quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

ARENGA 474


No blog Outras Palavras, escola de alfabetização política, matéria do jornalista Mauro Lopes intitulada ESTE É UM PAÍS QUE VAI PRÁ FRENTE, é mais uma demonstração da origem da desarmonia da qual provém a infelicidade humana. O assunto merece ser o principal motivo de preocupação da laia brasileira, o povo mais povo do mundo. Se a palavra povo exprime um depreciativo, a expressão povo brasileiro exprime dois depreciativos. A reportagem de que tratamos mostra que a massa bruta de brasileiros foi atochada pelo ferro dos banqueiros do Itaú, Bradesco e Santander com tal virulência que aqueles banqueiros, monstros de cujas bocas escorre baba de dragão, arrancaram do rabo dos frequentadores de igreja, axé e futebola a fabulosa quantia de R$ 53,8 bilhões em 2017, mesmo ano que passa à história desse povo imbecil como um dos piores anos para os mais pobres desse país que apesar de tão desgraçado é tido por seus habitantes desinteligentes como a terra de Deus. Enquanto os banqueiros avaros se deleitavam com tal monstruosidade, a válvula de escape que mantém sob controle a pressão social decorrente da pobreza, válvula esta também conhecida como Bolsa Família, teve redução de um bilhão de reais. Ainda segundo a matéria, a espanhola presidente do Santander, Ana Botín, da família controladora do banco, em entrevista coletiva, ria de felicidade e anunciava que o lucro do seu banco deveu-se principalmente ao Brasil. Apesar de ser do ponto de vista da sociabilidade uma situação completamente inaceitável, é vista como normal pela indiferença daqueles que sustentam tal absurdo, o povo, e como vantajosa por aqueles que embevecidos pelo canto da riqueza deixam-se levar pelo engodo de encontrar paz e tranquilidade atrás de um monte de ouro cujo poder compra opiniões de intelectuais venais em defesa da monstruosidade do atual sistema desumano de administração pública do qual resulta a miséria que infelicita a humanidade. É o que faz um livrinho intitulado A MORALIDADE DO CAPITALISMO, que apologiza este sistema de Robin Wood ao contrário, e que toma dos pobres para dar aos ricos, sistema comandado por monstros denominados capitalistas cuja sede de dinheiro trouxe o mundo ao estado de miséria do qual decorre a beligerância que toma conta do mundo. Este livrinho cujo título deveria ser A IMORALIDADE DO CAPITALISMO é um resumo de toda a desfaçatez, mentira, desonestidade, falta de vergonha e indecência contidas em todas as enciclopédias provenientes de consciências prostituídas que fazem apologia ao capitalismo, sistema tão contrário à harmonia social que reduziu noventa e nove por cento da humanidade a escravos de apenas um por cento dela. Aparentemente insignificante este livrinho, supera de longe a Seleções do Rider’s Digest na capacidade de deturpar a realidade para criar nas mentes do bicho povo do mundo inteiro o fanatismo pelo American Way Of Life de forma tão eficiente que o aprendizado da língua inglesa é obrigatório para as crianças brasileiras. Terão as crianças americanas de estudar português? Aviões abarrotados acorrem de todas as partes do mundo levando inocentes criaturas com as carteiras recheadas para gastar em Me Ame. Estes pobres inocentes desconhecem a realidade de que a riqueza dos ricos de lá é feita às custas da miséria dos pobres de cá e cuja pobreza atormentará o futuro de seus filhos.

As mentiras do livrinho começam já na orelha da primeira capa onde se lê o seguinte: “ESTUDANTES PELA LIBERDADE é uma organização apartidária formada por jovens comprometidos com a promoção de uma ordem social harmônica, justa e livre, ancorada no respeito às liberdades individuais, à propriedade privada e à vida humana. ... Defende regras de convivência nacionais embasadas por fortes evidências teóricas e empíricas que trazem um aumento de bem-estar para toda a sociedade ao mesmo tempo que leva em consideração os direitos de cada indivíduo”. Tais afirmações são o cúmulo do cinismo e do deboche ante a realidade. O quadro pavoroso em que se encontra a humanidade com guerras pipocando por todo canto, inclusive religiosas, com multidões fugindo da fome, da sede, da miséria e da morte, como falar em bem-estar para toda a sociedade? Como falar em consideração aos direitos de cada indivíduo? Só se se considerar sociedade apenas o grupinho numericamente insignificante de um por cento de analfabetos de sociabilidade e que atocha o ferro nos restantes noventa e nove por cento. Esta tal de Estudantes Pela Liberdade, do mesmo modo que o livrinho, é mais uma das muitas falsidades que mantém o bicho povo tão ludibriado quanto os jovens idiotizados da não menos mal intencionada Juventude de Fé, cujo nome verdadeiro é YOUNG FAITH. O verdadeiro nome desta imbecilidade de Estudantes Pela Liberdade é STUDENTS FOR LIBERTY. É tudo falsidade. A menção pelo tal livrinho do ganhador do Nobel Vargas Llosa é o bastante para demonstrar esta realidade porque o senhor Llosa afirma que a melhor forma de se viver em sociedade está na competição do capitalismo, afirmação de flagrante descompasso com a verdade porque a melhor forma de se viver em sociedade é a cooperação. Aí está o mundo em total desarmonia como resultado da competição para provar de modo irrefutável ser mentiroso quem afirma ser a competição a melhor forma de se viver em sociedade. Por em exercício a capacidade de pensar é a única coisa de que precisam os seres humanos, principalmente, com licença da má palavra, os brasileiros, povo que ainda vive sob domínio de colonizadores. Inté.   

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