sábado, 30 de setembro de 2023

ARENGA 699

 

 Estudo alerta para alta incidência de suicídio na adolescência. Os dados são da Sociedade Brasileira de Pediatria. Cerca de mil crianças e adolescentes, na faixa etária entre 10 e 19 anos de idade, cometem suicídio no Brasil a cada ano. É o que diz o jornal Tribuna da Bahia, do dia 30/09/2023.

Em que lugar, senão num lugar muito infeliz, a juventude comete suicídio? Foi para cometer suicídio que Cristo disse venham a mim as crianças (Mateus:19,14)? E que lugar estranho é este cujo povo em meio a tamanha infelicidade que seus filhos se matam e em vez de lágrimas festejam mil e um tipo de festas em meio a eterno pipocar de foguetórios? Este é um lugar chamado Brasil, onde o povo é tão mais povo do que em qualquer outro lugar do mundo que as nulidades triunfam sobre os valores. Aqui, a violência da criminalidade é diferente da criminalidade comum entre os brutos seres humanos que de tão brutos e não perceberam poder viver em paz há dois tipos de bandidos: os bandidos de elite que contam com proteção do Estado não obstante serem suas ações criminosa mais danosas porque atingem toda a sociedade. Concorrem com os bandidos de elite, os bandidos que por não fazerem parte da elite e que não obstante serem menos danosos à sociedade, contra estes o Estado descarrega toda sua ira.

Sendo uma sociedade distópica, isto é, uma sociedade organizada de modo contrário ao da sociedade descrita na Utopia, de Thomas More, em lugar de pensarem por si mesmas, as pessoas pensam como lhes determinam o ópio colorido da televisão e o papaguear de infinito número de papagaios de microfone da mídia que em troca da despensa abastecida espelham falsidades que de tanto repetidas viram verdades. É por acreditar em falsidades que num círculo vicioso cada geração passa crendices para as próximas gerações, perpetuando a obtusidade mental de buscar proteção nas igrejas onde profissionais da fé as enganam com promessa de reino divino a ser alcançado mediante comportamentos que nem eles mesmos praticam. Tão inútil é este procedimento que o mundo está prestes a sofrer tremenda hecatombe não obstante a quantidade de orações. Para haver proteção contra infortúnios é bastante fiscalizar o que a política está fazendo com o dinheiro dos impostos.

Enfim, nada mais é preciso para saber estar tudo errado nessa pátria de deus do que o doloroso fato do suicídio de jovens que apesar de passar inferente para esta sociedade distópica, prova estarmos no caminho errado.  

 

 

 

sexta-feira, 29 de setembro de 2023

ARENGA 698

 

Tudo que se escreve e falam mídia, jornais e livros sobre política não merece atenção alguma. É tudo baboseira, mentira e perda de tempo. Não obstante a suprema importância das decisões políticas, porque delas depende não só a qualidade de vida, mas a própria vida, o que tem sido reiteradamente dito aqui no cantinho de pensar: tudo depende da política. Se há fome, falta de assistência para tudo de que se necessita, é uma questão de ser a política exercida de modo errado como é em todo o mundo. Quando se fala em sociedades civilizadas é porque nas demais a barbárie é tamanha que apenas pelo fato de ser a menor em algum lugar este lugar, para a malta humana, é civilizado. Como civilizado se por lá também se rouba e mata?

Só pode haver civilização se as pessoas são civilizadas. Não sendo, como não são, vive-se uma vida cheia de turbulência e infelicidades a puxar de gancho. Da mesma forma, só pode haver política correta com políticos corretos, o que é totalmente impossível dada a pequena distância que nos separa do tempo de barbarismo. Por mais sincero que o político pareça ser, como fala muito, acaba deixando transparecer a falsidade congênita dos políticos. Há pouco eu ouvia o político Ciro Gomes num falatório aparentemente de merecer crédito. No entanto, ao fazer apologia do esporte, traiu-se porque o fanatismo esportivo juntamente com a crendice religiosa são duas faces do pão e circo que torna a multidão politicamente analfabeta. Trata-se na verdade de fazer um afago ao populacho para o qual escoiceadores de bola são verdadeiros deuses.

Pelo jeito, não haverá tempo para que a juventude conheça um líder de verdade nem intelectual empenhado sinceramente em mostrar aos jovens um bom caminha por onde caminhar. Deles vêm apenas “Best-Sellers” eivados de elogios, por outros intelectuais, mas totalmente inúteis no sentido de buscar melhor qualidade de vida do que a porcaria de vida que temos. O intelectual Eduardo Moreira, depois de escrever o livro Desigualdade, que é de uma contribuição espetacular para esclarecer os erros políticos que motivam a infelicidade humana, de repente, como que arrependido, porta-se como também um dos muitos intelectuais inúteis e escreve um livro que é pura perda de tempo e dinheiro e que não vale a pena ser lido. O nome desse livro inútil é A Intenção Primeira.  

