Os
comentários no Yahoo Notícias sobre o fato de Neymar tomar garrafa de vinho de
onde mil reais demonstra a quantas anda a ignorância política do infeliz bicho
povo brasileiro. As manifestações dos jovens a respeito do fato explica o
motivo dos duzentos e sessenta mil notas zero no Enem. A pobre juventude não a
mínima capacidade de percepção da realidade política. É perversidade maior a
anulação total da capacidade de raciocinar que o sistema capitalista de
administração pública impõe à juventude a fim de mantê-la exatamente como se
encontra, totalmente alheia aos assuntos dos quais depende o futuro de seus
filhos. É realmente estarrecedor para quem conseguiu superar a qualidade reles
de povo e elevar a mente um pouco acima da mentalidade de povo. Jovens! Prestem
atenção: O fato que vocês encaram com hilaridade é uma armadilha na qual vocês
caem como patinhos. A riqueza destes também inocentes jovens que vocês encaram
como “celebridades” e “famosos” é tirada do bolso de vocês mesmos porque
dinheiro não dá em árvores. Vocês, jovens, nada veem de esquisito no fato de um
garoto ficar multimilionário por saber jogar bola enquanto vocês terão de ralar
nos corrimãos dos transportes, filas para tudo, passar o dia trancafiados em
consultórios atendendo doentes, em escritórios cuidando de interesses alheios,
em troca da sobrevivência? Com tamanho desconhecimento político vocês
arrastarão seus descendentes para a mesma vida medíocre de sofrimentos que
vocês enfrentarão quando pintar a velhice e os cuidados que ela requer. Façam
isso não, jovens. Procurem entender o que se passa atrás desse negócio de
promotores de brincadeiras terem vida regalada enquanto professores vivem à
míngua. Tudo isso visa justamente fazer com que vocês sejam incapazes de levar
alguma coisa a sério, mas a vida é só seriedade depois de passado o tempo de
achar papai e mamãe para lhes suprir as necessidades. Portanto, escutem o que
lhes diz um vovô que muito se preocupa com vocês. Procurem entender algo sobre
sociabilidade porque disso depende uma sociedade pacífica, portanto, livre de
sofrimentos desnecessários. A maioria absoluta dos sofrimentos que lhes
afetarão depois de passado o vigor da juventude podem ser quase todos evitados
se a administração pública for bem feita, o que jamais acontecerá enquanto
vocês não se interessarem por isso, lembrando sempre que a violência não leva a
absolutamente nada. Mas o que está sendo feito com a mentalidade de vocês é
violência da maior. Sejam espiritualmente superiores porque embora vocês se
julguem diferentes, a mentalidade de vocês em nada difere da mentalidade da
múmia de terno e gravata que está ao lado de vocês no Yahoo Notícias e que se
chama Ives Gandra Martins Filho. Inté.
Será necessário haver tanta pobreza, choro, sofrimento? Que jovens pobres tenham que se endividar para estudar? Estará certa a conduta tradicional de terem as pessoas de trabalhar para sustentar as autoridades vivendo em palácios e com todas as suas necessidades pagas, inclusive riqueza pessoal para levar quando deixarem seus postos de trabalho? Há necessidade de tantas autoridades? Que tal matutarmos sobre estas coisas? Este é o objetivo deste blog. Nenhum mal haverá de fazer.
quarta-feira, 25 de janeiro de 2017
ARENGA 362
Este mal
amanhado blog às vezes tem motivo para sentir orgulho de si mesmo quando
coincide com a sua a opinião de pessoa espiritualmente ilustre como o
jornalista, radialista, comentarista e muitos outros “istas” Ricardo Boechat.
Apesar de se declarar apreciador de futebola, coisa estranha para alguém
mentalmente anos luz distante da mentalidade rasteira da massa bruto de povo
porque se até esse Zemané não desconhece a história do “panem et circenses” que
ora se manifesta através dos preparativos para o carnaval, algo de muito
estranho há no fato de alguém de tão nobre estirpe intelectual fazer coro com
apreciadores de brincadeiras que envolvem corrupção e fortunas enquanto
trabalhadores do serviço público estão passando fome, donde se deduz que o rumo
seguido pela sociedade não está para brincadeiras. No comentário lúcido como
sempre faz na Rádio Bandeirantes FM, Boechat discorria sobre a indicação para
cargos em empresas estatais feita por deputados sem a formação necessária que
lhes fornecesse conhecimento para detectar a capacidade técnica das pessoas por
eles indicadas, fato corriqueiro no sistema de administração pública brasileiro,
o que confirma o várias vezes dito aqui neste mal amanhado blog de ter sido a
nobre Ciência Política transformada em reles politicagem, verdadeira
esculhambação. Se no mundo inteiro a administração pública visa apenas os
interesses dos ricos e da classe política, pelos lados das repúblicas de banana
entre as quais nos incluímos a situação ainda é pior porque enquanto nos outros
lugares disfarça-se o ludíbrio, por cá é dito na cara da massa bruta de povaréu
que sua opinião nada significa. E realmente não significa como prova a notícia
na imprensa de que o ministro Gilmar Mendes quer que Temer escolha o relator da
Lava Jato, sendo o próprio Temer investigado, o que significa o julgado
escolhendo seu julgador. Os 291 mil
notas zero no Enem é também resultado da malandragem que substituiu a política
porque para não terem suas malandragens percebidas os malandros precisam de um
povo tão imbecilizado que ouve impassível na tampa do nariz que sua opinião e
bosta é a mesma coisa.
Entretanto, para consolo da esperança, o efeito do pão e circo diminui
dia a dia como se vê da seguinte matéria publicada no blog Outras Palavras,
escola de alfabetização política: “O modelo que nos envenena está
perante o tribunal: em novembro de 2016 começou o julgamento da morte de um
menino de 4 anos e uma menina de 5 anos que esteve em coma e segue fazendo
tratamento. Família indígena entra na Justiça contra pulverizações em
plantações de tomate que levaram à morte um menino de 4 anos e deixaram menina
de 5 anos em coma”. Isto dá mostras de que a
opinião pública começa a não aceitar ser considerada bosta. Mesmo que não dê em
nada porquanto os donos do mundo ainda dão as cartas, mas é o começo de uma
nova era em que se contesta a escravidão até agora consentida. Inté.
terça-feira, 24 de janeiro de 2017
ARENGA 361
O alvoroço
infernal que a papagaiada de microfone está fazendo em torno do ministro Teory
demonstra a cegueira mental desta sociedade cuja administração pública se
resume numa enorme safadeza sobre um povo tão estúpido que por não saber quem
foi Bertolt Brecht, também não sabe que
ele disse o seguinte: “Pobre do povo que precisa de herói”. Se nem mesmo
um salvador da dimensão de um filho de um brasileiro como dia a malta ignorante
que curava lepra sem remédio e ressuscitou Lázaro, não foi capaz de livrar esta
sociedade de bosta da estupidez que a levará a infelicidades cada vez maiores, não
será, portanto, um homem normal que terá sucesso na tarefa de substituir o
instinto pelo raciocínio nesse povinho de igreja, axé e futebola. A elevação
espiritual é a única forma de colocar comportamento civilizado no legar de
comportamento bárbaro. Como esperar civilização em republiqueta de banana se os
seres humanos das sociedades mais civilizadas do mundo recusam em se
desenvolver espiritualmente, optando pela estupidez de viver trocando socos como
exige a cultura do TER em vez de cultivar a paz e harmonia na cultura do SER? A
cultura estúpida do TER generalizou de tal forma que até pessoas
intelectualmente distantes anos luz do populacho ignorante deslumbrado pelo
“American Way of Life” se deixam levar pela esparrela do desenvolvimento
econômico papagaiado por economistas assalariados pelos ignorantes acumuladores
de riqueza orientados pelo instinto animalesco dos tempos primitivos quando se
temia a escassez de comida. O desenvolvimento econômico baseado no consumismo
tido como solução dos problemas, na realidade, é a fonte de todos os problemas
que a todos infernizam, apesar de aplaudido pelos egressos das Harvards do mundo este modelo canalha de política
que administra a riqueza pública do mundo.
