deparar com esta mesma opinião na pessoa de ninguém menos do que o filósofo Yuval Noah Harari, na página 49, do seu livro SAPIENS, uma breve história da humanidade, no seguinte teor: “Para entender nossa natureza, nossa história e nossa psicologia, devemos entrar na cabeça dos nossos ancestrais caçadores-coletores. Durante praticamente toda a história da nossa espécie, os sapiens viveram como caçadores-coletores. Os últimos 200 anos, durante os quais um número cada vez maior de sapiens ganham o pão de cada dia como trabalhadores urbanos e funcionários administrativos, e os 10 mil anos precedentes, durante os quais a maioria dos sapiens vivia como agricultores e pastores, são um piscar de olhos em comparação com as dezenas de milhares de anos durante os quais nossos ancestrais foram caçadores e coletores. O campo próspero da psicologia evolutiva afirma que muitas de nossas características psicológicas e sociais do presente foram moldadas durante essa longa era pré-agrícola. Ainda hoje, afirmam especialista da área, nosso cérebro e nossa mente são adaptados para uma vida de caça e coleta. Nossos hábitos alimentares, nossos conflitos e nossa sexualidade são todos consequência do modo como nossa mente de caçadores-coletores interage com o ambiente pós-industrial de nossos dias, com megacidades, aviões, telefones e computadores. Esse ambiente nos dá mais recursos materiais e vida mais longa do que a desfrutada por qualquer geração anterior, mas também nos faz sentir alienados, deprimidos e pressionados. Para entender por quê, apontam os psicólogos evolutivos, precisamos nos aprofundar no mundo de caçadores-coletores que nos moldou, o mundo que, subconscientemente, ainda habitamos”, É justamente o que temos dito há quase uma década. Caso mais algum desocupado chegue por aqui pela primeira vez e não acredite na possibilidade de haver coincidência de opinião entre um capiau e um intelectual, perca mais algum tempo e veja outras bobagens denominadas arengas que haverá de encontrar por lá várias afirmações no sentido de ser fruto do medo da escassez dos tempos de bicho a avareza que leva um por cento da humanidade a abocanhar para si sós noventa e nove por cento da riqueza do mundo.

Entretanto, como todos os egressos das Harvards do mundo, o autor de Sapiens também não diz que o ajuntamento das riquezas nos infernos fiscais tanto é desnecessária quanto prejudicial ao convívio social porque as fortunas que abarrotam caixas-fortes nos infernos fiscais dá origem à pobreza da qual resultam necessidades e violência. Ao contrário, o filósofo faz apologia do ajuntamento de riqueza ao discorrer sobre o progresso decorrente da evolução mental que possibilitou a criação da ficção denominada pessoa jurídica. Como exemplo desse progresso, nas páginas 36 e 37 o filósofo cita a indústria Peugeot, cuja atividade teria produzido mais de um milhão e meio de automóveis no ano de 2008, gerando uma receita de mais ou menos 55 bilhões de euros. Livros desse tipo são próprios do mundo dos intelectuais. Fornecem muitas informações, é verdade, mas informações que passam longe daquilo de que mais precisam os seres humanos para que possam viver na tranquilidade da paz. O que se faz necessário é encarar a realidade da necessidade de uma forma de vida diferente da vivida até aqui quando apenas um por cento da humanidade pode satisfazer as necessidades, embora elas sejam comuns à humanidade inteira. As mesmas necessidades que tinha o senhor Armand Peugeot tinham seus 200 mil empregados. Entretanto, a estes e a todos os trabalhadores do mundo cabe apenas o correspondente à sobrevivência porque o restante daquilo que produzem tem as caixas-fortes nos infernos fiscais como destino, realidade que precisa ser escondida a todo custo. Um exemplo desta necessidade de esconder a verdade: O jornal Folha de São Paulo, que mentem uma coluna sobre cachorro, publicou matéria do jornalista André Singer sobre o Supremo Tribunal Federal, tão submisso aos interesses dos ricos quanto as demais instituições. Como aprendiz de problemas sociais, comentei a matéria da seguinte forma, comentário que foi sumariamente censurado pelos quebra-faca que protegem como cães-de-guarda os interesses de seus patrões evitando que a massa bruta de povo tome conhecimento da irrealidade em que vive. Foi este o comentário censurado:O mundo está nas mãos do grupinho de um por cento de Midas que detêm para puro deleite noventa e nove por cento da riqueza que a todos deveria servir. A estes monstros espirituais que dão as cartas interessa exatamente a injustiça. Enquanto a massa bruta de povo permanecer no analfabetismo político seu destino será esse que está aí.”

Sabendo ou não sabendo explorar a força-trabalho da massa bruta de povo, os exploradores evitam como o diabo evita a cruz que os explorados tomem conhecimento de sua eterna condição de explorado. A escravidão, como o jogo de lego tão citado no livro O Mundo de Sofia, com a diferença de que o jogo da escravidão além de ser formado apenas por duas peças, escravo e escravizador, é também como o bumerangue que volta sempre ao ponto de partida. Em  1789 e em 1917, respectivamente na França e na Rússia a massa bruta de povo esperneou, sangrou, decepou cabeças fora do corpo, esquartejou e barbarizou a fim de se livrar da escravidão, mas depois de abaixada a poeira do barbarismo, voltou a ser submetida aos grilhões do emprego e do salário, forma de escravidão que consiste em dar a vitalidade em troca da manutenção. É como o burro de carroça, realidade que os escravizadores escondem debaixo de artimanhas como o pão e circo que se faz presente de várias maneiras. Uma delas é a cena ridícula mostrada pela imprensa na qual religiosos estelionatários, parasitas sociais, se apresentam no ato de filiação do inocente útil jogador de futebola Ronaldinho Gaúcho ao partido político PSC, objetivando repetir a mesma malandragem da votação obtida pelo também inocente útil Tiririca que serviu para eleger vários parasitas sociais.

