domingo, 22 de janeiro de 2017

ARENGA 360


Aqueles a quem a natureza dotou de um caráter menos aguerrido para a violência e as disputas não devem se conformar com a submissão aos que foram por ela aquinhoados de tais maldades. É intolerável que apenas um por cento de brutamontes espirituais tenham sob seu domínio os noventa e nove por centos dos restantes seres humanos. Entretanto, para conseguirem estes livrar-se do jugo daqueles faz-se necessário antes de tudo fazer ouvidos moucos para o que diz a papagaiada de microfone porque eles defendem exatamente a submissão quando fazem proselitismo dos bancos, dos refrigerantes, das viagens mundo afora, das compras em Me Ame, do endeusamento das brincadeiras, do sistema financeiro, dos financiamentos para isso e aquilo, da necessidade de pagar as prestações, do consumismo. Absolutamente tudo o que dizem os papagaios de microfone e os escritores e filósofos assalariados é a mando dos Reis Midas do grupinho numericamente insignificante de um por cento dos seres humanos que se acham muito espertos em sua monumental ignorância de sociabilidade. Tais recomendações, na verdade, são os elos que formam os grilhões de uma escravidão tão ardilosamente disfarçada que se tornou consentida. Necessário se faz, pois, que os noventa de nove por cento dos submissos à escravidão desviem a atenção do que dizem os meios de comunicação e passem a pensar seus próprios pensamentos. Basta dar uma chance à atividade cerebral porque dependem do cérebro as ações inteligentes. Há pessoas afirmando que por conta das atividades dos ajuntadores de riqueza a humanidade corre perigo semelhante ao que infernizou a vida dos dinossauros. Ao lado destes, outros afirmam que tudo não passa de mentira. Um bom começo para pôr em funcionamento a inteligência bem que poderia ser tirar essa história a limpo uma vez que a frequência com que estão ocorrendo fenômenos naturais violentos bem que pode ter origem nas atividades dos ajuntadores do dinheiro de nenhuma utilidade social por ter os infernos fiscais como destino. Assim, é desinteligente preparar o próprio infortúnio caso estejam certas as pessoas que estão prevendo um desastre decorrente da exploração excessiva dos recursos naturais cada dia mais escassos.

Os seres humanos estão acometidos da infelicidade provenientes dos vários tipos de medo. Medo da morte, medo de ser morto, medo da falta de emprego, de bomba, de invasão de refugiados, enfim, até de mosquito se tem medo num mundo que se diz civilizado. Uma vez inegável existirem problemas, por que será que a ninguém ocorre buscar as soluções? A sabedoria do sábio concluiu que um problema só pode ser resolvido depois de eliminada a causa que lhe deu origem. Assim, far-se-ia necessário em primeira mão achar as causas das quais decorre a infelicidade humana tão negligenciada pela humanidade que as brincadeiras e a erotização da sociedade merecem atenção maior do que os medos fundamentados na violência que a todos acomete. A sacanagem dos papagaios de microfone recomendando o aparelho mais novo e mais eficiente para zapzapear avisando as rádios onde o tráfego está congestionado é uma das causas dos problemas porque quem está envolvido com zap-zap nem de longe pode imaginar o que se passa por trás da recomendação do ministro Gilmar Mendes para Michel Temer indicar o novo relator da Lava Jato. Por trás disso daí correm coisas do arco da velha. Como não se fez Roma num dia só, começar a meditar sobre a sacanagem contida no que diz a papagaiada de microfone é um bom começo para se achar as causas de nossa infelicidade. Inté. 

 

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