É na
passagem de um ano para outro quando a humanidade mostra-se ainda mais
estúpida. É impressionante a imaturidade humana. A necessidade de posicionamento
em relação ao tempo levou pessoas inteligentes a desenvolver o que se chama
calendário. Inventou-se determinada data como o nascimento de Jesus Cristo,
personagem que estudiosos afirmam nunca ter existido, e foi tomada esta data
para dividir a história humana a partir dali para a frente e para trás.
Dividiu-se cada um desses períodos em anos, cada ano em meses, cada mês em
semanas, cada semana em dias, cada dia em horas, cada hora em minutos, cada
minutos em segundos. A passagem de um segundo para outro, de uma hora para
outra hora, de semana, de mês não desperta maiores interessem a ninguém. Mas
quando da passagem de um ano para outro, ah! Aí a humanidade se alvoroça num
festejamento imbecil com bebidas, matança de perus, vários tipos de iguarias,
bebidas, pipocar de fogos, o diabo a quatro. Telefonemas cruzam o planeta
levando recado de alguém dizendo a alguém para ser feliz no ano novo. Não tem
limite a estupidez humana porque a cada novo ano que chega aumentam-se as
infelicidades. Esta demonstração de infantilidade é justamente o que
impossibilita as pessoas de serem felizes. O que as pessoas entendem por
felicidade são esporádicos momentos em que se desfruta de paz, momentos estes
que se tornam cada vez mais raros exatamente em função da estupidez humana ao
se limitar a desejar felicidade em vez de fazê-la acontecer. Só brutos podem se
sentir em paz ao lado de crianças que sofrem por fome, saúde e deseducação; de
infelizes seres outros enjaulados como feras instigadas a se tornarem ainda
mais ferozes; de bombas pipocando sobre seres indefesos a correr com suas
inocentes crianças entre escombros de suas casas e pipocar de metralhadoras; de
pobres diabos tão infelizes que se lançam mar a dentro em barcos inflados
fugindo de sofrimentos ainda maiores. Enquanto isso, monstros espirituais constroem
paredões para não serem perturbados em seu festejamento por aqueles que sofrem
justamente por causa de suas ações criminosas aos lhes impedir o direito à
dignidade.
Diante de
tal realidade, a maldita raça humana se diz sob a proteção de Deus. De que
adianta esta proteção? É tão sem pé nem cabeça o comportamento dos bichos
humanos que não admitem alguém não aceitar a ideia desse tal de Deus. Diante
dos descrentes, os frequentadores de igreja, axé e futebola afirmam com ares de
grande sabedoria que Deus ama a todos. Proponho a Deus, malta de imbecis, dar
minha parte de Seu amor às crianças que sofrem por não me ser possível ter
senão imenso ódio e amargo desprezo em relação a quem tudo pode e é indiferente
ao sofrimento de inocentes criancinhas. Inté.
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