terça-feira, 13 de dezembro de 2016

ARENGA 193

Os movimentos sociais de insatisfação com a administração pública, embora ainda não passem de simples reivindicações sem maiores consequências, podem assumir proporções alarmantes e por um basta ao hábito de acumular fortunas nos infernos fiscais. Embora pareça impossível, o mundo já foi mais bruto do que é hoje. Houve época em que a brutalidade não precisava ser disfarçada e o governo era exercido por brutamontes denominados déspotas, que até por servir um vinho errado mandava maltratar ou matar o responsável por tamanha insignificância. Entre estes brutamontes espirituais, entretanto, outros governantes com os mesmos direitos absolutos que a cultura da época lhes atribuía, evitavam exageradas demonstrações de poder. O comportamento destes últimos, denominados pela história de Déspotas Esclarecidos, lembra o comportamento de bilionários fazendo doações de fortunas para assistência social. Assim como aqueles governantes despóticos, mas nem tanto, os bilionários atuais também são movidos pelo medo. Dotados de insignificante capacidade de raciocínio acima de seus pares, concluíram que dos maus tratos resulta violenta que mais cedo ou mais tarde se volta contra quem lhe dá origem. Como todo bilionário é um déspota não esclarecido porque não se forma uma montanha de riqueza sem matar e roubar. Os males que atacam a humanidade através de secas, enchentes, tormentas várias, inclusive doenças desconhecidas que matarão muitas pessoas, tudo isso decorre da ação de ajuntar riqueza pelos bilionários ajuntadores de riqueza.
O procedimento do bilionário ao devolver à sociedade parte do butim conquistado à custa dos que choram nos corredores dos hospitais, na verdade, é tão socialmente improducente quanto a ação daqueles pobres rebotalhos espirituais que se prostram em frente aos supermercados para esmolar um quilo de comida para os pobres, ou às multidões que mexem os beiços em cochichos com estátuas para que as protejam do mosquito encolhedor de cérebros já encolhidos. A quantia devolvida pelos bilionários, quando comparada ao total de butim resultante do saque sobre o trabalho do trabalhador, corresponde àquela moeda que alguém do cérebro encolhido dá ao esmoler para sentir-se conectado com Deus. São ações de nenhuma vantagem prática, não passando tudo de esmola que não resolve absolutamente nada. O mesmo significado de coisa nenhuma tem os afagos que as autoridades entre aspas fazem às empresas que mais contratam deficientes físicos. Os governantes concedem a estas empresas benefícios que o povo paga a fim de que estas empresas façam o trabalho que teria de ser feito pelo governo, procedimento do qual resulta a situação de sempre: alguém fazendo o que teria de ser feito pelas autoridades com aspas. Com isto, para provar que são boas na malandragem, as autoridades economizam dinheiro e tempo para gastá-lo em devorteios pelo mundo com despesas protegidas por sigilo. A imprensa noticiou que a comitiva brasileira e dona Dilma se hospedaram num dos hotéis mais caros de Paris. Na atual forma de administração pública não há quantidade de dinheiro que não desapareça antes de cumprir sua finalidade, o que desnuda a falsidade dos escritores assalariados e dos papagaios de microfone que fazem apologia desta monstruosidade de sistema que até tira das crianças o direito de tomar leite. Enquanto isto acontece, a imprensa noticia um proprietário de sete milhões de hectares de terra. É esta forma de vida monstruosa que os papagaios de microfone e os escritores assalariados não tem vergonha de mentir em troca de pagamento para afirmar ser uma boa forma de se viver. Nas ruas da cidade mais rica do país, a Cidade de São Paulo, ao lado de fortunas fabulosas, pessoas com as mesmas necessidades dos demasiadamente abastados vivem do modo mostrado por estas fotos. (para depois das fotos):




Aposto um centavo furado como as doações dos Bilionários Esclarecidos jamais chegarão até aqui. Inté.


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