O que
haverá por trás do fato de ser João Pedro Stédile considerado criminoso pelos
papagaios de microfone e recebido de braços abertos pelo Papa Francisco? Por
que será que os sabujos dos ricos donos do mundo, empoleirados atrás de
microfones, condenam o trabalho de Stédile e o papa o aprova? Por que será que
a essa papagaiada garante e assina embaixo ser necessário o consumismo condenado
pelo papa? Por que será que os testas-de-ferro dos ricos donos do mundo falam
incessantemente em Sistema Financeiro, Bolsa de Valores, Sistema Bancário, Mega
Empresa, agribiuzinesse, enquanto o papa condena tudo isso quando condena o
capitalismo? Embora saibamos que o papa seja obrigado por força da cultura
milenar ou tradição a fazer papel de ator ao se dizer representante de um Deus
de quem só se tem falsa notícia, a ninguém é dado desconhecer a sinceridade do
italiano Jorge Mario Bergoglio, Papa Francisco, nome por ele escolhido numa
referência a outro Francisco que teria dedicado sua vida a bradar contra a
pobreza. Assim, conscientes da sinceridade do Papa Francisco, por que razão ele
diz o contrário do que dizem os papagaios de microfone em suas recomendações
para consumir, não deixar de pagar as prestações, e em seu repúdio às ideias do
Stédile cujo crime é lutar heroicamente por uma salutar Reforma Agrária
repudiada pelos latifundiários e o agribiuzinesse em seus conluios com o BNDES?
É tudo tão simples quanto água límpida no meu copo de cristal de tomar uísque:
é que aos ricos donos do mundo é desinteressante uma sociedade onde as leis
sejam cumpridas como querem o Papa Francisco e Stédile. Aí está na imprensa a
notícia de que a Ordem de Malta, uma das mais antigas da Igreja Católica
confirmou sua oposição ao papa Francisco, do mesmo modo como também se vê na
imprensa as “autoridades” serem contra a Operação Lava Jato, do mesmo modo como
também foram contra a Operação Satiagraha, quando o juiz Fausto de Sanctis e o
doutor Protógenes Queiroz foram perseguidos por defenderem a aplicação da lei
em defesa dessa laia de povo para quem o Biquíni Cavadão é mais importante. É
nos palácios da igreja e da política, onde o bicho povo tem traçado seu destino
de escravo, razão pela qual não interessa a observação das leis porquanto a
escravidão é ilegal. Do comando destas duas instituições resultou uma juventude
de mentalidade tão rasteira que se interessa unicamente por assuntos
relacionados a brincadeiras, calcinhas, cuecas, mulher melancia, mulher melão,
miss bumbum, mas incapaz de perceber o abismo que espera por seus descendes num
mundo onde apenas oito de seus escravizadores detêm em seu poder riqueza
equivalente à de três bilhões e seiscentos mil escravizados. O analfabetismo
político da juventude desnuda o caráter antissocial da orientação que lhes é dada
porquanto analfabetos políticos não têm condições de formar uma sociedade
civilizada.
É o espírito
de Midas encarnado nas antas mentais que dão as cartas quanto ao destino da
humanidade, visando a perpetuidade da monstruosidade mostrada na revista Forbes,
monstruosidade esta que não tarda e desmoronar sobre cabeça de seus criadores,
o motivo pelo qual são perseguidos todos que optam por uma sociedade livre de
brutamontes espirituais. A ojeriza a Stédile e à reforma agrária pode ser
entendida através do livro Partido da Terra, de Alceu Luíz Castilho, editora
Contexto. Na página 23 diz que dois vice-prefeitos catarinenses, na época em
que foi escrito o livro (2012), possuíam um milhão e duzentos mil reais e um milhão
e quinhentos mil reais, respectivamente, em equipamentos agrícolas sem nenhum
hectare de terra declarado à Justiça Eleitoral. Na página 28, estas duas
situações: 77 políticos possuidores de 930.000 hectares, o que dá mais de doze
mil hectares para cada um, e outro grupo de trinta e um políticos possuindo
cada um deles quase vinte mil hectares. No primeiro parágrafo da página 33
consta que no nível de escolaridade de um prefeito está registrado que “lê e
escreve”. Na página 34 consta que um prefeito foi preso por roubar cargas. Na
página 57 o autor menciona uma tentativa do atual presidente da república
Michel temer de se apossar de dois mil e quinhentos hectares de terra de uma
área de reserva. Outros latifundiários, os do Agribiuzinesse, se juntam aos da
política. A esse respeito, O monumental jornalista Mauro Santayana, em artigo
denominado O LATIFÚNCIO MULTINACIONAL, esclarece de forma insofismável, não
deixando dúvida em quem entende mais do que apenas igreja, axé e futebola sobre
o porquê do repúdio às leis, vez que a Constituição Federal estabelece o uso
social da propriedade rural, como se vê no inciso III do artigo 170. Com a
palavra o mestre do jornalismo Mauro Santayana: “Os grandes bancos já controlam, mediante o sistema
constituído dos fabricante de agrotóxicos, como a Monsanto, intermediários,
exportadores, importadores e compradores locais, usinas de beneficiamento,
bolsas de futuros, silos e armazéns, o mercado mundial de alimentos. Agora,
associados aos governos dos países centrais, estão avançando sobre as terras
onde ainda há áreas férteis disponíveis”. Aí
está, pois, onde veio parar o mundo sob a orientação da religião e desse tipo
de administração pública capitalista: povo transformado em burro-de-carroça
conduzido por outros asnos. Inté.
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