domingo, 29 de abril de 2012

BRONCA NOVA




Olá, cambada, pensavam que os tinha esquecido? Pois esqueci não. Apenas uma ocupação me desviou do foco deste blog que é mostrar aos jovens a necessidade de se adquirir o hábito de pensar como único caminho para também se deixar de ser tão bobos. Afinal, para que a capacidade de pensar? Apenas para comer, trepar e cagar é que não deve ser porque estas atividades são exercidas pelos bichos e nós devíamos estar geneticamente muito mais longe deles do que realmente estamos. Estas são as atividades essenciais para a existência física da espécie, mas acontece que o homem deixou de ser apenas físico para também ser social e isto lhe dá superioridade bastante para se limitar ao procedimento dos bichos. Se também as praticamos é em função do nosso parentesco. Entretanto, não podemos nem devemos nos limitar a isto. Uma vez que a natureza desenvolveu em nós o cérebro que nos permite raciocinar e tirar conclusões, ao contrário dos bichos, não devemos teimar em permanecer ligados a eles em comportamentos irrefletidos pela incapacidade de poder pensar e tirar conclusões. Quando um cachorro cisma de latir, ele não pode saber que aquilo infelicita quem quer dormir ou raciocinar sobre alguma atividade mental. Entretanto, quando algumas dezenas de pessoas infelicitam a vida de centenas de outras pessoas impedindo-as de dormir ou trabalhar e obrigando-as a participar do barulho estrondoso de sua festa, estão tendo o mesmo comportamento do cachorro barulhento.

Quem pensa se dá melhor do que quem não pensa. Certa vez perguntaram a um filósofo qual a finalidade da filosofia e ele respondeu que é fazer com que as pessoas reflitam sobre os atos que vão praticar a fim de diminuir os transtornos. Nem precisa saber ler para se saber que uma coisa bem pensada dá melhor resultado que uma coisa precipitada e é por isto que os convido a pensar que os danos à saúde provenientes do barulho podem ser evitados. Para começo de conversa, fiquemos apenas com o barulho dos carros de propaganda das lojas. Convoco-vos a que pregais (ou pregueis?) os rabos em algum lugar e pensar no seguinte: as lojas fazem o barulho para atrair fregueses. Mas, se o barulho causa doença não serve para atrair, serve para espantar. Caso as cabeças de vocês ainda não estiverem doendo pensem mais um pouco. Certamente chegarão a uma conclusão inconclusa: por que o barulho atrai? Caso ainda seja suportável a dor de cabeça e possam pensar mais um pouco, haverão de descobrir que é por causa da falta de instrução. Prestando-se atenção percebe-se que as pessoas com melhor nível de conhecimento são mais arredias a lugares barulhentos do que aquelas pessoas que não tiveram oportunidade de aprender nem que o barulho faz mal.

A triste conclusão a que chegamos é que somos capazes de suportar indiferentemente o barulho, o que equivale a dizer que ainda estamos longe de atingir um padrão educacional que nos permita evitar o barulho. Quando as pessoas tiverem finura bastante para repudiar o barulho, basta evitar as lojas que o patrocinam.

É bom que os jovens comecem a aprender pensar. Assim terão menos sofrimentos na velhice. Quem fala isto é quem sabe o que está falando porque já foi jovem e fez as mesmas bobagens que vocês fazem e hoje á velho e vê cá do alto de setenta e seis anos de idade as mesmas burradas sendo praticadas pelos inexperientes das coisas da vida. Para que vocês jovens tenham uma pálida prova de sua inocência e desconhecimento basta o fato de vocês encararem a juventude como eterna. Não é não, senhores bobos. Ela passa. Juntamente com cada tique do relógio vai um pouco dela e chegará o dia que você pensa não chegar de se ver se tremendo ou arrastando os pés na calçada, ou ainda cheio de tubos na UTI. Garanto que a reação de vocês ante tais palavras que expressam embora grosseiramente uma realidade incontestável será de descrença ou gozação, mas aposto como chegará o dia em que vocês dirão “pô, o cara tava certo. Pois não é que fiquei velho?” Conhecendo algo da experiência que sobra nos velhos será lucrativo para os jovens. Tenham a certeza de que algum sacrifício por menor que seja para conter certas vontades próprias do açodamento da juventude trará benefícios imensamente maiores quando chegar a velhice. Para tanto, é preciso aprender a pensar que é para poder pensar. A dor na cacunda da velhice chega com certeza. Palavra de homem. Isto é, de velho. Inté.