segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

ARENGA 351


O que haverá por trás do fato de ser João Pedro Stédile considerado criminoso pelos papagaios de microfone e recebido de braços abertos pelo Papa Francisco? Por que será que os sabujos dos ricos donos do mundo, empoleirados atrás de microfones, condenam o trabalho de Stédile e o papa o aprova? Por que será que a essa papagaiada garante e assina embaixo ser necessário o consumismo condenado pelo papa? Por que será que os testas-de-ferro dos ricos donos do mundo falam incessantemente em Sistema Financeiro, Bolsa de Valores, Sistema Bancário, Mega Empresa, agribiuzinesse, enquanto o papa condena tudo isso quando condena o capitalismo? Embora saibamos que o papa seja obrigado por força da cultura milenar ou tradição a fazer papel de ator ao se dizer representante de um Deus de quem só se tem falsa notícia, a ninguém é dado desconhecer a sinceridade do italiano Jorge Mario Bergoglio, Papa Francisco, nome por ele escolhido numa referência a outro Francisco que teria dedicado sua vida a bradar contra a pobreza. Assim, conscientes da sinceridade do Papa Francisco, por que razão ele diz o contrário do que dizem os papagaios de microfone em suas recomendações para consumir, não deixar de pagar as prestações, e em seu repúdio às ideias do Stédile cujo crime é lutar heroicamente por uma salutar Reforma Agrária repudiada pelos latifundiários e o agribiuzinesse em seus conluios com o BNDES? É tudo tão simples quanto água límpida no meu copo de cristal de tomar uísque: é que aos ricos donos do mundo é desinteressante uma sociedade onde as leis sejam cumpridas como querem o Papa Francisco e Stédile. Aí está na imprensa a notícia de que a Ordem de Malta, uma das mais antigas da Igreja Católica confirmou sua oposição ao papa Francisco, do mesmo modo como também se vê na imprensa as “autoridades” serem contra a Operação Lava Jato, do mesmo modo como também foram contra a Operação Satiagraha, quando o juiz Fausto de Sanctis e o doutor Protógenes Queiroz foram perseguidos por defenderem a aplicação da lei em defesa dessa laia de povo para quem o Biquíni Cavadão é mais importante. É nos palácios da igreja e da política, onde o bicho povo tem traçado seu destino de escravo, razão pela qual não interessa a observação das leis porquanto a escravidão é ilegal. Do comando destas duas instituições resultou uma juventude de mentalidade tão rasteira que se interessa unicamente por assuntos relacionados a brincadeiras, calcinhas, cuecas, mulher melancia, mulher melão, miss bumbum, mas incapaz de perceber o abismo que espera por seus descendes num mundo onde apenas oito de seus escravizadores detêm em seu poder riqueza equivalente à de três bilhões e seiscentos mil escravizados. O analfabetismo político da juventude desnuda o caráter antissocial da orientação que lhes é dada porquanto analfabetos políticos não têm condições de formar uma sociedade civilizada.

É o espírito de Midas encarnado nas antas mentais que dão as cartas quanto ao destino da humanidade, visando a perpetuidade da monstruosidade mostrada na revista Forbes, monstruosidade esta que não tarda e desmoronar sobre cabeça de seus criadores, o motivo pelo qual são perseguidos todos que optam por uma sociedade livre de brutamontes espirituais. A ojeriza a Stédile e à reforma agrária pode ser entendida através do livro Partido da Terra, de Alceu Luíz Castilho, editora Contexto. Na página 23 diz que dois vice-prefeitos catarinenses, na época em que foi escrito o livro (2012), possuíam um milhão e duzentos mil reais e um milhão e quinhentos mil reais, respectivamente, em equipamentos agrícolas sem nenhum hectare de terra declarado à Justiça Eleitoral. Na página 28, estas duas situações: 77 políticos possuidores de 930.000 hectares, o que dá mais de doze mil hectares para cada um, e outro grupo de trinta e um políticos possuindo cada um deles quase vinte mil hectares. No primeiro parágrafo da página 33 consta que no nível de escolaridade de um prefeito está registrado que “lê e escreve”. Na página 34 consta que um prefeito foi preso por roubar cargas. Na página 57 o autor menciona uma tentativa do atual presidente da república Michel temer de se apossar de dois mil e quinhentos hectares de terra de uma área de reserva. Outros latifundiários, os do Agribiuzinesse, se juntam aos da política. A esse respeito, O monumental jornalista Mauro Santayana, em artigo denominado O LATIFÚNCIO MULTINACIONAL, esclarece de forma insofismável, não deixando dúvida em quem entende mais do que apenas igreja, axé e futebola sobre o porquê do repúdio às leis, vez que a Constituição Federal estabelece o uso social da propriedade rural, como se vê no inciso III do artigo 170. Com a palavra o mestre do jornalismo Mauro Santayana: Os grandes bancos já controlam, mediante o sistema constituído dos fabricante de agrotóxicos, como a Monsanto, intermediários, exportadores, importadores e compradores locais, usinas de beneficiamento, bolsas de futuros, silos e armazéns, o mercado mundial de alimentos. Agora, associados aos governos dos países centrais, estão avançando sobre as terras onde ainda há áreas férteis disponíveis”. Aí está, pois, onde veio parar o mundo sob a orientação da religião e desse tipo de administração pública capitalista: povo transformado em burro-de-carroça conduzido por outros asnos. Inté.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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