O livro ANATOMIA DE UM DESASTRE, de Claudia Safatle, João Borges e
Ribamar Oliveira, de leitura enfadonha como não podia deixar de ser por tratar
de assunto repugnante como é a politicagem brasileira, pinta um quadro perfeito
da canalhice em que envolve a administração pública nesta republiqueta de
banana. Na página 34 está dito que FHC fez um empréstimo no Fundo Monetário no
valor de trinta bilhões de dólares. Daí resulta a canalhice monumental mostrada
no livro Dívida E(x)terna, de Marcos Arruda, Editora Vozes. Onde estará todo o
dinheiro dos empréstimos que redundaram na monumental dívida que o país tem se
ele está à míngua? Na página 132 consta que o BNDES disponibilizava cento e
sessenta e seis bilhões de reais para a Petrobrás, setor elétrico, rodovias e
ferrovias. Certamente essa dinheirama foi para os infernos fiscais através da
corrupção de Pasadena e empreiteiras. Na página 133, o BNDES emprestou quarenta
e quatro bilhões de reais a juros abaixo do mercado e o Tesouro pagou a
diferença, o que significa que o povo pagou juros de dinheiro emprestado a
empresários. A administração pública no atual sistema de democracia resume-se
na frase constante da capa do livro Dívida E(x)terna: PARA O CAPITAL, TUDO; PARA
O SOCIAL, MIGALHAS. Como esperar, então, de alguém solução para um merdeiro
desse tamanho? Jamais existirá uma sociedade sadia com uma juventude de
mentalidade tão medíocre que tem por atividades adorar “celebridades”,
“famosos”, futucar telefone, se ligar em igreja, axé, futebola, promover
festival de trepadas coletivas como éguas, cavalos, bois e vacas, sociedade na
qual as mulheres ingerem bebidas alcoólicas pela xoxota e os pseudo machos, pelo
rabo. Inté.
domingo, 22 de janeiro de 2017
ARENGA 360
Aqueles a quem a natureza dotou de um caráter menos aguerrido para a
violência e as disputas não devem se conformar com a submissão aos que foram
por ela aquinhoados de tais maldades. É intolerável que apenas um por cento de
brutamontes espirituais tenham sob seu domínio os noventa e nove por centos dos
restantes seres humanos. Entretanto, para conseguirem estes livrar-se do jugo
daqueles faz-se necessário antes de tudo fazer ouvidos moucos para o que diz a
papagaiada de microfone porque eles defendem exatamente a submissão quando
fazem proselitismo dos bancos, dos refrigerantes, das viagens mundo afora, das
compras em Me Ame, do endeusamento das brincadeiras, do sistema financeiro, dos
financiamentos para isso e aquilo, da necessidade de pagar as prestações, do
consumismo. Absolutamente tudo o que dizem os papagaios de microfone e os
escritores e filósofos assalariados é a mando dos Reis Midas do grupinho
numericamente insignificante de um por cento dos seres humanos que se acham
muito espertos em sua monumental ignorância de sociabilidade. Tais
recomendações, na verdade, são os elos que formam os grilhões de uma escravidão
tão ardilosamente disfarçada que se tornou consentida. Necessário se faz, pois,
que os noventa de nove por cento dos submissos à escravidão desviem a atenção
do que dizem os meios de comunicação e passem a pensar seus próprios
pensamentos. Basta dar uma chance à atividade cerebral porque dependem do
cérebro as ações inteligentes. Há pessoas afirmando que por conta das
atividades dos ajuntadores de riqueza a humanidade corre perigo semelhante ao
que infernizou a vida dos dinossauros. Ao lado destes, outros afirmam que tudo
não passa de mentira. Um bom começo para pôr em funcionamento a inteligência
bem que poderia ser tirar essa história a limpo uma vez que a frequência com
que estão ocorrendo fenômenos naturais violentos bem que pode ter origem nas
atividades dos ajuntadores do dinheiro de nenhuma utilidade social por ter os
infernos fiscais como destino. Assim, é desinteligente preparar o próprio
infortúnio caso estejam certas as pessoas que estão prevendo um desastre
decorrente da exploração excessiva dos recursos naturais cada dia mais
escassos.
Os seres humanos estão acometidos da infelicidade provenientes dos vários
tipos de medo. Medo da morte, medo de ser morto, medo da falta de emprego, de
bomba, de invasão de refugiados, enfim, até de mosquito se tem medo num mundo
que se diz civilizado. Uma vez inegável existirem problemas, por que será que a
ninguém ocorre buscar as soluções? A sabedoria do sábio concluiu que um
problema só pode ser resolvido depois de eliminada a causa que lhe deu origem.
Assim, far-se-ia necessário em primeira mão achar as causas das quais decorre a
infelicidade humana tão negligenciada pela humanidade que as brincadeiras e a
erotização da sociedade merecem atenção maior do que os medos fundamentados na
violência que a todos acomete. A sacanagem dos papagaios de microfone
recomendando o aparelho mais novo e mais eficiente para zapzapear avisando as
rádios onde o tráfego está congestionado é uma das causas dos problemas porque
quem está envolvido com zap-zap nem de longe pode imaginar o que se passa por
trás da recomendação do ministro Gilmar Mendes para Michel Temer indicar o novo
relator da Lava Jato. Por trás disso daí correm coisas do arco da velha. Como
não se fez Roma num dia só, começar a meditar sobre a sacanagem contida no que
diz a papagaiada de microfone é um bom começo para se achar as causas de nossa
infelicidade. Inté.
sábado, 21 de janeiro de 2017
ARENGA 359
Disse um
dos Grandes Mestres do Saber que o homem nasce livre, mas vive agrilhoado pelos
quatro cantos do mundo. Grande verdade que espanta ao se constatar que ninguém
agarra o homem para lhe por os grilhões como se fazia quando dos navios
negreiros. É o próprio homem que se oferece espontaneamente para ser subjugado
pela força escravizadora. As guerras são demonstração maior da escravidão
consentida. Ninguém vai à casa dos jovens como faziam os nazistas para arrancar
de lá quem estivesse orando, lendo um livro ou namorando e levá-lo arrastado
para ser morto. Mediante um chamado, o jovem veste uma roupa apropriada para o
trabalho de matar, como faz o operário para o trabalho de produzir remédio e,
convencido de serem inimigas pessoas que nenhum mal lhe fez, mata outros jovens
até também tombar morto, quando então será devolvido à família em solenidade
que envolve toque de corneta, disparo de fuzil e rudia de flores, aparato capaz
de conformar os pais que amaram aquele jovem, mas que, no entanto, por força da
força escravizadora, voltam para casa conformados em trazer numa caixinha uma
moeda no lugar do filho que tanto trabalho lhes dera e tantas esperanças
despertou. Ainda hoje, lá pelas bandas dos povos supostamente civilizados, a
imprensa noticia uma destas solenidades em que o primeiro ministro britânico
leva flores ao memorial das vítimas de atentados terroristas. A ninguém ocorre
perscrutar ou esmiuçar em que se fundamenta a aceitação de uma situação em que
jovens são levados a se estraçalharem em explosões de todo tipo sem nem mesmo
saber o motivo pelo qual trocam suas vidas por uma medalha. É o poder da força
escravizadora que leva os jovens à situação do cão que avança à ordem do
caçador. Embora não saibam, os que brigam por causa de Deus, na verdade, brigam
por causa de dinheiro porque assim como os nossos pobres diabos mentais são
convencidos de dar dinheiro em troca proteção divina, do mesmo modo, outras
orientações religiosas levam outros jovens ao fanatismo de cepar fora a cabeça
de outros jovens, sem saber que por trás de tudo isso há um fanático por
dinheiro.
Contrastando
com a condição de total impotência, está a condição de poder mover montanhas. O
que será que faz de capacho quem pode mover nem que seja um murundu? É o hábito
de mandar e o hábito de obedecer simplesmente por obedecer a fonte geradora da
força que faz acreditar ser a melhor das vidas trabalhar em Madureira, viajar
na cantareira e morar em Niterói. Como disse o poeta Adoniran Barbosa, só vendo
como é que dói. Conclui o grande compositor. Então, se dói, prá que fazer uma
coisa que dói? O hábito de simplesmente obedecer dá sumiço na curiosidade sobre
o resultado do que se vai fazer em obediência à ordem recebida. Como não pode
haver nada melhor para mentalidades antissociais do que levar vantagem, contando
com manadas inteiras para ordenhar, os que estão habituados a mandar deitam e
rolam. Como tanto uns quanto outros estão equivocados, é bom que despertem
desta falsa realidade e abram os olhos para outra realidade diferente desta de
ser o mundo propriedade de um bando de bundas brancas. O resultado desse
apossamento foi transformar o mundo numa imensa bomba. Dizem pelaí que há três
navios americanos cutiando a China de longe, de lá do mar, cada um com poder de
fogo equivalente a todo o fogo queimado na Segunda Guerra. E por acaso alguém
se interessa em saber por quê? Não! Nem a quem manda e nem a quem obedece
ocorre questionar ser obrigado a matar ou ser obrigado a obrigar a matar. O
raciocínio do qual resultam as decisões que vão orientar o comportamento da
sociedade humana não pode mais depender de cabeça que esteja apenas em corpo de
rico. Há de se fazer um caldeamento de modo a que um meio-termo venha aparar as
arestas desta esculhambação em que transformaram a organização da sociedade
humana. Falar-se em súditos hoje em dia é grande palhaçada além de total
contrassenso. Como se falar ainda de
reis e súditos sem se meditar a respeito? Pois, lá na terra dos bundas brancas
que pensam serem civilizados, acontece o seguinte fato digno da Idade Média: “Um mar de súditos tingiu Amsterdã de
laranja ontem para se despedir de Beatrix, rainha da Holanda nos últimos 33 anos,
e celebrar a coroação do seu filho, o novo rei Willem-Alexander”.