É também interessantissimo o fato de mais alguém de comprovada capacidade mental e conhecimento do mundo fazer coro com as afirmações que embora expostas de maneira rude, há muito vem sendo aqui defendidas, entre elas a necessidade de haver interesse da massa bruta de povo pelo destino do erário em vez de deixá-lo a cargo de ladravazes que fazem dele a Casa da Mãe Joana, e portanto, afirmando ser indispensável à ação política a participação da massa bruta de povo. Pois, para orgulho deste blog tosco, não foi outra coisa o que disse, em um dos seus contundentes comentários matinais na Rádio Band News, o Deputado custa mais de R$ 2 milhões por anojornalista Ricardo Boechat disse que ririam dele se quatro anos atrás, antes da Operação Lava Jato, ele dissesse que figurões do mundo da política (politiqueiros) iriam parar na cadeia por roubar dinheiro público. Realmente, ninguém seria capaz de acreditar antes da Lava Jato que iriam para a cadeia ladrões do dinheiro público com as bocas entortados durante séculos pelo cachimbo da impunidade aceita de forma tão mansa e pacífica que até já se afirmou ser bom o governante que rouba, mas faz. É pois, de espantar que surgisse uma instituição denominada Operação Lava Jato levantada por um grupinho de jovens que embora participando da mesma administração pública corrupta se insurgisse contra a corrupção. Foi a insurreição destes jovens cumpridores do seu dever de defensores da sociedade que está a colocar no xilindró ladrões do erário que sempre se deram bem na ação criminosa de rapinar o dinheiro cuja falta infelicita a sociedade. Na continuação do lúcido comentário do jornalista está a coincidência entre suas afirmações e aquilo que aqui vem sendo dito porque ele afirmou que a Lava Jato só ainda não sucumbiu porque a opinião pública é favorável ao seu trabalho. Perfeito! Senão perfeitíssimo! Não fosse a opinião pública a apoiar a ação da Lava Jato ela já teria sucumbido pela ação dos que se beneficiam com a corrupção e que se escondem covardemente atrás de imunidade parlamentar, foro privilegiado, corporativismo, inclusive de altas autoridades da justiça que a favor dos corruptos bradam contra aqueles que se insurgem contra a roubalheira com argumentos de inconstitucionalidade, direitos humanos, e coisa e tal.

Não é senão o medo que os politiqueiros tem da massa bruta de povo, como ficou demonstrado quando o prefeito de São Paulo fugiu apavorado em um helicóptero quando grande multidão saiu em protesto nas ruas daquela cidade. Apesar da cegueira mental que liga a massa bruta de povo ao pão e circo, tal cegueira, entretanto, como não afeta a visão, a massa bruta vendo meias, cuecas, malas e apartamentos abarrotados do seu dinheiro carreado pracá e pralá, apesar da notória estupidez, a massa bruta de povo vislumbrou vantagem no trabalho da Lava Jato e ficou ao lado dela dando-lhe apoio.  Como a coisa que ladrões mais temem é a presença de multidões cuja fúria já demonstrou várias vezes ser capaz de cepar fora cabeças até mesmo de reis, por conta desse medo é que a Lava Jato ainda não sucumbiu malgrado o esforço nesse sentido que fazem todos aqueles acostumados a levar vantagem com a corrupção e a privatizar o erário em benefício próprio e dos seus.

Portanto, quem sabe o que diz corrobora nossa humilde opinião de ser impossível haver administração pública sadia não havendo efetivo interesse da massa bruta de povo em fiscalizar o que está sendo feito do erário porque enquanto for assim ela continuará impossibilitada de satisfazer suas necessidades primárias enquanto que os malandros da politicagem se colocam em posição tão privilegiados às custas do erário que até se autodenominam EXCELÊNCIAS às quais absolutamente nada pode faltar e das quais nada pode ser cobrado, embora sejam os que nada podem que lhes garante a despensa abastecida de finas iguarias.

A história da humanidade mostra que o povo sempre teve o comportamento de manada a seguir o berrante dos falsos líderes. Na página 131 de História da Raça Humana consta que em função das matanças promovidas por Alexandre Magno a juventude do seu tempo se tornara desiludida. Tempos depois, por época da Segunda Guerra Mundial, eis a juventude novamente desiludida em função daquela nova matança. Atualmente, em função da ação dos monstros espirituais de cujas bocas escorre baba de dragão, que em troca de dinheiro transforma os jovens em robôs futucadores de telefone, eis que novamente está a juventude tão desiludida que os jovens ficaram deprimidos pela falta de comunicação pessoal e vítimas de uma depressão que os levará à demência e à alucinação. Quem viver, verá. É preciso trocar por outro mais inteligente este jeito estúpido de se viver. Inté. 

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