Os
movimentos sociais de insatisfação com a administração pública, embora ainda
não passem de simples reivindicações sem maiores consequências, podem assumir
proporções alarmantes e por um basta ao hábito de acumular fortunas nos
infernos fiscais. Embora pareça impossível, o mundo já foi mais bruto do que é
hoje. Houve época em que a brutalidade não precisava ser disfarçada e o governo
era exercido por brutamontes denominados déspotas, que até por servir um vinho
errado mandava maltratar ou matar o responsável por tamanha insignificância.
Entre estes brutamontes espirituais, entretanto, outros governantes com os
mesmos direitos absolutos que a cultura da época lhes atribuía, evitavam exageradas
demonstrações de poder. O comportamento destes últimos, denominados pela
história de Déspotas Esclarecidos, lembra o comportamento de bilionários
fazendo doações de fortunas para assistência social. Assim como aqueles
governantes despóticos, mas nem tanto, os bilionários atuais também são movidos
pelo medo. Dotados de insignificante capacidade de raciocínio acima de seus
pares, concluíram que dos maus tratos resulta violenta que mais cedo ou mais
tarde se volta contra quem lhe dá origem. Como todo bilionário é um déspota não
esclarecido porque não se forma uma montanha de riqueza sem matar e roubar. Os
males que atacam a humanidade através de secas, enchentes, tormentas várias,
inclusive doenças desconhecidas que matarão muitas pessoas, tudo isso decorre
da ação de ajuntar riqueza pelos bilionários ajuntadores de riqueza.
O procedimento
do bilionário ao devolver à sociedade parte do butim conquistado à custa dos
que choram nos corredores dos hospitais, na verdade, é tão socialmente improducente
quanto a ação daqueles pobres rebotalhos espirituais que se prostram em frente
aos supermercados para esmolar um quilo de comida para os pobres, ou às
multidões que mexem os beiços em cochichos com estátuas para que as protejam do
mosquito encolhedor de cérebros já encolhidos. A quantia devolvida pelos
bilionários, quando comparada ao total de butim resultante do saque sobre o
trabalho do trabalhador, corresponde àquela moeda que alguém do cérebro
encolhido dá ao esmoler para sentir-se conectado com Deus. São ações de nenhuma
vantagem prática, não passando tudo de esmola que não resolve absolutamente
nada. O mesmo significado de coisa nenhuma tem os afagos que as autoridades
entre aspas fazem às empresas que mais contratam deficientes físicos. Os
governantes concedem a estas empresas benefícios que o povo paga a fim de que
estas empresas façam o trabalho que teria de ser feito pelo governo,
procedimento do qual resulta a situação de sempre: alguém fazendo o que teria
de ser feito pelas autoridades com aspas. Com isto, para provar que são boas na
malandragem, as autoridades economizam dinheiro e tempo para gastá-lo em
devorteios pelo mundo com despesas protegidas por sigilo. A imprensa noticiou
que a comitiva brasileira e dona Dilma se hospedaram num dos hotéis mais caros
de Paris. Na atual forma de administração pública não há quantidade de dinheiro
que não desapareça antes de cumprir sua finalidade, o que desnuda a falsidade
dos escritores assalariados e dos papagaios de microfone que fazem apologia
desta monstruosidade de sistema que até tira das crianças o direito de tomar
leite. Enquanto isto acontece, a imprensa noticia um proprietário de sete
milhões de hectares de terra. É esta forma de vida monstruosa que os papagaios
de microfone e os escritores assalariados não tem vergonha de mentir em troca
de pagamento para afirmar ser uma boa forma de se viver. Nas ruas da cidade
mais rica do país, a Cidade de São Paulo, ao lado de fortunas fabulosas,
pessoas com as mesmas necessidades dos demasiadamente abastados vivem do modo
mostrado por estas fotos. (para depois das fotos):
Aposto um
centavo furado como as doações dos Bilionários Esclarecidos jamais chegarão até
aqui. Inté.
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