Se qualquer
Zemané aprendeu que não deu certo a forma de conduzir sociedade humana, o quê,
então, está faltando para que sejam revistos e atualizadas dentro de nova
realidade os hábitos de mandar e obedecer? Não pode haver dúvida de estar tudo
errado. Nenhum argumento justifica que uma vampira do FMI ronde o mundo a sugar
a humanidade, nem está certo que a humanidade se deixe sugar. Por muito menos
que mordida de vampiro, garanto e assino em baixo que meu cavalo Roxoforte antes
de ser mordido por uma simples mutuca tascava o rabo nela sem dó nem piedade. Meu
cavalo Roxoforte era mais gente do que povo é. O resultado do vampirismo que
carreia toda a riqueza para o lado dos bundas brancas e deixa exauridas as
outras bundas de todos os matizes, é que os papagaios de microfone e de escrita
enchem o saco falando da Grécia, mas não falam as verdadeiras razões pelas
quais só falam da Grécia em termos de dinheiro, sem que lhes passe pela cabeça
vazia que a Grécia foi a mãe dos primeiros homens a valorizaram tanto o ato de
pensar que passaram a ensinar não só as vantagem de se pensar, mas também como
fazê-lo, mas ninguém aprendeu. Inté.
ARENGA 358
A
inteligência, produto da atividade cerebral, a princípio, levou o ser humano
não só a engendrar meios de sobrevivência, mas também de conquistar conforto ou
bem-estar ao encontrar meios de proteção contra as feras, o frio, a fome e o
desabrigo. Passado o “a princípio” eis que o ser humano passou a buscar meios
não só de desconforto, mas também de matar a si próprio. A fim de poder
continuar vivendo, aquele ímpeto inicial da inteligência precisa ser
ressuscitado a fim de permitir à humanidade abandonar a fase infantil de
propensão à destruição que leva as crianças a matar passarinho e quebrar os
brinquedos, e perceber ter chegado à maturidade quando predomina a sensatez de
preservar o que se conquistou, sobretudo a grande conquista da compreensão ocorrida
no tempo do “a princípio” da importância do inter-relacionamento. Falta
compreender que este inter-relacionamento não pode prescindir da harmonia. A
humanidade precisa dar uma chance à inteligência e acordar para a insensatez do
comportamento egoísta de cada um por si que adotou. Não é assim que a
inteligência recomenda. Por conta desse comportamento insensato os recursos
conquistados não têm mais finalidade de servir à coletividade como tinha o
produto da caça e da coleta de alimentos nos tempos do “a princípio” quando
tinham início os primeiros ajuntamentos humanos.
A História
dá notícia de ter havido um tempo em que em alguns lugares no mundo o povo
passou a encontrar maiores valores morais no herói-profeta em vez do
herói-guerreiro, como era costume até então. Entretanto, como sempre acontece,
a lucidez de apenas alguns seres humanos sempre foi suplantada pela estupidez
da maioria dos seres humanos. Nesse exato momento, está o mundo em polvorosa em
torno da eleição de um presidente americano típico herói-guerreiro, cuja
ignorância de sociabilidade ou egoísmo levou-o a ser detentor de uma riqueza
tão grande que para protegê-la de ladrões o Midas ora leito presidente do
religioso povo americano gasta um milhão de dólares por dia. Monstros
espirituais desse quilate merecem a atenção ora dispensada pela imprensa do
mundo, principalmente das republiquetas de banana onde se faz alarde sobre o
ressentimento do presidente desta bosta de Brasil por não ter sido convidado
para a posse do ridiculamente alcunhado mega-magnata, conferida aos ajuntadores
de ouro que assassinam crianças jogando bombas sobre elas para desobstruir a
superfície do lugar onde há petróleo embaixo. Assim, carece a humanidade de uma
juventude que em vez de prestar atenção em bichos desse tipo, preste atenção na
resposta que segundo o livro História da Raça Humana, de Henry Thomas, página
77, o herói-pacifista Confúcio deu à pergunta de como se livrar dos ladrões: “O
ÚNICO MEIO DE ACABAR COM O FURTO É ACABAR COM VOSSA PRÓPRIA AVIDEZ. QUANDO
DEIXARDES DE SER ÁVIDOS, NÃO TEREIS MAIS BENS EM ESCESSO PARA SEREM FURTADOS
POR NINGUÉM”. Inté.
quinta-feira, 19 de janeiro de 2017
ARENGA 357
As notícias
na nossa imprensa dão conta de uma sociedade de loucos. Há notícia de que Lula
será candidato à presidência da república como antídoto contra uma eventual condenação em algum dos
cinco processos a que responde como ladrão do dinheiro público. É algo tão
inusitado que chega a ser inacreditável em todos os sentidos. Enquanto Lula não
for julgado inocente, será considerado criminoso. Assim sendo, não se pode
duvidar da insanidade mental da sociedade que tem um suposto criminoso
legitimado como candidato ao seu mais elevado cargo público. Tanto é
incompreensível um suposto criminoso ser presidente da república quanto um
presidente da república ser criminoso porquanto a idoneidade de presidente de
república, como a da mulher de César, além de existir, precisa ser demonstrada.
Outra cacetada na moleira de quem pensa é a notícia de que Lula pleiteia obter
indenização de um milhão de reais do promotor que pediu sua prisão. Ora, a
função da promotoria é zelar pela sociedade. O fato de terem o senhor Lula e
sua família saído da condição de paus-de-arara e passado para milionários, as
declarações de seus parceiros de crimes nas Delações Premiadas, a
impossibilidade de ter ganho tanto dinheiro fazendo palestras, tudo faz crer serem
verídicas as acusações de inúmeras falcatruas por ele praticadas contra a
sociedade. Como, então, aceitar a justiça que o suposto criminoso acuse seu
acusador? Também a notícia de que o senado recebeu doze pedidos para afastar o
doutor Rodrigo Janot do cargo de Procurador Geral da República é outra coisa
estarrecedora porque como chefe da promotoria pública, o doutor Janot tem-se
mostrado leal servidor ao não dar trégua na luta pela moralização da sociedade.
Portanto, só por motivos obscuros pode levar alguém a se sentir prejudicado por
ele, o que deveria ter levado o senado a investigar o motivo que leva os peticionários
a pleitearem a substituição do doutor Rodrigo Janot.
Não pode mais
haver qualquer resquício de dúvida quanto à necessidade de ter a sociedade
humana valores morais por parâmetro uma vez que a orientação fundamentada na
riqueza trouxe o mundo ao impasse em que se encontra. A notícia de que a China
já tem o segundo maior orçamento bélico do planeta é bastante para mostrar a
loucura que é o campeonato de maioral na corrida de ajuntar uma riqueza
fabulosa sem função social por se destinar exclusivamente à satisfação de
egoísmo de pessoas desprovidas da noção de sociabilidade, realidade que conta com
a conivência do poder público conforme a notícia de que o Senado Federal vai
doar a três riquíssimas empresas de telefonia um patrimônio de cento e cinco
bilhões de reais que deveriam restituir ao país. Esta matéria pode ser
encontrada no blog Outras Palavras com o título de SENADO APROVA O GRANDE GOLPE
DA TELEFONIA.
Não há
salvação para as futuras gerações se não se cair na realidade de estar
completamente errado o modo de administração pública sem que haja interesse
coletivo em sua execução. É total absurdo que se lotem igrejas e terreiros de
brincadeiras estando a sociedade à beira do caos total. O bafafá que fazem no
momento as “autoridades” sobre a insegurança em que se encontra a sociedade
chega a dar nojo de tanta desfaçatez. A rádio Jovem Pan pede que os imbecis
futucadores de telefone digam se a intervenção das Forças Armadas resolverá o
problema da revolta nos presídios, o que é de uma burrice do tamanho do mundo
porque tal situação resulta exatamente do modelo concentrador de renda e
pobreza. A infelicidade que leva os presos a se matarem mutuamente haverá de se
alastrar por toda a sociedade enquanto pais imbecis continuarem levando suas
crianças para as igrejas e os terreiros de brincadeiras em vez de lhes ensinar
ser a administração pública a única responsável pelo futuro delas. Inté.