    

 

segunda-feira, 18 de setembro de 2023

ARENGA 697

 

Para começar mais esta “prosa” preciso falar de mim mesmo. É que até hoje, apesar de haver livros a puxar de gancho dizendo o que é preciso fazer para resolver os problemas que atazanam a vida dos tão infelizes seres humanos que de tão estúpidos ainda não sabem inexistir motivos para tantas alegrias por ser inevitável o que consta de Eclesiastes quanto a haver tempo de rir e tempo de chorar. Ninguém festeja quando há pranto. Certamente por ser de poucos conhecimentos, não vi ainda um só livro sobre o motivo pelo qual ninguém dá bola para uma só das mil e uma recomendações do que se deve fazer para melhorar a vida infeliz dos seres humanos que por desconhecerem a realidade vivem mergulhados em falsidades. Um livro de título pomposo Economia Para Transformação Social, e subtítulo ainda mais pomposo: Pequeno Manual Para Mudar O Mundo, de Juliane Furno e Pedro Rossi, como se o mundo pudesse melhorar senão por uma opinião pública isenta da contaminação midiática que faz mentira virar verdade. Apesar da presunção, o livro incorre em erro quando se refere à cultura capitalista ou do venha a mim e os outros que se danem, na página 28, como sistema natural harmônico e equilibrado. Se natural provém da natureza, capitalismo não é natural, mas produto de convenção social que expandiu sua maldade de considerar haver quem não precisa viver com dignidade, principalmente no século XIX na Inglaterra, com a Revolução Industrial. Absurdo, portanto, dizer que em tal cultura existe harmonia e equilíbrio se vis fazer poucos trilionários e muitos famintos.

Mas esta “prosa” perdeu o rumo que era sobre a questão da inutilidade das advertências ignoradas de pensadores visando dar racionalidade à vida irracional dos seres humanos. Por que a humanidade permanece alheia aos avisos de erros que a põem em perigo? Terá o passar do tempo recrudescido em vez aplacar pela experiência sua exuberante estupidez a que se refere o historiador Mac Nall Barns ao afirmar que a humanidade é feita de seres tão estúpidos que vivem para destruir o que construíram? Esta deve ser a única explicação para tantos festejamentos como se a vida decorresse às mil maravilhas quando sofrimentos e desastres já deixaram de ser perspectivas para serem realidade.

Desta forma, atentando para o que disse mestre Rousseau de não se pode ser claro com quem é desatento, chega o momento em que as pessoas sensatas e de grandes conhecimentos que em vão procuram orientar a malta humana para o bom caminho com chamamentos à razão, voltem sua atenção para como fazer que tais advertências surtam efeito. Até o momento presente as pessoas estão convictas de que sua felicidade ou infelicidade depende de deus, erro a que foram levadas intencionalmente pela cultura antissocial do venha a mim e os outros que se danem cuja sobrevivência depende da falta de conhecimento da realidade. Povo esclarecido não seria tão facilmente feito de bobo.

Cabe observar que do desconhecimento da realidade não escapam nem os doutores. É a humanidade em peso a repudiar o ideal socialista de almejar uma sociedade menos injusta e se não consegue á justamente por falta da força que as pessoas preferem colocar a favor daqueles que as enganam fazendo crer ser ideal uma sociedade que as engana de forma tão cruel que escoiceadores de bola e cantadores de bobagens merecem maior reconhecimento do que quem estudou anos a fio e prestam relevantes serviços à comunidade.

sábado, 9 de setembro de 2023

ARENGA 696

 

