domingo, 1 de janeiro de 2017

ARENGA 341


É na passagem de um ano para outro quando a humanidade mostra-se ainda mais estúpida. É impressionante a imaturidade humana. A necessidade de posicionamento em relação ao tempo levou pessoas inteligentes a desenvolver o que se chama calendário. Inventou-se determinada data como o nascimento de Jesus Cristo, personagem que estudiosos afirmam nunca ter existido, e foi tomada esta data para dividir a história humana a partir dali para a frente e para trás. Dividiu-se cada um desses períodos em anos, cada ano em meses, cada mês em semanas, cada semana em dias, cada dia em horas, cada hora em minutos, cada minutos em segundos. A passagem de um segundo para outro, de uma hora para outra hora, de semana, de mês não desperta maiores interessem a ninguém. Mas quando da passagem de um ano para outro, ah! Aí a humanidade se alvoroça num festejamento imbecil com bebidas, matança de perus, vários tipos de iguarias, bebidas, pipocar de fogos, o diabo a quatro. Telefonemas cruzam o planeta levando recado de alguém dizendo a alguém para ser feliz no ano novo. Não tem limite a estupidez humana porque a cada novo ano que chega aumentam-se as infelicidades. Esta demonstração de infantilidade é justamente o que impossibilita as pessoas de serem felizes. O que as pessoas entendem por felicidade são esporádicos momentos em que se desfruta de paz, momentos estes que se tornam cada vez mais raros exatamente em função da estupidez humana ao se limitar a desejar felicidade em vez de fazê-la acontecer. Só brutos podem se sentir em paz ao lado de crianças que sofrem por fome, saúde e deseducação; de infelizes seres outros enjaulados como feras instigadas a se tornarem ainda mais ferozes; de bombas pipocando sobre seres indefesos a correr com suas inocentes crianças entre escombros de suas casas e pipocar de metralhadoras; de pobres diabos tão infelizes que se lançam mar a dentro em barcos inflados fugindo de sofrimentos ainda maiores. Enquanto isso, monstros espirituais constroem paredões para não serem perturbados em seu festejamento por aqueles que sofrem justamente por causa de suas ações criminosas aos lhes impedir o direito à dignidade.
Diante de tal realidade, a maldita raça humana se diz sob a proteção de Deus. De que adianta esta proteção? É tão sem pé nem cabeça o comportamento dos bichos humanos que não admitem alguém não aceitar a ideia desse tal de Deus. Diante dos descrentes, os frequentadores de igreja, axé e futebola afirmam com ares de grande sabedoria que Deus ama a todos. Proponho a Deus, malta de imbecis, dar minha parte de Seu amor às crianças que sofrem por não me ser possível ter senão imenso ódio e amargo desprezo em relação a quem tudo pode e é indiferente ao sofrimento de inocentes criancinhas. Inté.

  

 

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