ARENGA 356
Na Rádio
CBN, que para não deixar cair a peteca do servilismo de colonizados, tem um
programa chamado THE YOUNG PROFESSIONAL, Fernando Gabeira disse uma coisa
engraçada, mas de grande seriedade. Em pouquíssimas palavras ele disse o porquê
de toda a esculhambação na qual mergulhamos todos e que transforma corredor de
hospital em vale de lágrima, permite que presidente da república compre super
avião para trepar no céu e viajar a serviço da construtora, dá condições a um
secretário municipal da Cidade de São Paulo para adquirir cento e quatro
imóveis com apenas o salário do seu emprego, dá ensejo a que uma obra orçada em
três bilhões consuma mais de vinte bilhões. De tudo isso resulta uma situação
tão insustentável que candidato a presidência da república aparece ao lado de
aculturado chutador de bola em fotografia como mensagem ao povo da eficiência
do seu governo. Agora, diga aí, ó palhaço com o filho escanchado no pescoço a
caminho do futebola, o que o faz tão imbecil a ponto de votar em alguém por
causa de um retrato em companhia de um iletrado jogador de futebola? E o garoto
escanchado no seu pescoço, ó brutamontes mental, por que fazer dele outro
imbecil? Já existem imbecis demais graças à ação devastadora da bandidagem que
decide pelo destino do país como ficou esclarecido quando Gabeira foi indagado
pelo entrevistador sobre o porquê de tanta confusão entre os políticos e
respondeu magistralmente o seguinte: É PORQUE ESTÃO TODOS ELES CORRENDO DA
POLÍCIA. Verdade absoluta que se o povo não fosse povo perceberia o abismo que
separa tal estado de coisas de uma sociedade que se faça respeitar. Nenhuma
sociedade pode prescindir de organização para poder dar certo. Mas como haver
organização se os responsáveis por ela precisam fugir da polícia? Não se
podendo viver senão em sociedade, faz-se necessário haver organização. É como
numa república de estudantes. Faz-se a coleta para pagar a luz, água, aluguel,
cozinheira e a feira. Quando o nomeado para se encarregar desta tarefa (o
tesoureiro) não se conforma com a recompensa combinada em troca do seu trabalho
e se apossa indevidamente fora do combinado de algo a mais, este algo a mais
vai fazer falta no final, razão pela qual levará o espertalhão um pé no
traseiro. Por que não se fazer o mesmo com o político ladrão? Inté.
ARENGA 355
Se
existisse Deus, Ele bem que deixaria de lado o que disse a Noé sobre nunca mais
afogar ninguém, mandava o Arco-íris às favas e tascava outro dilúvio prá cima
de nós por causa da mania da manada dizer que Ele é brasileiro. Se até
brasileiros, como mostram os jovens, gostariam de não ser brasileiros,
imagine se logo Deus vai querer se misturar com a pior laia de espécie de ser
vivente já surgido no universo. Isto aqui tá muito mais é prá Satanás. Embora
Deus tenha feito todas as maldades contadas na bíblia, o Satanás é que é tido
como o maioral nas maldades. Se assim é, nenhum lugar mais condizente com
maldade satânica do que esse pedaço de chão onde o transeunte se desvia de bala
perdida ao tempo em que pula por sobre pedaços de corpo humano. Esta sociedade
que quer bancar a terra natal de Deus consegue ser ainda inferior entre todas
as sociedades também espiritualmente inferiores que formam a humanidade. O
historiador Edward Mc Nall Burns, no primeiro volume de História da Civilização
Ocidental, página 44, conta que os egípcios criaram um sistema de leis ao qual
se sujeitava o próprio faraó. Este fato histórico faria corar de vergonha os
governantes modernos não fosse ter sido a vergonha varrida da face da Terra.
Houvesse algum resquício dela, nunca que a política seria convertida numa
tramoia dos diabos a fim de permitir as safadezas que correm por baixo do pano
desde a mais humilde prefeiturazinha até o mais requintado dos palácios. Os
governantes assumiram posição de donos das sociedades que administram, numa
trama diabólica com os donos de imensas caixas-fortes nos infernos fiscais. O
blog Outras Palavras dá notícia de que em São Paulo o povo paga doze reais por
metro de água, enquanto shoppings, grandes indústrias e faculdades privadas
pagam quatro reais. Todas as sociedades humanas assumiram caráter ilógico
baseado na manutenção de um estado de inocência das populações impossível de
continuar por muito mais tempo uma vez que mais pessoas a cada dia chegam à
realidade de não ser verdade o que nos dizem ser verdade. É mentira do tamanho
do mundo haver vantagem em abarrotar caixas-fortes de riquezas. O tapa-olho do
costume (do sempre foi assim) não deixa perceber a insustentabilidade de um
sistema que se baseia em manter todos os seres humanos no papel de uma plateia
num espetáculo de hipnotismo com o hipnotizador encarregado de fazê-la de boba.
Se nenhum espécime de ser humano concorda em beber água misturada com bosta e
comer comida misturada com veneno, mas é isso que faz a coletivamente, é por
existir uma força que força o indivíduo a proceder de modo contrário ao modo
como procederia se tal procedimento dependesse de sua vontade. Portanto, por
traz de tudo que fazemos por conta do que nos dizem ser verdade, por trás dessa
“verdade” há um trabalho de hipnotizador fazendo as pessoas de bobas. Quem é
obrigado a fazer o que não quer, não tem vontade própria, é conduzido.
Entretanto, o mínimo de inteligência que se pode esperar de quem é conduzido
seria querer saber pelo menos para onde está sendo conduzido. Mas nem isso a
humanidade quer saber. Apenas vai na conversa de escritores cheios de pose que
lhe diz ser ideal administrar a riqueza pública considerando os pobres tão
insignificantes que até os chama de “material humano”.
Acastelados
em palácios e cercados de infinitas pompas e não-me-toques, mordomias que
incluem um baú cheio de tesouro prá botar no ombro e levar quando for prá casa
depois de ter fingido trabalhar, é nesse ambiente folgazão onde nada pode
faltar que vivem os representantes dos governos, na realidade, empregados da
sociedade, que se transformaram em donos dela. Os patrões de todos nós não
passam de empregados dos donos das caixas-fortes que os colocam nos postos de mando
para cumprirem a missão de lhes facilitar as coisas. Desde que se tem notícia
da existência das chamadas sociedades organizadas, o que parece piada face à
desorganização generalizada, sempre coube aos governados a obrigação de prover
os meios materiais necessários para garantir o exercício do governo, o que
sempre foi feito, e com sobra. O que não é feito, e que é mais importante do
que fazer a riqueza, é empregá-la bem empregada, o que não é em absoluto o que
acontece com a riqueza do mundo. Assim não fosse, não haveria tanta pobreza
porquanto riqueza é esbanjada até para brincar de fazer Torre de Babel. É de
espantar a indiferença em se comprar armas e fazer guerras com o dinheiro de
comprar tranquilidade. Mas o efeito do hipnotismo que impede a percepção de não
haver motivo para tanta festa já começa a mostrar sinais de fraqueza.
Percebe-se isto no medo que assombra as pessoas inteligentes do mundo, como os
cientistas que descobriram a possibilidade de um desastre climático capaz de
causar grandes destruições em todo o planeta, a ocorrer dentro de algumas
décadas no continente americano do norte.
O ser
humano ainda é tão estúpido que não percebe a desfaçatez que é o meio social.
Estes senhores e senhoras que através de microfones se mostram interessados em
civilização, apenas fingem. Caso contrário não seriam todos admiradores
ferrenhos do futebola, armadilha para prender a atenção da manada. O futebola é
o braço direito do hipnotizador que faz de bobos os seres humanos e é
impossível que babaquaras não saibam disso. É falsa a opinião dos formadores de
opinião. Válida, infelizmente, para a manada seduzida por propaganda porque,
como disse quem sabe onde tem o nariz, a propaganda é a arte de explorar a
estupidez humana.
Não existe
um só governante em todo o mundo que não se diz ter por interesse maior o
bem-estar do seu povo. Embora não passe de mentira, a ninguém ocorre haver algo
de estranho. Até escritores famosos e de grande influência não se reservam a um
recolhimento recomendado pela experiência de avô e vem a público fazer pose
para dizer que esta forma de governar é boa para o povo. O que se vê, na
realidade, é mal-estar geral. Os ricos com medo dos pobres e estes procurando
infernizar os ricos até com explosões. Poucos foram os seres humanos que se
dedicaram a conhecer a vida. Quem o fez concluiu que o “resto” segue as
bobagens que ouve e se dá por satisfeito. Nada é capaz de demover o “resto” da
condição de estar absolutamente convicto de ser verdade o que alguém lhe disse
sobre a existência de um Deus que cuida do seu destino, crença perniciosa por estimular
o desinteresse em participar do destino da sociedade. Inté.
ARENGA 354
A notícia
publicada no Jornal do Brasil de que se São Paulo fosse um país estaria entre
as cinquenta potências mundiais evidencia a realidade de só haver desvantagem em
ser potência mundial. A história mostra que as sociedades empenhadas na
grandiosidade de impérios fabulosos sucumbiram todas em consequência da fobia
por grandeza. A humanidade ainda não conseguiu elevar a mente de modo a
permitir um comportamento diferente do comportamento que tinha quando a vida
dependia de achar o que comer. A presença do fantasma da necessidade é que
justifica a falsa crença de haver na riqueza a paz da segurança. Buscar
tranquilidade na riqueza é tão falso que a riqueza demanda aparato de proteção
para si mesma. A sentença de ser a democracia a melhor forma de governo apenas
por não existir outra forma pior, também se aplica à vida na Cidade de São
Paulo, tão ruim que nos fins de semana sua população foge de lá como o capeta
foge da cruz. Até as lendas, as histórias de maldição em torno de tesouros,
múmias, sarcófagos, refletem negatividade nos ambientes de riqueza. A
realidade, entretanto, é a atração despertada nos necessitados por tais lugares
onde são escravizados porquanto se faz necessária a escravidão para fazer as
riquezas porquanto elas não são feitas por seus donos. Estes apenas usam da
maldade inerente ao ser humano para se aproveitar da necessidade do necessitado
e tomar dele o que Marx chamou de Mais Valia, com o que formam suas riquezas. Tanto
é negativo o ato torpe de explorar o necessitado quanto o acúmulo de seres
humanos no mesmo lugar porque disto resulta no surgimento de doenças e
desentendimentos dos quais provêm mil formas de violência em função do instinto
de bicho presente na personalidade humana, ser mais vil entre todos os seres
vivos por praticar maldade deliberadamente.