A versão do fantoche de ministro Dias Toffoli, que reprovado em concurso para juiz de primeira instância foi guindado pela política a juiz de última instância, de ter sido ilegal a ação da Lava Jato suscita as seguintes questões: se os criminosos confessaram o roubo, se foram encontradas malas, cuecas, rego de bunda, bolsos e malas 007 recheados de dinheiro roubado, se bilhões foram repatriados, onde está a ilegalidade da punição? Outra questão: quem é vítima de ilegalidade, portanto, de injustiça, tem direito a compensação em dinheiro visto não ser possível restituir o tempo que passou na prisão e nem apagar de sua vida a mácula deixada pela acusação “injusta” de ser desonesto. Sendo assim, tendo tido o Estado a irresponsabilidade de dizer que “cidadãos de bem” são ladrões, terá necessariamente de devolver a estes cidadãos injuriado pelo Estado os bilhões que injustamente lhes tomou dizendo terem sido roubados. E mais: além de devolver aos ladrões os bilhões roubados, terá o povo festeiro de indenizar os ladrões do seu dinheiro por força da legislação que pune caluniadores com indenização ao caluniado pela injustiça de que foi vítima. Assim, além de devolver aos larápios os bilhões “injustamente” tirados dos ladrões na mão grande do Estado, ainda por cima terá a malta festiva de carregar no dorso paquidérmico o peso da indenização aos “cidadãos honestos”, não obstante serem réus confessos.

Quando se trata de Brasil, todo tipo de coisas ruins são recebidas com naturalidade e em meio a festejamentos. Sendo a humanidade feita de seres vis, será o brasileiro o mais vil dos povos? Sua história mostra ter havido brasileiros que amaram e desejaram o bem de sua pátria, mas ficou no passado se o que predomina na atualidade são tipos do tipo do fantoche de ministro Dias Toffoli e que tais. Mas a História também mostra uma realidade que por não ser observada pelos seres humanos a humanidade é vítima de sofrimentos que ultrapassam de muito os inevitáveis, realidade explicada pela educação. Sendo quase inevitável que o adulto se comporta de acordo com o que aprendeu em criança, e sendo que as crianças aprendem mentiras como sendo dinheiro e deus o que há de mais importante na vida, quando para se viver bem em sociedade o mais importante é o ensinamento de Cristo para tratar o semelhante como gostaria de ser tratado, em vez disto, porém, as crianças aprendem a cultura do venha a mim e os outros que se danem, ou da farinha pouca, meu pirão primeiro. Daí ser totalmente impossível à humanidade viver senão um tipo de vida ainda mais brutal que a vida das feras que se matam é por necessidade conforme determinação do deus sobre o qual se aprende em criança ser de infinita bondade e sabedoria.

       

sexta-feira, 1 de setembro de 2023

ARENGA 695

 

Duas citações de dois grandes pensadores aqui mencionados por ordem cronológica e não pela importância dos pensamentos por serem ambos tão importantes que se postos em prática pelo festeiro e religioso povo brasileiro, principalmente, (supondo que brasileiro se presta senão para festa, igreja e futebola), a materialização destes dois pensamentos fariam desta infeliz pátria de deus um exemplo de civilidade e bem-estar social para o selvagem resto do mundo onde civilização significa ter muito dinheiro. Citaremos primeiro o pensamento de Marx, menosprezado por não ter sido escoiceador de bola, quando disse que em vez de análises o mundo carece é de mudança. Isto é algo que se a massa bruta de povo pensasse por si em vez de ter os pensamentos feitos pelo ópio colorida do televisão, extirparia do mundo sua exuberante estupidez de inverter para maus os bons costumes de forma tão inadmissivelmente deturpada que uma menina por ter matado os pais está na imprensa como celebridade.

Em seguida ao pensamento do grande Marx vem o pensamento de outro estudioso dos problemas humanos, Rodolfo Stavenhagen. Seu pensamento para nossa estudo está citado na página 13 do livro Formação do Capitalismo no Brasil, de Ladislau Dowbor, e que é o seguinte: “O desenvolvimento econômico, reconhecemo-lo cada vez mais, não é um problema técnico, mas político”.

Aí está! Está tudo aí. Misturando estes dois pensamentos num só, é quanto basta para a visão de um caminho menos estúpido para levar a humanidade a destino menos infeliz do que uma sociedade na qual predomina uma desigualdade de seres naturalmente iguais que uns têm demais e outros, de menos. Sociedade alguma estruturada sob tamanha disformidade tem necessariamente de ser tão infeliz que apesar de muito se falar sobre seus erros, repudia-se a sensatez de se pensar em corrigi-los como sugeriu Marx.

A necessidade de mudança é imprescindível pelo seguinte motivo: a felicidade (bem-estar social) está na dependência do desenvolvimento econômico, que depende da política, como disse nosso segundo pensador. Sendo assim, e é assim que é, se a política no mundo inteiro tem por função zelar pelos interesses dos mais ricos, sem que se mude tamanha distorção, estará a humanidade eternamente condenada à infelicidade que ainda é maior nas sociedades saídas mas tarde da condição de colonizadas e onde a coisa ainda é pior uma vez que seus políticos têm sempre a polícia nos calcanhares e o povo, vivendo para festas, está mais longe de saber que pode pensar.