Este mal
amanhado blog às vezes tem motivo para sentir orgulho de si mesmo quando
coincide com a sua a opinião de pessoa espiritualmente ilustre como o
jornalista, radialista, comentarista e muitos outros “istas” Ricardo Boechat.
Apesar de se declarar apreciador de futebola, coisa estranha para alguém
mentalmente anos luz distante da mentalidade rasteira da massa bruto de povo
porque se até esse Zemané não desconhece a história do “panem et circenses” que
ora se manifesta através dos preparativos para o carnaval, algo de muito
estranho há no fato de alguém de tão nobre estirpe intelectual fazer coro com
apreciadores de brincadeiras que envolvem corrupção e fortunas enquanto
trabalhadores do serviço público estão passando fome, donde se deduz que o rumo
seguido pela sociedade não está para brincadeiras. No comentário lúcido como
sempre faz na Rádio Bandeirantes FM, Boechat discorria sobre a indicação para
cargos em empresas estatais feita por deputados sem a formação necessária que
lhes fornecesse conhecimento para detectar a capacidade técnica das pessoas por
eles indicadas, fato corriqueiro no sistema de administração pública brasileiro,
o que confirma o várias vezes dito aqui neste mal amanhado blog de ter sido a
nobre Ciência Política transformada em reles politicagem, verdadeira
esculhambação. Se no mundo inteiro a administração pública visa apenas os
interesses dos ricos e da classe política, pelos lados das repúblicas de banana
entre as quais nos incluímos a situação ainda é pior porque enquanto nos outros
lugares disfarça-se o ludíbrio, por cá é dito na cara da massa bruta de povaréu
que sua opinião nada significa. E realmente não significa como prova a notícia
na imprensa de que o ministro Gilmar Mendes quer que Temer escolha o relator da
Lava Jato, sendo o próprio Temer investigado, o que significa o julgado
escolhendo seu julgador. Os 291 mil
notas zero no Enem é também resultado da malandragem que substituiu a política
porque para não terem suas malandragens percebidas os malandros precisam de um
povo tão imbecilizado que ouve impassível na tampa do nariz que sua opinião e
bosta é a mesma coisa.
Entretanto, para consolo da esperança, o efeito do pão e circo diminui
dia a dia como se vê da seguinte matéria publicada no blog Outras Palavras,
escola de alfabetização política: “O modelo que nos envenena está
perante o tribunal: em novembro de 2016 começou o julgamento da morte de um
menino de 4 anos e uma menina de 5 anos que esteve em coma e segue fazendo
tratamento. Família indígena entra na Justiça contra pulverizações em
plantações de tomate que levaram à morte um menino de 4 anos e deixaram menina
de 5 anos em coma”. Isto dá mostras de que a
opinião pública começa a não aceitar ser considerada bosta. Mesmo que não dê em
nada porquanto os donos do mundo ainda dão as cartas, mas é o começo de uma
nova era em que se contesta a escravidão até agora consentida. Inté.
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