A fome de
riqueza em São Paulo é tão grande que a fim de atender maior número de
pacientes ao custo mil e quinhentos reais uma consulta de dez ou quinze minutos
o ortopedista examina o paciente e vai logo avisando não ser mais necessária
sua presença porque os laboratórios enviam para ele o resultado dos exames e
ele telefona para dar as recomendações, o que faz em um ou dois minutos. O fato
de ser considerado normal beber água com bosta e comida com veneno é suficiente
para mostrar a infelicidade de quem vive naquele ambiente. Se o cavalo bebe
água suja é por não distinguir entre água suja e limpa. Além disso, a natureza
paramenta o organismo do cavalo com proteção de que não dispõem os moradores da
Cidade de São Paulo, sendo, portanto, inaceitável ser considerada normal
determinada quantidade de bosta na água de beber. Como ser normal beber água
com bosta como se bebe em São Paulo?
À
humanidade cabe o dever de superar o conservadorismo das tradições que mantêm a
brutalidade dos primeiros tempos. As mudanças são necessárias e inevitáveis.
Entretanto, inexplicavelmente, os seres humanos se apavoram ante a
possibilidade de mudança como acontece em relação à passagem da existência na
vida para a inexistência de depois da morte, sem se dar conta de que a ninguém
incomoda a inexistência de antes de viver, não obstante ser a mesma
inexistência de depois da morte. Falta à humanidade conexão com a realidade de
ser o ato de viver merecedor de maior atenção do que o ato de acumular riqueza
considerado tão necessário que a prática de esconder tesouros enterrando-os
ainda está presente, tendo mudado apenas os buracos pelas caixas-fortes dos
infernos fiscais. Matéria no blog Outras Palavras dá conta de que o número de
suicídios no mundo cresceu sessenta por cento nas últimas décadas, provenientes
de fatores como insegurança social e pressões competitivas, o que desmente o
senhor Kissinger ao recomendar a competição como melhor modo de viver. É tudo
só uma questão de pensar porque viver apenas, o asno também o faz. Inté.
ARENGA 353
Fora de
dúvida, o boteco é a melhor escola da vida. Evitá-los é próprio dos ratos de
igreja que nem tocam os lábios em bebida alcoólica, mas empanturram de
refrigerante as tripas feitas por Deus. No Aerobar, do amigo Newtão, rolou uma
historiazinha de uns policiais inconformados por não conseguirem descobrir o
que estava sendo contrabandeado por um conhecido contrabandista que passava por
eles diariamente de bicicleta levando objetos que não eram de contrabando. Como
era sabido que o cara era refinado contrabandista, não aguentando mais a
angústia da dúvida, os policiais propuseram a ele que declarasse o que estava
sendo contrabandeado e eles não tomariam qualquer medida contra ele. A BICICLETA,
declarou o contrabandista. Tão perdidos quanto os policiais da historiazinha também
estão não só a direita política constituída pelos ricos donos do mundo e seus
quebra-faca, os papagaios de microfone, mas também a esquerda política
constituída dos adversários dos primeiros. Em função da impossibilidade de
viver sem consumir, a direita afirma que a sociedade humana estará em melhores
condições se as fábricas dos bens de consumo estiverem sob domínio dos ricos
dono do mundo, enquanto a esquerda afirma ser melhor para a sociedade que as
fábricas pertençam ao povo, no que estão ambas mijando fora do penico porque
não está na posse das fábricas a causa dos males humanos. Eles têm origem na
necessidade exagerada de consumir bens, o que demanda uma quantidade de
fábricas tão grande que destrói os recursos naturais, impossibilitando uma vida
saudável, o que equivale a criar uma fonte de sofrimentos. Portanto, tanto erra
Marx ao depositar na propriedade coletiva a esperança de um mundo melhor,
quanto erram os egressos das Sorbones do mundo ao depositarem esta esperança na
propriedade privada uma vez que às chaminés não interessa saber quem é seu
dono.
Não há
possibilidade de haver comodidade individual enquanto ela não for buscada
coletivamente, o que de modo nenhum acontecerá enquanto estiver neutralizado o
único poder capaz de promover mudança que a natureza deixou a cargo da
juventude, fazendo necessário antes de tudo eliminar as causas das quais
resulte uma juventude alheia ao destino do seu mundo, portanto, de sua própria
vida. Nesta indiferença está a origem de uma sociedade tão desenxabida que
helicóptero de senador é encontrado com quinhentos quilos de cocaína sem que
haja crime, enquanto ladrão de milhões do erário tem direito de não falar o que
sabe e o pedreiro Amarildo é afogado por não poder falar o que tinha roubado porquanto
nada tinha roubado por nunca ter sido ladrão. É este o tipo de ambiente no qual
a juventude se sente bem com sua Caixa de Pandora onde gente tem a cabeça.
É, pois, a
indiferença política da juventude e não a propriedade dos meios de produção a
fonte provedora da infelicidade humana. O Zero do Enem é sintomático da
necessidade de outro tipo de educação para as crianças. Uma educação que leve
os jovens a terem como paradigma pessoas diferentes das “celebridades” e
“famosos” cujo nível de esclarecimento equivale ao do jovem que escreveu ÇIN em
vez de SIM, cometendo três erros numa palavra de três letras apenas, sendo o
primeiro erro colocar cedilha na letra C antes da letra I, segundo erro
escrever C em vez de S e terceiro erro escrever N em vez de M. Inté.
terça-feira, 17 de janeiro de 2017
ARENGA 352
Este país
de bosta não terá mesmo jeito enquanto a mentalidade de sua juventude for
também feita do mesmo material. Os assuntos que absorvem a atenção desse povo
mais bicho que gente são liberdade de expressão e reforma política, tudo dentro
do mesmo nível de mediocridade, canalhice,
falta de vergonha e uma monumental burrice que por aqui faz parte da
cultura do povo mais ordinário que a natureza podia conceber. Há dezenas de
anos se fala numa reforma política, que, finalmente, segundo a canalha
parlamentar, saiu do papel. Mas o que saiu do papel foi apenas mais uma das muitas
ridicularidades que abundam soberanamente nas ações da malta de frequentadores
de igrejas e futebola. Da tão esperada mudança, mudou apenas a duração do tempo
em que os chefes politiqueiros vão dispor da chave do cofre para fazer os
malabarismos de sempre, assim mesmo para valer depois de sete anos esta
palhaçada. Até lá, e depois também, as coisas continuarão do mesmo modo como
sempre estiveram: uma camarilha de cleptomaníacos rondando o erário, de onde
saem iates, jatinhos, e até helicóptero para traficar drogas, passando pela
transformação que fez virar milionário um pau-de-arara que ficou tão rico a
ponto de fazer orgias sexuais acima das nuvens, façanha que o fez merecer
honrarias de Portugal. O BNDES, então, sob o comando da politicagem prodigaliza
empréstimos de pai prá filho, inclusive para que gringos das bundas brancas
adquiram imensas áreas de terras, expulsem os trapos humanos que lá viviam, e
se refastelem com negociatas através do agribiuzinesse amaldiçoado que envenena
as criancinhas que os espécimes de povo dizem amar, tudo isso sob a indiferença
daqueles que sustentam esse estado mórbido de coisas. Entre a trupe de parlamentares,
em discurso inútil como todos eles, uma deputada disse que atacar a câmara
federal (com minúsculas) não é solução para coisa alguma, quando, na realidade,
é a solução para tudo. Não apenas a câmara, mas todo o congresso, o executivo, os
ministérios, as secretarias, prefeituras, enfim, todo o aparato da
administração pública precisa do mesmo tratamento que se dá a um galpão
empesteado de pulgas: tacar fogo lá dentro.
