O Grande
Mestre do Saber Henry Thomas, na página 21 do livro História da Raça Humana,
afirma que a invenção da religião não foi um mal sem compensação porque teria
propiciado o espírito artístico do homem. Ao fazer tal assertiva o grande
historiador confirma o dito pelo escritor e ensaísta Edmilson Movér de que as
genialidades também cometem erros. É o próprio escritor que mostra ser a
religiosidade fruto da ignorância que ainda era um pouquinho superior à
ignorância dos tempos modernos quando a experiência em nada diminuiu a
brutalidade. São palavras do autor (página20): A invenção das primeiras ferramentas rudimentares permitiu que nossos
antepassados fizessem melhor do que até então haviam feito: proteger-se e matar
os outros. Mas, só com seus próprios esforços não progrediram muito nesses dois
sentidos: precisavam do auxílio de uma força mais poderosa do que ele próprios.
Assim, fizeram outra invenção: inventaram Deus, ou antes, um grupo de deuses. A
seguir o autor dá a versão mais aceitável (segundo ele) para a criação de Deus:
Os homens viam suas sombras na água.
Viam as imagens de seus amigos nos sonhos. Parecia-lhes que as pessoas possuíam
dois corpos: o corpo palpável e o corpo-sombra, que só aparecia em ocasiões
especiais, ficando escondido todo o resto do tempo. Quando alguém morria, seu
corpo era sepultado na terra; seu segundo corpo, porém, seu corpo-sombra,
continuava a visitá-los em sonhos. O corpo-sombra, portanto, devia ainda estar
vivo em alguma parte. Suponhamos agora que morreu o chefe de uma tribo. Em vida
foi um homem grandemente temido. Mas agora, depois de morto, é ainda mais
temível, porque seu corpo-sombra é invisível e ninguém sabe quando ele pode
atacar as infelizes criaturas que, porventura, lhe caem em desagrado. Para lhe
cair nas boas graças fazia-se, pois, necessário cativá-lo com muitos presentes
e orações. Ele era um espírito terrível e poderoso. Trovejava na tempestade,
trazia doenças e mortes aos que lhe desagradavam, e assegurava a vida dos
recém-nascidos. Assim, de acordo com a explicação mais aceitável para a
existência de Deus, portanto, da religiosidade, teria ela sido fruto da
inocência. Aproveitando-se desta inocência, espertalhões (que o autor
inexplicavelmente chama de sábios, no que incorre novamente em erro porquanto
não há sabedoria na falsidade), Convenceram aos demais ser capazes de se
comunicarem com os espíritos por eles temidos, vindo a se tornar o que hoje são
não só os chefes religiosos, mas também os chefes políticos.
Desta
forma, sendo a religiosidade fruto de um ludíbrio, nada pode haver nela que
compense o mal reconhecido pelo próprio autor, mas terrível de promover a
castração da capacidade de raciocínio ao convencer as infelizes criaturas da
desnecessidade de se questionar os mistérios divinos. A humanidade estaria
muito melhor se em vez do senso de beleza material tivesse o senso da beleza
espiritual. É graças a esta estupidez que a humanidade fica feliz em ser
Carneiro de Cristo enquanto o ferro dos intérpretes dos desejos dos
corpos-sombra continua a lhe fustigar o rabo. Inté.
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