segunda-feira, 7 de novembro de 2016

ARENGA 333


Quando o velho Marx, o amigo do mundo inteiro, concluiu ser mais importante modificar o mundo do que interpretá-lo, teria pronunciado sentença de sabedoria superior a todas as pronunciadas pelo rei Salomão, inclusive a de cepar o menino em duas partes. Aliás, como a História não merece crédito integral, não dá para botar fé na inteligência desse senhor Salomão adorador de opulência, por ser ela inimiga figadal da harmonia social tanto quanto a pobreza absoluta preferida por São Francisco de Assis, invenção babosa da religiosidade em sua luta insana de fazer apologia da pobreza e com isso ajudar os ricos em sua riqueza, entre os quais se incluem os pregadores de religião. Conta a história mal contada que São Francisco abraçava leprosos e, apesar da pobreza extrema em que vivia, alimentava os necessitados, deixando de explicar como o fazia se ele próprio era um necessitado. Mas esta é outra história. A gente falava era da necessidade inegável de se mudar o mundo. O que impede que tal mudança ocorra? A resposta é tão clara como água limpa no meu copo de beber uísque: é que a mudança só pode acontecer por uma ação inteligente da parte jovem do povo que é quem tem o vigor necessário para produzir trabalho. Acontece, porém, que a juventude está impossibilitada de exercer qualquer ação fora do campo da materialidade relacionada a dinheiro. Sua capacidade mental foi manietada por uma força satânica proveniente do mundo dos ricos donos do mundo que a tudo e a todos domina, inclusive a seus provedores, que descobrirão na velhice o erro monumental de imitar o rei Midas. Impedida de exercer a mais importante de todas as atividades, a mental, a juventude não pode perceber a necessidade de trocar a força demoníaca da qual resulta o mundo cão por uma força de cujo trabalho resultasse um mundo bom. E não consegue chegar a esta conclusão porque de uma força só aparece o resultado do seu trabalho, sendo que a força em si mesma só pode ser percebida através do raciocínio lógico da impossibilidade de haver trabalho sem uma força que o execute. Como o raciocínio da parte da sociedade com vitalidade bastante para executar o trabalho de modificar o mundo, a juventude, está reduzido a igreja, axé, futebola, “famosos”, “celebridades” e futucar telefone, resulta daí o eterno mesmismo em que incorre o mundo, apesar de estarem certos os jovens de serem eles os representantes da modernidade, o que é verdade apenas do lado material da vida. Do lado espiritual, a juventude está tão empacada quanto o burrico empacador que se recusa a sair do lugar. Como a melhor forma de desempacar um burrico é colocar um coco verde de cansanção debaixo do rabo dele, faz-se igualmente necessário colocar um coco verde de cansanção debaixo do rabo da juventude.

A ação demoníaca das forças do mal, infinitamente superiores às propaladas forças benéficas das divindades, como se pode ver pelo estado deplorável em que se encontra o mundo a clamar por modificação, além de sentida, pode ser vista através  de sua materialização na miséria, doenças, violência, infelicidade. Danos materiais já me atingiram diversas vezes por conta do poderio satânico. Há uma semana ele impediu que fosse publicado um comentário feito por mim a uma matéria publicada no jornal Folha de São Paulo, de propriedade dos dominados pelo complexo de Midas, como o são todos os grandes jornais do mundo. O título da matéria era esse: Está no clima de Halloween? Mande foto para a Folha. Não havia palavra de baixo calão no meu comentário. Nenhuma porra, nenhum puta que pariu, nenhum filho da puta, nada disso. Apenas ponderei não devermos invejar tanto os americanos. Como o país dos americanos é grande provedor das forças satânicas, foi censurado meu comentário. Em outra ocorrência distante, tive que me virar para tomar dinheiro emprestado a fim de cobrir o cheque com o qual fui obrigado a comprar duas bonecas caríssimas, mas que ao dizer às minhas duas filhas de três e quatro anos da minha impossibilidade de fazer aquela despesa, fui vencido pelas lágrimas nos olhos delas, lágrimas provocadas pelo efeito da força maligna espalhada pela papagaiada de microfone a serviço dos ricos donos do mundo. Inté.

 

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