Não menos
ridículo que tudo isso é a discussão sobre liberdade de expressão. Diz-se ser
sagrado tal direito. Entretanto, não se deve ter o direito de mentir e enganar,
coisa comum na forma de administrar a riqueza pública em todo o mundo, às
escondidas. É crime dos mais hediondos evitar que povo vire gente, mantendo-o na
infantilidade de olhar para o céu em busca do bem-estar que está no cofre do
erário. É verdade que palpite de povo não serve para nada por ser palpite de
quem não pensa. Por esta justa razão, precisa reformar a mentalidade de jegue
do povo para uma mentalidade sadia de gente. Este mal amanhado blog tem uma
solução de reforma capaz de acabar com todos os problemas deste país de triste
sorte, habitado por manada: entregar a responsabilidade de governar esta
população de xucros a domadores enérgicos e honrados como os doutores Joaquim
Barbosa, Sergio Moro, Eliana Calmon e a senadora Heloisa Helena.
A putaria
que tomou o lugar de política levou a França a voltar a esculhambar essa terra
de merda. Primeiro, o estadista, figura que estas terras infelizes nunca
tiveram oportunidade de conhecer, o general Charles de Gaulle, afirmou que este
não é um país sério, o que equivale a dizer tratar-se de país de safados. Agora, com inteira razão, os franceses disseram
que o Brasil só presta para futebol e corrupção, o que foi confirmado na
resposta do Brasil de que também lá há corrupção, atitude do corrupto Lula,
segundo o livro O Chefe. Ao ser apanhado no flagra se justifica alegando que
todo mundo rouba, o que é verdade, mas só pode servir de justificativa nesse Brasil
de juventude tão burra que leva zero no Enem. Quanto à esculachada de só
prestar para futebol, respondeu o Brasil que realmente é bom de bola e que prova
isso não precisando importar jogadores, outra resposta burra porque o que leva
os jovens brasileiros e se transformarem em bons jogadores é exatamente a causa
de toda a infelicidade por aqui existente. Vagabundos, por não terem
oportunidade de participar de atividades nobres como adquirir cultura e
aprender cidadania, os jovens perambulam pelaí, passando a vida nas peladas que
os papagaios de microfone da Rádio Bandeirantes AM de São Paulo dizem ser
salutar por resultar em bons jogadores. Realmente resulta. A ciência diz que à
medida que se usa determinado instrumento, o cérebro faz com que aquele instrumento
passe a ser considerado como parte do próprio corpo, o que certamente explica o
fato de ter a juventude outro membro além dos de quem é normal: o telefone.
Fica a dúvida se é realização do cérebro em face da escassez desse material nos
jovens cujo comando parece ter origem nos intestinos. Então, o fato de passar a
vida correndo atrás da bola, termina por fazer com que o sujeito se acostume
tanto com ela que nem precisa mais apenas da visão para saber a posição em que
se encontra a pobre bola antes de receber o coice que leva a turba ao delírio.
Entretanto, sendo o objetivo de todos viverem bem, em que sociedade se haveria
de viver melhor, uma sociedade de jogadores de futebola, ou uma sociedade
formada por gente?
Em
consequência de termos uma juventude de bosta, também temos de conviver com
absurdos sobre o alarido a respeito da biografia de Roberto Carlos. Que
importância tem para a sociedade o senhor Roberto Carlos? Na verdade, a mesma
importância que tem os reis do futebola: enriquecer às custas da ignorância
própria dos bobos que suam a camisa feita com lixo dos americanos para fazer as
fortunas destes parasitas sociais. Na verdade, a contribuição de Roberto Carlos é
a mesma do boneco global Cid Moreira: através de misticismo explorar a
ignorância do povo para dele arrancar fortunas, indiferentes ao choro de quem
chora no corredor do hospital. Nada senão a estupidez e a má intenção podem
justificar que um analfabeto mental leve da sociedade fortunas imensas a ponto
de distribuir dinheiro entre amigos, enquanto um professor amarga dificuldades.
Manada é pouco para definir a capacidade mental deste povo de quem o general
Figueiredo preferia a companhia de cavalo. Inté.
segunda-feira, 16 de janeiro de 2017
ARENGA 351
O que
haverá por trás do fato de ser João Pedro Stédile considerado criminoso pelos
papagaios de microfone e recebido de braços abertos pelo Papa Francisco? Por
que será que os sabujos dos ricos donos do mundo, empoleirados atrás de
microfones, condenam o trabalho de Stédile e o papa o aprova? Por que será que
a essa papagaiada garante e assina embaixo ser necessário o consumismo condenado
pelo papa? Por que será que os testas-de-ferro dos ricos donos do mundo falam
incessantemente em Sistema Financeiro, Bolsa de Valores, Sistema Bancário, Mega
Empresa, agribiuzinesse, enquanto o papa condena tudo isso quando condena o
capitalismo? Embora saibamos que o papa seja obrigado por força da cultura
milenar ou tradição a fazer papel de ator ao se dizer representante de um Deus
de quem só se tem falsa notícia, a ninguém é dado desconhecer a sinceridade do
italiano Jorge Mario Bergoglio, Papa Francisco, nome por ele escolhido numa
referência a outro Francisco que teria dedicado sua vida a bradar contra a
pobreza. Assim, conscientes da sinceridade do Papa Francisco, por que razão ele
diz o contrário do que dizem os papagaios de microfone em suas recomendações
para consumir, não deixar de pagar as prestações, e em seu repúdio às ideias do
Stédile cujo crime é lutar heroicamente por uma salutar Reforma Agrária
repudiada pelos latifundiários e o agribiuzinesse em seus conluios com o BNDES?
É tudo tão simples quanto água límpida no meu copo de cristal de tomar uísque:
é que aos ricos donos do mundo é desinteressante uma sociedade onde as leis
sejam cumpridas como querem o Papa Francisco e Stédile. Aí está na imprensa a
notícia de que a Ordem de Malta, uma das mais antigas da Igreja Católica
confirmou sua oposição ao papa Francisco, do mesmo modo como também se vê na
imprensa as “autoridades” serem contra a Operação Lava Jato, do mesmo modo como
também foram contra a Operação Satiagraha, quando o juiz Fausto de Sanctis e o
doutor Protógenes Queiroz foram perseguidos por defenderem a aplicação da lei
em defesa dessa laia de povo para quem o Biquíni Cavadão é mais importante. É
nos palácios da igreja e da política, onde o bicho povo tem traçado seu destino
de escravo, razão pela qual não interessa a observação das leis porquanto a
escravidão é ilegal. Do comando destas duas instituições resultou uma juventude
de mentalidade tão rasteira que se interessa unicamente por assuntos
relacionados a brincadeiras, calcinhas, cuecas, mulher melancia, mulher melão,
miss bumbum, mas incapaz de perceber o abismo que espera por seus descendes num
mundo onde apenas oito de seus escravizadores detêm em seu poder riqueza
equivalente à de três bilhões e seiscentos mil escravizados. O analfabetismo
político da juventude desnuda o caráter antissocial da orientação que lhes é dada
porquanto analfabetos políticos não têm condições de formar uma sociedade
civilizada.
É o espírito
de Midas encarnado nas antas mentais que dão as cartas quanto ao destino da
humanidade, visando a perpetuidade da monstruosidade mostrada na revista Forbes,
monstruosidade esta que não tarda e desmoronar sobre cabeça de seus criadores,
o motivo pelo qual são perseguidos todos que optam por uma sociedade livre de
brutamontes espirituais. A ojeriza a Stédile e à reforma agrária pode ser
entendida através do livro Partido da Terra, de Alceu Luíz Castilho, editora
Contexto. Na página 23 diz que dois vice-prefeitos catarinenses, na época em
que foi escrito o livro (2012), possuíam um milhão e duzentos mil reais e um milhão
e quinhentos mil reais, respectivamente, em equipamentos agrícolas sem nenhum
hectare de terra declarado à Justiça Eleitoral. Na página 28, estas duas
situações: 77 políticos possuidores de 930.000 hectares, o que dá mais de doze
mil hectares para cada um, e outro grupo de trinta e um políticos possuindo
cada um deles quase vinte mil hectares. No primeiro parágrafo da página 33
consta que no nível de escolaridade de um prefeito está registrado que “lê e
escreve”. Na página 34 consta que um prefeito foi preso por roubar cargas. Na
página 57 o autor menciona uma tentativa do atual presidente da república
Michel temer de se apossar de dois mil e quinhentos hectares de terra de uma
área de reserva. Outros latifundiários, os do Agribiuzinesse, se juntam aos da
política. A esse respeito, O monumental jornalista Mauro Santayana, em artigo
denominado O LATIFÚNCIO MULTINACIONAL, esclarece de forma insofismável, não
deixando dúvida em quem entende mais do que apenas igreja, axé e futebola sobre
o porquê do repúdio às leis, vez que a Constituição Federal estabelece o uso
social da propriedade rural, como se vê no inciso III do artigo 170. Com a
palavra o mestre do jornalismo Mauro Santayana: “Os grandes bancos já controlam, mediante o sistema
constituído dos fabricante de agrotóxicos, como a Monsanto, intermediários,
exportadores, importadores e compradores locais, usinas de beneficiamento,
bolsas de futuros, silos e armazéns, o mercado mundial de alimentos. Agora,
associados aos governos dos países centrais, estão avançando sobre as terras
onde ainda há áreas férteis disponíveis”. Aí
está, pois, onde veio parar o mundo sob a orientação da religião e desse tipo
de administração pública capitalista: povo transformado em burro-de-carroça
conduzido por outros asnos. Inté.
sábado, 14 de janeiro de 2017
ARENGA 350
Depois de
encher o saco ao extremo papagaiando sobre a eleição americana, a papagaiada de
microfone agora volta o papagaiamento para as rebeliões nos presídios. Até
meninos com brinco nas orelhas têm opinião sobre o assunto. São convidados e
mais convidados que agradecem a oportunidade de falar bobagens para um público
alheio à realidade de não interessar nem às “autoridades” e nem aos meios de
comunicação uma sociedade onde o crime não seja considerado irrelevante
porquanto não se pode construir fortunas sem se praticar crimes. Foi cometendo
crimes pavorosos como jogar bombas sobre crianças que o religioso povo
americano construiu sua riqueza.
Nem mesmo
aos papagaios de microfone, em função da necessidade do emprego que lhes
garante abastecida a despensa, embora não contem com um batalhão de
guarda-costas pagos pelo povo para protegê-los e aos familiares, são obrigados
pelos seus patrões donos da imprensa a fazer arrodeios, a tergiversar, mas
nunca admitir a realidade de ser toda a desorganização social decorrente da
falta do dinheiro roubado pelos assaltantes do erário, inclusive a própria
imprensa que embolsa fortunas em troca do crime social de convencer a malta
ignorante a votar em criminosos. Não é de espantar a possibilidade de que os
papagaios de microfone desconheçam esta realidade porquanto tal conhecimento
demanda tempo, dedicação e estudo das lições dos Grandes Mestres do Saber, o
que não se aprende nas escolas por ser desinteressante aos ricos donos do mundo
que determinam o rumo a ser dado à sociedade pelas “autoridades” submissas ao seu
comando de facilitar o abastecimento das contas nos infernos fiscais por lhes
interessar uma sociedade voltada unicamente para produção de riqueza.
Não tem
outra finalidade senão fomentar uma sociedade de excessivamente ricos e
excessivamente pobres as famosas universidades montadas pelos ricos donos do
mundo objetivando deformar caracteres de modo a formar deformadores de opinião
capazes de garantir e assinar embaixo que a melhor sociedade é a que tem a competição
por princípio. Como a verdade sempre dá um jeitinho de botar o nariz de fora no
mar de mentiras a fim de respirar, o jornal Le Monde Diplomatic publica matéria
do jornalista Silvio Caccia Bava mostrando o resultado em que dá este tipo de
sociedade: “Nos países da Organização para a Cooperação e o
Desenvolvimento Econômico (OCDE), os atos terroristas não têm origem religiosa;
eles são gerados pelo alto desemprego entre os jovens, pela descrença nas
instituições democráticas, pela crise econômica, pelo extremismo de direita e
pelos nacionalismos”.
Entretanto, a papagaiada de microfone não vai
além dos efeitos. Por inexperiência de quem fura a orelha para dependurar
argola, por ignorância ou por medo de perder o emprego, os papagaios de
microfone fazem um alarde dos diabos sobre como começou a rebelião, quantos
presos morreram, o choro dos familiares, o motivo que deu início à contenda,
mas sem alusão à realidade mostrada pelo jornalista Silvio Caccia Bava,
realidade que outra não é senão o fato de estar toda a riqueza do mundo em mãos
de apenas alguns gatos pingados, enquanto os desvalidos são levados por mil uma
artimanhas desses gatos pingados a pensar que a solução para seus infortúnios
pode ser encontrada nas igrejas. Há pouco encontrei um fazendeiro aflito com a
seca. Ele disse que se Deus quiser logo haverá de chover. Inté.
quinta-feira, 12 de janeiro de 2017
ARENGA 349
A
papagaiada de microfone está em polvorosa porque uma entidade internacional
denominada “Human Rights Watch” condena o
sistema carcerário brasileiro. Existe por acaso algo não condenável nesse país
de ratazana? Até analista de problemas sociais com brinco nas orelhas existe
por aqui. Tornou-se tão esquisito o povo brasileiro que seus empregados
são chamados de excelências e lhe dizem na cara não lhes interessar sua
opinião. Embora a burrice tenha tomado conta da humanidade, nas outras
sociedades o povo é de alguma forma tapeado com um mínimo de bem-estar em troca
da escravidão de sustentar os parasitas nos palácios, inclusive reis, rainhas e
príncipes. Mas por aqui a manada nem esse consolo tem. Sustenta satisfeita
tantos parasitas que existem ministérios para brincadeiras, para pesca, para
meio ambiente, etc. e tal, tudo apenas para agasalhar parasitas, sem nada
receber em troca. Nenhum sentido faz saber o que disseram o presidente, os governadores,
ministros, senadores, deputados, prefeitos,
vereadores, enfim, estas excelências entre aspas que nada do que dizem corresponde
à realidade vez que a verdade precisa ser escondida. O jornal Folha de São Paulo publicou matéria
dando conta de que cachorros aproveitavam a neve no hemisfério norte para
brincar. Comentei dizendo ser mais interessante se preocupar com coisas sérias.
Por trás do fato de ter sido o comentário censurado há tanta coisa que a
brutalidade da massa ignorante de povo nem suspeita, mas tem tudo a ver com a importância
dada às brincadeiras, aos “famosos” e “celebridades”. É com tais procedimentos
que os imbecis ricos donos do mundo e da imprensa preparam o caos social com o
qual serão agraciados em recompensa ao crime de manter a população num estado
de ignorância tal que prefere saber sobre cachorro brincando na neve do que
saber como será o amanhã de seus filhos. Os biltres espirituais que não sendo
mais que um por cento da população estão expondo a sociedade a grave risco ao
encontrarem vantagem em tomar posse de noventa e nove por cento da riqueza do
mundo, deixando os restantes noventa e nove por cento da população com apenas
um por cento da riqueza estarão na verdade aprontado para si mesmos terreno
para sofrimentos inimagináveis por conta da situação de miséria a que este
punhadinho de ignorantes de sociabilidade impõe à humanidade.
O escamoteamento
da verdade propicia o analfabetismo político, a indiferença em relação à política,
necessária aos aproveitadores que se beneficiam com a ignorância por eles
fomentada através de coisinhas aparentemente insignificantes, mas que resulta
numa juventude que prefere saber sobre o resultado do exame de urina do jogador
de futebola do que saber o significado de uma reforma agrária, ou o motivo pelo
qual o João Pedro Stédile é espinafrado pelos papagaios de microfone lacaios
dos ricos donos do mundo, mas é bem recebido pelo Papa Francisco. Esconder a
verdade é extremamente necessário a quem precisa tomar posse de noventa e nove
por cento da riqueza do mundo, entre eles os donos da imprensa. Eles recebem
substancial fatia do erário de pagamento em troca do crime de manter o povo em
tal estado de burrice que vive festejando, sem que lhe passe pela bola que
ocupa o lugar da cabeça ser seu destino uma velhice chorosa no corredor do
hospital. Inté.
terça-feira, 10 de janeiro de 2017
ARENGA 348
O Grande
Mestre do Saber Henry Thomas, na página 21 do livro História da Raça Humana,
afirma que a invenção da religião não foi um mal sem compensação porque teria
propiciado o espírito artístico do homem. Ao fazer tal assertiva o grande
historiador confirma o dito pelo escritor e ensaísta Edmilson Movér de que as
genialidades também cometem erros. É o próprio escritor que mostra ser a
religiosidade fruto da ignorância que ainda era um pouquinho superior à
ignorância dos tempos modernos quando a experiência em nada diminuiu a
brutalidade. São palavras do autor (página20): A invenção das primeiras ferramentas rudimentares permitiu que nossos
antepassados fizessem melhor do que até então haviam feito: proteger-se e matar
os outros. Mas, só com seus próprios esforços não progrediram muito nesses dois
sentidos: precisavam do auxílio de uma força mais poderosa do que ele próprios.
Assim, fizeram outra invenção: inventaram Deus, ou antes, um grupo de deuses. A
seguir o autor dá a versão mais aceitável (segundo ele) para a criação de Deus:
Os homens viam suas sombras na água.
Viam as imagens de seus amigos nos sonhos. Parecia-lhes que as pessoas possuíam
dois corpos: o corpo palpável e o corpo-sombra, que só aparecia em ocasiões
especiais, ficando escondido todo o resto do tempo. Quando alguém morria, seu
corpo era sepultado na terra; seu segundo corpo, porém, seu corpo-sombra,
continuava a visitá-los em sonhos. O corpo-sombra, portanto, devia ainda estar
vivo em alguma parte. Suponhamos agora que morreu o chefe de uma tribo. Em vida
foi um homem grandemente temido. Mas agora, depois de morto, é ainda mais
temível, porque seu corpo-sombra é invisível e ninguém sabe quando ele pode
atacar as infelizes criaturas que, porventura, lhe caem em desagrado. Para lhe
cair nas boas graças fazia-se, pois, necessário cativá-lo com muitos presentes
e orações. Ele era um espírito terrível e poderoso. Trovejava na tempestade,
trazia doenças e mortes aos que lhe desagradavam, e assegurava a vida dos
recém-nascidos. Assim, de acordo com a explicação mais aceitável para a
existência de Deus, portanto, da religiosidade, teria ela sido fruto da
inocência. Aproveitando-se desta inocência, espertalhões (que o autor
inexplicavelmente chama de sábios, no que incorre novamente em erro porquanto
não há sabedoria na falsidade), Convenceram aos demais ser capazes de se
comunicarem com os espíritos por eles temidos, vindo a se tornar o que hoje são
não só os chefes religiosos, mas também os chefes políticos.
Desta
forma, sendo a religiosidade fruto de um ludíbrio, nada pode haver nela que
compense o mal reconhecido pelo próprio autor, mas terrível de promover a
castração da capacidade de raciocínio ao convencer as infelizes criaturas da
desnecessidade de se questionar os mistérios divinos. A humanidade estaria
muito melhor se em vez do senso de beleza material tivesse o senso da beleza
espiritual. É graças a esta estupidez que a humanidade fica feliz em ser
Carneiro de Cristo enquanto o ferro dos intérpretes dos desejos dos
corpos-sombra continua a lhe fustigar o rabo. Inté.
ARENGA 347
A teimosia em
permanecer na mentalidade que orientava o comportamento dos habitantes da
caverna não se reflete apenas na brutalidade de matar. Ela se faz presente
também na necessidade de embelezamento que faz as crianças ficarem embevecidas
ante algo luminoso ou de cor exuberante, e não se limita à fase de criança. Leva
adultos a pintar unhas, abrir buracos nas orelhas, nariz e beiços (inclusive os
de baixo, para quem os tem), para neles enfiar argolas de ouro. Não é também
senão a inocência da vaidade que leva às cirurgias plásticas que enriquecem a
bruxaria do bisturi e da técnica de fazer o tempo andar para trás na pele dos
ignorantes da vida. Até a comida que tem por único objetivo fornecer vigor ao
organismo, e que por isso mesmo deve ser consumida calmamente, com demorada
mastigação, a infantilidade dos adultos faz crer ser importante haver beleza do
prato artisticamente montado. Tudo isso decorre da infantilidade dos primeiros
tempos ainda presente nos ridículos seres humanos que se recusam a envelhecer.
As
informações que os paleontólogos encontram nos fósseis dão notícia da
preocupação com o embelezamento dos toscos utensílios de que se serviam os
seres esquisitos que aprenderam a usá-los. Não deixa de ser extraordinariamente
curioso que depois de decorridas dezenas de milhares de anos a humanidade de
recusa a amadurecer, estando na religiosidade a mais contundente evidência
desta recusa. Todas as explicações para a existência da religiosidade levam
inevitavelmente à inocência, à ausência de conhecimento, realidade facilmente
percebível no simples fato de se observar as multidões que se aglomeram em
torno dos representantes de Deus. Apenas a aparência física de seus componentes
leva o observador a perceber sua simplicidade. Uma pesquisa sobre quantos
livros qualquer um deles teria lido resultaria na resposta NENHUM.
Mas a
infantilidade dos ainda brutos seres humanos se manifesta com total perfeição é
no medo da morte. Os inocentes religiosos que se julgam superiores em
conhecimento fogem dela como o diabo foge da cruz. Para os realmente superiores
em conhecimento, a morte não causa temor. Na página 30 do livro Da morte –
Metafísica do Amor – Do Sofrimento do Mundo, Editora Martin Claret, o Grande Mestre do Saber Arthur Schopenhauer se
refere à morte da seguinte maneira: “Pouco a pouco, com a velhice,
extinguem-se as paixões e os desejos, ao mesmo tempo em que a capacidade de
sofrer a ação dos objetos embota; os afetos não encontram mais nenhum estímulo,
porque a força de representação vai se debilitando cada vez mais, suas imagens
vão ficando cada vez mais descoradas, as impressões não aderem mais em nós,
passando sem deixar traços, os dias precipitam o seu curso, os eventos perdem
sua importância e tudo se reveste de um matiz pálido. O ancião carrega o peso
dos anos, andando de cá prá lá com seus passos vacilantes, ou repousa num
canto, uma sombra, um fantasma do que era antes. Que resta nele para ser
destruído ainda pela morte?”
Há muito tempo os seres humanos já deveriam ter superado a infantilidade
mental que faz deles objeto de uso por outros seres humanos também tão infantis
que encontram motivos para parasitar seus semelhantes. O Jornal do Brasil de
10/01/2017, publica matéria onde se lê: Na política brasileira, a
mentira está sempre a serviço da manutenção do poder. Só é descoberta
depois. No momento em que é transmitida, ela vem com uma roupagem de esperança.
já existe uma tradição na política brasileira de que, através da mentira
eleitoral, é mais fácil ganhar votos.
A mentira na política não é privilégio do povo mais povo do mundo, os
brasileiros. Em função da infantilidade humana, no mundo inteiro aproveitadores
reles levam vida regalada às custas dos eternos enganados. Está aí na imprensa
a notícia de ter sido ampliado o número de robôs a serviço dos enganadores a
disputar as próximas Copas do Mundo. Já não estamos velhos o bastante para
pensar em deixar de ser palhaço? Inté.
domingo, 8 de janeiro de 2017
ARENGA 346
Falta um
Darwin que crie a teoria da evolução comportamental a fim de mostrar à
humanidade o porquê de ser ela tão infeliz e tão burra que nem sabe ser
infeliz. A História mostra grande descompasso entre a evolução espiritual e a
evolução física. Observando o comportamento do homem conforme nossa história
através dos tempos, temos que a capacidade de pensar possibilitou aos bichos
que viriam a ser nós nos possibilitou superar os outros bichos na capacidade de
sobreviver porquanto a sobrevivência dependia da atividade de matar, e os
pré-humanos começaram a usar instrumentos em vez de apenas os membros e dentes
como faziam os outros bichos. É importante considerar a particularidade de que
matar era imprescindível para que se pudesse viver. Assim, diz a História,
primeiro, descobrimos que podíamos lançar pedras. Depois, aumentamos o poder de
lançar lançando em vez de apenas pedras, varas pontiagudas cuja ponta fazíamos
no fogo, o que a tornava mais dura que o normal. A partir daí, à medida que
aumentava a capacidade cerebral e a experiência, aperfeiçoávamos cada vez mais
a capacidade de matar, aperfeiçoamento esse do qual nunca nos separamos. Ao
chegar à modernidade, o desenvolvimento cerebral e a experiência que nos
permitiram desenvolver a capacidade de curar, de produzir alimentos e de nos
transportarmos confortavelmente de um lugar para outro se fez acompanhar também
do desenvolvimento da capacidade de matar. Gigantescos aviões transportam
toneladas de bombas e as despejam sobre cidades onde estão seres humanos
considerados inimigos, inclusive crianças cujo discernimento não lhes permite
ser inimigas de ninguém, ou aviões minúsculos, controlados à distância, sem
necessidade de piloto, que disparam armas mortíferas capazes de cuspirem
milhares de balas por minuto prá cima dos inimigos e das crianças.
A
necessidade de comer e defender que exigia o comportamento de matar foi
substituída pela necessidade de ajuntar bens materiais. Assim, não se mata por
comida, mas se mata por riqueza. Se havia motivo para a necessidade de matar
por comida, é dispensável a necessidade de matar por riqueza por ser a riqueza
não só dispensável à vida, mas também impediente à boa qualidade de vida.
Observando os lugares onde há maior quantidade de riqueza percebe-se que as
pessoas de lá talvez sejam mais infelizes do que as pessoas dos lugares onde
não haja montanhas de riqueza.
Estaremos
em melhores condições se em vez de riqueza cultivarmos a solidariedade que até
por instinto existe entre os irracionais, juntando-os em manadas. Se os adultos
têm a mentalidade consolidada em comportamentos antissociais indispensáveis à
formação das riquezas, cabe à juventude substituir a cultura do enriquecimento
pela da harmonia e da solidariedade porque a estultice do comportamento bélico
sempre desprezou a ideia de comportamento pacífico. Na página 518 e na 521 do
livro História da Raça Humana, Henry Thomas conta que no século XIX o maluco
beleza Leon Tolstoi, amante da paz, fundou uma escola para camponeses. Como
ensinasse sobre a realidade de ser a paz mais conveniente à vida, a escola foi
fechada pela polícia e Tolstoi aconselhado a deixar os camponeses em paz com
sua ignorância. Os filhos, estes viravam as constas sempre que Tolstoi lhes falava
da fraternidade humana.
Embora
tenha sido sempre assim, assim não deve ser para nosso próprio bem, principalmente
para o bem das inocentes criancinhas que passeiam nos carrinhos de compra nos supermercado
ao lado de imensas garrafas de refrigerante, empurrados por pais estúpidos.
Inté.
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